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sexta-feira, 15 de julho de 2016


Breve sinopse sobre as Religiões – Parte XI (As restantes são derivações destas grandes religiões principais)

 

A RELIGIÃO NO TIBETE


 

No Tibete, pode ser encontrada a mais estranha associação de ensinamentos de

Melquisedeque, combinados com o Budismo, o Hinduísmo, o Taoísmo e o Cristianismo.
Quando os missionários budistas entraram no Tibete, encontraram um estado de selvageria primitiva muito similar àquele que os primeiros missionários cristãos encontraram nas tribos nórdicas de Europa.


Esses tibetanos de mente simples não queriam abandonar completamente a sua antiga magia e os seus encantos. Um estudo dos cerimoniais religiosos dos rituais tibetanos atuais revela a existência de uma irmandade exageradamente numerosa de sacerdotes com cabeças rapadas, que praticam um ritual elaborado, que abrange sinos, cantos, incenso, procissões, rosários, imagens, encantamentos, figuras, água benta, vestes vistosas e coros elaborados. Eles têm dogmas rígidos e credos cristalizados, rituais místicos e jejuns especiais. A sua hierarquia abrange monges, freiras, abades e o Grande Lama. Eles rezam para os anjos, os santos, uma Mãe Sagrada e para os deuses. Praticam a confissão e acreditam no purgatório. Os seus monastérios são extensos e as suas catedrais, magníficas. Eles mantêm uma repetição sem fim de rituais sagrados e acreditam que essas cerimónias conferem a salvação. As suas preces são amarradas a uma roda que, quando gira, todos acreditam que os seus pedidos se tornam eficazes. Junto a nenhum outro povo dos tempos modernos pode ser encontrada a observância de tantas coisas, de tantas religiões; e é inevitável que uma liturgia de um tal modo cumulativa se torne exageradamente embaraçosa e intoleravelmente pesada. Os tibetanos têm algo de todas as religiões principais do mundo, excepto os ensinamentos simples do evangelho de Jesus: a filiação a Deus, e a irmandade dos homens, e a cidadania sempre ascendente no universo eterno.

 

O CONCEITO DE DEUS NO BUDISMO

 

A cosmologia do Budismo tinha dois pontos fracos: a sua contaminação pelas muitas superstições da Índia e da China, e a sublimação que fez de Gautama, primeiro, o iluminado, e, depois, o Eterno Buda. Do mesmo modo que o Cristianismo sofreu com a absorção de muitas coisas erróneas da filosofia humana, o Budismo também traz a sua marca humana. Contudo, os ensinamentos de Gautama continuaram a evoluir durante os últimos dois milénios e meio. O conceito de Buda, para um budista esclarecido, não representa mais a personalidade humana de Gautama do que, para um cristão esclarecido, o conceito de Jeová é idêntico ao espírito demoníaco de Horeb (Horeb – Montanha onde Moisés recebeu os 10 mandamentos. Também Monte Sinai).

 

A pobreza da terminologia, juntamente com a manutenção sentimental de uma nomenclatura antiga, impede muitas vezes de compreender o verdadeiro significado da evolução dos conceitos religiosos. Gradualmente, o conceito de Deus, como um contraste do Absoluto, começou a aparecer no Budismo. As suas fontes remontam aos primeiros tempos em que os seguidores do Caminho Menor se diferenciaram dos do Caminho Maior. Foi no meio dessa última divisão do Budismo que a concepção dual de Deus e do Absoluto finalmente amadureceu. Passo a passo, século após século, o conceito de Deus evoluiu, com os ensinamentos de Ryonin, Honen Shonin, e Shinran no Japão, até que esse conceito finalmente veio a frutificar na crença de Amida Buda.

 

Entre esses crentes, é ensinado que a Alma, ao experimentar a morte, pode escolher desfrutar de uma estadia no Paraíso antes de entrar no Nirvana, o estado último da existência. Proclama-se que essa nova salvação é alcançada pela fé nas misericórdias divinas e por meio do cuidado amoroso de Amida, Deus do Paraíso, no Ocidente. Na sua filosofia, os amidistas atêm-se a uma Realidade Infinita que está além de toda a compreensão finita dos mortais; na sua religião, eles aderem à fé no todo misericordioso Amida, que ama o mundo a ponto de não suportar que nenhum mortal, que faça um apelo ao seu nome com uma fé sincera e com um coração puro, deixe de obter a felicidade superna do Paraíso. A grande força do Budismo vem do facto de que aqueles que aderem a ele estão livres para escolher a verdade de todas as religiões; essa liberdade de escolha raramente caracterizou qualquer fé terrena. A seita Shin, do Japão, quanto a isso, tornou-se um dos grupos religiosos mais progressistas no mundo; ela reviveu o antigo espírito missionário dos seguidores de Gautama e começou a enviar instrutores até outros povos. Essa vontade de adotar a verdade de toda e qualquer fonte é, de facto, uma tendência recomendável que surge entre os crentes religiosos durante a primeira metade do século vinte após Cristo.

 

O próprio Budismo está a passar por um renascimento no século vinte. Por meio do contacto com o Cristianismo, os aspetos sociais do Budismo foram muito engrandecidos. O desejo de aprender voltou aos corações dos monges da irmandade, e a difusão da educação, nessa comunidade de fé, irá certamente provocar novos avanços na evolução religiosa. Neste momento uma grande parte da Ásia mantinha as suas esperanças no Budismo. Irá essa nobre fé, que tão valentemente perdurou atravessando as idades das trevas no passado, receber, uma vez mais, a verdade das realidades cósmicas expandidas, tal como os discípulos do grande educador da Índia, certa vez, ouviram a sua proclamação da nova verdade? Essa fé antiga, uma vez mais, responderá ao estímulo revigorante da apresentação dos novos conceitos de Deus e do Absoluto, pelos quais procurou por tanto tempo?

 

Toda a Terra aguarda a proclamação da mensagem enobrecedora de Michael (Jesus), livre das doutrinas e dos dogmas acumulados por dezanove séculos de contacto com as religiões de origem evolucionária. É chegada a hora de apresentar ao Budismo, ao Cristianismo, ao Hinduísmo, e a todos os povos de todas as fés, não mais um evangelho sobre Jesus, mas a realidade viva e espiritual do evangelho de Jesus.

 

Do mesmo modo que a Índia deu origem a muitas religiões e filosofias da Ásia Oriental, também o Levante foi o berço das fés do mundo ocidental. Os missionários de Salém espalharam-se por todo o sudoeste da Ásia, pela Palestina, Mesopotâmia, Egipto, Irão e Arábia, proclamando, em toda a parte, as boas-novas do evangelho de Maquiventa Melquisedeque. Em algumas dessas terras, os seus ensinamentos deram fruto; noutras, obtiveram êxitos diferentes. Algumas vezes, os seus fracassos foram devidos à falta de sabedoria; outras, a circunstâncias além do seu controlo.

 

NA MESOPOTÂMIA


Por volta de 2 000 a.C., as religiões da Mesopotâmia estavam quase inteiramente perdidas dos ensinamentos dos setitas e sob uma ampla influência das crenças primitivas de dois grupos de invasores: o dos semitas beduínos, que se haviam infiltrado, vindos do deserto ocidental, e o dos cavaleiros bárbaros, que haviam descido do norte. Contudo, o costume dos primeiros povos adamitas de honrar o sétimo dia da semana nunca desapareceu completamente na Mesopotâmia. Apenas, durante a era de Melquisedeque, o sétimo dia era considerado o pior para a má sorte; e, sendo dominado pelos tabus, era fora da lei sair numa viagem, cozinhar ou fazer uma fogueira, nesse funesto sétimo dia. Os judeus levaram para a Palestina muitos dos tabus da Mesopotâmia, que eles haviam encontrado na Babilónia, sobre a observância do sétimo dia, o Sábado.

 

Embora os educadores de Salém tenham feito muito para refinar e para elevar as religiões da Mesopotâmia, eles não tiveram êxito em levar os vários povos ao reconhecimento permanente do Deus único. Esse ensinamento ganhou ascendência por mais de cento e cinquenta anos, e então, gradualmente, cedeu lugar à crença mais antiga numa multiplicidade de deidades. Os educadores de Salém reduziram, em muito, o número de deuses da Mesopotâmia, reduzindo, ao mesmo tempo, as deidades principais a sete: Bel, Shamash, Nabu, Anu, Ea, Marduk e Sin. No auge do novo ensinamento, eles haviam exaltado três desses deuses em supremacia sobre todos os outros, a tríade da Babilónia: Bel, Ea, e Anu, deuses da terra, do mar e do céu. Outras tríades ainda surgiram em localidades diferentes, todas remanescentes dos ensinamentos dos anditas e dos sumérios sobre a trindade e baseadas na crença dos Salemitas na insígnia dos três círculos de Melquisedeque. Os educadores de Salém nunca superaramtotalmente a popularidade de Ishtar   a mãe dos deuses e o espírito da fertilidade sexual.  

 

Muito fizeram para refinar a adoração dessa deusa, mas os babilónios e os seus vizinhos nunca tinham abandonado completamente as suas formas disfarçadas de culto do sexo. Havia-se tornado uma prática universal, em toda a Mesopotâmia, para todas as mulheres, submeter-se, pelo menos uma vez, na sua juventude, ao abraço de estranhos; isso era considerado uma devoção requerida por Ishtar, e acreditava-se que a fertilidade dependia muito desse sacrifício sexual.

 

O progresso inicial do ensinamento de Melquisedeque foi altamente gratificante, até que Nabodad, o líder da escola em Kish, decidiu realizar um ataque organizado às práticas prevalecentes de prostituição nos templos. Os missionários de Salém, no entanto, viram fracassarem os seus esforços de fazer essa reforma social e, nos destroços desse fracasso, os mais importantes de todos os seus ensinamentos espirituais e filosóficos também caíram derrotados. Essa derrota do evangelho de Salém foi seguido imediatamente de um grande aumento do culto de Ishtar, um ritual que já havia invadido a Palestina, sob o nome de Ashtoreth, o Egipto, sob o de Ísis, a Grécia, sob o de Afrodite, e as tribos do norte, sob o nome de Astarte. E foi em consequência desse recrudescimento da adoração de Ishtar que os sacerdotes babilónicos voltaram novamente a sondar as estrelas; a Astrologia experimentou o seu grande renascimento na Mesopotâmia, a leitura da sorte voltou a estar em voga e, durante séculos, o sacerdócio deteriorou-se cada vez mais.

 

Melquisedeque havia prevenido os seus seguidores para que ensinassem sobre o único Deus, o Pai e Criador de tudo, e para que pregassem apenas o evangelho do favorecimento divino, por intermédio exclusivamente da fé. Todavia, frequentemente, foi um erro dos instrutores da nova verdade tentar ir muito adiante e suplantar a lenta evolução pela revolução súbita. Os missionários de Melquisedeque na Mesopotâmia elevaram o padrão moral a um ponto alto demais para o povo; foram longe demais, e a sua nobre causa foi derrotada. Eles tinham por missão pregar um evangelho definido, proclamar a verdade da realidade do Pai Universal, mas enredaram-se na causa aparentemente meritória de reformar os costumes e, assim, a sua grande missão desviou-se e perdeu-se na frustração e no esquecimento. Em apenas uma geração, a sede de Salém em Kish chegou ao fim, e a propaganda da crença num único Deus cessou virtualmente em toda a Mesopotâmia. No entanto, os remanescentes das escolas de Salém sobreviveram. Pequenos grupos espalhados aqui e ali continuaram a sua crença no criador único e lutaram contra a idolatria e a imoralidade dos sacerdotes da Mesopotâmia. Foram os missionários de Salém, do período seguinte à rejeição dos seus ensinamentos, que escreveram muitos dos salmos do Antigo Testamento, inscrevendo-os na pedra, onde posteriormente os sacerdotes hebreus os encontraram, durante o seu cativeiro, e incorporaram-nos subsequentemente à coleção de hinos atribuídos a autores judeus. Esses belos salmos da Babilónia não foram escritos nos templos de Bel-Marduk; foram o trabalho dos descendentes dos primeiros missionários de Salém e fizeram um violento contraste com as conglomerações de magia dos sacerdotes babilónios. O Livro de Jó é um reflexo bastante bom dos ensinamentos da escola de Salém em Kish e em toda a Mesopotâmia. Boa parte da cultura religiosa da Mesopotâmia encontrou o seu caminho para a literatura e para a liturgia hebraica por meio dos trabalhos de Amenemope e de Iknaton, no Egipto. Os egípcios preservaram, de um modo notável, os ensinamentos sobre as obrigações sociais, derivados dos primeiros anditas mesopotâmicos, e perdidos, de um modo tão amplo, pelos babilónios posteriores que ocuparam o vale do Eufrates.

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