O QUE PROVOCOU O FIM DA EUROPA
(DES)UNIDA
Este
texto que publico vai ao encontro de um outro que eu escrevi na altura da
invasão do Iraque, e que a Imprensa nunca referiu, nem refere agora apesar da
crise levantada com a Ucrânia, em que os E.U. querem, a todo o custo, arrastar
a Europa para provocarem a terceira Guerra Mundial.
Muitos
perguntarão. Porquê este aparente suicídio das nações do ocidente? A resposta é
muito simples: se a Rússia conseguir levar avante o plano de substituição do
dólar por outra moeda em todas as transações comerciais da energia, será o fim
do petrodólar
e dos Estados Unidos.
O
problema que impulsionou os E.U. a invadirem o Iraque. Inventando uma série de
argumentos que o nosso
primeiro-ministro, da altura, apoiou entusiasticamente, e que se sabe hoje
serem falsos, era o de Sadam Hussein estar a influenciar os outros produtores
de petróleo para saírem debaixo do jugo imposto em que só podiam comercializar
o petróleo com a moeda americana, o dólar.
O
nefasto petrodólar, o sustentáculo
mais forte da economia americana. A América não tem reservas de ouro
obrigatórias para sustentar o dólar
virtual que circula no mundo, tendo só a reserva para o dólar “oficial” em
espécie, mesmo assim só um décimo, se tanto, pois a Reserva Federal (um consórcio de Bancos privados imprime
dólares indiscriminadamente endividando cada vez mais o país, em proveito
próprio, claro). A economia americana apoia-se apenas nos negócios e moeda
virtual e se houver uma mudança sistémica, como a de acabar com o poder do
petrodólar, tudo ruirá.
E
por esta, e por outras, vão matando e arruinando países, e ninguém é
responsabilizado, apesar de se saber a verdade. A imprensa, muito bem controlada
nada diz. Só os teóricos da conspiração,
hoje denominados como meios de informação
alternativos, fora do sistema, é que vão dizendo o que se passa na
realidade. Ainda há muito pouco tempo li um “exclusivo” na revista VISÃO nº 1116, sobre a crise da Ucrânia,
e sobre Putine apontando-o como o “mau da fita”. Mas sem tocar minimamente
sobre as suas diligências no Irão, China e India para deixarem de utilizar o dólar nas suas transações comerciais.
Apontaram,
sim, que a Rússia seria uma ameaça permanente para a União Europeia, visto
revelar “pouco respeito pelas normas
internacionais”, só não explicando quem impôs essas “normas” que só vêm
beneficiar os do velho sistema em que a Europa e Estados Unidos exploram o
resto do mundo. Sublinham até a conveniência do desenvolvimento da Rússia
passar pela cooperação política e económica com a União Europeia, sobretudo nas
áreas do comércio da energia, ou seja, entre muitas outras “restrições”
sujeitar-se ao petrodólar.
Não
estou a mostrar preferência por um dos lados, mas sim chamar a atenção para os
factos concretos que estão na base de todo o problema e que a imprensa não
revela.
A
pergunta é esta: porque razão é que as transações comerciais, principalmente do
petróleo, carvão e gás, tem de ser obrigatoriamente em dólares? Porquê?
Há
outras moedas fortes e credíveis e agora com o crescimento da China e India
porque não aceitarmos as suas moedas se os respetivos Estados asseguram o seu
valor? Porque não voltarmos ao suporte do ouro como reserva obrigatória?
Dinheiro,
dinheiro, só dinheiro !!! As vidas das pessoas não interessam, não têm valor
nenhum neste jogo de interesses. E o mais grave para nós é que a Senhora Merkel,
e a França, deixaram-se "enrolar" pelos americanos e tomaram a iniciativa
de hostilizarem a Rússia, com o problema da Crimeia e da Ucrânia, sem estarem minimamente
preparados para as consequências. Contam com o apoio dos Estados Unidos, só que
agora o novo Presidente eleito, Trump, já lhes fez ver que os Estados Unidos não
continuarão a assegurar a defesa da Europa.
A
Europa, para se desenvencilhar deste problema com a Rússia vai precisar de organizar
um exército europeu, o que a meu ver os membros da União não estão dispostos a assumir.
Os nacionalismos têm subido, devido a esta política desastrosa da senhora Merkel
(a líder e "Dona" da Europa)
que vai-se ver metida numa "camisa-de-onze-varas". E para agravar tudo,
a Nação mais forte militarmente, o Reino Unido, retirou-se da Europa, também por
culpa dos burocratas não eleitos mas nomeados pela "Dona".
A
Alemanha que não quer fazer despesa, a França enfraquecida e a Itália falida não
podem de modo nenhum formar um núcleo forte para a defesa da Europa. Os outros membros
não contam, tal a sua insignificância.
Vejamos
então este texto do Blog a Nova Ordem
Mundial:
Rússia, China e Irão dispostos a abandonar o Dólar
Americano no Comércio Bilateral
Terça-feira, 20 de Maio de 2014
Não
é segredo para ninguém que a Rússia tem-se esforçado para construir
acordos comerciais que venham a diminuir a participação (e influência) do dólar
americano, desde o início da crise ucraniana (e mesmo antes): a questão
já foi abordada antes nestas páginas (veja: Gazprom prepara emissão “simbólica” de títulos em Yuan chinês; [1] Petrodólar
em alerta: Putin prepara-se para anunciar o “Santo Graal” (Acordo
de gás com a China): Rússia e China prestes
a assinar o “Santo Graal” (Acordo sobre gás) [2]; 40 Bancos Centrais
apostam que esta será a nova moeda de reserva [3]).
Ora!
Não é realmente “ridículo” que alguém possa sequer considerar viver fora dos limites
ideológicos e... religiosos do Petrodólar?! Porque, se um puder fazer
isso, todos poderão e... Vocês sabem! Significará para os EUA a hiperinflação, colapso social, guerra civil e tudo o que só acontece
em repúblicas de bananas como a Venezuela,
que infelizmente não possui, de sua, sequer uma moeda mundial de reserva para
que lhe deem um pontapé na...
Desdolarizado = desglobalizado
Ainda
que esta não seja a notícia dos sonhos dos ‘estadistas’ ocidentais, a Rússia trabalha
duramente para pôr o dólar dos Estados Unidos a comer poeira, pelo espelho retrovisor: a Rússia quer substituir o
dólar por um sistema monetário que seja livre do dólar. Em outras palavras, como esse novo mundo é chamado na Rússia, um
mundo “desdolarizado”.
A
Voz da Rússia, citando fontes da imprensa russa, reporta que o Ministério das Finanças
está pronto para iniciar um plano para incrementar radicalmente a participação
do rublo russo nas operações de exportação, o que acarretará a redução do
percentual nas transações em que se usa o dólar americano. Fontes do
governo creem que o setor bancário russo está “preparado para organizar o
aumento no número de transações em que se utilizará o rublo”.
Conforme
a agência de notícias Prime, no dia 24 de abril o governo organizou um encontro
especial, cujo mote foi a procura de uma forma de livrar-se do dólar nas operações
russas de exportação. Especialistas de nível superior dos setores energético,
bancário e de agências governamentais foram convocados e postos frente a certo
número de medidas a serem tomadas, como uma resposta às sanções aplicadas à
Rússia pelos Estados Unidos [as “sanções histéricas dos EUA”, como as descreveu,
bem, o ministro Sergei Lavrov, das Relações Exteriores da Rússia[4].
Pois
é... Se o mundo ocidental queria resposta russa ao crescente número de sanções contra
o país, está na iminência de vê-la.
A
“reunião da desdolarização” presidida pelo vice-primeiro Ministro
da Federação Russa,
Igor Shuvalov, é prova de que Moscovo tem sérias intenções de parar de usar o dólar
americano. A reunião seguinte foi presidida pelo vice Ministro das
Finanças, Alexey Moiseev, o qual declarou mais tarde ao canal Rossia 24 que
“será incrementada a proporção atual de contratos em rublos”
acrescentando que nenhum dos
especialistas e representantes de bancos, ao serem inquiridos, viu qualquer problema no plano governamental de aumentar a quota dos
pagamentos em rublos.
Então,
se você pensou que só Obama ‘El Supremo’ reinaria sozinho mediante ordens executivas,
você estava enganado. Os russos também podem fazer o mesmo, com a mesma
eficácia. É só clicar em “ordem executiva de troca de moeda”.
É
interessante que, na sua entrevista, Moiseev tenha mencionado um instrumento legal
que pode ser descrito como “ordem executiva de troca de moeda”; disse que o governo
russo tem o poder legal de obrigar as companhias russas a comercializar uma percentagem
de certos bens e serviços apenas em rublos. Referindo-se aos casos em que
essa proporção pode chegar a 100%, a autoridade russa afirmou que “seria um caso
extremo e não posso dizer neste momento como e quando o governo russo usará
esse poder”. Ora bolas! Usará sempre que entender que é preciso usá-lo!
Mas
o mais importante não é que a Rússia tenha realmente qualquer chance prática de
implementar as medidas. O que realmente muda tudo é que, hoje, há outras nações também interessadas
em criar relações de comércio bilateral livres do dólar. Esses países, sim,
existem e não deve ser surpresa para ninguém que dois deles já intensificaram
essa prática: nada menos do que o Irão e a China.(O maior
erro de
Sadam Hussein, no Iraque, que precipitou a invasão do país, foi o de ele querer
mudar a moeda
nas transações do petróleo, que é o dólar, por imposição, pelo euro. Isso seria
o princípio
do fim da hegemonia americana cuja economia está apoiada em subterfúgios entre
os quais
todas as transações petrolíferas serem obrigatoriamente em
dólares. R)
Claro,
o sucesso da campanha de Moscovo para mudar-se para o rublo ou outras moedas
regionais nas negociações comerciais depende da boa vontade dos seus parceiros
comerciais, igualmente interessados em livrar-se do dólar. Desde já,
dois países estariam dispostos a apoiar a Rússia, conforme fontes citadas por Politonline.ru:
Irão e China.
Vladimir
Putin estará em visita a Pequim dia 20 de Maio próximo. Está aberta a estação
de especulações sobre quais contratos de gás e petróleo serão assinados entre a
Rússia e China e em rublos e yuans, não em dólares.
Noutras
palavras, numa semana, veremos não apenas o anúncio do “Santo Graal” no acordo
do gás Rússia-China do qual já se falou aqui, mas, também, a evidência já agora
praticamente certa, de que esses contratos gigantes serão firmados exclusivamente
em RUBLOS e YUANS e não em DÓLARES AMERICANOS.
Já
explicamos mais de uma vez: quanto mais o ocidente hostiliza a Rússia, quanto mais
pesadas se tornam as sanções, mais a Rússia vê-se forçada a abandonar um sistema de comércio dominado
pelo dólar americano, voltando-se para a China e a
Índia. Por isso, o anúncio a ser feito na próxima semana é inovador e muito
inovará.
Mas
é só o começo. *****
Referências:
* [*] Tyler Durden é o apelido de numerosos blogueiros que
comentam no Zero Hedge. O nome foi
copiado de personagem do romance de Chuck Palahniuk (depois
filme) Fight Club (Clube de Luta).
[1] Zero Hedge: It's On: Gazprom Prepares
"Symbolic" Bond Issue In Chinese Yuan
[2] Zero Hedge: It's On: Gazprom Prepares
"Symbolic" Bond Issue In Chinese Yuan
[3] Zero Hedge: 40 Central Banks Are Betting This Will Be
The Next Reserve Currency
[4] Naval Brasil: Lavrov e as “políticas
histéricas dos EUA” faz a Rússia considerar resposta apropriada
Fonte: Blog A Nova Ordem Mundial - Rússia prepara
reuniões de desdolarização - China e Irão dispostos a
abandonar o dólar americano no comércio bilateralPostado por Nathan RG às 01:28
Sem comentários:
Enviar um comentário