O Livro dos Sábios (1870)
RESUMO GERAL - Por definições e aforismos
(XII Capítulos)
CAPÍTULO II - A MORAL
I - O real na natureza é uma doença de crescimento. A dor é o auxiliar da iluminação.
II - A pena não é uma vingança, é um remédio. A expiação não é uma servidão, é um tratamento.
III - A pena do pecado é a morte. Ela é o remédio para as misérias humanas que são o pecado da natureza.
IV - A vida é eterna. A morte que no seu ideal é a negação da vida, não pode ser, pois, senão aparente e transitória.
V - A morte passageira não é senão um fenómeno da vida eterna análoga ao do sono ou ao acordar. Uma boa noite e a consequência de um dia bem empregado.
VI - O fenómeno da morte realiza só os grandes problemas da terra: liberdade, igualdade, fraternidade e solidariedade.
VII - A morte é a liquidação final das dívidas da solidariedade humana.
VIII - Porque a morte é a pena mais forte e a sofrem todos sem a ter merecido igualmente, existe reversibilidade do mérito de uns sobre o demérito de outros.
IX - Quem paga as suas dívidas, enriquece; quem paga a dos outros enobrece.
X - Fazer o bem é uma felicidade e uma honra, e Deus não deve aos justos mais recompensa do que as que o Estado deve aos que fazem fortuna.
XI - Fazer o mal é uma desgraça e uma vergonha, e a bondade suprema deve meios de reparação aos malvados, porque ela é toda-poderosa.
XII - Ninguém tem o direito de castigar; somente a lei que castiga.
XIII - O diabo é o bastardo do Deus vingador. O redentor o filho legítimo do Deus justo.
XIV - A moral é essencial, absoluta, universal, natural; porém, não é independente, porque depende da lei.
XV - Uma sociedade que, para se conservar, vê-se obrigada a cortar um membro seu, é uma sociedade gangrenada. Porém, a humanidade, que é imortal não admite mutilações.
XVI - Posto que Deus é a vida do grande corpo da humanidade, se a maioria dos homens pudesse ser condenada, poder-se-ia dizer que Deus é o inferno.
XVII - Se um só homem pudesse ser reprovado sem remédio e sem esperança, a redenção seria uma mentira e a criação uma monstruosa injustiça.
XVIII - "Amai-vos uns aos outros" não queria dizer: "Excomungai-vos e condenai-vos uns aos outros"...
XIX - A catolicidade verdadeiramente universal é a razão e a verdade. O catolicismo exclusivamente romano é o absurdo e a mentira.
XX - Fazei aos outros, não o que quereis que vos façam; senão o que deveis querer que se vos faça; e não lhes façais o que seria injusto fazer-vos.
XXI - A humanidade dirigida pela justiça e a justiça temperada pela humanidade, eis aqui toda a moral.
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