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sábado, 16 de julho de 2016


Breve sinopse sobre as Religiões – Parte XII (As restantes são derivações destas grandes religiões principais)
É conveniente ler esta sinopse desde o principio (Parte I) para não perder o fio à meada.

 

A RELIGIÃO EGÍPCIA PRIMITIVA

 

Os ensinamentos originais de Melquisedeque tiveram realmente a sua raiz mais profunda no Egipto, de onde se espalharam, posteriormente, para a Europa. A religião evolucionária do vale do Nilo foi periodicamente reforçada pela chegada de linhagens superiores dos povos noditas, adamitas e, mais tarde, dos povos anditas do vale do Eufrates. De tempos a tempos, muitos dos administradores civis egípcios foram Sumérios. Do mesmo modo que a Índia, naquela época, abrigava a mais elevada mistura das raças do mundo, o Egipto cultivava o tipo de filosofia religiosa mais amplamente amalgamada que podia ser encontrada na Terra, e, do vale do Nilo, ela espalhou-se para muitas partes do mundo. Os judeus receberam dos babilónios grande parte das suas ideias sobre a criação do mundo, mas eles apropriaram-se do conceito da Providência divina, tomando-o dos egípcios. Eram políticas e morais, mais do que filosóficas ou religiosas, as tendências que tornaram o Egipto mais do que a Mesopotâmia, favorável ao ensinamento de Salém. Cada líder tribal no Egipto, após lutar para conquistar o trono, buscava perpetuar a sua dinastia proclamando o seu deus tribal como a deidade original criadora de todos os outros deuses. Desse modo, os egípcios acostumaram-se gradativamente com a ideia de um superdeus, que era um degrau para a doutrina de uma Deidade criadora universal. A ideia do

monoteísmo oscilou para a frente e para trás, no Egipto, durante muitos séculos; a crença num único Deus sempre ganhando terreno, mas nunca dominando inteiramente os conceitos em evolução do politeísmo. Durante idades, os povos egípcios haviam sido dados à adoração de deuses da natureza; mais particularmente, cada uma das cerca de quarenta tribos separadas tinha um grupo especial de deuses, uma adorando o touro, outra, o leão, uma terceira, o carneiro, e assim por diante.

Anteriormente ainda, eles formavam tribos totémicas, muito semelhantes às

dos ameríndios.

 

Embora a cultura e a religião do Egipto derivassem principalmente da Mesopotâmia dos anditas e tivessem sido amplamente transmitidas às civilizações subsequentes, por intermédio dos hebreus e dos gregos, uma grande parte, imensa mesmo, do idealismo social e ético dos egípcios surgiu no vale do Nilo, como um desenvolvimento puramente evolucionário. Não obstante a origem da importação de grande parte da verdade e da cultura ser andita, no Egipto, um volume maior de cultura moral evoluiu mais por meio de um desenvolvimento puramente humano, do que o fez, por técnicas naturais semelhantes, em qualquer outra área circunscrita, antes da vinda de Jesus.

 

A evolução moral não é totalmente dependente da revelação. Os conceitos morais elevados podem derivar da própria experiência humana. O homem pode desenvolver até valores espirituais e conseguir o discernimento cósmico por meio da sua vida experiencial pessoal, porque um espírito divino reside nele. Tais evoluções naturais da consciência e do carácter também foram incrementadas pela chegada periódica de instrutores da verdade, nos tempos antigos, desde o segundo Éden e, mais tarde, a partir da sede de Melquisedeque em Salém.

 

Milhares de anos antes de o evangelho de Salém penetrar no Egipto, os seus líderes morais ensinaram que se devia agir com justiça, com equanimidade, e que a avareza devia ser evitada. Três mil anos antes que fossem elaboradas as escrituras dos Hebreus, a máxima dos egípcios era: “Amadurecido é o homem que tem por modelo a retidão e que caminha de acordo com ela”. Eles ensinavam a doçura, a moderação, a discrição. A mensagem de um dos grandes instrutores dessa época foi: “Age com retidão e trata justamente a todos”. A tríade egípcia dessa idade era Verdade – Justiça - Retidão. De todas as religiões puramente humanas da Terra, nenhuma jamais ultrapassou os ideais sociais e a grandeza moral desse humanismo de outrora do vale do Nilo. No solo dessas ideias éticas e ideais morais em evolução, as doutrinas sobreviventes da religião de Salém floresceram. Os conceitos do bem e do mal encontraram pronta resposta nos corações de um povo que acreditava que “a vida é dada ao pacífico e a morte ao culpado”.“O pacífico é aquele que faz o que é amado; e o culpado é aquele que faz o que é odiado.” Por séculos, os habitantes do vale do Nilo haviam vivido sob esses padrões éticos e morais emergentes, antes que alimentassem os conceitos posteriores do certo e do errado – do bom e do mau. O Egipto era intelectual e moral, mas não tanto espiritual. Em seis mil anos, apenas quatro grandes profetas surgiram entre os egípcios. Seguiram Amenemope durante uma temporada, assassinaram Okhban, aceitaram Iknaton de coração fechado e por uma curta geração e rejeitaram Moisés.

 

Foram mais políticas do que religiosas as circunstâncias que novamente tornaram fácil para Abraão e, mais tarde, para José exercerem uma grande influência sobre todo o Egipto, em nome dos ensinamentos de um único Deus, vindos de Salém. Quando, porém, os missionários de Salém entraram no Egipto pela primeira vez, encontraram essa cultura de evolução altamente ética misturada aos padrões morais modificados dos imigrantes da Mesopotâmia. Esses instrutores iniciais do vale do Nilo foram os primeiros a proclamar a consciência como um mandato de Deus, a voz da Deidade.

 

AMENEMOPE


No devido tempo, cresceu no Egipto um mestre chamado por muitos de “filho do homem” e, por outros, de Amenemope. Esse vidente exaltou a consciência até ao seu mais elevado pináculo, a ponto de fazer dela o árbitro entre o certo e o errado; ensinou a punição para o pecado e proclamou a salvação mediante o chamamento da deidade solar. Amenemope ensinou que a riqueza e a fortuna eram dádivas de Deus, e esse conceito coloriu profundamente a filosofia dos Hebreus, que surgiria mais tarde. Esse nobre instrutor acreditava que a consciência de Deus era o fator determinante em toda a conduta; que cada momento deveria ser vivido na compreensão da presença de Deus e na responsabilidade para com Ele. Os ensinamentos desse sábio foram subsequentemente traduzidos para o hebraico e tornaram-se o livro sagrado daquele povo muito antes que o Antigo Testamento fosse reduzido a palavras escritas. A pregação principal desse bom homem tinha a ver com a instrução do seu filho na probidade e na honestidade, quando em posições governamentais de confiança; e esses nobres sentimentos de muito tempo atrás honrariam qualquer estadista moderno. Esse homem sábio do Nilo ensinou que “as riquezas criam asas e voam” – que todas as coisas terrenas são evanescentes. A sua grande prece era para que fosse “salvo do medo”. Ele exortou a todos para que fugissem “das palavras dos homens”, indo para “os atos de Deus”. Em resumo, ele ensinou: o homem propõe, mas Deus dispõe. Os seus ensinamentos, traduzidos para o hebraico, determinaram a filosofia do Livro de Provérbios do Antigo Testamento.

Traduzidos para o Grego, eles deram cor a toda a filosofia religiosa helénica subsequente. O filósofo alexandrino Filo, de dias posteriores, possuía uma cópia do Livro da Sabedoria.

 

Amenemope trabalhou para conservar a ética da evolução e a moral da revelação e, nos seus escritos, passou-as tanto aos Hebreus quanto aos Gregos. Ele não foi o maior dos mestres religiosos dessa época, mas foi o mais influente, no sentido de colorir posteriormente o pensamento de dois elos vitais para o crescimento da civilização ocidental. Os Hebreus, entre os quais a fé religiosa ocidental se desenvolveu até ao seu apogeu, e os Gregos, que desenvolveram o pensamento filosófico puro, que atingiu o seu mais alto ápice na Europa. No Livro dos Provérbios Hebreu, os capítulos 15, 17, 20 e, ainda, o capítulo 22, do versículo 17, até ao capítulo 24, versículo 22, são tirados, quase palavra por palavra do Livro da Sabedoria de Amenemope. O primeiro salmo do Livro dos Salmos Hebreu foi escrito por Amenemope e é o âmago dos ensinamentos de Iknaton.

 

IKNATON (EKENATON)


Os ensinamentos de Amenemope perdiam a sua atuação aos poucos sobre a mente egípcia, quando, por intermédio da influência de um médico egípcio, seguidor da doutrina de Salém, uma mulher da família real adotou os ensinamentos de Melquisedeque. Essa mulher convenceu o seu filho, Iknaton, faraó do Egipto, a aceitar essas doutrinas de um Deus único. Desde o desaparecimento de Melquisedeque na carne, nenhum ser humano, até aquele tempo, havia elaborado um conceito tão espantosamente claro da religião revelada de Salém quanto Iknaton.

 

Sob certos aspetos, esse jovem rei egípcio é uma das pessoas mais notáveis da história humana. Durante essa época de depressão espiritual crescente na Mesopotâmia, ele conservou viva a doutrina de El Elyon, o único Deus, no Egipto, mantendo assim o canal filosófico monoteísta, e isso foi vital para o suporte religioso da então futura auto-outorga de Michael (Jesus). E foi em reconhecimento a essa bravura, entre outras razões, que o Jesus criança foi levado para o Egipto, onde alguns dos sucessores espirituais de Iknaton o viram e, numa certa medida, compreenderam algumas etapas da sua missão divina na Terra.

 

Moisés, a maior figura que surgiu entre Melquisedeque e Jesus, foi uma dádiva conjunta ao mundo da raça hebraica e da família real egípcia. Se Iknaton houvesse possuído a versatilidade e a habilidade de Moisés e tivesse ele manifestado um génio político à altura da sua surpreendente liderança religiosa, o Egipto ter-se-ia transformado na grande nação monoteísta daquela idade. E se isso houvesse acontecido, é bem possível que Jesus pudesse ter vivido a maior parte da sua vida mortal no Egipto. Nunca, em toda a história, qualquer rei conseguiu metodicamente levar uma nação inteira do politeísmo ao monoteísmo, como o fez este extraordinário Iknaton. Com uma determinação espantosa, esse jovem governante rompeu com o passado, mudou o seu nome, abandonou a sua capital, construiu uma cidade inteiramente nova e criou uma nova arte e uma nova literatura para todo um povo. Mas ele andou depressa demais.

 

Ele construiu demais, mais do que podiam suportar, quando ele se fosse embora. E de novo, fracassou em prover a estabilidade material e a prosperidade do seu povo, o qual reagiu desfavoravelmente contra os seus ensinamentos religiosos, quando as ondas subsequentes de adversidade e de opressão se abateram sobre os egípcios. Diga-se, na verdade, que os seguidores e sacerdotes de Amon contribuíram, em muito, para a queda da doutrina de Iknaton.

 

Se este homem de visão surpreendentemente clara, e extraordinariamente concentrado num único propósito, tivesse a sagacidade política de Moisés, teria mudado toda a história da evolução da religião e da revelação da verdade no mundo ocidental. Durante a sua vida, ele foi capaz de refrear as atividades dos sacerdotes politeístas de Amon, mas eles mantiveram os seus cultos secretamente e lançaram-se à ação mal o jovem rei faleceu, deixando o poder, e então não tardaram em atribuir todos os problemas subsequentes do Egipto ao estabelecimento do monoteísmo durante o seu reino. Iknaton procurou, muito sabiamente, estabelecer o monoteísmo sob a aparência do deus-sol.

 

Essa decisão de colocar a adoração do Pai Universal abrangendo todos os deuses na adoração do Sol deveu-se ao conselho do médico Salemita. Iknaton pegou as doutrinas generalizadas da crença então existente em Aton, a respeito da paternidade e da maternidade da Deidade, e criou uma religião que reconhecia uma relação íntima de adoração entre o homem e Deus. Iknaton era sábio o suficiente para manter a adoração exterior de Aton, o deus-sol, enquanto conduzia os súbditos à adoração disfarçada do Único Deus, criador de Aton e Pai supremo de todos. Esse jovem instrutor-rei foi um escritor prolífico, sendo o autor da exposição intitulada “O Único Deus”, um livro de trinta e um capítulos, que os sacerdotes, quando voltaram ao poder, destruíram totalmente. Iknaton também escreveu cento e trinta e sete hinos, doze dos quais estão agora preservados no Livro dos Salmos do Antigo Testamento, de autoria creditada aos Hebreus.

 

A suprema palavra da religião de Iknaton, na vida diária, era “a retidão”, e ele expandiu

rapidamente o conceito do reto proceder, de modo a abranger tanto a ética internacional quanto a ética nacional. Essa foi uma geração de uma piedade pessoal surpreendente e foi caracterizada por uma genuína aspiração, entre os homens e as mulheres mais inteligentes, de encontrar Deus e de conhecê-Lo. Naqueles dias, a posição social ou a riqueza não davam ao egípcio quaisquer vantagens aos olhos da Lei. A vida da família no Egipto muito fez para preservar e aumentar a cultura moral e foi inspiração para a magnífica vida familiar posterior dos judeus na Palestina. A fraqueza fatal da pregação de Iknaton foi a sua maior verdade, o ensinamento de que Aton era não apenas o criador do Egipto, mas também do “mundo inteiro, dos homens e das bestas, e de todas as terras estrangeiras, mesmo da Síria e do Kush, além da terra do Egipto. Ele coloca a todos nos seus lugares e provê a todos segundo as suas necessidades”. Esses conceitos da Deidade eram superiores e elevados, mas não eram nacionalistas. Tais sentimentos de internacionalidade na religião fracassaram em aumentar o moral do exército egípcio no campo de batalha, mas deram aos sacerdotes armas eficientes para serem usadas contra o jovem rei e a sua nova religião. Ele tinha um conceito da Deidade muito mais elevado do que o dos Hebreus posteriores, mas era por demais avançado para servir aos propósitos do edificador de uma nação.

 

Embora o ideal monoteísta tenha sofrido com o desaparecimento de Iknaton, a ideia de um Deus Único perdurou nas mentes de muitos grupos. O genro de Iknaton voltou, juntamente com os sacerdotes, à adoração dos velhos deuses, e mudou o seu nome para Tutancâmon. A capital voltou para Tebas, e os sacerdotes enriqueceram com a terra, ganhando finalmente a posse de um sétimo de todo o Egipto; e pouco depois, um deles, dessa mesma ordem de sacerdotes, ousou tomar a coroa. Todavia, os sacerdotes não puderam vencer totalmente a onda monoteísta. Eles foram compelidos cada vez mais a combinar e a escrever hifenizando os nomes Hebreus dos seus deuses. E a família dos deuses diminuía cada vez mais. Iknaton havia associado o disco em chamas dos céus ao Deus criador, e essa ideia continuou a inflamar-se nos corações dos homens, e mesmo nos dos sacerdotes, muito tempo depois do passamento do jovem reformador.

 

Nunca o conceito do monoteísmo morreu nos corações dos homens, no Egipto e no mundo. Ele persistiu, mesmo, até à chegada do Filho Criador daquele mesmo Pai divino, o Deus único, a quem Iknaton havia proclamado com tanto zelo para a adoração de todo o Egipto. A fragilidade da doutrina de Iknaton repousa no facto de ele propor uma religião tão avançada que apenas os egípcios educados poderiam compreender os seus ensinamentos totalmente. A massa dos trabalhadores da agricultura nunca alcançou realmente os seus ensinamentos e estava, por isso, pronta para retornar, com os sacerdotes, à adoração antiga de Ísis e do seu consorte Osíris, que se supunha haver miraculosamente ressuscitado de uma morte cruel nas mãos de Set, o deus da escuridão e do pecado.

 

O ensinamento da imortalidade de todos os homens era por demais avançado para os egípcios. Apenas aos reis e aos ricos era prometida uma ressurreição, por isso eles embalsamavam e conservavam tão cuidadosamente os seus corpos em tumbas, para o dia do julgamento. Contudo, a democracia da salvação e da ressurreição ensinada por Iknaton finalmente prevaleceu, numa extensão tal que os egípcios, mais tarde, acreditaram na sobrevivência até de animais irracionais. Embora o esforço desse governante egípcio para impor a adoração de um único Deus ao seu povo pareça haver fracassado, deve ficar registado que as repercussões do seu trabalho perduraram por séculos, tanto na Palestina como na Grécia, e que o Egipto tornou-se, assim, o agente da transmissão da cultura evolucionária combinada do Nilo e da religião reveladora do Eufrates, para todos os povos ulteriores do Ocidente.

 

A glória dessa grande era de desenvolvimento moral e de crescimento espiritual, no vale do Nilo, estava em vias de um rápido desaparecimento, na época em que a vida nacional dos Hebreus começava, e, em consequência da sua permanência no Egipto, esses beduínos levaram consigo grande parte desses ensinamentos e perpetuaram grande parte da doutrina de Iknaton na sua religião racial.

 

NO IRÃO


Da Palestina, alguns dos missionários Melquisedeques atravessaram a Mesopotâmia e o grande planalto iraniano. Por mais de quinhentos anos, os instrutores de Salém progrediram no Irão, e toda a nação voltava-se para a religião Melquisedeque, quando uma mudança de governantes precipitou uma perseguição amarga que praticamente acabou com os ensinamentos monoteístas do culto de Salém. A doutrina da aliança com Abraão estava virtualmente extinta na Pérsia, quando, naquele grande século de renascimento moral, o sexto antes de Cristo, Zoroastro apareceu para reviver a chama quase extinta dos ensinamentos de Salém.

 

Esse fundador de uma nova religião foi um jovem viril e aventureiro que, na sua primeira peregrinação a Ur, na Mesopotâmia, havia aprendido sobre as tradições da rebelião de Caligástia (O Príncipe Planetário na altura) e de Lúcifer – bem como sobre muitas outras tradições –, que exerceram um forte apelo sobre a sua natureza religiosa. E assim, como resultado de um sonho, enquanto estava em Ur, ele estabeleceu o programa de retornar à sua casa ao norte e de realizar a remodelação da religião do seu povo. Havia assimilado a ideia hebraica de um Deus de justiça, o conceito mosaico da divindade. A ideia de um Deus supremo estava clara na sua mente e ele rebaixou todos os outros deuses à categoria de diabos, alinhando-os nas fileiras dos demónios dos quais havia ouvido falar na Mesopotâmia. Ele havia aprendido sobre a história dos Sete Espíritos Mestres, pois esta tradição ainda pairava em Ur, e, desse modo, criou uma galáxia de sete deuses supremos, com Ahura-Mazda à frente. A esses deuses subordinados, associou a idealização da Lei da Retidão, do Bom Pensamento, do Nobre Governo, do Santo Carácter, da Saúde e da Imortalidade. E essa nova religião era de ação – de trabalho –, não de preces e de

rituais. O seu Deus era um ser de suprema sabedoria e o patrono da civilização; era uma filosofia religiosa militante que ousava enfrentar o mal, a inação e o atraso.

 

Zoroastro não ensinou a adoração do fogo, mas procurou utilizar a chama como um símbolo do Espírito puro e sábio da dominação universal e suprema. (É bem verdade que os seus seguidores, posteriormente, não apenas reverenciaram esse fogo simbólico, mas adoraram-no.) Finalmente, com a conversão de um príncipe iraniano, essa nova religião espalhou-se por meio da espada. E Zoroastro morreu heroicamente numa batalha por tudo aquilo em que ele acreditava ser a “verdade do Senhor da Luz”. O zoroastrismo é o único credo Terrestre que perpetua os ensinamentos Dalamatianos e Edênicos sobre os Sete Espíritos Mestres.

 

Nota:

1- Ensinamentos Dalamatianos.

a) Pela primeira vez foi promulgado o conceito da Primeira Fonte e Centro pelos cem membros da equipe do Príncipe Caligástia (Príncipe planetário da Terra daquela altura que se rebelou juntamente com Lucífer). Essa revelação continuou por mais de 300.000 anos.

b) Veio a rebelião e a revelação praticamente se perdeu para todo o mundo.

c) Os homens vermelhos mantiveram uma concepção nebulosa do Grande Espírito e o contato com o

Cristianismo clarificou-a e reforçou-a.

2- Ensinamentos Edênicos.

Adão e Eva ilustraram pela segunda vez o conceito de “Pai de todos”. A dissolução do primeiro Éden

interrompeu a revelação. Os sacerdotes setitas continuaram com os ensinos promulgados por Adão. Por volta do ano 2500 a. C., a humanidade tinha perdido de vista, em grande parte, a revelação Adâmica.

 

Embora haja fracassado em fazer com que o conceito da Trindade evoluísse, de um certo modo, aproximou-se do conceito de Deus, o Séptuplo. O zoroastrismo original não era um dualismo puro, embora os ensinamentos iniciais pintassem o mal como uma coordenada temporal da bondade, estava ele submerso definitivamente na eternidade da realidade última do bem. Apenas em tempos posteriores é que a crença de que o mal e o bem lutavam em termos iguais ganhou crédito. As tradições judaicas do Céu e do Inferno, e a doutrina dos demónios, do modo como é registada nas escrituras hebraicas, ainda que fundada nas tradições correntes de Lúcifer e de Caligástia, derivaram principalmente dos zoroastrianos, durante os tempos em que os Judeus estavam sob o domínio político e cultural dos Persas.

 

Zoroastro, como os egípcios, ensinava sobre o “dia do julgamento”, no entanto, ele ligava esse evento ao fim do mundo. Mesmo a religião que sucedeu ao zoroastrismo na Pérsia foi influenciada por ele de um modo marcante. Quando os sacerdotes iranianos tentaram derrubar os ensinamentos de Zoroastro, fizeram por ressuscitar a antiga adoração a Mitra. E o mitraísmo espalhou-se por todo o Levante e pelas regiões mediterrânicas, sendo, por algum tempo, um contemporâneo tanto do Judaísmo quanto do Cristianismo. Os ensinamentos de Zoroastro chegaram, assim, a imprimir a sua influência sucessivamente sobre três grandes religiões: o Judaísmo, o Cristianismo e, por meio destes, o Islamismo. No entanto, há uma grande distância entre os ensinamentos elevados e os salmos nobres de Zoroastro e as perversões modernas do seu ensinamento, feitas pelos Persas, com o seu grande medo dos mortos, somado ao seu gosto das crenças nos sofismas, o qual Zoroastro jamais se dignou sequer a considerar.

 

Este grande homem foi um dos daquele grupo único que surgiu no sexto século antes de Cristo e que impediu que a luz de Salém fosse total e finalmente extinta, pois ela brilhava parcamente demais para mostrar ao homem, no seu mundo obscurecido, o caminho da luz que leva à vida eterna.

 

NA ARÁBIA


Os ensinamentos de Melquisedeque, de um único Deus, estabeleceram-se no deserto da Arábia, numa data relativamente recente. Na Grécia como na Arábia, os missionários de Salém fracassaram por causa da sua má compreensão das instruções de Maquiventa a respeito de um excesso de organização. Contudo, não foram impedidos, do mesmo modo, pela interpretação que fizeram da sua admoestação contra os esforços de expandir os ensinamentos por meio da força militar ou por obrigação imposta pelo governo civil. Nem mesmo na China ou em Roma os ensinamentos de Melquisedeque fracassaram mais completamente do que naquela região desértica tão próxima da própria Salém.

 

Muito depois de que a maioria dos povos do Oriente e do Ocidente se haviam transformado respetivamente em Budistas e Cristãos, o deserto da Arábia continuava como estivera por milhares de anos. Cada tribo adorava os seus antigos fetiches, e muitas famílias separadamente tinham os seus próprios deuses domésticos. Por muito tempo, a luta continuou entre a Ishtar babilónica, o Yavé hebreu, o Ahura iraniano e o Pai do Senhor Jesus Cristo dos Cristãos. Nunca um desses conceitos foi capaz de desalojar totalmente os outros.

 

Aqui e acolá, em toda a Arábia, havia famílias e clãs que se atinham à vaga ideia de um único Deus. Esses grupos prezavam muito as tradições de Melquisedeque, de Abraão, de Moisés e de Zoroastro. Havia numerosos centros que poderiam sensibilizar-se com o evangelho de Jesus, mas os missionários cristãos das terras do deserto eram grupos austeros e inflexíveis demais, ao contrário dos missionários inovadores que funcionavam nos países do Mediterrâneo e que aceitavam mais facilmente as concessões. Se os seguidores de Jesus tivessem levado mais a sério a exortação feita por ele: “ide a todo o mundo e pregai o evangelho”, e tivessem eles sido mais afáveis naquelas pregações, menos restritivos nas exigências sociais paralelas inventadas por eles próprios, e, então, muitas terras teriam recebido com entusiasmo e alegria o evangelho simples do filho do carpinteiro, e a Arábia estaria entre elas. A despeito do facto de que os grandes monoteísmos do Oriente tivessem falhado em deixar raízes na Arábia, essa terra desértica foi capaz de produzir uma fé que, apesar de menos exigente nos seus quesitos sociais, era, contudo, monoteísta. Havia apenas um fator de natureza tribal, racial ou nacional nas crenças primitivas e desorganizadas do deserto, e que foi o respeito peculiar e geral que quase todas as tribos árabes gostavam de prestar ao fetiche de uma certa pedra negra, num certo templo, em Meca. Esse ponto comum de contacto e de reverência, subsequentemente, levou ao estabelecimento da religião Islâmica. O que Yavé, o espírito do vulcão, era para os semitas judeus, a pedra de Kaaba tornou-se para os seus primos árabes.

 

A força do Islão tem sido a sua apresentação clara e bem definida de Alá como a sua e a única Deidade; a sua fraqueza é o uso da força militar para a sua difusão e promulgação, junto com a degradação da mulher. Mas essa fé tem sido fiel à sua apresentação de uma Única Deidade Universal entre todas, aquele “que conhece o invisível e o visível; Ele que é o misericordioso e cheio de compaixão”. “Verdadeiramente Deus é generoso e abundante na sua bondade para com todos os homens.” E, quando estou doente, é ele que me cura.” “Pois, quando três homens falam juntos, Deus está presente como um quarto”, pois não é ele “o primeiro e o último, e também o aparente e o oculto”?

 

Ao conceber a Deidade, o homem primeiro inclui todos os deuses, em seguida subordina todos os deuses estrangeiros à sua deidade tribal, e finalmente elimina todos, exceto aquele Deus de valor supremo e final. Os judeus sintetizaram todos os deuses no seu conceito mais sublime do Senhor Deus de Israel. Do mesmo modo, os indianos combinaram as suas deidades múltiplas “em uma espiritualidade única dos deuses”, retratada no Rig-Veda, ao passo que os mesopotâmicos reduziram os seus deuses ao conceito mais centralizado de Bel- Marduk. Essas ideias do monoteísmo amadureceram em todo o mundo, não muito depois do aparecimento de Maquiventa Melquisedeque em Salém, na Palestina. Todavia, o conceito da Deidade, feito por Melquisedeque, era diferente daquele conceito tecido por inclusão, por subordinação e por exclusão, da filosofia evolucionária; era baseado exclusivamente no poder criador, e logo influenciou os conceitos mais elevados de deidade da Mesopotâmia, da Índia e do Egipto.

 

A religião de Salém foi reverenciada como uma tradição pelos Quenitas e por várias outras tribos de Cananeus. E este foi um dos intuitos da encarnação de Melquisedeque: que a religião de um só Deus fosse cultivada, como preparação para o caminho da auto-outorga, na Terra, de um Filho daquele Deus único. A componente da Trindade de Deus, o Filho, dificilmente poderia vir à Terra sem que existissem povos que acreditassem no Pai Universal, entre os quais Ele pudesse surgir. A religião de Salém sobreviveu como uma crença entre os Quenitas, na Palestina, e essa religião, do modo como foi posteriormente adotada pelos Hebreus, foi influenciada inicialmente pelos ensinamentos morais egípcios. Mais tarde, pelo pensamento teológico da Babilónia e, finalmente, pelas concepções iranianas do bem e do mal. De facto, a religião dos Hebreus fundamenta-se na aliança entre Abraão e Maquiventa Melquisedeque, mas, sendo evolucionária, cresceu de muitas circunstâncias devidas a situações singulares e, culturalmente, apropriou-se livremente das religiões, da moralidade e da filosofia de todo o Levante. É por

intermédio da religião dos Hebreus que grande parte da moralidade e do pensamento religioso do Egipto, da Mesopotâmia e do Irão foi transmitida aos povos ocidentais.

 

Todas as religiões modernas têm errado seriamente na tentativa de interpretar como miraculosas algumas épocas de história humana. Ainda que seja verdade que Deus tem muitas vezes metido a mão de Pai com intervenções providenciais, na corrente dos assuntos humanos, é um erro encarar os dogmas teológicos e a superstição religiosa como uma sedimentação supranatural que tenha surgido por uma ação miraculosa. Os autores do Novo Testamento e os escritores Cristãos posteriores complicaram ainda mais a distorção da história dos Hebreus pelas suas tentativas bem-intencionadas de considerarem os profetas Judeus como transcendentais. A História Hebraica tem sido explorada desastrosamente e convertida numa ficção da história sagrada emaranhada a conceitos morais e aos ensinamentos religiosos das nações chamadas Cristãs.

 

Um estudo dos pontos altos da história Hebraica ilustra como os factos em arquivo foram adaptados pelos sacerdotes Judeus de modo a transformar a história secular do seu povo numa história fictícia e sagrada. Há muito tempo que deixaram de ser os portadores espirituais da verdade divina para as raças da humanidade.

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