CRISTIANISMO
ESOTÉRICO
A
este ramo do Cristianismo pertencem o Gnosticismo
e o Rosacrucianismo (apesar de muitas organizações com o nome
“Rosacruz” não se vincularem ao Cristianismo). Os Essénios são considerados os precursores do Cristianismo Esotérico.
As
bases da doutrina cristã esotérica diferencia-se do resto da comunidade cristã
especialmente pelo facto de a reencarnação e o evolucionismo
constituírem os seus pontos-chave. Assim como as outras vertentes cristãs,
considera-se a Bíblia Sagrada e os Evangelhos como fontes de autoridade dos
mistérios de Deus, mas a Bíblia não é considerada a “palavra de Deus” nem deve
ser interpretada literalmente, ou considerá-la à prova de erros.
Outras
escrituras que não foram incluídas na Bíblia também são amplamente
consideradas, entre as quais muitos dos evangelhos apócrifos. Cristo é
considerado como líder da humanidade e governante do Sistema Solar, sendo
omnipresente assim como Deus, e por isso tendo uma centelha dentro de cada
forma vivente (o chamado “Cristo Interno”). É considerado
também a única entidade à qual o Homem deve dirigir-se, rejeitando-se portanto
o culto a santos e imagens.
Os
cristãos esoteristas advogam que não há inferno ou paraíso ou, pelo menos, que
não sejam eternos. Cada pessoa paga por aquilo que praticou, na exacta proporção.
A todos é concedida a oportunidade de reencarnação, para o aperfeiçoamento do
carácter, e a salvação será dada a toda
a humanidade – alguns mais tarde, outros mais cedo, mas a todos.
Não
existem sacerdotes na hierarquia. As escolas compõem-se, geralmente, de um ou
mais instrutores, mas que não ministram qualquer espécie de sacramento. O único
sacramento reconhecido é a chamada iniciação, que não ocorre dentro das
escolas, mas, segundo afirmam os cristãos esoteristas, é um processo de ordem
espiritual, no qual o indivíduo ao ser “iniciado”, por meio de exercícios de
ordem espiritual, consegue tirar a glândula
pineal do estado latente e colocar-se em contacto directo com os mundos suprafísicos,
podendo vê-los e senti-los.
A
maioria das Escolas sustenta que existem nove iniciações menores e quatro
iniciações maiores, sendo que nas iniciações maiores o Homem adquire o poder da
“magia”, tendo, entre outras faculdades, a de falar todos os idiomas como se
fosse nativo e constituir um corpo físico sem passar pelo processo de gestação.
Nem todas as iniciações aconteceriam na mesma encarnação, pelo que poderia
haver crianças “excepcionais”, de inteligência muito superior à média que já
tenham sido iniciadas em vidas anteriores, como as crianças índigo ou de cristal como já foram identificadas no século anterior.
Não
há sectarismo, ou espírito religioso missionário para converter alguém, dentro
do Cristianismo Esotérico. Os membros das escolas cristãs esotéricas entendem que
todas as religiões são provenientes de Deus, que as teria apresentado conforme
as necessidades espirituais e o nível de evolução de cada povo, embora sustentem que o Cristianismo é a
religião preparada para os mais avançados da humanidade, na escala da evolução
espiritual. Também não existem impedimentos àqueles que desejarem
converter-se, desde que a conversão seja por livre e espontânea vontade. Não há
juramentos especiais e os convertidos podem manter contacto, livremente, com as
suas religiões de origem.
Do
ponto de vista oculto, crê-se que a tradição Cristã esotérica provém de uma
ordem sacerdotal que existiu na Palestina, designada por Essénios. São descritos como um terceiro grupo que existiu para
além dos outros dois mencionados no Novo Testamento, os hipócritas Fariseus e os materialistas Saduceus. Os Essénios não são mencionados no Novo Testamento e evitam
qualquer referência a si próprios e aos seus métodos de estudo e adoração.
Jesus,
de acordo com a tradição Cristã esotérica, foi um elevado iniciado educado
pelos Essénios, até aos trinta anos de idade, e alcançou um estado de
desenvolvimento espiritual muito elevado. É possível que a sua educação tenha
sido conduzida pelos Essénios Nazarenos do Monte Carmelo, uma comunidade da
zona da Galileia.
Os
ensinamentos ocultos Cristãos referem que a maior fonte viva da tradição Cristã
esotérica, no decorrer do desenvolvimento da civilização ocidental, teve início
no século XIV com a constituição de uma irmandade secreta de homens santos
designada por Ordem Rosacruz, que se
expôs a si mesma pela primeira vez na profunda obra esotérica A Divina Comédia.
Esta
Ordem abriu a Iniciação nos Mistérios, naquele tempo e nos séculos que se
seguiram, aos indivíduos com maior preparação e mérito, qualidades alcançadas
por esforço dos próprios. Por volta dessa época começa também a idade da
Alquimia, expressando os conhecimentos ocultos através de escritos herméticos,
do tipo criptográfico, para evitar a perseguição e o mau uso dos ensinamentos
sagrados por parte do Homem.
Nos
seus Manifestos do início do século XVII, a Ordem Rosacruz menciona “Nós verdadeira e sinceramente confessamos a Cristo (…) viciamo-nos na verdadeira Filosofia,
levamos uma vida digna (Cristã)” (in Confessio Fraternitatis, 1615) e estabelece o tempo e o modo
como viria a apresentar publicamente ao mundo o seu conhecimento, num esforço
para trazer uma “Reforma da Humanidade” através de uma fase mais avançada da
religião Cristã. O Cristianismo Rosacruz, iniciado no princípio do século XX em
Monte Eclésia relaciona-se a si
próprio com este renascimento público da Ordem.
Outras
perspectivas modernas sobre o Cristianismo Esotérico incluem a Ordem
Hermética da Aurora Dourada e
as suas principais ramificações, os Builders of the Adytum, a Society
of the Inner Light e os Servants of the Light, Paulo Foster
Case, W.E. Butler, Dion Fortune e Gareth Knigth em particular, são autoridades
desses ramos que contribuíram para a literatura dedicada a um Cristianismo
Esotérico. Alguns dos modernos neo-Templários e neo-Essénios são também dignos
de nota.
Para
termos uma ideia da complexidade das crenças do ser humano faço aqui a lista
das Religiões que professam, bem como as suas derivações, apesar de as quatro
grandes Religiões defenderem que quem não seja do seu credo são simples seitas
religiosas.
Dou
mais valor à corrente filosófica que critica a política das religiões que
querem “arrebanhar” novos crentes, muitas das vezes à força, como se o seu
caminho fosse o único e verdadeiro. A corrente filosófica, ou religiosa, a que
me refiro, não procura a adesão de crentes, vale por si só, defende que Deus (Alá, Arquitecto do Universo, Força Superior, Grande Foco, ou outro nome
que queiram atribuir a Este Ente Superior) apresentou as diversas religiões conforme as necessidades espirituais e
o nível de evolução de cada povo.
A
seguir, a Lista das chamadas religiões que, para mim, seria mais adequado serem
citadas como doutrinas filosóficas que unem os seus seguidores num local, a que
chamam igrejas:
Monoteístas
– Abraâmicas
Judaismo: Fariseus, Saduceus, Essénios,
Cabala, Masorti, Judaísmo reconstrucionista, Ortodoxia Judaica, Mitnagdim,
Neturei Karta, Haredi, Adventista Judaica, caraísmo, Judaísmo humanístico,
Messiânico, Nazarenos, Ebionismo, Maschichismo, Judaísmo conservador, Judaísmo
chassídico, Chabad Lubavitch, Reformista, Sionismo.
Islamismo: Xiita, Sunita, Wahhabismo,
Kharijita, Sufismo
Cistianismo: Igreja Copta, Catolicismo, Igreja
Católica Apostólica Romana, Igreja Greco-católica Melquita, Igreja
Grego-católica Croata, Ortodoxia, Igreja Arménia, Igreja Ortodoxa Grega, Igreja
Ortodoxa Ucraniana, Igreja Ortodoxa Russa, Protestantismo, Igreja Luterana,
Igreja Presbiteriana, Igreja Anglicana, Igreja Metodista, Anabaptistas,
Melonitas, Igreja Baptista, Igreja Adventista, Pentecostalismo, Pentecostalismo
Clássico, Neo-Pentecostalismo, Quakers, Unitarismo, Testemunhas de Jeová,
Mormonismo, Cristianismo Esotérico, Gnosticismo, Rosacrucianismo (apenas em
algumas Fraternidades), Maniqueísmo, Fé Baha, Espiritismo, Rastafári.
Não-abraâmicas: Zoroastrismo, Santo Daime,
Seicho-no-ie, Siquismo, Igreja Messiânica Mundial, Umbanda.
Dharmicas: Ayyavazhi, Budismo, Bramanismo,
Taoismo, Jainismo, Confucionismo, Cao Dai, Hinduismo, Tenrikyo.
Pagãs: Ásatrú, Batuque, Candomblé,
Druidismo, Vodu, Wicca, Xamanismo
Além
destas há uma franja de religiões reencarnacionistas, Neopaganismo,
Messianismo, New Age, Ateísmo e Cientologia.
Por
curiosidade acrescentemos a lista das Religiões que pregam a reencarnação:
Orientais: Hinduísmo (Índia, 3000 a.C.),
Budismo (segundo autores não budistas), Jainismo, Taoísmo, Confucionismo, Seita
dos Essénios (que instruíram Cristo), Ayyavazhi, Seicho-No-Ie.
Religiões
de Mistérios:
Cristianismo Esotérico, Rosacruacianismo (Obs:
Muitas Fraternidades rosacrucianas não se relacionam com o Cristianismo nem com
outra religião).
Por
influência do Espiritismo Francês:
Espiritismo (Brasil, 1862), Renovação Cristã (Brasil, 2002).
Por
influência da Religião Espírita Brasileira: Umbanda (Brasil,1900), racionalismo Cristão (Brasil,
1910), Movimento Ramatis considerado, por muitos, espírita (Brasil, 1943),
Religião de Deus, LBV (Brasil, 1950), Vale do Amanhecer, Santo Daime.
Religião
Europeia da Bruxaria Pagã:
Wicca.
Por aqui se vê o quão difícil é optar
por uma religião “Verdadeira”, como os seus mentores nos querem fazer crer. Tendo em conta de que uma Religião
é um conjunto de princípios, crenças e práticas de doutrinas religiosas,
baseadas em livros sagrados, que unem os seus seguidores numa mesma comunidade
moral, chamada Igreja.
Poderemos considerar como verdadeiras
todas as Religiões,
na maior parte apenas doutrinas filosóficas que procuram o mesmo objectivo:
Chegar a Deus. E como ensina o Cristianismo Esotérico que procura conciliar o
mundo material com o mundo espiritual, porque são interdependentes na terceira
dimensão, Deus apresentou as diversas
religiões conforme as necessidades espirituais e o nível de evolução de cada
povo.
Texto sem adopção às regras do acordo
ortográfico de 1990.
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