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domingo, 21 de julho de 2019


 
CRISTIANISMO ESOTÉRICO
 
O Cristianismo esotérico é a vertente do Cristianismo composta pelas Escolas de Mistérios, constituindo o que se conhece como a parte mística do Cristianismo. Trata-se de um segmento minoritário, uma vez que não se dirige às massas nem procura atrair adeptos, em acções missionárias, e não é estruturado em igrejas, apesar de a maioria das escolas terem rituais específicos.

A este ramo do Cristianismo pertencem o Gnosticismo e o Rosacrucianismo (apesar de muitas organizações com o nome “Rosacruz” não se vincularem ao Cristianismo). Os Essénios são considerados os precursores do Cristianismo Esotérico.

As bases da doutrina cristã esotérica diferencia-se do resto da comunidade cristã especialmente pelo facto de a reencarnação e o evolucionismo constituírem os seus pontos-chave. Assim como as outras vertentes cristãs, considera-se a Bíblia Sagrada e os Evangelhos como fontes de autoridade dos mistérios de Deus, mas a Bíblia não é considerada a “palavra de Deus” nem deve ser interpretada literalmente, ou considerá-la à prova de erros.

Outras escrituras que não foram incluídas na Bíblia também são amplamente consideradas, entre as quais muitos dos evangelhos apócrifos. Cristo é considerado como líder da humanidade e governante do Sistema Solar, sendo omnipresente assim como Deus, e por isso tendo uma centelha dentro de cada forma vivente (o chamado “Cristo Interno”). É considerado também a única entidade à qual o Homem deve dirigir-se, rejeitando-se portanto o culto a santos e imagens.

Os cristãos esoteristas advogam que não há inferno ou paraíso ou, pelo menos, que não sejam eternos. Cada pessoa paga por aquilo que praticou, na exacta proporção. A todos é concedida a oportunidade de reencarnação, para o aperfeiçoamento do carácter, e a salvação será dada a toda a humanidade – alguns mais tarde, outros mais cedo, mas a todos.

Não existem sacerdotes na hierarquia. As escolas compõem-se, geralmente, de um ou mais instrutores, mas que não ministram qualquer espécie de sacramento. O único sacramento reconhecido é a chamada iniciação, que não ocorre dentro das escolas, mas, segundo afirmam os cristãos esoteristas, é um processo de ordem espiritual, no qual o indivíduo ao ser “iniciado”, por meio de exercícios de ordem espiritual, consegue tirar a glândula pineal do estado latente e colocar-se em contacto directo com os mundos suprafísicos, podendo vê-los e senti-los.

A maioria das Escolas sustenta que existem nove iniciações menores e quatro iniciações maiores, sendo que nas iniciações maiores o Homem adquire o poder da “magia”, tendo, entre outras faculdades, a de falar todos os idiomas como se fosse nativo e constituir um corpo físico sem passar pelo processo de gestação. Nem todas as iniciações aconteceriam na mesma encarnação, pelo que poderia haver crianças “excepcionais”, de inteligência muito superior à média que já tenham sido iniciadas em vidas anteriores, como as crianças índigo ou de cristal como já foram identificadas no século anterior.

 

Não há sectarismo, ou espírito religioso missionário para converter alguém, dentro do Cristianismo Esotérico. Os membros das escolas cristãs esotéricas entendem que todas as religiões são provenientes de Deus, que as teria apresentado conforme as necessidades espirituais e o nível de evolução de cada povo, embora sustentem que o Cristianismo é a religião preparada para os mais avançados da humanidade, na escala da evolução espiritual. Também não existem impedimentos àqueles que desejarem converter-se, desde que a conversão seja por livre e espontânea vontade. Não há juramentos especiais e os convertidos podem manter contacto, livremente, com as suas religiões de origem.

Do ponto de vista oculto, crê-se que a tradição Cristã esotérica provém de uma ordem sacerdotal que existiu na Palestina, designada por Essénios. São descritos como um terceiro grupo que existiu para além dos outros dois mencionados no Novo Testamento, os hipócritas Fariseus e os materialistas Saduceus. Os Essénios não são mencionados no Novo Testamento e evitam qualquer referência a si próprios e aos seus métodos de estudo e adoração.

Jesus, de acordo com a tradição Cristã esotérica, foi um elevado iniciado educado pelos Essénios, até aos trinta anos de idade, e alcançou um estado de desenvolvimento espiritual muito elevado. É possível que a sua educação tenha sido conduzida pelos Essénios Nazarenos do Monte Carmelo, uma comunidade da zona da Galileia.

Os ensinamentos ocultos Cristãos referem que a maior fonte viva da tradição Cristã esotérica, no decorrer do desenvolvimento da civilização ocidental, teve início no século XIV com a constituição de uma irmandade secreta de homens santos designada por Ordem Rosacruz, que se expôs a si mesma pela primeira vez na profunda obra esotérica A Divina Comédia.

 

Esta Ordem abriu a Iniciação nos Mistérios, naquele tempo e nos séculos que se seguiram, aos indivíduos com maior preparação e mérito, qualidades alcançadas por esforço dos próprios. Por volta dessa época começa também a idade da Alquimia, expressando os conhecimentos ocultos através de escritos herméticos, do tipo criptográfico, para evitar a perseguição e o mau uso dos ensinamentos sagrados por parte do Homem.

 

Nos seus Manifestos do início do século XVII, a Ordem Rosacruz menciona “Nós verdadeira e sinceramente confessamos a Cristo (…) viciamo-nos na verdadeira Filosofia, levamos uma vida digna (Cristã)” (in Confessio Fraternitatis, 1615) e estabelece o tempo e o modo como viria a apresentar publicamente ao mundo o seu conhecimento, num esforço para trazer uma “Reforma da Humanidade” através de uma fase mais avançada da religião Cristã. O Cristianismo Rosacruz, iniciado no princípio do século XX em Monte Eclésia relaciona-se a si próprio com este renascimento público da Ordem.

Outras perspectivas modernas sobre o Cristianismo Esotérico incluem a Ordem Hermética da Aurora Dourada e as suas principais ramificações, os Builders of the Adytum, a Society of the Inner Light e os Servants of the Light, Paulo Foster Case, W.E. Butler, Dion Fortune e Gareth Knigth em particular, são autoridades desses ramos que contribuíram para a literatura dedicada a um Cristianismo Esotérico. Alguns dos modernos neo-Templários e neo-Essénios são também dignos de nota.

Para termos uma ideia da complexidade das crenças do ser humano faço aqui a lista das Religiões que professam, bem como as suas derivações, apesar de as quatro grandes Religiões defenderem que quem não seja do seu credo são simples seitas religiosas.

Dou mais valor à corrente filosófica que critica a política das religiões que querem “arrebanhar” novos crentes, muitas das vezes à força, como se o seu caminho fosse o único e verdadeiro. A corrente filosófica, ou religiosa, a que me refiro, não procura a adesão de crentes, vale por si só, defende que Deus (Alá, Arquitecto do Universo, Força Superior, Grande Foco, ou outro nome que queiram atribuir a Este Ente Superior) apresentou as diversas religiões conforme as necessidades espirituais e o nível de evolução de cada povo.


A seguir, a Lista das chamadas religiões que, para mim, seria mais adequado serem citadas como doutrinas filosóficas que unem os seus seguidores num local, a que chamam igrejas:

Monoteístas – Abraâmicas

Judaismo: Fariseus, Saduceus, Essénios, Cabala, Masorti, Judaísmo reconstrucionista, Ortodoxia Judaica, Mitnagdim, Neturei Karta, Haredi, Adventista Judaica, caraísmo, Judaísmo humanístico, Messiânico, Nazarenos, Ebionismo, Maschichismo, Judaísmo conservador, Judaísmo chassídico, Chabad Lubavitch, Reformista, Sionismo.

Islamismo: Xiita, Sunita, Wahhabismo, Kharijita, Sufismo

Cistianismo: Igreja Copta, Catolicismo, Igreja Católica Apostólica Romana, Igreja Greco-católica Melquita, Igreja Grego-católica Croata, Ortodoxia, Igreja Arménia, Igreja Ortodoxa Grega, Igreja Ortodoxa Ucraniana, Igreja Ortodoxa Russa, Protestantismo, Igreja Luterana, Igreja Presbiteriana, Igreja Anglicana, Igreja Metodista, Anabaptistas, Melonitas, Igreja Baptista, Igreja Adventista, Pentecostalismo, Pentecostalismo Clássico, Neo-Pentecostalismo, Quakers, Unitarismo, Testemunhas de Jeová, Mormonismo, Cristianismo Esotérico, Gnosticismo, Rosacrucianismo (apenas em algumas Fraternidades), Maniqueísmo, Fé Baha, Espiritismo, Rastafári.

 
Não-abraâmicas: Zoroastrismo, Santo Daime, Seicho-no-ie, Siquismo, Igreja Messiânica Mundial, Umbanda.

Dharmicas: Ayyavazhi, Budismo, Bramanismo, Taoismo, Jainismo, Confucionismo, Cao Dai, Hinduismo, Tenrikyo.

Pagãs: Ásatrú, Batuque, Candomblé, Druidismo, Vodu, Wicca, Xamanismo

 
Além destas há uma franja de religiões reencarnacionistas, Neopaganismo, Messianismo, New Age, Ateísmo e Cientologia.

 
Por curiosidade acrescentemos a lista das Religiões que pregam a reencarnação:

Orientais: Hinduísmo (Índia, 3000 a.C.), Budismo (segundo autores não budistas), Jainismo, Taoísmo, Confucionismo, Seita dos Essénios (que instruíram Cristo), Ayyavazhi, Seicho-No-Ie.

Religiões de Mistérios: Cristianismo Esotérico, Rosacruacianismo (Obs: Muitas Fraternidades rosacrucianas não se relacionam com o Cristianismo nem com outra religião).

 
Por influência do Espiritismo Francês: Espiritismo (Brasil, 1862), Renovação Cristã (Brasil, 2002).

Por influência da Religião Espírita Brasileira: Umbanda (Brasil,1900), racionalismo Cristão (Brasil, 1910), Movimento Ramatis considerado, por muitos, espírita (Brasil, 1943), Religião de Deus, LBV (Brasil, 1950), Vale do Amanhecer, Santo Daime.

 
Religião Europeia da Bruxaria Pagã: Wicca.

 
Por aqui se vê o quão difícil é optar por uma religião “Verdadeira”, como os seus mentores nos querem fazer crer. Tendo em conta de que uma Religião é um conjunto de princípios, crenças e práticas de doutrinas religiosas, baseadas em livros sagrados, que unem os seus seguidores numa mesma comunidade moral, chamada Igreja.

Poderemos considerar como verdadeiras todas as Religiões, na maior parte apenas doutrinas filosóficas que procuram o mesmo objectivo: Chegar a Deus. E como ensina o Cristianismo Esotérico que procura conciliar o mundo material com o mundo espiritual, porque são interdependentes na terceira dimensão, Deus apresentou as diversas religiões conforme as necessidades espirituais e o nível de evolução de cada povo.

 
Texto sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990.

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