Arquivo do blogue

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2019


O NOSSO UNIVERSO - Panorâmica
 
CARACTERÍSTICAS DOS PLANETAS DO SISTEMA SOLAR

           
Mercúrio, Vénus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Úrano, Neptuno e Plutão, são os planetas conhecidos do nosso Sistema Solar, pela ordem crescente de distâncias em relação ao Sol.

 
Cada planeta do sistema solar possui peculiaridades de forma que são classificados de acordo com a sua constituição. Nesse aspecto podemos destacar dois tipos de planetas:

Planetas terrestres ou telúricos (formado sobretudo por rochas), localizados mais próximos do Sol como Mercúrio, Vénus, Terra e Marte.

Planetas gasosos ou jovianos (constituídos maioritariamente de gases), que possuem maior tamanho e menor densidade em relação aos terrestres: Júpiter, Saturno, Urano e Neptuno.

Pelas suas características, em relação à Terra, convencionou-se agrupá-los em terrícolas (Mercúrio, Vénus, Terra e Marte) e gigantes (Júpiter, Saturno, Úrano e Neptuno). Plutão é considerado um planeta aparte, porque se supõe ter sido uma lua de Neptuno que escapou à sua atracção gravitacional.

 
Os terrícolas têm mais ou menos o volume e densidade da Terra, e os gigantes 15 a 318 vezes mais esse volume e apenas 20 por cento da densidade. Supõe-se que isto se deve ao facto de os planetas gigantes serem constituídos por massas de gases leves, talvez solidificados nos seus núcleos.


 
Voltando aos planetas principais, por ordem crescente de distâncias em relação ao Sol, temos em primeiro lugar Mercúrio, a cerca de 58 milhões de quilómetros do Sol, e considerado a nossa segunda estrela da tarde - Vénus é a primeira - visível só depois do pôr do Sol num céu ainda muito claro. Menor que os satélites Calisto e Ganimedes, de Júpiter, e menor dos nove planetas principais é no entanto o mais rápido na volta em redor do Sol, virando sempre a mesma face para o interior à semelhança da Lua em relação à Terra. É um planeta rochoso, destituído de satélites e atmosfera rarefeita, sendo o menor planeta do sistema solar e o mais próximo do sol. Por esse motivo apresenta temperaturas bastante elevadas de aproximadamente 400°C. Por outro lado, a face do planeta não iluminada pelo sol pode atingir temperaturas de aproximadamente -170 °C. O movimento de rotação do planeta é de 59 dias, enquanto o de translação é de 87 dias.
 
A sonda Mariner 10, dos EUA, acercou-se por três vezes do planeta, chegando uma delas a somente 310 quilómetros da sua superfície. Ainda que se assemelhe à Lua pelas muitas crateras e montanhas que o cobrem apresenta, no entanto, no interior, grandes afinidades com a Terra. Quase dois terços do planeta são formados por ferro, o que não somente o faz o mais denso de todos como também gera um campo magnético que não existiria de outro modo, em vista da lentidão do seu movimento de rotação, 58 dias, 15 horas e 36 minutos. O Mariner 10 verificou também a existência de uma atmosfera muito ténue (apenas uma bilionésima parte da Terra) constituída por gases nobres, e traços de hidrogénio.

A temperatura à superfície deve ultrapassar os 400 graus centígrados, de modo que os metais com baixo ponto de fusão, como o estanho e o chumbo, se existirem, formam possas ou charcos.

Por outro lado, a face nocturna deve ser um deserto glacial, com uma temperatura próxima do zero absoluto, ou seja, 273 graus negativos. O seu diâmetro oscila em 4 900 quilómetros.
 
 
 
Vénus, o segundo planeta e o nosso vizinho mais chegado, sem falar da Lua, de 18 em 18 meses passa pelo ponto mais próximo da Terra, na chamada conjunção inferior, a uma distância de 42 milhões de quilómetros, e orbita o Sol a uma distância de cerca de 108 milhões de quilómetros.
 
Tem sido muitas vezes considerado o planeta irmão da Terra por ter aproximadamente o mesmo tamanho. O seu diâmetro, 12 100 quilómetros, é inferior ao da Terra em cerca de 440 quilómetros. A atracção da gravidade à superfície de Vénus é perto de 5/6 da Terra, de modo que um homem de 60 quilos na Terra pesaria 50 quilos em Vénus.
 
Apesar da sua proximidade, é impossível observar a sua superfície, devido às densas massas de nuvens que o rodeiam totalmente, e cuja espessura, segundo as medições do Mariner 10, é de 97 quilómetros. Esta atmosfera é composta na sua maioria por anidrido carbónico e azoto. Há também hidrogénio e oxigénio. A temperatura ronda os 452 graus centígrados, mantendo-se virtualmente constante dia e noite, devido a que as nuvens absorvem calor. O movimento de rotação é muito lento, calculado em cerca de 243 dias. Este movimento de rotação é retrógrado, isto é, em sentido oposto aos dos demais planetas, com excepção de Úrano. Demora 225 dias a completar uma translação à volta do Sol.

 
Visto da Terra, Vénus é o astro mais luminoso dos céus. No máximo do fulgor é 10 vezes mais vivo que Sírius - a estrela mais brilhante - merecendo os nomes de «luz da alvorada» ao amanhecer e «estrela vespertina» ao entardecer.


 
A seguir a Vénus, apresenta-se Marte como o nosso vizinho mais próximo - chega a estar a 55 milhões de quilómetros - e mais intimamente estudado visto não se esconder sob um manto de nuvens.
 
Muito semelhante ao nosso planeta numas tantas coisas demora a rodar sobre o seu eixo, inclinado como o da Terra, 24 horas e 37 minutos - com um dia quase igual ao nosso - apresentando-se também com quatro estações: Primavera, Verão, Outono e Inverno. Mas como leva 687 dias a dar a volta ao Sol o seu ano e, consequentemente, a duração das estações duplicam em relação à Terra. O seu diâmetro é de 6 780 quilómetros aproximadamente.
 
Apesar de mais afastado do Sol, 228 milhões de quilómetros, a sua temperatura não difere muito da nossa, oscilando entre 25 graus centígrados no Verão e 85 negativos no Inverno, aproximadamente. A atmosfera, com uma pressão equivalente à do ar da Terra a 18 quilómetros de altitude, não acolhedora para o ser humano cujo sangue ferve a 12 quilómetros de altitude, tem uma densidade de cerca de um décimo da nossa e deve estender-se até uns 1500 quilómetros da superfície. A existência de nuvens e o facto de as calotes polares marcianas reflectirem a luz como as terrenas, sugerem aos cientistas a hipótese de haver vapor de água, poeiras ou água sob a forma de gelo que, no caso de existirem não podem ter mais de alguns centímetros de altura, ao contrário das nossas gigantescas calotes polares. Em todo o caso, as primaveras marcianas são características pela contracção dessas calotes, passando possivelmente a vapor de água. Algo como nuvens parece então deslocar-se à volta do planeta.
 
Além disso, grandes áreas acastanhadas tomam uma cor nitidamente esverdeada nos verões, que se vão alastrando gradualmente por todo o planeta, supondo os cientistas ser vegetação que rebenta no Verão e murcha no Inverno, como sucede no nosso planeta. Certas provas parecem indicar haver vida em Marte, muito embora os seres verdes não passem de plantas das mais primitivas como líquenes, algas, fungos e bolores. Os biólogos têm deparado com certas formas simples de vida na Terra resistentes às condições mais espantosas, como bactérias a desenvolverem-se normalmente em nascentes de água a ferver, vírus capazes de aguentar temperaturas até 130 graus negativos e algas a viverem sem oxigénio e sobreviverem à mais completa ausência de luz solar. Estas formas de vida teriam possibilidades de subsistir em Marte.
 
Enfim, dos fundos abissais dos oceanos, peixes e algas trazidos de milhares de metros de profundidade à superfície, mostram as possibilidades de vida sob uma pressão tremenda, com uma dose mínima de oxigénio e totalmente privada de radiação solar - o oposto da vida à superfície terrena. Fortes provas adicionais de vida em Marte surgiram quando os cientistas da escola de medicina do espaço da Força Aérea dos Estados Unidos criaram bactérias em recipientes especiais, em que reproduziam as condições marcianas: pressão atmosférica muito baixa; em vez de ar, uma mistura de azoto e árgon sem humidade; e grandes diferenças de temperatura.  As bactérias continuaram a desenvolver-se e medraram neste ambiente terrível.
 
Mas o indício de maior peso veio em 1958, quando os cientistas utilizaram um novo espectroscópio muito sensível e detectaram riscas de Fraunhofer de moléculas orgânicas na luz reflectida de Marte. E quem diz orgânico diz vida. Essas moléculas detectadas pelo espectroscópio existiam portanto numa espécie qualquer de matéria viva, as quais representam a prova quase concludente de que algo vive em Marte, não se sabendo porém, ao certo, que espécie de vida será, mas pelo menos põe de parte a possibilidade de se tratar de pedras ou areia inertes. Esta matéria vivente pode não passar de uma tosca vida vegetal, sendo improvável a presença de uma vida animal com formas mais elevadas, excepto talvez alguns vermes ou insectos. Não é provável também serem peixes por não haver extensões líquidas, nem pássaros porque necessitariam de uma envergadura de dezenas de metros para se sustentarem no ar rarefeito.
 
Os últimos descobrimentos, do Mariner IX, Viking I e II, contribuíram para melhor compreensão do que se passa em Marte. As calotes polares, por exemplo, são muito finas (de 1 a 5 centímetros) e o seu gelo não se derrete, mas sublima-se. A água em estado líquido, fundamental para as ordens superiores de vida, parece não existir em Marte. As mudanças de cor parecem ser devidas às violentas tormentas de poeira que frequentemente assolam a superfície. A atmosfera é muito ténue e permite a passagem da radiação solar, que é letal para a maioria dos organismos vivos.
 
Os famosos “canais” de Marte que não têm sido explicados satisfatoriamente, podem tratar-se de rios formados por torrentes de água há milhões de anos, ou então de cordilheiras, ou rosários de crateras, muito abundantes na superfície marciana, e de origem vulcânica como de impacte. Estes canais foram descobertos em 1877, por Schiaparelli, que levantou a dúvida se não teria havido uma civilização semelhante à nossa em Marte. Outros astrónomos famosos, os americanos Percival Lowell e William Pickering, afirmam ter observado os tais canais que acreditavam possível terem sido construídos por uma antiga raça marciana, admitindo a hipótese de, em muitas eras atrás, Marte ter possuído grandes mares e uma atmosfera densa.
 
Marte tem duas luas Phobos e Deimos, havendo quem defenda a hipótese de estes satélites serem artificiais, pois apareceram abruptamente nos céus de Marte. Motivo porque foram baptizados com estes nomes (Phobos-medo, Deimos-terror). Phobos, com forma elipsoidal, com aproximadamente 20 por 23 por 28 quilómetros, completa uma órbita em 7,65 horas a uma distância média de 9 270 quilómetros de Marte, e Deimos, mais pequeno, com 8 quilómetros de diâmetro, completa uma órbita em 30,3 horas a uma distância média de 23 500 quilómetros.
 
Seguidamente, depois de Marte, encontramos a Cintura de Asteróides, na zona livre até Júpiter, de diversas formas e tamanhos, com diâmetros que vão de 1 metro a 770 quilómetros, considerados pelos astrónomos como planetas menores ou de segunda classe. Difíceis de ver, pelas reduzidas dimensões, permaneceram desconhecidos até 1801, altura da descoberta do maior de todos, Ceres, com perto de 770 quilómetros de diâmetro. Na sua grande maioria não passam de montanhas a flutuar no espaço, dos quais se conhecem actualmente uns dois mil, onde cerca de quatrocentos se apresentam com mais de 15 quilómetros de diâmetro, admitindo-se ainda haver pelo menos uns 50 mil com diâmetros inferiores a 1 500 metros.
 
Alguns têm órbitas deslocadas, passando os limites da zona entre Marte e Júpiter, como Eros, com um percurso quase completamente interior ao de Marte, e o minúsculo Hermes com uma órbita muito excêntrica, tangente ao Sol, chegando até a estar perto 1 500 000 quilómetros da Terra.
 
Quanto à origem dos asteróides crê-se, geralmente, simultânea à do sistema solar, supondo-se serem restos de um planeta com órbita entre Marte e Júpiter - chamado Asterodeia - que explodiu devido a qualquer cataclismo cósmico. Segundo o professor Michael Ovenden, da Universidade da Columbia Britânica, este planeta, 90 vezes maior do que a Terra, desapareceu há 16 milhões de anos, algures entre Marte e Júpiter, aparentemente por explosão sendo os seus restos - fragmentos de rocha que totalizam 1/900 da sua massa original - conhecidos actualmente como a cintura de asteróides, a orbitar o Sol.
 
A teoria do professor Ovenden, apoiada por técnicas matemáticas e apresentada numa reunião de astrónomos em Itália, despertou grande interesse por prometer esclarecer velhas e intrigantes questões sobre o porquê do sistema planetário e a razão pela qual a natural sucessão dos planetas sofre uma interrupção entre Marte e Júpiter - agora ocupada pela cintura de asteróides. Ele sustenta que todos os planetas, ligados entre si e ao Sol pela força da gravidade, procuram eventualmente órbitas que minimizem a atracção mútua de um planeta sobre outro, verificando esta teoria em relação aos satélites de Júpiter e Úrano e sobre os planetas da estrela Barnard - uma das estrelas, para além do Sol, que se sabe possuir um extensivo sistema planetário.
 
Os seus resultados teóricos atingiram uma exactidão de 99 por cento em relação às posições das actuais órbitas. No entanto, quando a teoria foi aplicada à prática, no nosso sistema planetário, não coincidiu. Foi então que o professor descobriu que tudo daria certo se assumisse que uma massa 90 vezes maior do que a Terra, e orbitando entre Marte e Júpiter, repentinamente tivesse desaparecido, há 16 milhões de anos.

 
Já anteriormente o professor Bode, de astronomia, de Berlim, tinha chegado a esta conclusão, apesar de se apontar Ovenden como descobridor. Para o professor Bode, é possível pôr todas as distâncias entre planetas e o Sol numa progressão geométrica perfeita, na proporção seguinte:


          4     :  (4+3)  :  (4+6)  :  (4+12)  :  (4+24)  :  (4+48)  :  (4+46)  :  (4+192)
Mercúrio  Vénus    Terra      Marte       ------       Júpiter   Saturno      Úrano

 
Como podemos verificar, existe uma lacuna entre Marte e Júpiter, pelo que se deduz que devia ter existido aí outro planeta. De contrário o cosmos não seria cosmos, pois cosmos significa ordem.

 
A maior parte da substância cósmica constituinte dos asteróides encontra-se no interior do sistema solar retida pelo campo gravitacional do Sol. Milhões de meteoritos, não superiores a grãos de areia, embatem dia e noite na atmosfera terrestre, para se consumirem totalmente pelo atrito do ar, mostrando-se sob a forma tão bem conhecida e mal baptizada de estrelas cadentes. Em certas alturas do ano somos brindados com uma visão magnífica desta autêntica chuva de estrelas, caindo tal volume de poeiras meteóricas que, a despeito do seu tamanho irrisório de partículas, aumentam o peso da Terra pelo menos em mil toneladas por dia.
 
Os meteoritos de grande porte são raros, registando-se um pequeno número através da história. Grandes demais para se consumirem totalmente e viajando a velocidades de 50 quilómetros por segundo, alguns pesando à volta de 34 toneladas - denominados aerólitos ao chegarem à Terra - vieram esmagar-se no solo e formarem crateras como a de Chubb, considerada a maior de todas, no norte da província de Quebeque no Canadá, com 3 500 metros de largura e 400 metros de profundidade.
 
Os Cometas, na maioria dos casos bolas reluzentes de poeira e gases, com um núcleo muito leve, parecem ser partes de asteróides que se destacam. Quando passam pelos planetas não deixam sombras e vêem-se as estrelas através dos seus núcleos transparentes. Nos nossos céus foram sempre observados cometas, passando alguns periodicamente como o de Halley de 76 em 76 anos e é referido pelos chineses no ano 467 a.C. - perto de 2 500 anos atrás.
 
Os seus núcleos são descomunais - geralmente com 80 mil quilómetros de diâmetro - tendo aparecido no entanto, em 1892, o cometa de Holmes com um diâmetro de um milhão e quinhentos mil quilómetros, ou seja, maior do que o próprio Sol. Novos cometas surgem constantemente no espaço exterior. Muitos têm órbitas extremamente alongadas que os levam muito para além de Plutão não lhes permitindo visitar o Sol por milhares de anos. Por outro lado, o cometa de Emcke volta de 3,3 em 3,3 anos.

 
Para além da cintura de asteróides encontramos os planetas gigantes.


 
Júpiter, com um diâmetro equatorial de 143 000 quilómetros e um achatamento polar muito pronunciado - resulta um diâmetro norte/sul de quase 10 000 quilómetros menos - tem uma rotação tão rápida que nem chega a dez horas, a qual provocou a dilatação do equador pela força centrífuga. Descobriu-se recentemente que Júpiter também tem anéis semelhantes aos de Saturno.
 
A sua temperatura média ronda os 130 graus negativos e gravita numa órbita cinco vezes mais distante do Sol que a Terra, que completa em 11,86 anos, recebendo 1/25 da luz e calor que nós recebemos por metro quadrado. A atmosfera extremamente densa, sem o menor ponto de semelhança com o ar que respiramos, contem gases venenosos e sufocantes - hidrogénio, amoníaco e metano - altamente prejudiciais ao homem. A gravidade à superfície é 2,64 vezes superior à da Terra, o que significa que um homem de 100 quilos no nosso planeta passará a pesar lá 264 quilos, conseguindo dificilmente arrastar-se pelo solo.
 
Júpiter observado ao telescópio constitui um espectáculo extraordinário com as suas zonas castanho-avermelhadas, paralelas ao equador, rolando a velocidades diferentes por serem diferenciadas, onde as mais lentas, junto aos pólos, levam seis minutos mais a completar um giro, em relação às equatoriais.
 
Um aspecto misterioso é a grande mancha vermelha, detectada pela primeira vez em 1878, semelhante a uma bolha individualizada de gases densos escarlates, que fica muito para trás da rotação normal do planeta, supondo-se ser causada por violentas tempestades eléctricas e raios quase mil milhões de vezes mais potentes do que tudo o que conhecemos na Terra.
 
Júpiter possui o maior número de satélites, 67 satélites, sendo  os  maiores Calisto, com   4 820 quilómetros de diâmetro e uma órbita a  1 800 000 quilómetros, Europa com 3 126 quilómetros de diâmetro e a  671 000 quilómetros de Júpiter, Ganimedes com 5 276 quilómetros de diâmetro e a uma distância média de 1 070 000 quilómetros, e Io com 3 632 quilómetros de diâmetro e distância média de Júpiter de 421 600 quilómetros. Io possui vulcões altamente activos na sua superfície.
 
Destes satélites de Júpiter, pelo menos, 4 têm a particularidade de girarem no sentido retrógrado. Os restantes são tão pequenos que nem nomes têm, excepto o mais próximo de todos, Almateia. Entretanto um deles, J-VIII, foi conhecido durante anos pelo “satélite perdido” visto ter “descarrilado” pela atracção de Saturno ou até mesmo do próprio Sol.
 
Pequeno corpo celeste, com cerca de 60 quilómetros de diâmetro apenas, foi descoberto em 1908 e visto pela última vez em 1942, ano em que desapareceu misteriosamente. Tornou a aparecer em 1955 já com uma órbita diferente talvez por ser o satélite mais distante e chegar a afastar-se mais de 30 milhões de quilómetros, o que permite a possibilidade de ser influenciado pelas forças gravitacionais de Saturno e do Sol.

 
A principal originalidade de Júpiter, entre os planetas do sistema solar, consiste em irradiar mais calor do que aquele que absorve. Este gigante não é, portanto, um simples reflector de energia solar, como a Terra ou Marte, mas um astro que irradia energia própria como as estrelas. Os cientistas interrogam-se - em especial o professor Kuiper, encarregado dos programas Ranger e Mariner - se Júpiter não seria uma espécie de estrela que tivesse “abortado”, encontrando-se hoje numa situação intermediária.


 
Saturno, a jóia do firmamento, como é conhecido, deslumbra-nos com a sua beleza proveniente dos anéis, talvez resultantes da desintegração de um satélite que se tenha aproximado demasiadamente. Embora estes anéis se estendam por uma região plana de cerca de 280 mil quilómetros de largura, não passam dos 40 quilómetros de espessura.

 

Admite-se serem formados por biliões e biliões de pedrinhas e cristais de gelo - do hipotético satélite desintegrado - a girarem em sincronismo à volta de Saturno, visto poder observar-se as estrelas através deles, o que pressupõe neste caso não serem de material sólido.
 
Por estar muito distante do Sol, Saturno aparece-nos mais escuro e frio que Júpiter, com temperaturas diurnas a rondarem os 140 graus negativos, possuindo também uma atmosfera considerada venenosa para a vida terrestre, à base de metano. Seguindo-se a Júpiter em tamanho, com 120 mil quilómetros de diâmetro, é ainda mais achatado nos pólos - menos l2 mil quilómetros no sentido norte/sul - e apesar do seu formato gigantesco pesa só 0,5 vezes mais do que a Terra.
 
Gira muito depressa em torno do seu eixo, completando uma rotação em 10,23 horas no equador e bastante mais devagar nos pólos. A uma distância média do Sol de 1 427 milhões de quilómetros, completa uma órbita em 29,46 anos. Devido às suas densidades não proporcionais aos tamanhos, ficou convencionado denominar Júpiter e Saturno, assim como Úrano e Neptuno, de gigantes líquidos, sendo a Terra e os planetas menores, os anões sólidos.
 
Saturno, provavelmente constituído por gases em estado semifluido e talvez com um núcleo sólido existente muito próximo do centro, tem uma massa muito fraca (100 quilos na Terra pesariam lá apenas 117 quilos) e uma densidade tão reduzida que flutuaria na água. Actualmente com 62 satélites conhecidos, possui Titã, um dos maiores do sistema solar com um diâmetro ligeiramente superior ao do planeta Mercúrio, 5 150 quilómetros, com atmosfera e um período de rotação lento que demora a completar-se em 16 dias, e está a cerca de 1 221 000 quilómetros. É o único conhecido com atmosfera e que gira independentemente sobre o seu eixo e se mostra integralmente ao planeta principal. Todos os outros do sistema solar mostram somente uma face, como faz a Lua em relação à Terra.
 
Febo, o mais afastado, tem também a originalidade de gravitar em sentido retrógrado, ou seja no mesmo sentido dos ponteiros de um relógio, o que só sucede a meia dúzia de corpos celestes do sistema solar. O Sol, planetas e maioria dos satélites, cometas, asteróides, meteoritos, movem-se todos, tanto em rotação como em revolução, no sentido directo, contrário aos ponteiros de um relógio.

 
Para além da órbita de Saturno ficam os considerados planetas remotos, que por muito distantes se torna difícil o seu estudo, pouco se conhecendo a seu respeito. São eles, Úrano, Neptuno e Plutão.



 
Úrano, primeiro dos planetas descobertos após a invenção do telescópio, foi tomado inicialmente por um cometa. Ainda que não tão grande como Júpiter e Saturno, aos quais se assemelha em aparência e composição, tem 52 000 quilómetros de diâmetro. A sua temperatura oscila em 200 graus centígrados negativos, bastante mais fria do que a de Saturno. O seu movimento orbital é directo, no mesmo sentido dos outros planetas, mas a sua rotação é em sentido retrógrado. Demora 84 anos a circundar o Sol, a uma distância média de 2 870 milhões de quilómetros, e o seu dia é de 17 horas, inclinado 98 graus em relação ao plano orbital. Tem um sistema de anéis muito mais finos e escuros do que os de Saturno, e cinco satélites maiores que giram todos no sentido retrógrado.



 
Neptuno foi descoberto por simples cálculos matemáticos, devido à influência que exercia na órbita de Úrano. Com 45 000 quilómetros de diâmetro, Neptuno aparece no telescópio como um disco verde, sem nenhuma das faixas que caracterizam os planetas gigantes. A temperatura à superfície é de 205 graus negativos. Demora 165 anos a circundar o Sol, a uma distância média de 4 497 milhões de quilómetros, pelo que ainda não completou uma revolução desde a sua descoberta em 1846, e 18 horas a completar uma volta no seu próprio eixo. Mais maciço que Úrano, tem dois satélites importantes: Tritão, maior do que a Lua, gira em sentido retrógrado; e Nereida, muito menor, gira no sentido directo. Mas já foram detectados 27 satélites.


 
Plutão, descoberto também por cálculos matemáticos feitos para explicar certas irregularidades na órbita de Neptuno, tem brilho amarelo e a sua órbita é extremamente excêntrica cruzando-se com a de Neptuno. Chamado o planeta anão, com 2 284 quilómetros de diâmetro, demora 16 horas a completar uma volta sobre o seu eixo. O movimento de translação dura 164 anos a uma distância média do Sol de 5 900 milhões de quilómetros. Tem 14 satélite, Sendo Caronte o principal.
 
Plutão pode ter sido um satélite que escapou a Neptuno. Baseando-se na observação de estranhas irregularidades na órbita do cometa Halley, os astrónomos da Universidade da Califórnia deduziram a existência de um décimo planeta no sistema solar, ainda não visto. Segundo os seus cálculos, o novo planeta teria três vezes o volume de Saturno e a sua distância ao Sol seria duas vezes a de Neptuno.

Alás, muito recentemente foi descoberto outro cinturão de asteróides localizado além da órbita de neptuno, a quem deram o nome de cinturão de Kuiper. Os asteróides são chamados de transneptunianos, assim como Plutão e a sua lua Caronte, e o planeta-anão Éris.


Já foram observados mais de 800 objetos do Cinturão de Kuiper, o que comprova a sua existência. A comprovação da existência do Cinturão de Kuiper, e da existência destes 800 objetos, fez com que a IAU (International Astronomical Union) criasse uma definição nova para planetas, fazendo, desta forma, com que Plutão deixasse de ser considerado um planeta do Sistema Solar e passasse a ser considerado apenas, um planeta-anão.

Sem comentários:

Enviar um comentário