A GUERRA GLOBAL CONTRA OS VALORES CRISTÃOS

Unidade em um Mundo Anticristão?

Autora: Berit Kjos, 13 de Março de 2010.

 

(Tradução minha para português de Portugal, sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990, e sem alterar o sentido do texto original, que poderá ser consultado no site que vem citado no fim. Apresento aqui uma versão leve com algumas imagens da Net para o texto não ficar tão condensado e ficar ao alcance de todos. Quem estiver interessado em ler o original, basta clicar no link  www.crossroad.to R)

 

O novo milénio trouxe algumas mudanças sinistras. Apenas no mês passado vimos ondas de sentimentos contrários aos cristãos em várias partes do mundo. Todas tinham a intenção de suprimir a verdade imutável de Deus — um obstáculo intolerável à solidariedade global. Até mesmo países com regimes "amigos" entraram nessa guerra contra a fé:

"Há um ataque crescente e cada vez mais intenso contra os cristãos em todo o mundo. E isto não está limitado apenas ao Médio Oriente e aos países islâmicos."

"... a Câmara Baixa do Congresso Mexicano aprovou uma lei que institui oficialmente a separação entre igreja e Estado... A lei foi aprovada por 363 votos a favor e apenas um 'contra' e uma abstenção. A lei garante que as instituições estejam livres das normas, regras e crenças religiosas..." .

"Autoridades do governo no Marrocos invadiram o orfanato Vila da Esperança e disseram que os vinte funcionários e pais seriam expulsos. As 33 crianças que recebiam cuidados gritavam 'histericamente', querendo os seus pais adoptivos, enquanto eram deixadas para trás... Recentemente, o Marrocos assumiu uma postura tirânica contra os cristãos, deportando estrangeiros pelo uso da força e fazendo acusações contra os marroquinos associados com eles."

"A Suécia está a forçar os refugiados cristãos iraquianos a deixarem o país. Isso colocará as vidas dos cristãos iraquianos em grande perigo... A hospitalidade sueca começa a diminuir."

Esses choques ideológicos podem parecer eventos isolados, mas expõem os valores corruptos que estão por trás do sistema em ascensão que está a moldar a nossa cultura global. O México, o Marrocos e a Suécia estão todos vinculados às leis e padrões internacionais da Organização das Nações Unidas (ONU) e dos seus diversos órgãos — incluindo a Aliança das Civilizações. A seguinte declaração no sítio da Aliança na Internet dá-nos um vislumbre da sua agenda:

"A Aliança procura construir uma vontade política colectiva e mobilizar acções coordenadas nos níveis institucionais e civis da sociedade a fim de superar os preconceitos, equívocos e polarizações que militem contra o consenso. Ela espera contribuir para um movimento global convergente que... rejeite o extremismo em qualquer sociedade."

Você pergunta-se o que eles querem dizer com "extremismo"? De acordo com as reportagens na imprensa, as maiores expressões do extremismo são o terrorismo islâmico e o cristianismo bíblico! Embora nenhum dos dois possa ser conformado à visão de solidariedade da ONU, o primeiro proporciona uma "crise" útil, bem como uma ferramenta necessária para silenciar o segundo.

 

A Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos

De 22 a 23 de Fevereiro, trinta e dois líderes das Américas Central e do Sul reuniram-se em Cancun, no México, para organizarem a nova união regional de Estados Latino-Americanos e Caribenhos. Os líderes comunistas de Cuba e da Venezuela foram calorosamente recebidos. Os Estados Unidos e Canadá não foram convidados.

O novo presidente de Honduras, Porfírio Lobo, também não foi convidado. Pelo contrário, os líderes planearam discutir a questão da legitimidade do seu governo. Alguns ainda negam os factos indesejáveis que estavam por trás da destituição juridicamente legal do corrupto ex-presidente Zelaya — um colaborador do comunista Hugo Chávez e dos traficantes de drogas que ambos protegiam.

A Rússia, outro membro da Aliança das Civilizações, saudou a criação dessa união regional de orientação esquerdista:

"A Rússia saudou nesta sexta-feira a criação da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos... A nova organização pode ser um factor importante para a formação de uma ordem mundial multipolar. A Rússia está pronta para iniciar a cooperação e o diálogo político com essa Comunidade."

O presidente mexicano, Felipe Calderón, anfitrião do encontro de dois dias, convocou os líderes participantes a deixarem de lado as suas diferenças "ideológicas" e focarem em um "futuro onde os valores em que acreditamos — democracia, justiça e liberdade — possam florescer."

Democracia, justiça e liberdade! Soa muito bonito, não? Mas o que essas palavras realmente significam neste contexto? Como pode a liberdade florescer no meio da iniquidade, da corrupção e do comunismo?

Lembre-se do slogan invertido do esclarecedor livro 1984, de George Orwell:

"Guerra é PAZ. Liberdade é ESCRAVIDÃO. Ignorância é FORÇA." (tradução nossa).

O livro expôs o estilo soviético de lavagem cerebral dos anos 1940, quando a mídia britânica convenceu as massas a amarem Stalin. Porém, isso ainda se encaixa nos nossos dias! Quando as nações banem as directrizes morais de Deus, palavras familiares podem tornar-se ferramentas convenientes nas mãos dos seus treinadores. Facto e ficção tornam-se intercambiáveis — uma simples questão de conveniência política. É por isto que o mito do aquecimento global sobreviveu a todos os factos contrários!

O personagem O'Brien, o agente de transformação fictício de Orwell, era um mestre em distorcer a verdade e transformar as mentes:

"— Você aprende devagar, Winston, disse O'Brien educadamente."

"— Como posso melhorar? choramingava Winston. Como melhorar para ver o que está diante de meus olhos? Dois mais dois são quatro."

"— Algumas vezes, Winston. Às vezes são cinco. Às vezes são três. Às vezes é tudo ao mesmo tempo. Você precisa de se esforçar mais. Não é fácil tornar a mente sã." [tradução nossa]

O controlo mental é mais suave e subtil actualmente. O que não mudou foi o objectivo: unidade baseada em padrões globais e pragmatismo comunista. Agora, como naquele tempo, todos precisam de se conformar aos novos padrões mentais. Ninguém pode resistir ou obstruir a reeducação global. (Este será o tema da Parte 2.)

"O'Brien olhava com desprezo para Winston... — Há um slogan do partido que aborda o controlo do passado. Repita-o para mim."

"— Quem controla o passado controla o futuro; quem controla o presente controla o passado, repetiu Winston obedientemente."

"— Nós, o Partido, controlamos todos os registos e controlamos todas as memórias. Portanto, controlamos o passado, não é mesmo?"

"— Mas como vocês conseguem impedir as pessoas de lembrarem as coisas? exclamou Winston..."

"A expressão de O'Brien tornou-se severa novamente. Ele colocou a sua mão sobre o sintonizador..." [tradução nossa]

Emendando a Constituição Mexicana: Separação do Quê?

O México segue essa mudança da liberdade moral para a solidariedade amoral. Luke Goodrich explica isto no seu artigo perspicaz: "A Separação Entre Igreja e Estado no México":

"Na semana passada, a Câmara Baixa do Congresso Mexicano iniciou o processo de emendar a Constituição para formalmente declarar o país como 'laico' (secular). Os apoiantes dizem que a emenda simplesmente codifica o compromisso do México com a separação entre igreja e Estado. Mas o termo 'laico', assim como o termo 'separação entre igreja e Estado,' significa coisas diferentes para pessoas diferentes..."

"Jaime Cardenas Garcia, um congressista que apoia a emenda, disse que ela é necessária por causa da presença de 'uma Igreja Católica militante' que se opõe às reformas jurídicas." (como a legalização do aborto no último trimestre da gravidez).

"Outro congressista favorável, Feliciano Marin Diaz, afirmou claramente que a emenda é necessária para garantir que as 'crenças religiosas' não sejam usadas para apoiar aliados ou se opor aos adversários políticos. Resumindo... pode ser uma tentativa de suprimir a capacidade da Igreja Católica de se envolver nos debates das políticas públicas."

"A maioria dos mexicanos define-se como católica. Mas, durante a maior parte do século 20, o governo foi severamente anticlerical... Por exemplo, quando o presidente Calderón sugeriu, em Junho, que 'os jovens drogam-se porque não acreditam em Deus, foi massacrado por violar a separação entre igreja e Estado e, mais importante, por esquecer que a fé é 'restrita à esfera privada dos indivíduos' e não é bem-vinda na política... A emenda 'laica' proposta parece que poderá ser uma tentativa de codificar esse sentimento."

"Mas quem se importa?" pergunta Goodrich. "Por que não codificar a ideia que argumentos religiosos não são bem-vindos na arena pública?" Veja o seu sábio alerta:

"Primeiro, uma vez que as crenças religiosas são inseparáveis do indivíduo, impedir a entrada de argumentos religiosos na arena pública na verdade impede a entrada de indivíduos religiosos... Todos os niilistas, capitalistas e socialistas podem trazer as suas filosofias para influenciar a vida pública, mas os católicos (ou as outras minorias religiosas) precisam de deixar a sua religião na porta de entrada..."

"Segundo, a religião... tem classicamente servido como um bastião de dissensão e uma ameaça ao poder ilimitado do governo. Mas assim que o governo deslegitimar a dissensão religiosa, também poderá deslegitimar outras formas de dissensão. O fim disso não são apenas restrições cada vez maiores à liberdade de expressão, mas o pior, a tirania de um ponto de vista imposto pelo governo e o poder ilimitado do governo."

Em 1994 o Dr. Thomas Sowell escreveu uma análise do livro O Caminho da Servidão, de Friedrich Hayek. Ele fez uma advertência similar:

"No cerne da visão socialista está a noção de que uma sociedade compassiva pode criar condições de vida mais humanas para todos por meio do 'planeamento' e do controle económico do governo..."

"Os idealistas socialistas criam sistemas em que quase sempre os idealistas é que perdem e são superados por aqueles cuja ânsia pelo poder, e que usam a crueldade para alcançá-lo, os tornam os mais 'adaptados' para sobreviverem dentro de um sistema em que o poder governamental é o prémio mais desejado." [tradução nossa]

Como os Estados Unidos se Encaixam Nesta Transformação Global?

Apesar de terem sido deixados de fora da nova "Comunidade" de países latinos, os Estados Unidos certamente não estão muito atrás. Longe disso! Essas redes interconectadas que ligam o governo americano a outras nações, regiões e governantes de todo o mundo são muito mais do que se possa descrever. Vamos então dar uma olhadela nos EUA. O último ataque ao cristianismo ocorreu em Gilbert, Arizona:

"A cidade... mandou que um grupo de sete adultos parasse de se reunir para realizar estudos bíblicos numa residência privada, porque esses encontros são proibidos pelo Código de Zoneamento local..."

"Não havia reclamações sobre os encontros, que eram realizados na casa de um membro de cada vez, antes do agente do governo escrever a carta e mandar que o grupo encerrasse todos os encontros religiosos... Independentemente do tamanho, natureza ou frequência."

A proibição foi revogada após uma equipe de advogados mostrar que a acção da prefeitura era inconstitucional. Mas o incidente, como muitos outros, faz-nos lembrar que a Primeira Emenda da Constituição Americana é interpretada de maneiras que tornam a liberdade cada vez mais frágil.

Uma Resposta Cristã

Nosso Senhor rejeitou qualquer tipo de contemporização. Ele morreu nas mãos dos líderes religiosos que ficaram ofendidos pelas Suas Palavras intransigentes.

Os seus discípulos trilharam o mesmo caminho estreito. Quando o sumo-sacerdote reclamou que eles desobedeciam às directrizes públicas, "enchendo Jerusalém com a sua doutrina", eles responderam:

"...Mais importa obedecer a Deus do que aos homens." (Actos 5:29)

Não existe muralha entre os cristãos e o mundo que nos cerca. Andamos livremente entre as pessoas como cidadãos dos céus e mensageiros do amor de Deus. Entretanto, há uma divisão entre o santo e o profano. Deus instrui-nos a "aborrecer o mal e apegar-nos ao bem". (Romanos 12:9). Apenas por meio da Sua Palavra e do Espírito Santo que habita em nós é que podemos perceber essa diferença e incentivarmo-nos uns aos outros a seguir o caminho estreito — no meio da hostilidade crescente. Portanto, "...não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12:2).

 

Justiça Social e a Nova Moralidade

"Estou certo de que nada contribuiu mais para destruir as salvaguardas (legais) da liberdade individual do que a luta por esta miragem que é a justiça social". (1; Friedrich August von Hayek).

"Neste livro [Rules for Radical (Regras para os Radicais)] preocupamo-nos em como criar organizações de massa para tomar o poder e depois entregá-lo ao povo; realizar o sonho democrático de igualdade, justiça, paz... Isto significa revolução." (2; Saul Alinsky).

"'Ser um líder significa ser capaz de conduzir as massas.' O objectivo de Hitler era primeiro conduzir o povo e, então, enquanto o livrava de suas moralidades e lealdades tradicionais, impor sobre ele (com o consentimento hipnotizado da maioria) uma nova ordem autoritária segundo o seu próprio querer". (3; Aldous Huxley, Admirável Mundo Novo Revisitado).

"E não sede conformados com este mundo, mas sede transformados pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável, e perfeita vontade de Deus."(Romanos 12:2).

Durante os turbulentos anos 60, concluí o meu curso de Enfermagem, casei com Andy, viajei com ele pelo mundo durante oito meses (gastando cerca de sete dólares por dia) e depois tivemos dois filhos. Querendo usar os conhecimentos que adquiri no meu curso, trabalhei como voluntária numa clínica infantil numa comunidade afro-americana próxima. Com o meu filhinho num cesto, assumi o meu posto na mesa de exames.

Alguns meses depois, participei de uma reunião comunitária tão importante que mereceu a presença protectora dos revolucionários "Panteras Negras". Admirada, observei os seus guerreiros bem equipados na luta pela "justiça social" a alinharem-se nos dois lados do salão. Nós, os voluntários brancos, ouvimos as iradas palavras dos organizadores sobre capitalismo, racismo, injustiça social e mudança radical. Eles não queriam mais a nossa presença e mandaram-nos ficar em casa e conseguir apoio para eles nas nossas comunidades brancas.

Não questionei os valores deles naquela época. Mas, alguns anos depois, já como uma cristã nascida de novo, comecei a pensar. Naquele tempo eu tinha sido completamente exposta à frieza espiritual da teologia liberal, a sua agenda transformacional e a sua hostilidade ao cristianismo bíblico.

Aprendi que a visão de "justiça social" está infundida com sonhos enganadores. Prometendo igualdade económica, os seus "organizadores" bem treinados destroem o incentivo pessoal, minam os valores familiares, torcem a Palavra de Deus, e deixam todos pobres e dependentes, menos os seus líderes elitistas! Não sobra muita riqueza para distribuir. Todavia, a mentira ainda persiste — até mesmo nas igrejas actuais.

Um dos principais defensores dessa agenda é Jim Wallis, membro do Conselho Consultivo Presidencial sobre parcerias "comunitárias e baseadas na fé". Ele fundou a revista esquerdista Sojourners, que promove uma visão idealista de "justiça social." A edição de Fevereiro de 2007 dá-nos um vislumbre da sua posição:

"O objectivo da caridade e da justiça social é promover o bem comum. A caridade social aborda os efeitos do pecado social, enquanto a justiça social aborda as causas desses pecados (desigualdade, capitalismo, livre iniciativa, etc.). O arcebispo brasileiro Dom Hélder Câmara ficou famoso por dizer: 'Quando alimento os pobres, chamam-me de santo; quando pergunto por que eles são pobres, chamam-me de comunista.'"

"A caridade social... não altera ou desafia fundamentalmente a estrutura injusta. O princípio de justiça social... requer que o cristão individual actue organizadamente junto com os outros para fazer as instituições sociais prestarem contas... para o bem comum" .

Você pergunta-se o que eles querem dizer com "bem comum"? O que podemos aprender com a Venezuela? Ou com a Grécia?

As Raízes e Resultados da Justiça Social

 

Nem Karl Marx nem Friedrich Engels, os principais agentes de mudança por trás do comunismo e socialismo contemporâneos, sentiam compaixão pelas massas de pobres que supostamente justificavam a sua agenda. A forma deles de "justiça social" era apenas a desculpa que usavam para a tirania. Nas suas cartas a Marx, Engels chamava os camponeses de "caipiras", "raça de bárbaros", "terrivelmente estúpidos", etc. Marx descrevia-os como uma "gentalha degenerada". Ambos repudiavam o cristianismo e os seus valores morais.

Então, como sobreviveu o socialismo? Por que se está a propagar?

O Dr. Thomas Sowell dá-nos um vislumbre das raízes do socialismo. No seu artigo Race and Resentment (Raça e Ressentimento), ele conecta de forma inteligente esse fenómeno com uma condição universal - a nossa natureza humana corrupta: "Relatos recentes vindos da Filadélfia e de San Francisco falam de alunos negros que espancaram alunos asiáticos. Isso é especialmente doloroso para os que esperavam que a eleição de Barack Obama significasse o começo de uma América pós-racial..."

 

"Muitos dos nossos educadores, dos nossos intelectuais e da nossa mídia — para não mencionar os nossos políticos — promovem uma atitude de que as realizações de outras pessoas são injustiças e não exemplos. Quando alunos negros que se esforçam na escola e obtêm sucesso académico são atacados e agredidos por colegas negros por se 'comportarem como brancos', por que a surpresa em ver a mesma hostilidade voltada a estudantes asiáticos, que frequentemente obtêm mais sucesso académico do que os alunos brancos"?

"O mesmo fenómeno é visto entre pessoas de classe baixa em Inglaterra, onde alunos brancos que obtêm sucesso académico são agredidos violentamente pelos seus colegas brancos, chegando ao ponto de precisarem de internamento hospitalar."

"Essas são consequências venenosas e autodestrutivas de um ritmo constante de bombardeio ideológico sobre diferenças que são traduzidas como 'disparidades' e 'desigualdades', o que provoca inveja e ressentimento sob o seu título mais elegante de 'justiça social'".

Talvez você se recorde do conto de Kurt Vonnegut intitulado "Harrison Bergeron." Ele amplifica a igualização destrutiva necessária para criar uma sociedade colectiva de pessoas iguais cujas realizações não ofendem a ninguém: "O ano era 2081, e todos eram finalmente iguais... Ninguém era mais inteligente... ou mais atraente do que os outros. Ninguém era mais forte ou mais rápido do que ninguém. Toda essa igualdade era resultado das 211ª, 212ª e 213ª Emendas da Constituição e da incessante vigilância dos agentes da Secretaria da Igualização Geral."

"... os agentes da Secretaria da Igualização Geral levaram Harrison, o filho de catorze anos de George e Hazel Bergeron. Foi trágico, tudo bem, mas George e Hazel não conseguiam pensar muito sobre isso. Hazel tinha uma inteligência perfeitamente mediana, o que significava que ela não conseguia pensar em nada, a não ser em breves surtos de raiva. E George, embora a sua inteligência fosse bem acima do normal, tinha um pequeno rádio limitador instalado no seu ouvido. Ele era obrigado por lei a usá-lo permanentemente... A cada vinte segundos, ou pouco mais, o transmissor emitia um som agudo que impedia pessoas como George de aproveitarem os seus cérebros de uma forma que fosse injusta".

O ódio e a inveja actuam como a força motriz do socialismo. Idolatrando o líder (Hitler obrigou as igrejas a pendurarem o seu retrato acima dos altares), popularizando a solidariedade e incitando o ódio contra os dissidentes, os ditadores socialistas ganharam poderes inimagináveis. Aprendendo com os triunfos soviéticos, Hitler escreveu em Minha Luta: "A primeira função da propaganda é ganhar as pessoas para uma organização posterior... A sua segunda função é romper com o sistema de coisas existente e então permear esse sistema com a nova doutrina..." .

Essa nova doutrina libertaria as massas de toda a moralidade bíblica. A depravação substituiria a modéstia, a honestidade e a integridade. Quando era um revolucionário jovem e nervoso, Marx admitiu que o seu objectivo não era melhorar o mundo, mas alegrar-se com a corrupção:

"Com desdém, darei com a minha luva na cara do mundo, e verei o desmoronamento desse gigante pigmeu, cuja queda não saciará o meu ardor. Depois, vagarei vitorioso e semelhante a um deus pelas ruínas do mundo e, dando uma força activa às minhas palavras, me sentirei igual ao Criador".

O Sentido Marxista de Justiça Social

Após passar pelos horrores do sistema prisional soviético, o autor Aleksandr Solzhenitsyn tentou alertar o Ocidente. No seu prefácio para um livro russo de Igor Shafarevich intitulado The Socialist Phenomenon [O Fenómeno Socialista], ele explica que: "... o socialismo (pelo menos à primeira vista) torna-se algo nitidamente contraditório. Partindo de uma crítica a uma dada sociedade, acusando-a de injustiça, desigualdade e falta de liberdade, o socialismo proclama [e produz]... injustiça, desigualdade e servidão em proporções muito maiores"!

"Na obra mais famosa do marxismo, O Manifesto Comunista, uma das primeiras medidas do novo sistema socialista a ser proposta é a introdução do trabalho forçado".

O livro de Igor Shafarevich inclui uma secção intitulada "O Socialismo É a Expressão da Busca pela Justiça Social". Ela destaca o conflito entre o mito encantador e a realidade cruel da justiça social: "Uma vez que é uma verdade inquestionável que os apelos por justiça e a condenação das falhas da vida contemporânea ocupam um lugar central na ideologia socialista, a pergunta precisa de ser feita de maneira mais precisa: A aspiração por justiça social é o objectivo e a força motriz do socialismo ou é o apelo para essa aspiração apenas um meio de alcançar outros objectivos"?

"... nas próprias doutrinas socialistas, pelo menos deveríamos encontrar compaixão pelos sofrimentos das vítimas da injustiça e o desejo ardente de aliviar a sua dor. No entanto, isto é justamente o que está a faltar"!

"Numa época em que 'filantropos burgueses', como Dickens e Carlyle, combatiam o trabalho infantil, a Primeira Internacional Comunista adoptou a seguinte resolução redigida por Marx: '... Numa sociedade organizada racionalmente, cada criança a partir dos nove anos de idade deve ser um operário produtivo'".

Mas que tipo de justiça social é esta?

Shafarevich lista quatro princípios básicos do socialismo que mostram o terrível contraste entre a liberdade que existe no Ocidente e a tirania socialista:

1.    A abolição da propriedade privada.

2.    A abolição da família.

3.    A abolição da religião.

4.    Comunalismo ou igualdade.

 

Liberdade: O Oposto da Justiça Social

Contrastando com o socialismo, os autores da Constituição dos EUA buscaram liberdade genuína para todos. Ela estava incompleta, mas em 1865, milhares e milhares deram as suas vidas para libertar os escravos. Legalmente, todos poderiam desfrutar dos benefícios da Primeira Emenda da Carta de Direitos: "O Congresso não legislará no sentido de estabelecer uma religião, ou proibindo o livre exercício dos cultos; ou cerceando a liberdade de palavra, ou de imprensa, ou o direito do povo de se reunir pacificamente, e de dirigir ao Governo petições para a reparação dos seus agravos."

Porém, a menos que Deus intervenha, logo poderemos perder esses direitos legais. A esperança vazia de um mundo mais perfeito — neste caso, uma tirania colectiva — tem conquistado os corações de eleitores idealistas, assim como dos agentes de mudança revolucionários.

As nossas crianças e jovens estão especialmente vulneráveis. As escolas públicas ensinam os alunos a pensarem colectivamente por meio do uso obrigatório do Processo Dialético. Opiniões e sentimentos subjectivos estão a substituir os factos e certezas objectivos; além disso, a contemporização tornou-se um hábito. Poucas crianças estão preparadas para permanecerem firmes nos valores morais "ofensivos" de Deus.

Em outras palavras, o Ocidente está a trocar a sua base moral por um conjunto mutável de valores amorais que podem ser torcidos de qualquer maneira desejada pelos facilitadores treinados e pelos líderes impulsivos de hoje. Lembre-se das seguintes advertências:

"Será, porém, que, se não deres ouvidos à voz do SENHOR teu Deus, para não cuidares em cumprir todos os seus mandamentos e os seus estatutos, que hoje te ordeno, então virão sobre ti todas estas maldições, e te alcançarão... O SENHOR te fará cair diante dos teus inimigos. O estrangeiro, que está no meio de ti, se elevará muito sobre ti, e tu mais baixo descerás; ele te emprestará a ti, porém tu não emprestarás a ele... Porquanto não serviste ao SENHOR teu Deus com alegria e bondade de coração, pela abundância de tudo. Assim servirás aos teus inimigos..." (Deuteronómio 28:15,25,44,47-48).

"Ora, tudo isto lhes sobreveio como figuras, e estão escritas para aviso nosso". (1 Coríntios 10:11).

Deus manda-nos viver segundo os Seus padrões de justiça. Ele deu-nos directrizes bem claras para seguirmos: ajudar os necessitados, compartilhar os nossos recursos e confortar os que sofrem com as Suas maravilhosas promessas. O profeta Miqueias resume isto muito bem:

"Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o SENHOR pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a e andes humildemente com o teu Deus?" (Miqueias 6:8).

Isto é totalmente diferente de confiar num governo socialista para governar as nossas famílias, determinar as nossas actividades, monitorizar as nossas escolhas, prescrever aquilo em que podemos crer e redistribuir o nosso património.

Vivemos num mundo imperfeito e uma guerra espiritual violenta está a ser travada em nosso redor. O mundo pode nunca mais ser o mesmo, mas aqueles que conhecem Deus têm um lugar de refúgio. Portanto, no meio de tudo isto, continuemos — por Sua graça — a partilhar da Sua alegria, conforto, misericórdia e recursos.

"Aborrecei o mal e apegai-vos ao bem. Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros... sede pacientes na tribulação, perseverai na oração; comunicai com os santos nas suas necessidades, segui a hospitalidade; abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis. Alegrai-vos com os que se alegram; e chorai com os que choram." (Romanos 12:9-15).

 

Autora: Berit Kjos (Kjos Ministries, em http://www.crossroad.to)
Tradução: Marcelo N. Motta, Blog PensandoBiblicamente
Data da publicação: 9/11/2010
Transferido para a área pública em 2/8/2011
Revisão: http://www.TextoExato.com
A Espada do Espírito: http://www.espada.eti.br/db131.asp