O Livro dos Sábios (1870)
RESUMO GERAL - Por definições e aforismos
(XII Capítulos)
CAPÍTULO X - A ACÇÃO
I - A acção é a resultante equilibrada do movimento
dirigido pela inteligência.
II - O movimento é a manifestação da vida. A vida é a revelação fenomenal do espírito...
III - O espírito é a direcção da força, a força sem direcção não chegaria jamais à harmonia criadora.
IV - A harmonia é a balança genial dos números. É a física da natureza, percebida ou não.
V - As sensações são o resultado das vibrações e as vibrações compõem a harmonia dos sons, das impressões e dos matizes.
VI - Toda a acção é uma força.
VII - A acção harmoniosa repete-se multiplicando, a acção dissonante produz uma reacção equilibrante.
VIII - Se quereis que uma acção violenta se produza à direita, operai violentamente à esquerda, dito assim figuradamente.
IX - A criação eterna é a acção de Deus e da natureza. Pois bem, na natureza toda a obra e a inacção é impossível. Se o nadador se cansa de nadar, acciona o rio a submergi-lo.
X - A criação eterna a acção de Deus e da natureza. A morte aparente é acção particular que cessa e desaparece na acção universal.
XI - A morte é o oceano da vida no qual recaem, uma a uma, as gotas de água que se tornaram mais pesadas que a nuvem. Logo, o Sol fará subir outra vez uma nova nuvem sobre o mar e as gotas de água flutuarão no céu ainda que com os seus trajes de vapor.
XII - Temos pois, que morrer mil vezes? Não! Nem sequer uma vez, porque a morte é a quimera dos vivos que a temem. A morte não existe se não que no medo da morte; e esqueceremos este temor quando vermos que a morte não existe. A Eternidade não lembra senão a vida.
XIII - Operar contra a acção universal é querer quebrar-se. Operar com a acção universal é exercer o poder divino; nisto acha-se indicado suficientemente o grande arcano da alta magia.
XIV - As acções do homem modificam o homem. Somos todos filhos das nossas obras.
XV - A substância inerte chamada matéria é o ponto de apoio da alavanca moral, ela expande e reflecte de certa forma a acção que recebe, impregna-se da vontade do homem e pode tornar-se, pela influência magnética, um remédio ou um veneno.
XVI - O vinho derramado pelos sábios alegra e fortifica; o vinho dos insensatos embriaga e dá vertigem.
XVII - A matéria é o que os sábios querem que seja. Assim explica-se o mistério da transubstanciação.
XVIII - A fé que transporta as montanhas não é outra coisa senão a união das vontades activas para a realização de um sonho ou de uma utopia.
XIX - A vontade colectiva posta em acção dá sempre um resultado proporcional à potência das forças reunidas. Porém, quando opera em favor de um sonho, o que produz é sempre uma realidade contrária à fórmula do sonho. O ideal da redenção pelo sacrifício produziu a inquisição, o ideal da emancipação dos homens, não produziram, no tempo da maior exaltação dos seus crentes, senão o regime de terror; porque os cristãos e os revolucionários idólatras; uns do sacrifício, outros da liberdade; acreditavam falsamente que, podia-se impor a aqueles que não são capazes e, sobretudo não compreendiam que não existe verdadeiro sacrifício sem liberdade nem liberdade verdadeira sem sacrifícios.
XX - As grandes religiões produzem grandes povos porque formam grandes forças colectivas e inspiram grandes acções.
XXI - Não existem heróis na solidão; os actos sublimes estão determinados sempre pelo entusiasmo de muitos. Os grandes crimes são igualmente o resultado de uma perversidade colectiva. O diabo na Escritura chama-se legião e o bem triunfante chama-se o Deus dos exércitos.
XXII - O fogo do inferno é a actividade devoradora do bem que consome eternamente o mal.
XXIII - Jesus Cristo disse em uma dessas passagens do Evangelho, que a Igreja não pode jamais explicar ao comum dos fiéis. Fala dos reprovados e acrescenta: "O fogo os salgará como se põe sal sobre a cabeça das vítimas. O sal é o bem. Se chegasse perder sua força, com que se lhe salgaria? Guardai o sal em vós mesmos." Desta passagem dá-se ao vulgo esta explicação abominável: que o fogo conservará aos condenados na eternidade de seu suplício como o sal conservará as carnes mortas. É necessário intimidar aos incrédulos e aos perversos.
XXIII - Os débeis falam e não accionam, os fortes accionam e calam-se.
XXIV - Tem-se falado de uma espada cujo punho está em Roma e cuja ponta faz-se sentir em toda a parte. Se esta espada existe, o que a forjou seria um hábil armeiro; tratai de fazer uma semelhante.
XXV - Weishaupt intentou-o, porém a sua obra não foi duradoura, porque os seus discípulos não diziam nem a missa nem o breviário, nem o rosário todos os dias.
XXVI - A magia e a religião são uma só e mesma coisa. Chama-se religião à magia autorizada e magia a uma religião proibida.
XXVII - Se um cristão cessa de praticar não crerá por muito tempo, porém se um incrédulo começa a praticar, logo acreditará, porque a vontade não pode estar por muito tempo separada dos actos.
XXVIIII - A religião e a magia fazem igualmente milagres, porém o Deus da primeira é o diabo da outra e reciprocamente.
XXIX - Colocai o branco sobre o preto e o branco tornasse-a esplendor, colocai o preto sobre o branco e o preto tornasse-a profundidade. Mesclai o branco e o preto e obtereis um matiz fosco e desagradável que se chama cinza.
XXX - No mundo divino existem anjos brancos e anjos pretos, porém não existem anjos cinzas. No mundo intelectual existe o absoluto afirmativo e o absoluto negativo, porém a dúvida não existe. No mundo moral existe o bem e o mal, porém não existe meio. No mundo da acção toda a actividade e a vida, porém a inacção e a morte. Jesus aceita o quente e o frio, porém rejeita o que é morno.
II - O movimento é a manifestação da vida. A vida é a revelação fenomenal do espírito...
III - O espírito é a direcção da força, a força sem direcção não chegaria jamais à harmonia criadora.
IV - A harmonia é a balança genial dos números. É a física da natureza, percebida ou não.
V - As sensações são o resultado das vibrações e as vibrações compõem a harmonia dos sons, das impressões e dos matizes.
VI - Toda a acção é uma força.
VII - A acção harmoniosa repete-se multiplicando, a acção dissonante produz uma reacção equilibrante.
VIII - Se quereis que uma acção violenta se produza à direita, operai violentamente à esquerda, dito assim figuradamente.
IX - A criação eterna é a acção de Deus e da natureza. Pois bem, na natureza toda a obra e a inacção é impossível. Se o nadador se cansa de nadar, acciona o rio a submergi-lo.
X - A criação eterna a acção de Deus e da natureza. A morte aparente é acção particular que cessa e desaparece na acção universal.
XI - A morte é o oceano da vida no qual recaem, uma a uma, as gotas de água que se tornaram mais pesadas que a nuvem. Logo, o Sol fará subir outra vez uma nova nuvem sobre o mar e as gotas de água flutuarão no céu ainda que com os seus trajes de vapor.
XII - Temos pois, que morrer mil vezes? Não! Nem sequer uma vez, porque a morte é a quimera dos vivos que a temem. A morte não existe se não que no medo da morte; e esqueceremos este temor quando vermos que a morte não existe. A Eternidade não lembra senão a vida.
XIII - Operar contra a acção universal é querer quebrar-se. Operar com a acção universal é exercer o poder divino; nisto acha-se indicado suficientemente o grande arcano da alta magia.
XIV - As acções do homem modificam o homem. Somos todos filhos das nossas obras.
XV - A substância inerte chamada matéria é o ponto de apoio da alavanca moral, ela expande e reflecte de certa forma a acção que recebe, impregna-se da vontade do homem e pode tornar-se, pela influência magnética, um remédio ou um veneno.
XVI - O vinho derramado pelos sábios alegra e fortifica; o vinho dos insensatos embriaga e dá vertigem.
XVII - A matéria é o que os sábios querem que seja. Assim explica-se o mistério da transubstanciação.
XVIII - A fé que transporta as montanhas não é outra coisa senão a união das vontades activas para a realização de um sonho ou de uma utopia.
XIX - A vontade colectiva posta em acção dá sempre um resultado proporcional à potência das forças reunidas. Porém, quando opera em favor de um sonho, o que produz é sempre uma realidade contrária à fórmula do sonho. O ideal da redenção pelo sacrifício produziu a inquisição, o ideal da emancipação dos homens, não produziram, no tempo da maior exaltação dos seus crentes, senão o regime de terror; porque os cristãos e os revolucionários idólatras; uns do sacrifício, outros da liberdade; acreditavam falsamente que, podia-se impor a aqueles que não são capazes e, sobretudo não compreendiam que não existe verdadeiro sacrifício sem liberdade nem liberdade verdadeira sem sacrifícios.
XX - As grandes religiões produzem grandes povos porque formam grandes forças colectivas e inspiram grandes acções.
XXI - Não existem heróis na solidão; os actos sublimes estão determinados sempre pelo entusiasmo de muitos. Os grandes crimes são igualmente o resultado de uma perversidade colectiva. O diabo na Escritura chama-se legião e o bem triunfante chama-se o Deus dos exércitos.
XXII - O fogo do inferno é a actividade devoradora do bem que consome eternamente o mal.
XXIII - Jesus Cristo disse em uma dessas passagens do Evangelho, que a Igreja não pode jamais explicar ao comum dos fiéis. Fala dos reprovados e acrescenta: "O fogo os salgará como se põe sal sobre a cabeça das vítimas. O sal é o bem. Se chegasse perder sua força, com que se lhe salgaria? Guardai o sal em vós mesmos." Desta passagem dá-se ao vulgo esta explicação abominável: que o fogo conservará aos condenados na eternidade de seu suplício como o sal conservará as carnes mortas. É necessário intimidar aos incrédulos e aos perversos.
XXIII - Os débeis falam e não accionam, os fortes accionam e calam-se.
XXIV - Tem-se falado de uma espada cujo punho está em Roma e cuja ponta faz-se sentir em toda a parte. Se esta espada existe, o que a forjou seria um hábil armeiro; tratai de fazer uma semelhante.
XXV - Weishaupt intentou-o, porém a sua obra não foi duradoura, porque os seus discípulos não diziam nem a missa nem o breviário, nem o rosário todos os dias.
XXVI - A magia e a religião são uma só e mesma coisa. Chama-se religião à magia autorizada e magia a uma religião proibida.
XXVII - Se um cristão cessa de praticar não crerá por muito tempo, porém se um incrédulo começa a praticar, logo acreditará, porque a vontade não pode estar por muito tempo separada dos actos.
XXVIIII - A religião e a magia fazem igualmente milagres, porém o Deus da primeira é o diabo da outra e reciprocamente.
XXIX - Colocai o branco sobre o preto e o branco tornasse-a esplendor, colocai o preto sobre o branco e o preto tornasse-a profundidade. Mesclai o branco e o preto e obtereis um matiz fosco e desagradável que se chama cinza.
XXX - No mundo divino existem anjos brancos e anjos pretos, porém não existem anjos cinzas. No mundo intelectual existe o absoluto afirmativo e o absoluto negativo, porém a dúvida não existe. No mundo moral existe o bem e o mal, porém não existe meio. No mundo da acção toda a actividade e a vida, porém a inacção e a morte. Jesus aceita o quente e o frio, porém rejeita o que é morno.
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