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sábado, 19 de novembro de 2016


OS PERIGOS DO IOGA

Ioga significa união, e como no Ocidente, o objetivo do aspirante estudioso é a união com o Eu Superior. Porém, Para que os métodos sejam eficazes, devem ser diferentes. Os veículos de um hindu, por exemplo, estão diferentemente constituídos dos de um caucasiano. Os orientais, durante muitos milhares de anos, viveram em clima e ambientes totalmente diferentes dos nossos. Seguiram diferentes métodos de pensamento. A sua civilização, embora de ordem muito elevada, é diferente da nossa nos seus efeitos.

Portanto seria inútil adotarmos os seus métodos, aliás produto dos mais elevados conhecimentos ocultos. São perfeitamente convenientes para eles mas, sob todos os aspetos, tão inadaptáveis aos ocidentais como uma ração de aveia para um leão.

Os iogues sentam-se em determinadas posições para que certas correntes cósmicas possam fluir de certo modo através do seu corpo, produzindo resultados definidos. Para um caucasiano é completamente inútil, pela sua maneira de viver o tornar completamente insensível a essas correntes. E mais! Que não posso desenvolver aqui por falta de espaço.

Apesar dos Cristãos Renascidos (seguidores apenas da Bíblia) ou Cristãos Bíblicos, Evangélicos e todas as crenças protestantes considerarem a Ordem Rosacruz como pagã, eu não penso assim.

Não concordo com a sua teoria da reencarnação, mas não deixam, por isso, de serem cristãos seguidores de Cristo, pois no tempo de Moisés chamavam-se "Nazireus", mais tarde "Nazareus" e no tempo de Jesus "Nazarenos". Já no tempo de Cristo haviam correntes que defendiam a reencarnação, a ressurreição ou o desaparecimento puro e simples do espírito. Essas crenças continuaram até hoje pelas diversas religiões, mas a linha seguida pela Igreja de Cristo é a da ressurreição.

Jesus Cristo nasceu no seio desta mística Ordem (conhecida pelos documentos encontrados nas grutas do Mar Morto, como "Essénios") e por ela foi educado. Depois quando deu início à sua obra messiânica, criou um corpo de doutrina que ensinou aos seus discípulos com o fim de a espalharem pelo mundo.

Deste modo, abstendo-me da crença na reencarnação conforme defendida pelos Rosacruzes, mas aceitando que a reencarnação acontece em casos especiais e segundo algum propósito do Senhor, recorro aos ensinamentos da Filosofia Rosacruz para explicar determinadas situações, por serem muito bem fundamentadas.

Assim, para explicar a razão por que sempre aconselhei aos crentes e todos aqueles que têm a sua religião interior apoiada na verdade a não se entregarem a práticas pagãs, doutras religiões diferentes da nossa cultura, por serem prejudiciais, transcrevo aqui uma das cartas de Max Heindel aos estudantes da Filosofia Rosacruz:

Métodos Orientais e Ocidentais de Desenvolvimento Espiritual

Recebemos com frequência pedidos de auxílio de pessoas que, por desventura, se relacionaram com sociedades e práticas que as tornaram vítimas de espíritos obsessores. Assim perseguidos e obcecados viram as suas vidas transformadas em fardos insuportáveis.

Também há quem nos peça ajuda para se libertar das nefastas consequências da prática daqueles exercícios de respiração usados no Oriente. É a impaciência e o desconhecimento dos perigos que leva muita gente a usar tais exercícios para alcançar mundos invisíveis. Mas os transtornos físicos e espirituais são, porém, quase imediatos. É nestas condições que nos procuram em busca de alívio. Felizmente temos conseguido prestar auxílio a todos, inclusivamente aos que se encontravam à beira da loucura.

Tal é a razão de haver repetidas advertências na literatura da Fraternidade Rosacruz para os resultados negativos destes exercícios que, embora usados no Oriente, são desadequados para os ocidentais.

Foi, por isso, com profunda tristeza que, apesar dessas chamadas de atenção, recebemos a notícia de um nosso estudante ter adoecido na sequência desses exercícios. Afigura-se, portanto, ser necessário explicar de novo a diferença entre os métodos orientais e ocidentais para que se compreenda, claramente, por que os não devemos usar.

Em primeiro lugar, é preciso lembrar que a evolução do espírito e a evolução da matéria se faz em simultâneo. O espírito desenvolve-se utilizando corpos de matéria física densa e trabalhando com os materiais que há neste mundo físico. Deste modo, o espírito progride, mas a matéria também se subtiliza pela sua utilização. Para formar os seus corpos, os espíritos mais adiantados atraem naturalmente matéria mais subtil do que as pessoas menos evolucionadas. Por isso, os átomos dos veículos de um povo mais desenvolvido são mais sensíveis do que os dos povos primitivos.

Nestas condições, os átomos dos corpos das pessoas mais bem preparadas do Ocidente são sensíveis a irradiações vibratórias que não atuam nos corpos orientais. Os exercícios respiratórios são usados para despertar esses átomos adormecidos no aspirante oriental. O estímulo que deles resulta contribui para elevar a tonalidade vibratória.

O índio americano, ou o aborígene australiano, poderão empregar tais exercícios sem consequências negativas durante vários anos. O mesmo não acontecerá a quem tenha já sensibilizado os átomos do corpo pela evolução natural. Neste caso, esse estímulo provocará uma atividade acrescida mas desordenada, tornando difícil a sua posterior normalização.

Uma experiência pessoal servirá de exemplo para um dos resultados possíveis destes exercícios. Há anos, ao iniciar o "caminho", impaciente como todos que ardentemente procuram o conhecimento, levei à prática exercícios respiratórios descritos nas obras de Swami Vivekananda.

Ao fim de dois dias o corpo vital (Espírito) separou-se do veículo físico. Esta desconcentração dos veículos fez-me sentir a flutuar e deixou-me incapaz de caminhar com segurança. Ao mesmo tempo, o corpo físico vibrava com elevada intensidade. Foi o bom senso que me salvou. Interrompi os exercícios. Mas precisei de mais de duas semanas para que terminassem aquelas vibrações anormais e recuperasse o habitual à-vontade dos movimentos.

Quando se diz, numa parábola, que "poucos foram os escolhidos" é porque só eles tinham formado o Manto Nupcial. Qualquer tentativa para aceder aos mundos invisíveis terá resultados prejudiciais antes de o Corpo-Alma ter sido adequadamente desenvolvido. (http://www.christianrosenkreuz.org/igr_corpo_alma.htm) Não devemos, pois, confiar cegamente, e ainda menos depender, de qualquer instrutor, mesmo que garanta possuir métodos que permitam aceder aos reinos invisíveis.

Só existe um caminho seguro – o da prática paciente e determinada do Bem.

Max Heindel

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