Encontradas as competências de Relvas e Passos Coelho – Tráfico de
Influências e caça ao subsídio.
Este
é apenas um exemplo de como se começa a formação profissional dos nossos
futuros governantes e afins. Treinam-se em micro laboratórios onde aprendem a
utilizar o tráfico de influências, os favores, o desvio de subsídios, etc, etc
e depois é só transportar para o governo. Os melhores, nestas matérias chegam
sempre ao topo
da
pirâmide.
Entretanto
este caso que foi denunciado, quase por acidente, num vídeo de Helena Roseta,
já colocou a justiça portuguesa e a UE na investigação... Milhares de casos tão
ou mais graves, devem permanecer em segredo.
Passos Coelho e Relvas nada temem... o máximo que poderá
acontecer, é uma pena suspensa de 8 meses ou uma multa de 2 mil euros... Os
poderosos jamais temeram a justiça em Portugal.
Por
isso o mais provável é nem acontecer nada. O passado permite perceber que 99%
dos casos de corrupção de poderosos, terminam com a nulidade dos processos, que
todos eles tão bem sabem anular... com a prescrição, que todos eles tão bem
sabem adiar, ou com a declaração de inocência de todos que todos eles tão bem
sabem "provar".
"União Europeia investiga Passos Coelho, Miguel Relvas e
Tecnoforma
Gabinete Antifraude da União Europeia abre investigação devido a
queixa da eurodeputada Ana Gomes."
Retalhos da vida de um primeiro-ministro.
Fernando Madeira, o ex-sócio maioritário da Tecnoforma, conta em entrevista à
Sábado: «trabalhávamos sobretudo em Angola e começámos a sentir que havia
problemas em avançar com alguns projetos na área da formação
profissional.» Recorre aos serviços do Pedro e cria uma ONG.
Estávamos
no ano de 1996. Num restaurante no Porto Brandão, foi explicado ao Pedro o que
se pretendia com esta organização não-governamental (ONG) que viria a
designar-se como Centro Português para a Cooperação (CPPC): «O
objetivo era explorar as facilidades de financiamentos da União
Europeia para projetos em Angola ou nos PALOPs [Países Africanos de
Língua Oficial Portuguesa].»
O
Pedro não se intimidou com a circunstância de uma organização de solidariedade
e sem fins lucrativos poder não passar de uma forma expedita de conseguir
negócios para a Tecnoforma: «Só posso dizer que ele foi
recetivo ao que ouviu e disse logo que tínhamos de arranjar estas e aquelas
pessoas e arranjou. Arranjou pessoas que eu não conhecia.»
Quem
eram as pessoas que fariam parte desta ONG (testa-de-ferro da Tecnoforma)?
«Pessoas com influência.» Luís Marques Mendes, então líder parlamentar
do PSD (no consulado de Marcelo), Ângelo Correia e Vasco Rato (nomeado
recentemente pelo Governo para presidir à Fundação Luso-Americana), mas também
Eva Cabral, na altura jornalista da famosa secção laranja do Diário de Notícias e hoje assessora do alegado primeiro-ministro.
Com um agradecimento à revista Sábado, eis algumas passagens da
entrevista (que
merece ser lida na íntegra):
- No seu entender, Pedro Passos Coelho queria no CPPC gente com
influência para quê?
-
Que pudessem de facto, sei lá, movimentar, abrir ou facilitar a vinda de
projetos para a ONG no âmbito da formação profissional e dos recursos humanos e
que depois esses projetos pudessem ter a participação da Tecnoforma.
- Volto a perguntar, Passos Coelho sabia que esta ONG era criada
com esse intuito?
-
Tanto é assim, que eu cheguei a ir com ele a Bruxelas para um encontro com o
comissário europeu
João de Deus Pinheiro [militante do PSD, ex-ministro da Educação e dos Negócios
Estrangeiros em três governos de Cavaco Silva e Comissário Europeu entre
1993/2000].
- E foram lá fazer o quê exatamente?
-
Fomos lá apresentar o CPPC, o que nos propúnhamos fazer e saber da
sensibilidade dele, nomeadamente que possibilidades de financiamentos havia
para os PALOPs. E o João de Deus Pinheiro até nos deu logo uma ideia, dizendo
que a Comissão Europeia estava a pensar num projeto para Cabo Verde, que era a
criação de um instituto para formação de funcionários públicos. E que este instituto
deveria servir também para formar pessoas para os outros PALOPs porque os
quadros deles da administração pública eram muito deficitários. Disse-nos ainda
que seria bom que criássemos um instituto em Cabo Verde e que a Comissão
Europeia estava disposta a apoiar financeiramente uma coisa dessas.
- Esse encontro com João de Deus Pinheiro foi combinado por Passos
Coelho, que era então vice-presidente do grupo parlamentar do PSD?
-
Claro, eu não conhecia o Deus Pinheiro.
- Em Bruxelas, reuniram onde?
-
Fomos ao gabinete dele, na sede da Comissão Europeia. O Pedro é que o conhecia,
o Pedro é que abria as portas todas.
-
E esse projeto chegou a avançar?
-
Ainda fomos a Cabo Verde, mas não avançou. Reunimos na cidade da Praia com uns
diretores do Ministério da Educação, mas acho que eles estavam era interessados
em criar polos universitários e não institutos intermédios de formação
profissional. As coisas não funcionaram.
- Foi a Cabo Verde também com Passos Coelho?
-
Sim e com um cantor, o Paulo de Carvalho.
- Porque é que ele foi com vocês?
-
Isso aí é outra história de que não quero falar. Ele apareceu no aeroporto de
Lisboa.
Acho que ele foi também
para desbloquear, para tentar, mas dá-me a impressão que havia uma segunda
agenda entre eles. Em Cabo Verde, depois das reuniões, eles foram depois para
outro lado.
- Já conhecia o Paulo de Carvalho?
-
Não, não, só da televisão.
- Marques Mendes esteve na escritura do CPPC?
-
Sim, esteve lá. A única coisa que lhe digo é isto: paguei muitos almoços e
jantares. Eu estava com o Pedro talvez de 15 em 15 dias ou uma vez por mês. Ele
também aparecia na sede da Tecnoforma, mas era mais em restaurantes. Ou
então íamos beber um copo. Ele vivia ainda em Campo de Ourique com a Fati
[Fátima Padinha, do grupo as Doce e primeira mulher de Passos Coelho].
- Também se encontrava com ele na Assembleia da República?
-
[Pausa] Encontrei-me com o Pedro várias vezes no parlamento, acho que era no
grupo parlamentar do PSD.
(…)- Mas pode dizer-me quem financiava o CPPC?
-
Vinha tudo da Tecnoforma.
- O CPPC tinha um orçamento anual formal?
-
A Tecnoforma pagava as despesas que aparecessem. As instalações do CPPC eram
também na Tecnoforma, pois ficavam na sede da empresa, no Pragal [Almada].
- Ainda não me disse o que é que o CPPC concretizou durante os
vários anos em que Passos Coelho lá esteve como presidente?
-
Até 2001, só me lembro de um projeto de formação profissional no bairro
degradado da Pedreira dos Húngaros, em Oeiras. O projeto nasceu de uma ideia do
governo de Cabo Verde [muitos habitantes do bairro eram cabo-verdianos] e a
partir de uma reunião qualquer que houve entre o Pedro e já não sei quem.
- Foi um projeto arranjado por Passos Coelho?
-
Recordo-me que houve uma reunião entre nós para definir o que era preciso
fazer, mas o projeto precisava também da aprovação do Isaltino Morais, que era
o presidente da Câmara de Oeiras. O Pedro desbloqueou isso, fez o papel que se
esperava dele. E tivemos uma reunião com o Isaltino Morais, que aprovou o
projeto e isso foi essencial para a candidatura a um programa financiado pela União
Europeia.(…)
- Depois de vender a Tecnoforma em 2001, e de Passos Coelho ter
sido contratado para consultor e depois para presidente da empresa, a faturação
da Tecnoforma aumentou bastante em Portugal. Um dos projetos responsáveis por
isso foram as ações de formação financiadas pela União Europeia, como o
programa Foral, um caso que está a ser investigado hoje pelo Ministério Público
(MP).
-
Disso já não sei nada.
Tratou-se
aparentemente de uma entrevista muito viva. Fernando Madeira, o ex-sócio
maioritário da Tecnoforma, só embatucou quando a Sábado o questionou
acerca das remunerações de Pedro Passos Coelho: «Eh pá, isso já não me
recordo. É um bocado arriscado estar-lhe a dizer e era grave.»
O alegado primeiro-ministro era então deputado em regime de
exclusividade.
Fernando
Madeira diz que o objetivo de Passos Coelho em rodear-se de personalidades
influentes era "abrir ou facilitar a vinda de projetos para a ONG no
âmbito da formação profissional e dos recursos humanos, e que depois
esses projetos pudessem ter a participação da Tecnoforma".
Foi apenas um discreto artigo do Público mais nada...
Como poderia o Relvas não estar no concelho nacional. Vejam só:
"1.
A Tecnoforma, uma empresa de que Pedro Passos Coelho foi
consultor e administrador, ficou com a parte de leão, na região Centro, de um
programa de formação profissional -- financiado por fundos europeus (programa
Foral) -- destinado a funcionários das autarquias, o qual era tutelado
pelo Dr. Relvas, então secretário de Estado da Administração Local do Governo
Barroso/Portas.
Os
números são, de facto, esmagadores: só em 2003, 82% do valor das candidaturas
aprovadas a empresas privadas na região Centro, no quadro do deste programa de
formação profissional, coube à Tecnoforma. E entre 2002 e 2004, 63% do
número de projetos aprovados a privados pelos responsáveis desse programa
pertenciam à mesma empresa.
A história regista, entre outras, uma ideia de génio da Tecnoforma: a concepção de um programa
de formação no valor de 1,2 milhões de euros para funcionários de
aeródromos que estavam fechados, que eram pistas perdidas ou que tinham um ou
mesmo nenhum funcionário.
Miguel
Relvas era então o responsável político pelo programa, na qualidade de
secretário de Estado da Administração Local de Durão Barroso, Paulo Pereira
Coelho era o seu gestor na região Centro, Pedro Passos Coelho era consultor da Tecnoforma,
João Luís Gonçalves era sócio e administrador da empresa, António Silva era seu
diretor comercial e vereador da Câmara de Mangualde. Em comum todos tinham o
facto de terem sido destacados dirigentes da JSD e, parte deles, deputados do
PSD.
2.
Entretanto, o mesmo Pedro Passos Coelho criou o Centro Português para a Cooperação,
uma organização não-governamental (ONG) concebida para obter financiamentos
destinados a projetos de cooperação que interessassem à Tecnoforma.
Entre
os seus membros figuravam Marques Mendes, Ângelo Correia, Vasco Rato, Júlio
Castro Caldas e outras destacadas figuras do PSD.
3.
Hoje, soube-se algo mais sobre o desgraçado programa Foral, então
tutelado pelo Dr. Relvas.
Quando
apenas uma circular teria sido suficiente para que autarquias locais ávidas de
dinheiro pudessem ficar informadas dos objetivos do programa, descobre-se que
houve uma campanha de comunicação, no valor de quase 450 mil euros, adjudicada
em 2002 a uma empresa de publicidade detida exclusivamente por Agostinho
Branquinho (a NTM), antigo deputado do PSD e atual secretário de Estado da
Segurança Social. José Pedro Aguiar-Branco, agora ministro da Defesa, tornou-se
presidente da assembleia geral pouco depois da adjudicação.
A história vem descrita no Público (e reproduzida aqui). Entre
outras peripécias do concurso, sabe-se agora que: * Entre as cinco
concorrentes excluídas por insuficiência financeira se encontrava a subsidiária
de um gigante internacional que ocupava o terceiro lugar na lista das 30
maiores empresas de publicidade do mercado português, a McCann
Erickson Portugal (52 milhões de euros faturados em 2001) e a Caixa
Alta então em 16º lugar no mesmo ranking da Associação
Portuguesa de Agências de Publicidade e Comunicação (13,6
milhões nesse ano), com volume de vendas muito superior ao da NTM (3,7 milhões),
que nem constava do mencionado ranking;
*
Após a seleção prévia das propostas, restaram três concorrentes, sendo que a
NTM foi a que apresentou o preço mais alto e era a que, na avaliação do júri,
tinha a mais baixa capacidade técnica.
Segundo
o Público apurou, este processo foi conduzido pelo então chefe de gabinete,
Paulo Nunes Coelho, e por uma adjunta, Susana Viseu, do Dr. Relvas. Enquanto
Paulo Nunes Coelho continua a cirandar pelos gabinetes governamentais, Susana
Viseu foi nomeada administradora da Fomentinvest, precisamente a holding
onde o terrível Ângelo tinha acolhido Pedro Passos Coelho.
eu...
E
se fosse só o PSD, estávamos nós cheios de sorte ...
Um país com milhares de novos-ricos e milhões de novos-pobres,
será sempre um país sem futuro…
ARTIGO COMPLETO: http://apodrecetuga.blogspot.com/#ixzz32v3SIVDM
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