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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019


AS ALMAS ELEITAS DO SENHOR

Segundo um texto filosófico que li na Revista Trimestral de Esoterismo Rosa Cruz, nº 413, podemos encontrar nos textos sagrados (Bíblia) uma referência especial ao povo eleito, mas não diz onde está, nem como o encontraremos.

Há uma omissão, por parte dos autores bíblicos, talvez por recearem não serem compreendidos na época, e temerem despertar a inveja, que como sabemos, acabaria por devorar as tais Almas eleitas. Chamavam-lhes "Almas eleitas do Senhor", e não "Povo escolhido", e não indicavam onde estavam.

Moisés, ao organizar o seu código moral, para ordenar a sociedade que foi posta a seu cargo e a disciplinar, manifestou imediatamente o mais elevado apreço por essa fina-flor da humanidade. O problema, e os mal-entendidos, começou quando todo o Povo de Israel se considerou como "eleito", julgando ser suficiente para garantir a "salvação".

A partir da reunião de textos sagrados por Moisés, a história secular de Israel foi-lhes  "misturada" para dar a Israel a consistência de "Povo Escolhido" e legitimar todas as suas acções, em nome de Deus.

A essa fina-flor Moisés deu-lhes o nome de Nazireus, ou Nazaritas, isto é consagrados ou separados para o Senhor. Nazireus não era todo o povo de Israel, mas sim uma pequena facção. A sua vida era de uma rectidão exemplar, e poucos podiam suportar o voto de Nazireu. Eram vegetarianos puros. Não podiam beber vinho nem outros líquidos alcoólicos, nem sequer comer uvas. Não podiam estar onde houvesse outra pessoa morta, nem assistir a funerais ou procurar comunicação com os espíritos dos falecidos pois a morte era, para eles, o começo de uma nova existência. (Números 6:2-21), (Amós 2:11,12 – onde o oráculo do senhor diz que entre eles - o povo - escolheu Profetas e homens consagrados, uma prova de que os eleitos não eram todo o povo, mas sim alguns) e Juízes 16:17, em que até é uma história muito conhecida de Sansão e Dalila, onde vem: "e (Sansão) contou-lhe todo o segredo: A navalha nunca passou sobre a minha cabeça, pois eu sou consagrado a Deus desde o seio da minha mãe. Se me cortarem o cabelo, perderei a minha força. Ficarei fraco e serei como qualquer outro homem".

 
No decorrer dos séculos o nome destes eleitos sofreu alterações e, por isso, vieram a ser conhecidos por Nazareus, Nazarenos e Essénios. Portanto, no tempo de Cristo, o nome não mantinha a grafia primitiva. Chamavam-se Nazarenos. Jesus e os seus pais e irmãos eram Nazarenos. A própria cidade de Nazaré parece ter recebido o nome de um antigo mosteiro que os Nazarenos edificaram ali quando o lugar era ermo, pois nunca edificavam as suas pousadas e mosteiros nas cidades.

Os Nazarenos, ou Essénios, viviam separados dos outros povos, mas iam ao templo de Jerusalém uma vez por ano celebrar a Páscoa. E quando os seus filhos completavam doze anos (como aconteceu com Jesus) também eram obrigados a levá-los ao Templo para serem observados com a finalidade de se descobrir o Messias que havia de vir. Esta imposição era extensiva a todos os Judeus.

Quem se interessa pela história de Jesus já ouviu falar nos Essénios, supondo-se que Jesus seria um deles e tenha sido preparado por eles.

Sabe-se da sua vida monástica, dos seus escritos e dos seus mosteiros e albergarias, onde curavam os doentes e davam assistência a necessitados, e da destruição de tudo isso pelos Romanos.

Os Nazarenos nunca se intitularam Essénios pela sua modéstia, timbre da sua Alma. Sabe-se que a defesa heróica de Masada, uma fortaleza símbolo de Israel, num plateau elevado, contra os Romanos, foi realizada pelos Essénios zelotes, numa prova de sacrifício e amor pela sua terra Israel. Preferiram morrer a renderem-se aos Romanos.

 

O nome Essénio não aparece na Bíblia. Eles não estavam empenhados em parecerem santos, mas em viverem santificando-se. Tinham o maior cuidado com o corpo, para que a saúde não enfraquecesse. Estimavam profundamente a higiene, uma prova do seu avanço espiritual na época, mas também a higiene da Alma. A sua alimentação era sã, não comiam nada que estivesse desprovido de vida, ou que pudesse fomentar os vícios que fazem sempre descer o nível de vitalidade.

A sua doutrina religiosa era bastante simples: reverenciavam o Eterno Criador como sendo a origem de toda a Vida, e procuravam pautar as suas atitudes e acções de forma a não criarem dificuldades aos seus semelhantes.

Sabiam perfeitamente que os nossos pensamentos e acções reagem sempre sobre nós e traçam os nossos destinos.

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