DÍVIDAS – ESCRAVATURA MODERNA
Vamos tentar perceber, com este artigo,
como os “senhores do mundo”, sempre detentores do conhecimento, organizaram o
“sistema” de modo a que o povo ignorante e mal informado adira e se deixe
envolver nas suas artimanhas, julgando serem “livres” e senhores dos seus
destinos.
Os Illuminati
exploram a maioria abertamente sabendo que a sua impunidade não é
contestada porque o “sistema” são eles. Eles é que escrevem a História e criam
as condições de sobrevivência do “rebanho”, como chamam aos que estão na base
da pirâmide.
Com o desenvolvimento da sociedade, mesmo
assim, e principalmente com o advento da Internet
onde circula TODA a informação, é cada vez mais difícil aos “senhores do mundo”
manterem-se “invisíveis” a manobrar tudo nos bastidores. O conhecimento passou
a ficar acessível a muitos elementos do “rebanho” que começaram a agitar-se e a
organizarem-se para se defenderem.
Motivo por que, os “senhores” , mudaram de
estratégia e tornaram-se mais “agressivos” na imposição das suas leis
opressivas, querendo impor abertamente um regime único de governação mundial a
que deram o nome de Nova Ordem Mundial.
Foram obrigados a sair dos bastidores porque a sociedade de hoje já não se pode
manipular pela retenção do conhecimento e censura de toda a informação que está
à disposição.
E, pelos vistos, só pela força conseguirão
atingir os seus objectivos. Já não basta um governo único, uma única religião e
uma única moeda. O factor básico para exercer controlo sobre a humanidade é
dominar as religiões e, se possível, fundi-las numa só, o que poderá ser
conseguido pela acção da Igreja de Roma com o ecumenismo. Depois disso é só controlar os meios de subsistência
pelo endeusamento do dinheiro, de modo a que se crie uma única moeda virtual em
que só têm acesso aqueles que se submeterem ao uso de um “chip”,
preferencialmente implantado sob a pele.
Para isso, já há muito que o “sistema” vem
habituando o ser humano a viver endividado, a nova forma de escravidão, sem o
parecer.
E todas as acções de intimidação estão em
curso, até o ser humano “pedir” a criação de um governo único que os proteja. O
laço está de tal forma montado que o próprio ser humano preferirá perder a sua
falsa “liberdade” para se submeter a um governo forte que porá tudo em ordem.
Vamos, então, ver este artigo de Giordano
Bruno tão esclarecedor:
A Grande Prisão Global
Causada Pelas Dívidas
Neithercorp Press, 4/2/2011.
(Tradução
minha para português de Portugal, sem adopção às regras do acordo
ortográfico de 1990, com algumas imagens tiradas da Net para o texto não ficar
tão denso, e sem alterar o sentido do texto original, que poderá
ser consultado no site que refiro no fim. R)
Tempos
tensos e terríveis inevitavelmente produzem um estranho acoplamento de duas
condições humanas muito diferentes e difíceis: a honestidade e a brutalidade.
Certas verdades dolorosas são reveladas e, frequentemente, uma fúria palpável
se manifesta. Considerando-se que o tempo atual é particularmente tenso e que
está prestes a tornar-se terrível de uma forma espetacular, talvez devêssemos
aceitar ambas as condições de uma maneira construtiva e tornar-nos brutalmente
honestos connosco mesmos. Isto começa pela admissão daquilo que mais nos afeta;
começa pela admissão do quanto caímos...
Toda a nossa
economia, toda a nossa civilização, todo o nosso mundo, foram construídos com
base no endividamento. Nunca nos perguntaram se era isto que queríamos, é
simplesmente desse modo como o sistema funcionava quando entramos nele. Muitos
de nós viveram as suas vidas inteiras sob o pressuposto de que o endividamento
é uma função necessária da vida diária e um ímpeto valioso de uma sociedade
bem-sucedida. Muitas famílias neste país vivem presas a ciclos cada vez maiores
de criação de compromissos financeiros e juros a pagar. Existem até mesmo
escolas de pensamento económico que estão centradas unicamente na produção e
utilização de nada, excepto dívidas. Somente recentemente é que muitas pessoas
começaram a perguntar-se quais são os benefícios tangíveis (se é que existem) de estarem dependentes
de uma vida financeira baseada em dívidas.
Após
minucioso exame, torna-se evidente que a dívida não alimenta a economia; ela
sufoca-a. Ela não produz o crescimento; ela limita-o e envenena-o. Dívidas
extremas não são um órgão fundamental numa estrutura de comércio; são uma
aberração, um câncer em propagação que interfere com a circulação do comércio
saudável. A dívida é, em grande parte, desnecessária.
Logicamente,
as dívidas podem ser muito úteis se você for o controlador ou o supervisor que
decide a forma de operação de um sistema, especialmente
se desejar centralizar e manter o poder sobre esse sistema. A arma tática da
dívida tem sido usada pelas elites há séculos como um modo de aprisionar as
massas, ou para criar uma atmosfera de dependência perpétua. Vamos
dar uma olhadela no que realmente é a dívida e como ela é utilizada contra o
cidadão mediano actualmente.
Compreendendo a Dívida
O clássico A
Pequena Dorrit, de Charles Dickens, é comumente interpretado como um
romance, entretanto, o personagem principal no livro não é a Pequena Dorrit, ou
o gentil Arthur Clennam, mas o sistema de dívidas da Grã-Bretanha, e os seus
efeitos sobre cada classe social, desde os mendigos nas ruas até as pessoas da
alta sociedade. Dickens deplorava a ideia da dívida e das prisões por falta de
pagamento de dívidas, pois o seu próprio pai foi lançado na prisão por muitos
anos, forçando o jovem Charles a trabalhar desde cedo para ajudar a manter a
família. Dickens compreendia bem o objetivo maligno que estava por trás do
sistema de dívidas e denunciava-o frequentemente nos seus escritos.
Um
personagem em A Pequena Dorrit que sempre me fascinou é o Sr. Merdle, o
super-astro do sistema bancário que domina o mundo dos investimentos com a
ajuda de autoridades do Tesouro britânico e de vários políticos depravados.
Merdle é chamado nos círculos empresariais de "um homem do nosso
tempo", uma maravilha financeira que parece ganhar fortunas em todos os seus
novos empreendimentos. Quase ninguém percebe que Merdle é uma fraude, um
farsante com um esquema de pirâmide de Ponzi que pega o dinheiro dos
especuladores incautos para injetá-lo em investimentos cada vez mais
arriscados. De modo a continuar a ocultar o facto de que todos os seus
empreendimentos financeiros terminarão na ruína, ele atrai mais e mais
depositantes para pagar os compromissos anteriores. O problema é que Merdle
cria dívida para pagar dívidas anteriores. Eventualmente, a sua insolvência, e
a de todos os que confiaram nele, acontece e expõe a mentira cuidadosamente criada.
Toda a instabilidade económica é invariavelmente revelada um dia, independente
da engenhosidade como foi ocultada.
Para mim, o
Sr. Merdle é quase uma representação literária perfeita do sistema atual dos
bancos centrais e dos cartéis dos grandes bancos internacionais, como o J. P.
Morgan, Goldman Sachs, Citigroup, etc. Nos EUA, o Sistema da Reserva Federal,
com a ajuda dos políticos de ambos os partidos, criou uma série de incentivos
ilusórios (por meio da redução da taxa de juros) que permitiu aos bancos
emprestar dinheiro fiduciário quase ilimitado a uma taxa de juros próxima de
zero. O país ficou inundado por crédito, até ao ponto em que era praticamente
impossível para a pessoa mediana evitar a tentação de tomar empréstimos. O que
ninguém compreendeu naquele período de tempo é que o crédito derivado do
dinheiro fiduciário não é "capital", não é riqueza. Crédito é a
criação de um compromisso financeiro a ser pago numa data futura, se é que será
pago e, como não existem regras para vincular a dívida a qualquer garantia
legítima (pelo menos para os bancos), não há nada que lastreie a obrigação
financeira se ela deixar de ser honrada. Portanto, o crédito induzido por
dinheiro fiduciário não é a criação de riqueza (como os economistas keynesianos parecem acreditar), mas a
destruição da riqueza!
Devido à sua
falta de tangibilidade, a dívida pode ser empacotada e reempacotada de qualquer
forma que os bancos quiserem. Os derivativos são um exemplo perfeito da
natureza fantasma da dívida; os títulos em derivativos não têm qualquer valor
real, porém são classificados e negociados como se fossem um produto sólido.
Este tipo de transação, na sua própria raiz, é uma bomba-relógio fiscal.
Exatamente como no mundo literário de A Pequena Dorrit, o esquema de
pirâmide de Ponzi no nosso mundo muito literal teve de atingir um ponto de rutura,
o que aconteceu em 2008.
Uma diferença
visível entre os nossos problemas e aqueles narrados por Dickens é que o Sr.
Merdle realmente se sente culpado por aquilo que causou (ou, pelo menos, teme a Justiça que terá de enfrentar), o que o leva
a cometer suicídio perto do fim do livro. No mundo real, os Merdles da nossa
época parecem estar perfeitamente satisfeitos em ver este país ruir devido às
suas intrigas e raramente sofrem quaisquer consequências por aquilo que
fizeram. Na verdade, a elite bancária moderna sente prazer em ver os efeitos
das ondas de choque da detonação do crédito e não sente qualquer remorso. O
ponto é que Dickens viu claramente mais de 150 anos atrás o que as pessoas
ainda hoje não veem: que a dívida é uma ideia abstrata, um jogo absurdo que
confunde e enlaça os inocentes. Os sistemas baseados em dívidas trapaceiam os
cidadãos, levando-os a trocarem a sua riqueza tangível e a sua mão-de-obra pela
promessa de acertos futuros que nunca acontecem. A dívida serve somente para
enfraquecer as massas e dar maior poder aos credores.
As Consequências do Endividamento
De que forma a economia baseada em
dívidas nos serviu até aqui?
A dívida em cartões de crédito da família americana
mediana gira em torno de 8 a 15 mil dólares. O total da dívida familiar,
incluindo prestação da casa própria e outros financiamentos bancários atingiu
uma média de 136% da renda anual das famílias:
Aproximadamente
80% dos financiamentos da casa própria feitos para clientes de alto risco ao
longo da última década foram na modalidade de Hipotecas com Taxa de Juros
Ajustável, o que significa que 80% das hipotecas no país tiveram a sua taxa de
juros redefinida, ou que pode ser redefinida a qualquer momento, para um nível
muito mais alto. Ocorreram aproximadamente 1,4 milhão de pedidos de falência em
2009 e 1,5 milhão em 2010. Um em cada 45 lares recebeu aviso de retomada do
imóvel em 2010:
Tenha em
mente que em 2005, novas normas governamentais foram implementadas, tornando a
declaração de falência pessoal muito mais difícil. Em 2006, os pedidos
diminuíram quase que totalmente. Agora, apesar dos obstáculos mais rígidos, os
pedidos cresceram novamente em mais de 100%.
A dívida pública "oficial" dos EUA está agora acima de 14 triliões de
dólares, o que é cerca de 100% do Produto Interno Bruto nacional,
mas se os programas de direitos e benefícios, como o Seguro Social, forem
incluídos, esse número será provavelmente 400%
do PIB. A barreira dos 100% é frequentemente citada como um ponto de rutura
para a maioria dos países com dificuldades em honrarem as suas obrigações
financeiras. A dívida pública grega estava entre 108% e 113% do PIB quando o
governo precisou de adoptar medidas de austeridade. De 2004 a 2010 (um intervalo de apenas seis anos), a
dívida pública americana dobrou de tamanho. Para colocar isto em perspetival,
foram necessários duzentos anos para a dívida alcançar o primeiro trilião de
dólares. Agora, vemos a acumulação de pelo menos um trilião a cada ano. Isto é
insustentável.
Atualmente,
fala-se muito sobre o teto da dívida, que foi elevado seis vezes nos três
últimos anos. Essa frequência não tem precedentes. As agências internacionais
de classificação de risco sugerem agora abertamente o fim da classificação AAA
para os títulos emitidos pelo Tesouro dos EUA:
Uma redução
na classificação do risco de crédito seria devastadora para o pouco interesse
estrangeiro que ainda existe pelos títulos do Tesouro dos EUA.
Internamente, as cidades e os estados americanos estão à beira da falência
devido à evaporação dos mercados das letras financeiras municipais. As cidades
dependem grandemente de duas fontes de receita de modo a manterem as suas
operações: o tributo sobre a propriedade e os títulos municipais. A receita com
os impostos sobre os imóveis diminui obviamente de forma acentuada, pois o
valor dos imóveis está em uma espiral decrescente. Isto deixa somente a receita
com as letras financeiras municipais, o que também infelizmente estão a sair do
mapa.
Meredit
Witney, uma analista do mercado financeiro de Wall Street, declarou
recentemente numa entrevista no programa 60 Minutes, que acreditava que
de 50 a 100 cidades americanas se tornariam não cumpridoras (inadimplentes) durante uma crise
municipal em 2011. Ela foi imediatamente atacada pelo restante da grande mídia
por fazer essa predição. Em minha opinião, ela foi bastante conservadora na sua
estimativa, especialmente se o Sistema da
Reserva Federal não lançar outra rodada da Flexibilização Quantitativa (a terceira) para os estados. Até aqui,
porém, Ben Bernanke, o presidente do Fed,
nega que essa política será implementada, o que significa que há uma boa
possibilidade de que ela seja implementada.
Para resumir,
os EUA nadam em dívidas. Absolutamente nada mudou para melhor em termos de
destruição da riqueza e de obrigações financeiras a cumprir desde o início da
crise do crédito. Além disso, a situação somente parece cada vez mais precária
a cada novo trimestre.
Onde a Montanha Russa da Dívida nos
Deixará?
Qual é o
resultado mais provável das condições descritas anteriormente? O factor vital
será a contínua política da Reserva Federal de socorros financeiros como um
"contrabalanço" para o crescente problema da dívida.
Como é
explorado no livro de Dickens discutido anteriormente, evitar os efeitos da
dívida por meio da criação de mais dívida é uma solução temporária que somente
leva a uma calamidade maior com o passar do
tempo. Qualquer um que acredite que a inflação da moeda fiduciária
"cancela" a instabilidade da dívida ficará profundamente desapontado.
No fim, o estímulo criado pelo governo não é uma solução para o peso total da
dívida fabricada, mas uma realocação da dívida para longe dos bancos e para o
colo dos contribuintes. A Reserva Federal e o Tesouro não pagaram nenhuma parte
da dívida. Eles
simplesmente desviaram a responsabilidade pelo pagamento dos bancos, que
criaram o problema, e passaram essa responsabilidade para a população que paga os
seus impostos. Além disso, eles também posicionaram o dólar para
receber o forte golpe de uma desvalorização. É aqui que as portas da prisão se
fecham...
Se a dívida
pública histórica não está a ser diminuída, mas somente movida enquanto se expande, então isso significa que eventualmente
a confiabilidade do governo para receber crédito será posta em dúvida. O
investimento estrangeiro em títulos de longo prazo do Tesouro está cada vez
menor. O banco central americano é agora o maior detentor da dívida pública dos
EUA, superando até mesmo a China. (Nota:
Este facto tem sido ignorado por quase todos os veículos da mídia dominante.):
http://www.ft.com/cms/s/120372fc-2e48-…
(Requer
senha).
Portanto, a
questão do calote da dívida vai do teórico para o imperativo. Se a Reserva
Federal continuar a comprar a dívida pública com dinheiro fiduciário, criado a partir do nada, isto significa que os
efeitos da dívida somente serão retardados, o dólar será rejeitado como moeda
de reserva mundial e a hiperinflação será uma certeza. Se a Reserva Federal não
continuar a comprar, então o governo dará o calote na dívida, a infraestrutura
financeira do país deixará de existir, o dólar perderá o seu status de moeda de reserva mundial e a
hiperinflação será uma certeza. As elites bancárias não criaram apenas uma
prisão, elas empurraram o povo americano para dentro de Alcatraz!
A batalha a
respeito de mais uma elevação no teto da dívida ofuscou o facto de que a dívida
já fez todo o estrago que precisava de fazer. Manter o teto no nível atual torna-se
uma batalha de princípios, uma batalha importante, sem dúvida, mas de modo
algum impedirá a disfunção e o caos que estão por vir. Na melhor das hipóteses,
haverá apenas uma redução na duração do desastre em alguns anos. A coisa
importante a lembrar é que a intervenção do governo sempre produzirá uma perda
maior. Não há escapatória, não existe um atalho mágico, não existe uma ideia
brilhante de último minuto que possa colocar um fim nesta bagunça. Anos de
trabalho árduo, de determinação, de honestidade e de sacrifício estão diante de
nós.
A inflação
será a palavra da vez em 2011. A dívida infindável facilita a liquidez keynesiana
infindável. Espere ver o preço das commodities duplicar novamente neste
ano.
A dívida das
famílias provavelmente se manterá estável durante todo o ano, à medida que mais
pessoas abandonarem os seus hábitos de consumo com cartão de crédito e fizerem
um esforço concentrado de poupar. Em 2009, o uso do cartão Visa caiu 11% e o do
MasterCard caiu 22% nas operações de crédito. Mais de oito milhões de
consumidores deixaram de usar totalmente os seus cartões de crédito desde o fim
de 2009:
Os
financiamentos bancários ainda estão apertados, pois os credores aumentaram as
exigências para a concessão de financiamento pelo sistema habitacional do
governo federal.
O uso do
crédito e do consumo baseado em dívidas retornarão aos níveis similares a 2006?
Sem chance. Alguém poderia prever que a poupança aumentará grandemente à medida
que o uso do crédito diminuir, mas isto também é improvável. Por quê? Por que
ao longo do próximo ano as pessoas gastarão mais em produtos essenciais devido
a uma inflação muito maior. Qualquer poupança que elas conseguirem fazer será
devorada pelo implacável aumento nos preços dos alimentos e da gasolina. O
termo usado para a combinação de dívida crónica, baixo crescimento no nível do
emprego e maior inflação é "estagflação". Honestamente, não consigo
imaginar uma situação pior do que enfrentar custos muito maiores e uma
dilapidação do padrão de vida. Como Charles Dickens mostra claramente em A
Pequena Dorrit, como alguém pode esperar que um homem consiga pagar o que
deve se ele for colocado na prisão por causa das suas dívidas?
Quebrando o Ciclo no
Meio dos Choques Globais
Por que depois de viver trinta anos sob o regime despótico de Hosni Mubarak
o povo egípcio subitamente decidiu rebelar-se? Porquê agora? A grande mídia
apresentará diversas explicações, mas a chave para a maior parte da agitação
popular, especialmente no Médio Oriente, foi a falta dos géneros de primeira
necessidade. A última vez que ocorreram protestos desta magnitude no Egipto foi
durante a Revolta do Pão, em 1977, quando o Fundo Monetário Internacional
determinou o fim dos subsídios estatais para os alimentos básicos. É alguma
maravilha que a agitação nas ruas ocorra tão rapidamente na região quando o
preço dos grãos é duplicado? Este é o poder devastador da dívida e das assim chamadas
"soluções" que meramente a perpetuam.
A Tunísia, o Egipto e o Iémen são apenas o início. O ferrão da inflação
será insuportável à medida que as medidas de austeridade forem adotadas na
Europa, de modo que o potencial para protestos de rua na Grécia, Espanha,
Portugal e Itália é grande. Entretanto, até aqui, o ambiente mais volátil no
planeta, está nos Estados Unidos, que, como mostramos em artigos anteriores, são deliberada e violentamente
desmantelados em preparação para o controle e centralização por parte do Fundo
Monetário Internacional. Hoje, o FMI
acompanha furtivamente o Egipto, pronto para agarrá-lo à medida que o país
enlouquece. Amanhã, serão os EUA. Ficarei muito surpreso se não ouvir sobre a
intervenção do FMI na economia americana e no dólar até ao fim deste ano,
oferecendo mais empréstimos e mais governança sem prestação de contas à população.
O segredo para romper o ciclo da dívida é adotar uma política de
descentralização e de autossuficiência. Recuperar o controlo do comércio local
e estabelecer micro-economias com métodos próprios de comércio. O endividamento
precisa de ser removido totalmente da equação e sistemas protegidos pela
flexibilidade e pela redundância precisam de ser aplicados. A poupança e a
produção significativa precisam de tomar o lugar da fartança e da
terceirização. A tutela e as filosofias claustrofóbicas do globalismo precisam de
ser colocadas de lado e substituídas por objetivos de independência e
autossuficiência. Cortando a nossa dependência do sistema corrupto, interrompemos
a capacidade dele de se alimentar de nós. Construindo um sistema melhor,
tornamos o sistema furado atual obsoleto. Se vamos ou não libertar-nos de todo
esse sistema de dívidas é algo que depende inteiramente de nós mesmos.
Dois passos muitos importantes são necessários: o reconhecimento de que a
dívida não é o único caminho e o reconhecimento de que o endividamento é o pior
caminho. A prosperidade não é alcançada sacrificando-se o futuro. A sociedade
que finalmente coloca este facto no seu coração conseguirá realizar coisas
incríveis.
Nota especial aos nossos leitores: O nosso projeto Mercado
Alternativo, que está a ser desenvolvido em conjunto com Oathkeepers, será
anunciado oficialmente nas duas próximas semanas. Também fui convidado a falar
na Convenção Salvemos a América, em Tampa, na Flórida, em Março. Fiquem atentos
para os nossos anúncios e para um artigo sobre a convenção, que serão
publicados em breve.
Autor: Giordano Bruno, artigo original em http://neithercorp.us/npress
Data da publicação: 10/2/2011
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