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quinta-feira, 14 de julho de 2016


Breve sinopse sobre as Religiões – Parte X (As restantes são derivações destas grandes religiões principais)

 

 

 

A LUTA PELA VERDADE NA CHINA

 

Imagem de Tao

 

Enquanto os missionários de Salém percorriam a Ásia, disseminando a doutrina do Deus Altíssimo e da salvação pela fé, eles absorveram muito da filosofia e do pensamento religioso dos vários países que atravessavam. Contudo, os instrutores encarregados por Melquisedeque e os seus sucessores não falharam na sua missão; eles tiveram penetração entre todos os povos do continente eurasiático; e foi no meio do segundo milénio antes de Cristo que chegaram à China.

 

Durante mais de cem anos, os Salemitas mantiveram a sua sede em Si Fuch, treinando ali os instrutores chineses que ensinaram em todos os locais de domínio da raça amarela. Foi em consequência direta desse ensinamento que surgiu, na China, a forma inicial de Taoísmo, uma religião totalmente diferente da que leva esse nome hoje. O taoísmo inicial ou o proto-taoísmo era um composto dos fatores seguintes:

 

1. Os ensinamentos remanescentes de Singlangton (Líder e um grande professor da raça amarela que foi o primeiro dos homens amarelos a ensinar a adoração da "Verdade Única."), que persistiram na concepção de Shang-ti, o Deus dos Céus. Nos tempos de Singlangton, o povo chinês tornou-se virtualmente monoteísta; concentrou a sua adoração na Verdade Única, mais tarde conhecida como o Espírito do Céu, o governante do universo. E a raça amarela nunca se perdeu totalmente dessa concepção inicial da Deidade, se bem que, nos séculos posteriores, muitos deuses e espíritos subordinados se tenham infiltrado sub-repticiamente na sua religião.

2. A religião de Salém, com uma Deidade Altíssima Criadora, que outorgaria o seu favorecimento à humanidade em resposta à fé do homem. Todavia, é também muito verdadeiro que, à época em que os missionários de Melquisedeque haviam penetrado nas terras da raça amarela, a sua mensagem original tinha-se distanciado consideravelmente das doutrinas simples de Salém dos dias de Maquiventa.

3. O conceito do Braman-Absoluto dos filósofos indianos, somado aos desejos de escapar de todo o mal. A maior influência externa para a disseminação da religião de Salém até ao leste, talvez tenha sido exercida pelos educadores indianos da fé védica, que injetaram a sua concepção do Braman – o Absoluto – no pensamento salvacionista dos Salemitas (missionários de Salém). Essa crença composta espalhou-se pelas terras da raça amarela e das raças morenas, como uma influência subjacente no pensamento religioso-filosófico. No Japão, esse proto-taoísmo ficou conhecido como Xintoísmo


 

e nesse país, muito distante de Salém da Palestina, os povos aprenderam sobre a encarnação de Maquiventa Melquisedeque, que habitou na terra para que a humanidade não se esquecesse de Deus.

 

Na China, todas essas crenças foram confundidas, mais tarde, e se compuseram com o culto sempre em crescimento da adoração dos ancestrais. Contudo, desde a época de Singlangton, os chineses nunca mais caíram numa escravidão desamparada aos rituais sacerdotais. A raça amarela foi a primeira a emergir da servidão bárbara e a entrar na civilização da ordem organizada, porque foi a primeira a alcançar, em alguma medida, a liberdade do medo abjecto dos deuses, não temendo nem mesmo os fantasmas dos mortos, como outras raças temeram. A China encontrou a sua derrota, porque ela não teve êxito em progredir para além da sua primeira emancipação dos sacerdotes; e caiu num erro igualmente calamitoso, a adoração dos ancestrais.

 

Entretanto, os Salemitas não trabalharam em vão. Foi sobre os fundamentos do seu evangelho que os grandes filósofos da China do sexto século elaboraram os seus ensinamentos. A atmosfera moral e os sentimentos espirituais dos tempos de Lao-Tsé e de Confúcio vieram a partir dos ensinamentos dos missionários de Salém de uma idade anterior.

 

LAO-TSÉ E CONFÚCIO


 

Cerca de seiscentos anos antes da chegada de Michael (Jesus), Melquisedeque, que há muito já havia partido da vida na carne, teve a impressão de que a pureza do seu ensinamento na Terra estava a ser perigosamente ameaçada pela absorção geral nas crenças antigas da Terra. Pareceu, por um tempo, que a sua missão como precursor de Michael poderia estar em perigo de falhar. E, no sexto século antes de Cristo, por intermédio de uma coordenação excecional de agentes espirituais, dos quais nem todos são compreendidos mesmo pelos supervisores planetários, a Terra presenciou uma apresentação muito inusitada de verdades religiosas sob formas múltiplas.

 

Por meio da atuação de vários educadores humanos, o evangelho de Salém foi reafirmado e revitalizado e, como foi então apresentado, grande parte sobreviveu até aos tempos destes documentos atuais (Livro de Urântia). Esse século singular de progresso espiritual foi caracterizado por grandes educadores religiosos, morais e filosóficos em todo o mundo civilizado. Na China, os dois instrutores de maior destaque foram Lao-Tsé e Confúcio. Lao-Tsé edificou o seu pensamento diretamente sobre os conceitos das tradições de Salém, quando declarou que o Tao era a Causa Primeira Una de toda a criação. Lao era um homem de grande visão espiritual. Ele ensinou que “o destino eterno do homem era a união perpétua com o Tao, o Deus Supremo e Rei Universal”. A sua compreensão da causa última foi muito profunda, pois escreveu: “A Unidade surge do Tao Absoluto, e da Unidade surge a Dualidade cósmica e, dessa Dualidade, a Trindade vem à existência, e a Trindade é a fonte primordial de toda a realidade”. “Toda a realidade equilibra-se sempre entre os potenciais e os factuais do cosmo, e estes estão eternamente harmonizados pelo espírito da divindade.”

 

Lao-Tsé também foi um dos primeiros a apresentar a doutrina do fazer o bem em retribuição ao mal: “A bondade engendra a bondade, mas, para aquele que é verdadeiramente bom, o mal também gera a bondade”. Ele ensinou que a criatura retorna ao Criador e descreveu a vida como a emergência de uma personalidade a partir dos potenciais cósmicos, enquanto a morte equivalia ao retorno para o lar da personalidade dessa criatura. O seu conceito da verdadeira fé era incomum, e ele também a comparava à “atitude de uma criancinha”. A sua compreensão do propósito eterno de Deus era clara, pois ele disse: “A Deidade Absoluta não se esforça em lutas, contudo, é sempre vitoriosa; não força a humanidade, mas permanece sempre pronta para responder aos seus desejos verdadeiros; a vontade de Deus é eterna em paciência e perene na inevitabilidade da sua expressão”. E, sobre o verdadeiro religioso, ele disse, expressando a verdade de que dar é mais abençoado do que receber: “O homem bom procura não reter a verdade para si próprio, antes, ele intenta passar essas riquezas aos seus semelhantes, pois isso é a realização da verdade. A vontade do Deus Absoluto sempre beneficia, nunca destrói; o propósito do verdadeiro crente é sempre agir, e nunca coagir”. Lao ensinou a não-resistência; e a distinção que fez entre a ação e a coerção mais tarde perverteu-se nas crenças que defendem “nada ver, nada fazer e nada pensar”. Lao, porém, nunca ensinou esse erro, embora a sua apresentação da não-resistência haja sido um fator para o desenvolvimento posterior das predileções pacíficas dos povos chineses. Contudo, o popular Taoísmo do século vinte, na Terra, pouco tem em comum com os sentimentos sublimes e os conceitos cósmicos do antigo filósofo, que ensinou a verdade como ele a percebia, e que era: a fé no Deus Absoluto é a fonte da energia divina que irá reconstruir o mundo, e com a qual o homem ascende até a união espiritual com o Tao, a Deidade Eterna e o Criador Absoluto dos universos.

 

Confúcio (Kung Fu-tze) foi um contemporâneo mais jovem de Lao, na China do sexto século. Confúcio baseou as suas doutrinas nas melhores tradições morais da longa história da raça amarela e foi influenciado também, de um certo modo, pelo remanescente das tradições dos missionários de Salém. O seu trabalho principal consistiu na compilação do que diziam sabiamente os antigos filósofos. Ele foi um instrutor rejeitado durante o tempo em que viveu, mas os seus ensinamentos e escritos, desde então, exerceram uma grande influência na China e no Japão. Confúcio estabeleceu uma nova atitude para os xamãs, quando ele colocou a moralidade no lugar da magia. Todavia, ele construiu demasiado bem; fez da ordem um novo fetiche e instituiu um respeito pela conduta ancestral, que era ainda venerada pelos chineses na época em que estes documentos eram escritos. Confúcio pregava sobre a moralidade, baseado na teoria de que o caminho terrestre era a sombra distorcida do caminho celeste; de que o modelo verdadeiro da civilização temporal é a imagem refletida da ordem celeste eterna. O conceito potencial de Deus, no confucionismo, era quase completamente subordinado à ênfase colocada no Caminho Celeste, o arquétipo do cosmo.

 

Os ensinamentos de Lao foram perdidos por todos, exceto por uns poucos no Oriente, mas os escritos de Confúcio têm-se constituído sempre, desde então, na base do contexto moral da cultura de quase uma terça parte dos humanos terrestres. Esses preceitos de Confúcio, que perpetuam o melhor do passado, foram, de algum modo, inimigos da própria natureza chinesa de indagação mental, que havia já realizado tantos e tão venerados feitos. A influência dessas doutrinas foi combatida sem êxito, tanto pelos esforços imperiais de Chin Shih Huang Ti, quanto pelos ensinamentos de Mo Ti, que proclamaram uma irmandade fundada não no dever ético, mas no amor de Deus. Ele procurou reestimular a antiga busca pela nova verdade, mas os seus ensinamentos fracassaram diante da oposição vigorosa dos discípulos de Confúcio. Como muitos outros instrutores morais e espirituais, tanto Confúcio quanto Lao-Tsé foram finalmente deificados pelos seus seguidores, naquelas épocas de trevas espirituais na China, as quais ocorreram entre o declínio e o desvirtuamento da fé Taoísta e a vinda dos missionários budistas da Índia.

 

Durante esses séculos, espiritualmente decadentes, a religião da raça amarela degenerou-se numa teologia lamentável, em que formigavam diabos, dragões e espíritos malignos, todos denotando o retorno dos temores da mente mortal não iluminada. E a China, que estivera à frente da sociedade humana por causa de uma religião avançada, caiu então para a retaguarda, por causa de uma incapacidade temporária de progredir no caminho verdadeiro do desenvolvimento daquela consciência de Deus, indispensável ao verdadeiro progresso, não apenas do indivíduo mortal, mas também das civilizações intrincadas e complexas, típicas do avanço da cultura e da sociedade num planeta evolucionário do tempo e do espaço.

 

GAUTAMA SIDARTA (Buda)


 

Outro grande instrutor da verdade surgiu na Índia, contemporâneo de Lao-Tsé e de Confúcio na China. Gautama Sidarta nasceu no sexto século antes de Cristo, na província do Nepal, no norte da Índia. Os seus seguidores, mais tarde, fizeram transparecer que ele era o filho de um governante fabulosamente rico, mas, na verdade, ele era o aparente herdeiro ao trono do chefe de uma pequena tribo e que, por tolerância desta, governava um pequeno e recluso vale nas montanhas ao sul do Himalaia. Gautama, depois de seis anos de práticas inúteis de ioga, formulou aquelas teorias que se transformaram na filosofia do budismo. Sidarta travou uma luta determinada, mas infrutífera, contra o sistema de castas que crescia. Havia uma sinceridade sublime e uma singular ausência de egoísmo nesse jovem príncipe profeta, que foi de grande apelo para os homens daqueles dias. Ele refreou a prática da busca individual da salvação por meio das aflições físicas e da dor pessoal. E exortou os seus seguidores a levar o seu evangelho a todo o mundo. No meio da confusão e das práticas extremas, nos cultos da Índia, os ensinamentos mais sadios e moderados de Gautama vieram como um bálsamo de alívio. Ele denunciou deuses, sacerdotes e os seus sacrifícios, mas também não percebeu a personalidade do Um Universal. Não acreditando na existência de almas individuais humanas, Gautama travou, por isso, uma luta valente contra a crença, tradicionalmente honrada, na transmigração da alma.

 

Fez um esforço nobre para libertar os homens do medo, para fazê-los sentirem-se com segurança e conforto e em casa, no grande universo, mas, novamente, ele não conseguiu mostrar-lhes o caminho daquele lar real e superno dos mortais ascendentes – o Paraíso – e do serviço crescente a ser feito na existência eterna.

 

Gautama foi um verdadeiro profeta e, houvesse ele dado atenção às instruções do eremita Godad, teria podido elevar toda a Índia pela inspiração do renascimento do evangelho de Salém de salvação pela fé. Godad descendia de uma família que nunca havia perdido de vista as tradições dos missionários de Melquisedeque. Gautama fundou a sua escola em Benares e, durante o seu segundo ano, um aluno, Bautan, transmitiu ao seu mestre as tradições dos missionários de Salém, sobre a aliança de Melquisedeque com Abraão; e, se bem que Sidarta não tivesse tido um conceito muito claro sobre o Pai Universal, ele adotou uma posição avançada sobre a salvação por meio da fé – a simples crença. Ele assumiu-a perante os seus seguidores e começou a enviar os seus alunos, em grupos de sessenta, para proclamar ao povo da Índia “as boas-novas da salvação livre; e de que todos os homens, humildes ou elevados, podem alcançar a bênção por meio da fé na retidão e na justiça”. A esposa de Gautama acreditava no evangelho do seu marido e foi a fundadora de uma ordem de freiras. O seu filho tornou-se o seu sucessor e difundiu em muito o culto; ele captou a nova ideia da salvação por meio da fé, mas, nos seus últimos anos, ele hesitou com respeito ao evangelho de Salém, de que o favor divino vem por meio da fé em si, e, na velhice, as suas palavras, ao morrer, foram: “Sede vós próprios os artesãos da vossa salvação”. O evangelho de Gautama, para a salvação universal, quando proclamado pelo que tem de melhor, livre de sacrifícios, de tortura, de rituais e de sacerdotes, foi uma doutrina revolucionária e surpreendente para o seu tempo. E chegou incrivelmente próximo de representar um renascimento do evangelho de Salém.

 

Socorreu a milhões de almas em desespero e, apesar das alterações grotescas que sofreu nos últimos séculos, ainda persiste como a esperança de milhões de seres humanos. Sidarta ensinou muito mais sobre a verdade do que aquilo que sobreviveu nos cultos modernos que levam o seu nome. O Budismo moderno não representa os ensinamentos de Gautama Sidarta mais do que o Cristianismo representa os ensinamentos de Jesus de Nazaré.

 

Depois de Iknaton, no Egipto, Asoka foi um dos mais notáveis governantes civis da época entre Melquisedeque e a vinda de Michael. Asoka construiu um grande império indiano, graças à propaganda dos seus missionários budistas. Durante um período de vinte e cinco anos, ele treinou e enviou mais de dezassete mil missionários às fronteiras mais distantes de todo o mundo conhecido. Durante o período de uma geração, ele fez do Budismo a religião dominante em metade do mundo. Logo estava estabelecido no Tibete, em Kashmira, no Ceilão, na Birmânia, em Java, na Tailândia, na Coreia, na China e no Japão. E, de modo geral, era uma religião muito superior àquelas que suplantou ou melhorou. A difusão do budismo, do seu lar na Índia até toda a Ásia, é uma das histórias mais palpitantes de devoção espiritual e de persistência missionária de religiosos sinceros. Aqueles que ensinavam o evangelho de Gautama, não apenas desbravaram os perigos dos caminhos terrestres das caravanas, como enfrentaram os perigos dos mares da China, ao prosseguirem na sua missão no continente asiático, levando a todos os povos a mensagem da sua fé. Mas esse budismo não era mais a doutrina simples de Gautama; era o evangelho tornado miraculoso que fez dele um deus. E, quanto mais o budismo se distanciava do seu berço, nas terras altas da Índia, mais diferente dos ensinamentos de Gautama ele ficava e, cada vez mais se assemelhava às religiões que suplantava. O Budismo, mais tarde, foi muito afetado pelo Taoísmo, na China, pelo Xintoísmo, no Japão, e pelo Cristianismo, no Tibete. Após mil anos, o Budismo, na Índia, simplesmente definhou

e expirou. Tornou-se bramanizado e rendeu-se de modo abjeto ao Islão, enquanto, em grande parte do resto do Oriente, degenerou num ritual que Gautama Sidarta jamais reconheceria.

 

No sul, o estereótipo fundamentalista dos ensinamentos de Sidarta continuou no Ceilão, na Birmânia e na península da Indochina. Essa é a divisão Hinayana do Budismo, que se atém mais à doutrina inicial ou associal. Contudo, mesmo antes do seu colapso na Índia, os grupos chineses e norte-indianos de seguidores de Gautama haviam começado o desenvolvimento do ensinamento Mahayana do “Grande Caminho” da salvação, em contraste com os puristas do sul, que se mantiveram no Hinayana, ou no “Caminho Menor”. E esses mahayanistas desprenderam-se das limitações sociais inerentes à doutrina budista, e, desde então, essa divisão do Budismo do norte continuou a evoluir na China e no Japão. O budismo é uma religião viva e em crescimento hoje, porque tem êxito em conservar muitos dos valores morais mais elevados dos que aderiram a ela. Proporciona calma e autocontrolo, aumenta a serenidade e a felicidade e faz muito para impedir a tristeza e a aflição. Aqueles que acreditam nessa filosofia vivem vidas melhores do que muitos que não creem nela.

 

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