FTALATOS – Venenos impostos pelo consumismo
(Tradução minha para português de Portugal, sem adopção às regras
do acordo ortográfico de 1990 e sem alterar o sentido do texto. R)
Mais um alerta, que nos mostra como
continuamos a ser ENVENENADOS pela indústria cega aos problemas que causa. Se
formos a ver bem, são tudo produtos que podem ser substituídos por outros mais
benéficos para o ambiente e para a nossa saúde. Antes da invenção destes
subprodutos do petróleo, esse recurso natural em extinção, e que só causa
problemas à humanidade, também vivíamos, e bem.
Esses produtos que nos envenenam só
existem para satisfazer o consumismo desenfreado, imposto ao consumidor,
de que a humanidade está possuída.
Digo "imposto ao consumidor"
porque a produção dos bens essenciais seria suficiente. Só que, com a sede do
lucro e expansão das fábricas tem que se criar cada vez mais produtos para
consumir, de preferência que durem pouco, para o ciclo se eternizar até chegar
ao ponto (como hoje) de já nem serem reparados quando avariam ou se estragam.
As lixeiras estão cada vez mais cheias destes produtos não essenciais. A
Terra transforma-se num gigantesco depósito de lixo, apesar de se reciclar
alguma coisa. O que interessa é consumir, consumir, consumir… tornando a vida
cada vez mais difícil para tanta despesa, além de sermos constantemente
envenenados por esta manipulação e criação de novos materiais, sem saber as
implicações futuras.
Vamos então saber o que são Ftalatos:
São uma classe de substâncias comumente
utilizadas nos produtos de consumo. Os ftalatos
causam uma larga série de problemas adversos à saúde, incluindo danos ao
fígado, aos rins e aos pulmões bem como anormalidades no sistema reprodutivo e
desenvolvimento sexual. Os ftalatos são classificados como “prováveis
causadores de cancro nos humanos”.
Em 1994, perto de 87% de todo o
ftalato produzido nos EUA foi utilizado como aditivo,
na forma de plastificantes ou como agentes amaciadores de produtos de vinil ou
PVC. Os plastificantes são materiais viscosos como mel que saturam a matriz
tridimensional da resina plástica, como uma esponja rija. Ela torna-se flexível
mas com o tempo estes aditivos vão saindo gradualmente, fazendo a esponja ficar
novamente ressequida. Os produtos de consumo de PVC, ou vinil, amaciados, podem
conter mais de 40% do seu peso em ftalato.
A sociedade está largamente exposta aos ftalatos
porque o PVC é um plástico amplamente disseminado no fabrico de acessórios
domésticos (como por exemplo, soalhos,
papel de parede e outros), utensílios médicos (como cateteres, bolsas de sangue e soro), objectos para crianças (biberões, brinquedos para apertar, colchetes
para troca de fraldas, mordedores) e para embalagens (plástico transparente, garrafas descartáveis).
Uma pesquisa feita pelos Centers for Disease Control (
CDC)/Centros de Controle de Doenças dos EUA) confirmou, em 2001, a presença
de ftalatos no organismo humano.
Comer, respirar, contacto
pela pele e mesmo pela transfusão de sangue, são vias, isolada ou
conjuntamente, de acesso de ftalatos ao nosso organismo. De acordo com a U.S.
Environmental Protection Agency (EPA/Agência de Protecção
Ambiental dos EUA) o acto de comer é provavelmente a rota principal para
que os humanos sejam contaminados com dietilhexil ftalato (DEHP), o
ftalato mais utilizado como plastificante. O DEHP migra para os alimentos envolvidos
em película transparente durante o armazenamento. Similarmente, também somos
contaminados com outros ftalatos normalmente utilizados como diisononil
ftalato (DINP).
Provavelmente as crianças têm índices
mais elevados, visto os seus brinquedos, de levar à boca, sejam feitos com
maiores quantidades de ftalatos em PVC mais amaciados (como os mordedores). Os
níveis mais altos de DINP, por exemplo, libertados pelos objectos para morder e
outros
brinquedos, excedem a dose diária aceitável, de acordo com as pesquisas
conduzidas na Holanda e Dinamarca, onde se simulava o comportamento de morder
feito pelas crianças. Além disso, a pesquisa holandesa confirmou o que a
maioria de nós tem observado, ou seja, que as crianças chupam ou mordem os seus
dedos e outras coisas que não são feitas para irem para a boca. Este instinto
para morder resulta, sem dúvida, à dose elevada de ftalatos.
A transfusão de sangue é outra via de
acesso. Vão dos utensílios
médicos, feitos de PVC, para as soluções e daí para o corpo dos
pacientes. Pessoas que estão enfermas, especialmente crianças cujo organismo
ainda está em desenvolvimento, podem ser particularmente sensíveis a este tipo
de exposição. Em Setembro de 2001, a U.S. Food and Drugs Administration (
FDA/Adminstração de Alimentos e Fármacos dos EUA) advertiu que alguns dos
utensílios médicos feitos com PVC poderiam estar a expor certos pacientes a
quantidades danosas de ftalato DEHP.
Mais tarde, a American Medical Association ( AMA/Associação Médica
Norte-americana) mostrou a sua preocupação quanto aos utensílios médicos
feitos com DEHP. Já o Health Canadá Advisory Panel (Conselho
Consultivo de Saúde do Canadá) recomendou da mesma forma que o sistema de
tratamento de saúde não utilize produtos médicos que contenham DEHP em certos
grupos de pacientes, incluindo crianças antes da puberdade. Preocupação que de
facto foi realçada pelo National Toixicolgy Program ( NTP/Programa
Federal de Toxicologia) de que o trato genital masculino em
desenvolvimento, ainda imaturo, pode ser afectado negativamente por altos
níveis de DEHP.
Respirando o ar, e as poeiras, dos
soalhos de PVC, cheios de ftalatos,
também aumentamos o seu volume no nosso organismo. Isto é particularmente
perturbador para as crianças, já que elas passam muito tempo no interior das
casas, muito próximas do soalho. De facto, um estudo inicial conduzido na
Noruega relatou uma
alta incidência de obstrução dos brônquios em crianças que residem em casas com
pisos de PVC, ao contrário daquelas que vivem onde o piso é de
madeira.
O contacto pela pele pode ser a rota
mais importante na ingestão de ftalatos
originários de produtos de cuidados pessoais, como sabonetes. Numa pesquisa feita pelo
CDC sobre ftalatos, o metabólito
do dietil ftalato (DEP) foi detectado com altíssimos níveis na população
testada. O DEP é utilizado em numerosos produtos perfumados como sabonetes,
loções e perfumes. Está também presente nos produtos plásticos como escovas de
dente, brinquedos infantis e para embalagens para alimentos.
Recentemente, o NTP manifestou sua
preocupação sobre o desenvolvimento irregular de bebés nascidos de mulheres que
durante a gravidez tiveram contacto com os níveis normais considerados para um
adulto. Expressaram a sua preocupação de que as crianças do sexo masculino que
excedem substancialmente a dose de DEHP estimada para adultos, podem apresentam
problemas no desenvolvimento dos seus sistemas reprodutivos.
O DEHP foi classificado pela EPA como
um provável carcinogéneo humano. O Department of Health and Services (Departamento
de Saúde e Serviços Humanos) também classificou o DEHP como cancerígeno
potencial. Isto quer dizer que o DEHP é sem dúvida uma substância que gera o
cancro nos humanos. .
Em 1999, face as potenciais
quantidades de perigosas doses de ftalato ingeridas pelos bebés e os efeitos
negativos detectados nos animais pesquisados, a União Europeia emitiu a
suspensão de emergência do emprego de certos ftalatos em brinquedos feitos para crianças com menos de três anos
de idade. Recentemente foi novamente renovado. Também estão a ser feitas normas
regulamentares para embalagens plásticas que entram em contacto com o alimento
durante o seu processamento, transporte e armazenamento. As normas definem, por
exemplo, que os plásticos podem ser utilizados “a temperaturas que não excedam
a temperatura ambiente”. Isto implica que aquecer, no microondas, alimentos
embalados em plástico poderá ser considerado insalubre.
Os especialistas em saúde
ambiental recomendam que um dos caminhos para evitar a exposição aos ftalatos é eliminar o aquecimento de
alimentos embalados em plásticos no microondas, se não se tem a certeza de que
aquele plástico não é feito de PVC.
Em Janeiro de
2003: O Parlamento Europeu proibiu a utilização dos Ftalatos DEHP e DBP nos cosméticos.
Como sempre, as indústrias insistem em
dizer que os níveis de ftalatos presentes nos seus produtos são seguros. Isto
até seria verdade se fôssemos expostos somente a um ftalato de uma só fonte de
cada vez, mas, pelo contrário, as exposições são crescentes. Já que muitos têm
os mesmos tipos de efeitos, somos então afectados pela exposição total e não
parcial, deste grupo de substâncias químicas. Aquilo que aparece como um nível
“tolerável” de exposição a um só ftalato, pode estar a contribuir para
um nível agressivo quando na totalidade de nossa exposição aos ftalatos.
Quando possível, se se quiser é só reduzir a utilização
de cosméticos que reconhecidamente contenham ftalatos, bem como os produtos
plásticos feitos com PVC, também conhecido como vinil, como soalhos, cortinas
de banho, papel de parede e embalagens para alimentos, tipo película
transparente.
Sei que, para
muita gente, principalmente da minha geração, o problema passa ao lado, mas a
nossas crianças é que talvez não atinjam a longevidade que a nossa geração
conseguiu. O que permitiu à minha geração chegar tão longe foi a sua infância e
adolescência num mundo que ainda não tinha atingido os níveis tão críticos de
poluição que tem hoje.
Actualmente as crianças estão a ser
envenenadas desde a nascença. Não poderão resistir tanto.
Será que
Portugal (e outras Nações) no futuro terá uma geração de velhos como hoje?
Ao contrário do
que os políticos pensam, não o creio. A não ser que comecem a reagir e a
desmantelar esta civilização altamente materialista e subjugada pelo poder do
dinheiro.
E assim vai este
mundo miserável… Para o bem de poucos, o envenenamento de todos.
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