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terça-feira, 16 de julho de 2019


OS TEMPLÁRIOS NA FORMAÇÃO DE PORTUGAL

(sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990)



Este resumo, sobre o Portugal esotérico, foi extraído de um texto de Paulo barbosa Oliveira, que encontrei no link Xiconha, que explica muito sucintamente a criação de um novo reino na costa ocidental da Europa.


“(…) esta doação faço, não por mando, ou persuasão de alguém, (…) e porque em a vossa Irmandade (Ordem do Templo) e em todas as vossas obras sou irmão (…). Eu o Infante D. Afonso com minha própria mão reboro esta carta”.

Enxerto da carta de doação de Soure por D. Afonso Henriques aos Templários, 1129.


“Pensamos que houve entre nós, senão connosco, uma organização esotérica que, de uma maneira perfeitamente consciente e intencional, procurou a partir desta pátria, a que deu existência, redimir o mundo do mal e da divisão”.

António Telmo em “O Mistério de Portugal – Na História e em Os Lusíadas”

 


No Holy Blood Holy Grail, a ordem secreta PRIORADO DE SIÃO esteve por de trás da criação da “Ordem dos Pobres Cavaleiros de Cristo e do Templo de Salomão” e tem alguma estranha relação com o mistério do Graal. Até 1188, altura em que as duas ordens se separaram, onde se encontrava uma encontrava-se a outra.


Hugues de Payens, da Borgonha, fundador da Ordem do Templo e suposto Grão-mestre do Priorado de Sião, juntamente com oito companheiros, um dos quais da zona do condado Portucalense, ruma a Jerusalém para a fundação da sua Ordem.

 
  
Um pouco antes, S. Hugo, abade de Cluny e também borgonhês, providencia o envio de vários cavaleiros da Borgonha para auxiliar a reconquista de Península Ibérica, entre os quais o futuro Conde D. Henrique, de quem S. Hugo era tio-avô, fundador da monarquia portuguesa, por ter sido pai de D. Afonso Henriques, 1.º rei de Portugal. Nasceu em Dijon em 1057, data que se considera mais provável, e faleceu em Astorga em 1114. Era o 4.º filho do duque Henrique de Borgonha e de sua mulher, Sibila, neto de Roberto I, duque de Borgonha-Baixa, e bisneto de Roberto, rei de França. 



Quando em 1086 as notícias da guerra contra os muçulmanos chamaram a alistar-se debaixo das bandeiras de D. Afonso VI, rei de Leão e de Castela, os príncipes dalém dos Pirenéus, o príncipe Henrique veio para Espanha na companhia de seu primo Raimundo de Borgonha, filho do conde Guilherme de Borgonha, irmão de sua mãe. Os dois príncipes granjearam grande reputação pelo seu valor nas guerras em que entraram, e em prémio dos serviços prestados, D. Afonso VI casou a sua filha D. Urraca com Raimundo, e D. Teresa ou Tareja, filha bastarda, com D. Henrique. Em 1093 D. Afonso atravessou o rio Mondego, tomou Santarém, Lisboa e Sintra, dilatando assim o domínio cristão até ao rio Tejo. Como o ocidente da península hispânica formava um domínio já bastante extenso para que os seus chefes pudessem lembrar-se em se tornarem independentes, pensou em delegar o seu poder para esses lados num homem de confiança. Fez pois de Raimundo conde soberano de Galiza, e de Henrique governador do condado Portucalense, sob a suserania de Raimundo. O território entre o Minho e o Tejo compreendia então três territórios o condado Portucalense, que ia do Minho ao Douro, o de Coimbra, do Douro ao Mondego, e o novamente conquistado aos sarracenos, do Mondego ao Tejo, de que D. Afonso fizera governador Soeiro Mendes, com a sede do governo em Santarém. Este território foi retomado pelos mouros logo em 1095, e parece que este desastre contribuiu para que D.Afonso VI libertasse o conde D. Henrique da suserania do seu primo Raimundo, porque em 1097 já governava independentemente o seu condado, e em 1101 encontrava-se na corte do rei de Leão e de Castela. Estavam, portanto, sossegadas as fronteiras de Portugal, e os muçulmanos, concentrando todos os seus esforços no oriente da península e nas fronteiras de Castela, contentavam-se no ocidente só com a posse de Lisboa e de Sintra, que por esse lado limitavam o seu império já tão disseminado. Vendo a Espanha quase tranquila, procurou o conde D. Henrique outro campo em que pudesse empregar a sua irrequieta actividade. Seduziu-o, como a tantos outros príncipes, o movimento das cruzadas. 

 
Entre os anos de 1102 e 1104 continuas expedições demandavam a Terra Santa, e D. Henrique, nos primeiros meses de 1103 partiu para o Oriente, donde voltou em 1105, sem que a historia faça menção dos feitos que praticou, o que se explica por ele ter partido mais como simples voluntário, do que como chefe dalgum poderoso contingente. Desde essa época envolveu-se nas intrigas que tinham por fim ampliar o território que dominava, e conseguir tornar-se independente. Continuando a guerrear os mouros, conquistou-lhe mais terras, vencendo o régulo Hecha e o poderoso rei de Marrocos Hali Aben Joseph. Excelente guerreiro, sábio e prudente administrador, aumentou consideravelmente as terras do seu condado, merecendo o cognome de Bom, que a história lhe deu. D. Afonso VI não tinha filho varão legítimo, por conseguinte Raimundo, marido de D. Urraca, esperava receber a herança, mas o monarca mostrava-se tão afeiçoado a seu filho natural D. Sancho que se receava que lhe deixasse a coroa em testamento. Prevendo este caso, e dispondo-se a anular o testamento pela força, pediu a aliança de seu primo, e fez com ele um pacto em 1107, pelo qual o conde D. Henrique se comprometia a auxiliá-lo nas suas pretensões à, coroa, recebendo em troca ou o distrito de Galiza ou o de Toledo, e a terça parte do tesouro. Raimundo, porém, morreu em Outubro desse mesmo ano, D. Sancho pouco tempo depois, e D. Afonso em 1109, ficando D. Urraca legitima herdeira. Diz-se que D. Henrique, vendo o sogro já moribundo, procurou persuadi-lo a que lhe legasse o ceptro, porque não convinha que passasse para as mãos de D. Urraca, apesar da legitimidade da herança, ou para as de D. Afonso, filho do conde Raimundo, criança de três anos. Nada conseguiu, mas os barões castelhanos obrigaram D. Urraca a um segundo casamento, com D. Afonso, rei de Aragão e Navarra, casamento que o papa anulou alegando serem os noivos parentes em grau proibitivo. D. Afonso não se importou com a deliberação do papa, porém D. Urraca, que casara contra vontade, tomou o partido contrário ao do marido, que pretendia despojá-la dos seus estados. Estabeleceu-se a guerra civil, e D. Henrique tomou a defesa da cunhada.

Mas em 1111 o bispo Diego Gelmirez com o apoio de Pedro Froilaz, tutor de Afonso Raimundes, trata de o coroar Rei da Galiza com apenas seis anos, e tornando-o um fantoche nas suas mãos, acabando de destruir a influência borgonhesa na Galiza. Henrique agora, sim, estava sozinho, sendo o único reduto borgonhês na península o Condado Portucalense, mas este acaba por morrer em 1112 em Astorga.

É mais do que óbvio que D. Raimundo era um político e D. Henrique um guerreiro, as duas peças essenciais para a criação do novo reino, cujas funções o destino acabou por colocar nos ombros de um só homem, D. Afonso Henriques.

Este rapidamente se torna amigo de Bernardo de Claraval (S. Bernardo), também ele da Borgonha e primo de Hugues de Payens, com o qual o nosso primeiro Rei é dito ter tido várias conversas por telepatia. Então vem a Ordem Templária para o nosso país, dois anos antes da sua oficialização pela Igreja, e a conquista das nossas fronteiras começa, não se tendo alterado muito desde então. Juntamente com isto os Templários fazem renascer por todo o país os vários cultos às várias “nossas senhoras”, reconstroem várias capelas nos antigos lugares sagrados pagãos e fazem nascer o Culto ao Espírito Santo, em que mais tarde são auxiliados pela Rainha Santa Isabel.

Isto são os factos históricos aceites pela comunidade em geral, mas outros autores desde então têm sugerido algo mais do que isto.

No mínimo toda esta história é estranha, há uma clara conspiração, para não falar obsessão, Borgonhesa, para a criação de um novo reino na costa Ocidental da Europa e os Templários aparecem como uma mais-valia para esse reino. António Telmo chega realmente a dizer que Portugal apenas existe por causa dos Templários e a razão da existência dos Templários é Portugal.

Victor Mendanhan na “História Misteriosa de Portugal” diz que, efectivamente, a Coorte do Olmo separou as duas ordens (Templários e Priorado), mas no entanto o seu objectivo principal e plano para Portugal permaneceu inalterado. Podem depois ver-se três secções distintas dentro da Ordem do Templo, a secção de Terra Santa, a secção Francesa e a secção Portuguesa (cujo símbolo é a cruz orbicular, ou pátea, raramente utilizada pelos Templários fora do país). A secção da Terra Santa é destruída quando os Cristãos perdiam Jerusalém para os Muçulmanos (1187, um ano antes da Coorte de Olmo) e a secção Francesa é destruída entre 1307 e 1314, restando apenas a secção Lusitana.

 

A questão é agora: “Por quê”?

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