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terça-feira, 6 de dezembro de 2016


QUAL A FRONTEIRA ENTRE SOBRENATURAL E SOBREHUMANO

Sobre o que venho falando, noutros textos, sobre a espiritualidade e a religião interior que cada um tem dentro de si, acho que o raciocínio lógico deve conviver com a convicção espiritual (são interdependentes)  porque só o mecanicismo do Universo é insuficiente sem a componente da fé.

Não de uma fé dogmática e fundamentalista, mas de uma fé flexível no pressuposto de que quanto maior avanço da ciência (e do positivismo) maior é a penetração no espaço que é reservado para os fenómenos da fé e na crença da existência de um mundo metafísico. Muito daquilo que ainda há muito pouco tempo era considerado como sobrenatural ou estando nos desígnios de Deus, por ignorância, é hoje reconhecido como factos naturais sobrehumanos e não sobrenaturais.

Hoje, graças ao avanço da ciência, sabemos que todos os minerais têm a capacidade de armazenar dados e o problema é inventar máquinas para terem acesso a eles. Para um ignorante, a gravação, e posterior leitura, em fitas magnéticas é um milagre, é um fenómeno sobrenatural, bem como ainda temos dificuldade em compreender como é que funcionam os sistemas a laser nos CDs e DVDs actuais. Já se fala nas imagens a três dimensões projectadas no espaço e tudo isso é autêntica magia para a grande maioria dos povos. Tudo isso é enquadrado, por esses povos, no campo do espírito e dos seus deuses.

No caso das casas assombradas por exemplo. Sabe-se, por estudos de especialistas de parapsicologia (uma disciplina que já está a ser adoptada por algumas Universidades de ensino e estudada com rigor por cientistas quânticos) que esses fenómenos acontecem em casas antigas, ou casas fabricadas com material retirado de locais ou ruínas antigas, em que os factos acontecidos perto daquelas paredes são retidos entre as vibrações dos cristais que compõem aqueles minerais. Como no reforço da memória cognitiva, em que os factos mais marcantes ficam gravados com maior intensidade, essas paredes estão cheias de informação, sobressaindo as que foram gravadas com maior intensidade pelas reacções mentais dos seres humanos. Discussões, amarguras, e tudo de frustrante para a vida dos que lá habitaram ficam gravadas e só é necessário inventar um dispositivo para as ler. Como o ser humano tem capacidades ainda por desenvolver, pois 90% do cérebro não é utilizado, algumas pessoas mais sensíveis conseguem detectar esses dados e vêm "fantasmas" e tudo o que esteja relacionado com esses dados.

Quando o ser humano, ou por drogas, ou por exercícios conscientes, ou por fraqueza do corpo, despoletam essa capacidade de fazer a ponte entre o mundo físico e o mundo do espírito. Todos os fundadores de religiões tiveram as suas revelações, do além, após quarenta dias de jejum. Esse jejum forçado enfraqueceu de tal modo o corpo, ou levou o cérebro a atingir determinado "ponto", que permitiu "entrar" nesse mundo.

Não sabemos qual a fronteira real entre o mundo físico e o mundo do espírito, o que não invalida a existência de Deus, partindo do princípio de que o percurso de evolução do ser humano é passar por todos esses estados, desde o mais básico da matéria até ao mais diáfano do espírito. A meta é alcançar esse outro mundo mais elevado e fora das leis condicionadoras do mundo material de três dimensões. Penso eu, raciocinando sem as amarras dogmáticas da religião.

Em suma: o facto de poderem ocorrer estes fenómenos que dizem respeito à vida material, onde o ser humano evolui, não quer dizer que sejam incompatíveis com a vida espiritual, com a crença em Deus e Suas leis e caminho para a perfeição.

E verificamos também, por exemplo, que o Bhagavad Gita da Índia, escrito milhares de anos antes que neles existem muitas histórias semelhantes às que aparecem na Bíblia. O que me faz mais convicto de que a vida evolui em espiral e os factos vão-se repetindo, com características diferentes, é claro, numa evolução constante, com inícios e fins periódicos.

Naquele tempo, sem as comunicações de hoje, e pelo atraso dos povos, até é de admirar como é que os textos bíblicos mostram semelhanças com os textos do Bhagavad Gita hindu, estando em regiões tão separadas em que até desconheciam da existência de uns e outros.

Pelo que sei dessa obra, sagrada para os hindus, aconteceu precisamente o que está previsto para a história do mundo criado por Deus neste ciclo de vida, a destruição total pelo poderio atómico. E na espiral de evolução, surgirão outros ciclos de vida, em que os mesmos fenómenos se assemelharão mas com nuances diferentes e cada vez mais diluídos pela perfeição desejada.

R.

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