A realidade sobre a migração do Espírito residente
A personalidade
é um dote singular, de natureza original, cuja existência não depende do
Espírito residente. Ela é forjada na parceria Corpo material/Espírito residente
que dá origem à Mente e forja a Alma. As personalidades podem ser similares,
mas nunca idênticas. As pessoas de um determinado grupo, tipo, ordem ou padrão
podem-se parecer umas com as outras, e de facto se parecem, mas elas nunca são
idênticas.
A
personalidade é essa feição do indivíduo que conhecemos e que nos torna
possível identificar tal indivíduo no futuro, independente da natureza e do
grau de mudança na Forma (Corpo), Mente ou estado espiritual. A
personalidade é aquela parte de toda a pessoa que nos permite reconhecê-la e
identificá-la de forma positiva como aquela que conhecemos anteriormente, não
importa o quanto tenha mudado em virtude da modificação do veículo de expressão
e manifestação de sua personalidade.
A
personalidade das criaturas distingue-se por dois fenómenos característicos,
que se manifestam por si mesmo no comportamento e reação do mortal: a autoconsciência
e, associada à esta, o livre-arbítrio.
A
efusão da personalidade é uma prerrogativa exclusiva do Pai Universal, a Fonte
de Todas as Personalidades. E Ele concede personalidade a numerosas ordens de
seres conforme estes operam nos diversos níveis da realidade universal.
Da
mesma forma, a entidade espiritual Superna, o Arquiteto do Universo, o Criador,
na sua grandeza, faz contacto direto com o homem mortal e dá uma parte do
seu ser infinito, eterno e incompreensível para viver e morar dentro dele.
Esta dádiva Divina, uma centelha do Espírito Universal (fragmento espiritual
do Pai), é uma fração PRÉ-PESSOAL da essência absoluta de Deus, que passará
a habitar na Mente do homem, mas que não possui personalidade. Poderá
individualizar-se juntamente com a individualização da Alma e por vezes (não
todas) fundir-se com a Alma.
Os Espíritos
residentes não são "criados" como entidades individuais. São
entidades fragmentadas (Átomos) constituindo a presença real de Deus dentro do
homem. “O Reino de Deus está dentro de vós”. São entidades
independentes que vieram de Deus para vivificar os corpos materiais originais
na Terra. Buscam a personalidade através da união definitiva com o hospedeiro
onde estão domiciliados. Quando o Homem segue a liderança deste espírito
interior, que na prática significa fazer a Vontade de Deus, consegue
eternizar-se, alcançar a sobrevivência, ou seja a identificação final com o Pai
que o criou.
Mas o
Homem, sendo de natureza quase que totalmente material e de origem animal, e
habitado por uma partícula divina da mais pura realidade espiritual conhecida
no Universo, está sempre em tensão com os instintos naturais herdados da
natureza material e o impulso permanente que o Espírito residente exerce a fim
de espiritualizar a sua natureza humana.
Tal situação, esta condição dual de pertencer à natureza
e ainda ser capaz de transcender a natureza, de ser finito e habitado por uma
partícula do infinito, aliado ao facto do nascer puro e ignorante e possuir
livre-arbítrio, ocasiona muita ansiedade e origina o mal potencial. E é
graças à colaboração efetiva com o Espírito residente que o homem consegue
tomar as decisões morais e fazer as escolhas espirituais que permitam esta
união definitiva entre Deus e o Homem. Desta eterna fusão Deus-Homem surge,
então, um novo ser, exclusivo e original, dotado de valores e significados singulares,
um verdadeiro filho do Homem e filho de Deus, único por toda a eternidade.
Mas
para que tudo corra bem, é preciso aceitar a filiação divina e o plano de
ascensão ao Paraíso, o que inclui aceitar a orientação do Espírito
residente, que representa para nós a Vontade Divina.
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é divino. Somente pela preguiça, pelo egoísmo e através do orgulho
é que alguém pode perder a vida eterna. E quando isso ocorre, então
cumpre-se que “daquele que não possui valores de sobrevivência, será
tomado até o Espírito residente que ele agora possui, enquanto para quem deseja
a vida eterna, será dado até toda a experiência que o Espírito residente do
preguiçoso desertor possuía”.
E
desta forma o espírito passa vida após vida, habitando uma pessoa por vez, até
que uma delas resolva unir-se definitivamente com ele. E quando tal facto
sucede, o contemplado ganha até mesmo toda a memória e experiência que tenham
valores espirituais de sobrevivência dos antigos hospedeiros (o que os
reencarnacionistas aproveitam para fundamentar a sua teoria sobre as
reencarnações sucessivas para a Alma evoluir no plano material terrestre), que
por algum motivo tenham rejeitado a aventura eterna. NADA QUE TENHA VALOR NO
UNIVERSO É PERDIDO. Não há desperdício.
Mas
é muito raro o mesmo Espírito residente passar por duas pessoas diferentes no
mesmo mundo. Logo as supostas memórias de vidas passadas não são nossas, elas
pertenceram, em boa parte dos casos, a pessoas que rejeitaram a união com o
Espírito residente ou foram vítimas de morte prematura, como as crianças.
Os
Espíritos residentes não ganham experiência habitando apenas mortais que
rejeitaram a vida eterna. Eles também ganham uma experiência valiosa habitando
mortais que não têm o potencial de fusão com eles, mas que se fusionam com
outras partículas pré-pessoais do Filho Eterno ou do Espírito Universal
Infinito. Os Espíritos residentes nesses casos são apenas emprestados
temporariamente e melhoram sobremaneira a vida dessas pessoas (até mais do
que as nossas), porém não existe possibilidade de fusão nesses casos.
Ou
seja, para concluir: os defensores da reencarnação percebem que espíritos
realmente habitam em pessoas diferentes, mas estão errados quando interpretam
isso como "reencarnação".
Deste
modo, o que aconteceu foi o seguinte: Caso o Espírito residente passe por outra
pessoa, quer dizer que a pessoa, cujas memórias o Espírito residente porta para
a nova pessoa, provavelmente perdeu a Vida eterna, e esta nova pessoa (outra
personalidade) ficou com tudo aquilo que a anterior desprezou e rejeitou.
Mas
não há motivos para ansiedade, quem deseja de todo o coração a sobrevivência
eterna acaba sempre por consegui-la, e a vasta maioria dos mortais acaba por
sobreviver, mesmo que ainda possuam muitas imperfeições. O único perigo que
pode comprometer perigosamente a eterna aventura é o orgulho arrogante.
Muito egoísmo também é potencialmente suicida.
Fonte principal consultada: O Livro de
Urântia
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