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segunda-feira, 12 de dezembro de 2016


O SEGREDO DO TEMPO


Parte do que aqui vou transmitindo, e por uma questão prática, vou tirando da Internet, agora em que tudo lá está e como nem todos têm tempo ou não sabem como encontrar determinados temas, é um serviço que presto. Uma maneira de passar o tempo e ir aprendendo alguma coisa.


O meu arquivo é muito extenso e custou-me muito juntar e catalogar a informação que ia encontrando (aquela que passava pelo crivo da censura) e explanar tudo em pequenos textos.


Só que, com o aparecimento da Internet e possibilidade de ter acesso a toda a informação, sem ser censurada, a maior parte das vezes aquilo que pretendo já esta escrito e à disposição. São biliões de artigos e textos e é difícil, por vezes, encontrar o que se pretende.


Limito-me a fazer ligeiras correções ortográficas, para o português de Portugal, e sublinhar algumas passagens, sem no entanto tirar o sentido do texto original e dando os créditos devidos.


Neste caso, o autor Jacques Bergier que costuma escrever em parceria com Louis Pauwels, são dos meus favoritos. Apareceu também no mercado uma coleção de obras sobre estes temas curiosos, de capa preta editados pela Livraria Bertrand, nos anos 70.


Só pessoas com hábitos de leitura é que tinham acesso a este tipo de informação. Hoje toda a gente encontra esta informação na Internet, só que há de tudo e é difícil separar o trigo do joio.


O mais difícil é saber cruzar a informação dispersa e a partir daí chegar a algo completamente assombroso ou "descobrir" o núcleo da questão.


Vejamos então este extrato de J. Bergier:


 

Fundação da Civilização do Tempo


O segredo do tempo foi queimado em 12 de julho de 1562 na Cidade do México.

Diego de Landa, monge franciscano encarregado de reprimir a heresia nas províncias de Yucatan e da Guatemala, recentemente conquistadas por Sua Muito Católica Majestade de Espanha, condenou a destruição na fogueira a parte essencial dos manuscritos Maias que continham os segredos  do tempo. (Uma das preocupações dos missionários da Igreja de Roma era destruir por completo os vestígios das culturas onde se instalavam para converter os gentios infiéis. R).

As testemunhas narram que no início o fogo se recusou a pegar. Acreditou-se por um instante que a multidão de indígenas reunidos ao redor do auto-de-fé  iria intervir. Os soldados ameaçaram atirar, os índios recuaram e o fogo pegou. Desde então , alguns traços da civilização Maia foram redescobertos pelas pesquisas modernas, especialmente as pesquisas soviéticas puderam lançar alguma luz sobre ela. Mas o principal segredo do tempo desapareceu.

Sabemos tão-somente que os Maias não consideravam o tempo homogéneo. Certas partes do tempo possuíam certas propriedades, outras não. Um pouco como a superstição popular, que considera determinados dias nefastos, como a sexta-feira 13, e outros não.

Para os Maias, o tempo não possuía dois vetores, o passado e o futuro, porém seis. Vemos surgir aqui, de novo, as "ramificações" do tempo notadas pelo I Ching e que nos servirão para eliminar os paradoxos temporais das viagens no tempo.

Não nos restam muitas fontes para reconstituir os segredos Maias. Apenas três manuscritos.

O primeiro, que se parece mais com um inventário do que a um de nossos livros, e que tem sessenta e quatro páginas, encontra-se em Dresden. O segundo está em Madrid; possui cento e doze páginas, mas faltam visivelmente o princípio e o fim. Enfim, vinte e quatro páginas em mau estado redescobertas por Léon de Rony nos arquivos da Biblioteca Nacional em Paris.

Um jovem russo talentoso, Yuri Knorozov, deu os primeiros passos em direção a decifração.  Isso assegurou-lhe a oposição feroz dos especialistas oficiais, para os quais os Maias constituíam exclusividade, em especial Eric Thompson. Entretanto, o cientista soviético reuniu indicações concludentes, as quais mostravam que a escrita Maia se compõe de hieróglifos, isto é, que ela não é inteiramente alfabética, como a escrita egípcia. Foi com muita reserva que apresentou o resultado das suas pesquisas em 1950 diante duma comissão universitária para o certificado que corresponde entre nós ao mestrado. A comissão era claramente superior ao nível requerido de mestrado, e concedeu-lhe sem qualquer hesitação o título de doutor em ciências e ciências humanas.

 O talento foi reconhecido em vida, o que é raro. É verdade que nesse ponto os académicos soviéticos tem o espirito claramente mais aberto do que os seus colegas ocidentais. Os poucos elementos que podemos tirar das decifrações soviéticas, e, por outro lado, a leitura dum certo número de estrelas que não trazem senão notações numéricas, embora bem interessantes, permitem representar uma civilização que procurava subjugar o tempo mais do que o espaço.

À origem dos tempos, observa-se uma data zero, data em que o homem aparece na Terra. Segundo uma inscrição de 3113 A.C., essa data estabelece-se no ano 5041738, número que corresponde de muito perto àquele dado pelas mais avançadas pesquisas de antropologia.

Durante muito tempo acreditou-se que os Maias dispunham as datas ao acaso, mas mesmo os cientistas oficiais começam a admitir que os Maias detinham o domínio do tempo. Assim, utilizando-se dos trabalhos soviéticos, o Professor Charles H. Smiley, da Universidade Brown ,  publicou no Journal of  the Royal Astronomical Society of Canadá  a decifração duma parte do manuscrito de Dresden. Essa parte encerra primeiramente a relação dos oitentas eclipses solares observáveis no mundo inteiro durante o primeiro milénio antes da nossa era. Em seguida, previsões de eclipses que deveriam suceder nos anos 42 e 886 de nossa era. Tais previsões são exatas e foram confirmadas pelos factos. Isso implica ou que os Maias empregavam telescópios  -  e que eles não os possuíam  -  e lidavam com ciências matemáticas avançadas  -  o que não parece ser o caso  -  , ou que detinham o domínio do tempo para exploração e observações diretas, o que parece próprio de sua civilização.

É o mesmo domínio do tempo que encontramos no livro sagrado de Chilam Balam, que prediz com dez séculos de antecipação e minuciosamente a chegada dos espanhóis ao continente americano. Diego de Landa tinha trinta e oito anos quando cometeu os seus crimes. A sua crueldade atemorizou até mesmo os espanhóis e ele foi intimado a comparecer a um tribunal da ordem dos franciscanos em Espanha. Contudo, a sua defesa foi tão hábil que foi absolvido e voltou ao México como bispo.

Deixou as suas memórias escritas em 1616 e redescobertas em 1863 . O seu manuscrito contém um alfabeto Maia. Diego de Landa afirma que a escrita Maia era alfabética e fornece transcrições de letras. Foi esse erro e essa falsa transcrição que retardaram as pesquisas durante muitos séculos. Mais tarde, o célebre linguista Benjamin Lee Wort tentou mostrar que a escrita Maia se compunha de hieróglifos , mas Eric Thompson votou-o ao silêncio. Foi necessário Knorozov para demonstrar que a escrita Maia era hieroglífica. Felizmente, o poder de Eric Thompson não se estendia até à União Soviética.

Quem foram os Maias?

Vieram do norte, não se sabe quando. Na língua deles a mesma palavra designa o "norte" e o "passado". De acordo com as últimas pesquisas, eram anteriores aos Olmeques e estão situados cronologicamente ao menos, dez mil anos da nossa era. Talvez mais.

Por volta do ano 1.000 de nossa era, abandonaram as suas cidades, não se sabe por quê. Algumas de suas cidades foram  descobertas na selva, outras esperam ainda que alguém as descubra . A fotografia aérea e a fotografia por satélite revelaram no Yucatan e na Guatemala dezenas de milhares de pirâmides ainda inexploradas. As cidades descobertas e parcialmente exploradas colocam estranhos problemas. Palenque por exemplo.

Encontramos lá um calendário lunar, que atribui ao mês lunar uma duração de 29, 53059 dias. Precisão fantástica. Os números mais modernos, obtidos graças a um relógio atómico, apresentam com esse número um erro de 0,00027 por dia. E esse resultado foi obtido por um povo que não possuía nem telescópio e nem computador. Depois disso, hesita-se afirmar que as datas obtidas com tal sistema numérico sejam imaginárias, ou hipotéticas.

No alto de uma pirâmide imensa, em Palenque, encontra-se o Templo das Inscrições. Uma dessas inscrições evoca  singularmente um painel. Com mostradores e botões de acionamento, certamente. Quis-se a todo custo nesse "painel" a  reprodução dum painel de astronave. Tal hipótese criou celebridade e fortuna para Erich von Daniken.

Num certo número de inscrições desse mesmo templo trata-se de nove mundos subterrâneos. Num deles reina o deus Hun Ahav, o qual segundo uma inscrição reina também no planeta Vénus. Compreenda quem puder. . .

Parece que deciframos de maneira satisfatória o sistema de numeração Maia. Os Maias empregavam o zero, representando  em seus cálculos por um signo em forma de astronave munida de vigias. Derivavam o seu calendário de um sistema de numeração de base vinte. Nesse calendário, a mesma data não podia repetir-se a não ser de cinquenta e dois em cinquenta e dois anos. O ano começava a 23 de Dezembro, no solstício do Inverno e continha os seguintes meses: sol novo, poço, semeaduras, branco, cervo, extensão do fogo, sol amarelo, tambor, grande chuva, barulho da tempestade, deus desconhecido, rãs, deus da caça, morcego, deus desconhecido, mês final.

Fundando-se numa extensão média do dia, os Maias podiam perscrutar longuíssimos períodos de tempo, até sessenta e quatro mil anos atrás. Entretanto, se o texto precisa que não se pode remontar a mais de 5.041.738, é sem dúvida porque não se pode explorar o tempo antes do aparecimento dos homens. O tempo é marcado pela sua cor, a qual não é a mesma a cada mês. Uma data retornando cinquenta e dois anos depois não tem forçosamente a mesma cor. Certas cores do tempo são boas, outras más.

E quando nos colocamos no fluxo do tempo para considerá-lo, percebemos não somente o passado e o futuro, mas também quatro outras direções. Os heróis lendários dos Maias, especialmente Quetzalcoatl, que é branco e possui um nariz semita, vêm não se sabe de onde.

O símbolo de Quetzalcoatl é a serpente emplumada que invadiu o império Maia em 1208 de nossa era. A sua chegada é prevista, tanto quanto as suas vitórias. Ainda se fala disso nas tradições Maias, pois a língua Maia, contrariamente, por exemplo, ao sumeriano ou o hitita, é ainda falada nos nossos dias. Procura-se ademais agora comparar a tradição Maia com o pouco que conservamos de textos escritos. Transcrições em espanhol dessa tradição são constantemente descobertas. Assim, em 1942, encontrou-se em Marida um fragmento perfeitamente desconhecido do livro de Chilam Balam. Porém, mesmo nos nossos dias, a gramática Maia permanece extremamente difícil. Por exemplo, os verbos indicam simultaneamente o objeto e o sujeito de uma ação, e a tradução exata é totalmente impossível. Yuri Knorosov traduziu para o russo um dos livros de Chilam Balam, diretamente do Maia. Ele afirma que é  mais fácil traduzir para o russo que para a língua ocidental, mas que entretanto essa tradução não é senão aproximativa. O livro de Chilam Balam descoberto em 1942, o último em data, contém profecias  e narrativas históricas em forma épicas. Defini-lo como uma combinação de Ilíada e da Bíblia não é deformar muito a verdade. Os Maias ainda são vivos; até mesmo a sua população aumenta. Eles tiveram a sorte de sobreviver porque entre 1519 e 1605 os espanhóis massacraram mais de vinte e três milhões de Maias. Os sobreviventes conhecem muitos segredos, escondidos por medo da repressão espanhola.  Lentamente, os documentos saem dos seus esconderijos. Locais de cidades são pouco a pouco revelados. Um dia todo o segredo ser-nos-á apresentado.

A cidade mais rica das que foram descobertas até ao presente é Bonampak. Possui um templo suntuoso, com três peças imensas cobertas de afrescos que já nos ensinaram muito e muito nos têm ainda para ensinar.

Bonampak significa em Maia : "paredes recobertas de quadros". A cidade é relativamente recente, do ano 800 de nossa era. É inacabada. As mesmas razões que levaram os Maias a abandonar as outras cidades interromperam a sua construção. Os afrescos de Bonampak mostram-nos as multidões Maias, a guerra que reina nessa época e símbolos do tempo.

A cidade foi descoberta, por acaso, em 1946. De seus afrescos imensos acha-se geralmente que constituem uma obra coletiva, realizada sob a direção dum homem de génio. Um tanto à mesma maneira que funcionavam os ateliês da Renascença. Esse génio desconhecido parece ter traçado ele próprio o desenho dos afrescos com tinta negra, deixando aos seus colaboradores em seguida o cuidado de colori-los.

Parece que Bonampak foi iniciada durante o período desastroso em que as outras cidades eram abandonadas, depois continuada durante a invasão de Quetzalcoatl , procedendo do norte e destruindo em nome da serpente emplumada a primeira civilização Maia a fim de edificar a segunda . E que esses dois fenómenos foram previstos. Por que então começar a construir uma cidade quando se sabia não poder termina-la? Mais uma vez se coloca a questão da fatalidade, e do sentido das previsões.

Notemos que em Bonampak, como em outras cidades, afrescos foram destruídos , estátuas quebradas , estrelas derrubadas , a ponta profundamente enterrada no solo. Aparentemente, não se desejava que os invasores que penetrassem a cidade após o seu abandono aprendessem demasiado!

Os livros de Chilam Balam insistem no facto dos sacerdotes Maias preverem não somente as invasões, mas também as catástrofes naturais, particularmente os ciclones e as correntes violentas das marés. Essas previsões eram consideradas marcadas pelo selo da fatalidade e não podiam em caso algum mudar um destino inelutável.

É necessário observar que os livros de Chilam Balam foram redigidos por homens perseguidos que não conheciam a escrita Maia e registavam sofrivelmente em espanhol tradições orais. São  os livros Maias que seria necessário que encontrássemos e decifrássemos. Talvez ainda existam, enterrados numa dessas inumeráveis cidades que conhecemos somente através de fotos de satélites.

Em que consistia exatamente a técnica usada pelos sacerdotes Maias para explorar o tempo?

Arriscarei umas hipóteses.

Por volta de 1965 descobriu-se em Nova York dois gémeos de vinte anos, mentalmente muito equilibrados  -  os seus quocientes de inteligência eram inferiores a 50  -  mas possuíam um dom extraordinário: domínio total do tempo aritmético.

Quando se perguntava a um deles: que dia foi 4 de Fevereiro de 1648 ?  o outro respondia imediatamente : sexta-feira. E quando se perguntava ao outro que dia seria 11 de Fevereiro  de 2003, o primeiro respondia : quarta-feira.

Verificações demonstraram  que jamais se enganavam. Várias pesquisas científicas foram efetuadas então e em vão, e um médico eminente acabou por admitir num artigo do jornal Le Monde :

"A ciência não dispõe de resposta para esse problema . Mas isso não é razão para apelar para 'O Despertar dos Mágicos'."

Com o risco de contrariar os cientistas oficiais, apelarei para o método de 'O Despertar dos Mágicos', isto é, para hipóteses intuitivas baseadas em factos verdadeiros, o que chamo de realismo fantástico. Não atribuímos importância demais ao facto de que quando se interrogava um dos gémeos era o outro que respondia. Pode haver explicações para essa telepatia de pouco alcance, e nem todas telepáticas, aliás.

Os gémeos possuíam o domínio do tempo aritmético. Certos observadores notaram neles um domínio de um tempo bastante curto. Assim, os gémeos pareciam  jamais  ter ouvido falar de exploração do espaço. Mas quando lhes foi perguntado: "E quanto ao Sputnik ?" não apenas responderam com a data de 4 de Outubro de 1957 como também, recitaram de cor os vários artigos de jornais do Sputinik. Tudo como se pudessem voltar no tempo para se informarem.

Essa faculdade particular deve ser devida a uma anomalia do cérebro dos gémeos.

Sabemos que os sacerdotes Maias operavam os cérebros de outros sacerdotes. Instrumentos de trepanação e crânios trepanados foram descobertos. Daí me parece possível imaginar que os sacerdotes Maias conhecessem uma operação da cirurgia cervical suscetivel de conceder o domínio do tempo.

No caso dos dois gémeos nova-iorquinos, o fenómeno foi provavelmente devido a uma mutação no nascimento. Estou convencido de que os sacerdotes Maias sabiam provocar tais mutações e que os indivíduos particularmente bem sucedidos  podiam fornecer ensinamentos sobre o passado e o futuro, percebiam o tempo na sua realidade múltipla e não abstratamente e segundo duas dimensões, como nós o fazemos.

Talvez certos sacerdotes em que a operação tivesse obtido total êxito pudessem até mesmo deslocar-se no tempo. O material escrito é realmente demasiado vago e raro para que possamos ter certeza disso. Esse domínio do tempo proporcionava portanto não unicamente o conhecimento do passado e do porvir como também o conhecimento individual da estrutura do tempo. Parece que esse fenómeno é único na história da humanidade.

Do mesmo modo que um homem no deserto ou no mar pode ao despertar circunvagar o horizonte e atentar segundo os quatros pontos cardeais, norte, sul, leste e oeste, para tentar vislumbrar uma caravana ou uma vela, um sacerdote Maia podia circunvagar seis direções do tempo, ver a sua cor nesse momento, concluir se era boa ou má e entrever eventos situados à perpendicular do eixo do tempo.

Aí estava o grande segredo que destruiu o monge Diego de Landa.

E aqueles que o conhecem ainda guardam-no ciosamente. Por volta do início do século XX, descobriu-se no Yucatan dentro dum jarro um outro manuscrito Maia, o quarto, até então desconhecido. Contudo, antes que pudesse ser copiado  ou fotografado foi incinerado por desconhecidos.

Parece que no momento das invasões os sacerdotes Maias davam instruções precisas e tais instruções são ainda respeitadas. Os espanhóis, destruíram certamente muita coisa . E a epidemia de varíola que se seguiu à invasão espanhola matou ainda mais Maias que os espanhóis (Foi esta epidemia que deu a Wells a ideia da destruição dos marcianos por meio de micróbios em "A Guerra dos Mundos"). Mas nem tudo foi destruído.

 Já à chegada dos espanhóis  -  prevista há muito  -  precauções tinham sido tomadas. Assim, o templo localizado no alto da pirâmide de Uxmal não oferecia acesso senão por meio duma escada cujos degraus eram da altura de um homem. Para subir por tal escada era necessário um treino especial que só os sacerdotes dispensavam.

Recentemente  o cientista russo  Vladimir Alexandrovitch Kuzmitzeff conseguiu subir ao alto da pirâmide de Uxmal . Narrou o seguinte:

"Sob o efeito da claridade implacável do sol tropical, a minha visão foi subitamente  turvada. O meu coração batia descompassadamente, uma fadiga como jamais experimentara na vida tomava conta de mim. Parecia-me que a escada não tinha
fim. Compreendi porque acreditava-se que ela conduzia ao céu."

Bem no alto da escada encontrava-se uma figura de pedra não-humana que observava com olhar feroz os visitantes. Ao lado, vasos enormes deviam em princípio receber o fogo do sacrifício. Todos os documentos dos templos no alto de pirâmides descobertos por Diego de Landa foram queimados por ele. Entretanto ainda restam as pirâmides e mesmo cidades inteiras desconhecidas . E existem documentos ocultos em galerias subterrâneas.

O governo mexicano preocupa-se com essa questão e tenta deter ao máximo o contrabando de antiguidades Maias. Nada nos impede de pensar que um dia encontraremos um documento que nos permitirá conhecer a operação que faculta o domínio do tempo.

Caso admitamos a hipótese da existência de tal intervenção cirúrgica, uma questão então se coloca: como os sacerdotes Maias eram capazes de executar uma operação que somos absolutamente incapazes de executar?

Mesmo com nossos métodos de anatomia para estudo do cérebro através de radioisótopos, mesmo com os nossos eletroencefalogramas seriamos incapazes de proceder a tal operação. Como os Maias, que acabavam de emergir do neolítico, a descobriram?

A única hipótese possível é a que  sustenta que eles não a descobriram , mas sim a aprenderam.

De quem? Dos Mestres Secretos do Tempo que ali viajavam e ali faziam as suas experiencias. Trata-se duma hipótese tão plausível quanto a dos extraterrestres, a qual aliás não é excluída por ela.

E manterei tal hipótese até me mostrarem  um eletroencefalograma descoberto numa tumba Maia.
 

Nota :

O que eu (J. Bergier) disse neste capitulo a respeito da trepanação dos Maias poderá parecer extraordinário ao leitor. Acrescentarei aqui um extrato de um excelente estudo realizado pelo Professor Marcel Homet e aparecido no nº 4 da revista Khadat , consagrada às civilizações desaparecidas.

Os Chimus constituíam um império na costa do Peru , muito estreitamente ligado ao dos Maias. Alguns acham que os Chimus constituíram a base do império Maia, outros que eles formaram uma colonia deste; seja como for, as técnicas médicas deviam ser as mesmas .

Eis o que escreveu o Professor Homet:
"Numa cerâmica, um homem debruça-se sobre um individuo de crânio raspado e que com uma grande quantidade de folhas na boca parece adormecido. O homem de pé tem à mão uma faca em forma de T ligeiramente curvo. Pode-se pensar que ele está na iminência  de operar aquele que, deitado, foi insensibilizado por aquele maço de folhas de coca que mascou. Então o cirurgião abre um orifício na caixa craniana; delicadamente ele retira o tumor que sabe ali existir, fecha o orifício e cauteriza. Tal coisa pode parecer extraordinária pois para isso é necessário conhecer perfeitamente a anatomia do cérebro. E deste modo os médicos atuais estudaram os crânios trepanados de Cuzco, estão de acordo acerca do seguinte ponto: muitos pacientes dos cirurgiões chimus foram trepanados diversas vezes e todos eles sobreviveram."

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