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quarta-feira, 8 de maio de 2019


FTALATOS – Venenos impostos pelo consumismo  


(Tradução minha para português de Portugal, sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990 e sem alterar o sentido do texto. R)

Mais um alerta, que nos mostra como continuamos a ser ENVENENADOS pela indústria cega aos problemas que causa. Se formos a ver bem, são tudo produtos que podem ser substituídos por outros mais benéficos para o ambiente e para a nossa saúde. Antes da invenção destes subprodutos do petróleo, esse recurso natural em extinção, e que só causa problemas à humanidade, também vivíamos, e bem.

Esses produtos que nos envenenam só existem para satisfazer o consumismo desenfreado, imposto ao consumidor, de que a humanidade está possuída.

Digo "imposto ao consumidor" porque a produção dos bens essenciais seria suficiente. Só que, com a sede do lucro e expansão das fábricas tem que se criar cada vez mais produtos para consumir, de preferência que durem pouco, para o ciclo se eternizar até chegar ao ponto (como hoje) de já nem serem reparados quando avariam ou se estragam. As lixeiras estão cada vez mais cheias destes produtos não essenciais. A Terra transforma-se num gigantesco depósito de lixo, apesar de se reciclar alguma coisa. O que interessa é consumir, consumir, consumir… tornando a vida cada vez mais difícil para tanta despesa, além de sermos constantemente envenenados por esta manipulação e criação de novos materiais, sem saber as implicações futuras.

Vamos então saber o que são Ftalatos:


 São uma classe de substâncias comumente utilizadas nos produtos de consumo. Os ftalatos causam uma larga série de problemas adversos à saúde, incluindo danos ao fígado, aos rins e aos pulmões bem como anormalidades no sistema reprodutivo e desenvolvimento sexual. Os ftalatos são classificados como “prováveis causadores de cancro nos humanos”.

Em 1994, perto de 87% de todo o ftalato produzido nos EUA foi utilizado como aditivo, na forma de plastificantes ou como agentes amaciadores de produtos de vinil ou PVC. Os plastificantes são materiais viscosos como mel que saturam a matriz tridimensional da resina plástica, como uma esponja rija. Ela torna-se flexível mas com o tempo estes aditivos vão saindo gradualmente, fazendo a esponja ficar novamente ressequida. Os produtos de consumo de PVC, ou vinil, amaciados, podem conter mais de 40% do seu peso em ftalato. A sociedade está largamente exposta aos ftalatos porque o PVC é um plástico amplamente disseminado no fabrico de acessórios domésticos (como por exemplo, soalhos, papel de parede e outros), utensílios médicos (como cateteres, bolsas de sangue e soro), objectos para crianças (biberões, brinquedos para apertar, colchetes para troca de fraldas, mordedores) e para embalagens (plástico transparente, garrafas descartáveis).

  Uma pesquisa feita pelos Centers for Disease Control ( CDC)/Centros de Controle de Doenças dos EUA) confirmou, em 2001, a presença de ftalatos no organismo humano.

Comer, respirar, contacto pela pele e mesmo pela transfusão de sangue, são vias, isolada ou conjuntamente, de acesso de ftalatos ao nosso organismo. De acordo com a U.S. Environmental Protection Agency (EPA/Agência de Protecção Ambiental dos EUA) o acto de comer é provavelmente a rota principal para que os humanos sejam contaminados com dietilhexil ftalato (DEHP), o ftalato mais utilizado como plastificante. O DEHP migra para os alimentos envolvidos em película transparente durante o armazenamento. Similarmente, também somos contaminados com outros ftalatos normalmente utilizados como diisononil ftalato (DINP).

Provavelmente as crianças têm índices mais elevados, visto os seus brinquedos, de levar à boca, sejam feitos com maiores quantidades de ftalatos em PVC mais amaciados (como os mordedores). Os níveis mais altos de DINP, por exemplo, libertados pelos objectos para morder e outros brinquedos, excedem a dose diária aceitável, de acordo com as pesquisas conduzidas na Holanda e Dinamarca, onde se simulava o comportamento de morder feito pelas crianças. Além disso, a pesquisa holandesa confirmou o que a maioria de nós tem observado, ou seja, que as crianças chupam ou mordem os seus dedos e outras coisas que não são feitas para irem para a boca. Este instinto para morder resulta, sem dúvida, à dose elevada de ftalatos.

A transfusão de sangue é outra via de acesso. Vão dos utensílios médicos, feitos de PVC, para as soluções e daí para o corpo dos pacientes. Pessoas que estão enfermas, especialmente crianças cujo organismo ainda está em desenvolvimento, podem ser particularmente sensíveis a este tipo de exposição. Em Setembro de 2001, a U.S. Food and Drugs Administration ( FDA/Adminstração de Alimentos e Fármacos dos EUA) advertiu que alguns dos utensílios médicos feitos com PVC poderiam estar a expor certos pacientes a quantidades danosas de ftalato DEHP. Mais tarde, a American Medical Association ( AMA/Associação Médica Norte-americana) mostrou a sua preocupação quanto aos utensílios médicos feitos com DEHP. Já o Health Canadá Advisory Panel (Conselho Consultivo de Saúde do Canadá) recomendou da mesma forma que o sistema de tratamento de saúde não utilize produtos médicos que contenham DEHP em certos grupos de pacientes, incluindo crianças antes da puberdade. Preocupação que de facto foi realçada pelo National Toixicolgy Program ( NTP/Programa Federal de Toxicologia) de que o trato genital masculino em desenvolvimento, ainda imaturo, pode ser afectado negativamente por altos níveis de DEHP.

Respirando o ar, e as poeiras, dos soalhos de PVC, cheios de ftalatos, também aumentamos o seu volume no nosso organismo. Isto é particularmente perturbador para as crianças, já que elas passam muito tempo no interior das casas, muito próximas do soalho. De facto, um estudo inicial conduzido na Noruega relatou uma alta incidência de obstrução dos brônquios em crianças que residem em casas com pisos de PVC, ao contrário daquelas que vivem onde o piso é de madeira.

O contacto pela pele pode ser a rota mais importante na ingestão de ftalatos originários de produtos de cuidados pessoais, como sabonetes. Numa pesquisa feita pelo CDC sobre ftalatos, o metabólito do dietil ftalato (DEP) foi detectado com altíssimos níveis na população testada. O DEP é utilizado em numerosos produtos perfumados como sabonetes, loções e perfumes. Está também presente nos produtos plásticos como escovas de dente, brinquedos infantis e para embalagens para alimentos.

Recentemente, o NTP manifestou sua preocupação sobre o desenvolvimento irregular de bebés nascidos de mulheres que durante a gravidez tiveram contacto com os níveis normais considerados para um adulto. Expressaram a sua preocupação de que as crianças do sexo masculino que excedem substancialmente a dose de DEHP estimada para adultos, podem apresentam problemas no desenvolvimento dos seus sistemas reprodutivos. 

O DEHP foi classificado pela EPA como um provável carcinogéneo humano. O Department of Health and Services (Departamento de Saúde e Serviços Humanos) também classificou o DEHP como cancerígeno potencial. Isto quer dizer que o DEHP é sem dúvida uma substância que gera o cancro nos humanos. .

  Em 1999, face as potenciais quantidades de perigosas doses de ftalato ingeridas pelos bebés e os efeitos negativos detectados nos animais pesquisados, a União Europeia emitiu a suspensão de emergência do emprego de certos ftalatos em brinquedos feitos para crianças com menos de três anos de idade. Recentemente foi novamente renovado. Também estão a ser feitas normas regulamentares para embalagens plásticas que entram em contacto com o alimento durante o seu processamento, transporte e armazenamento. As normas definem, por exemplo, que os plásticos podem ser utilizados “a temperaturas que não excedam a temperatura ambiente”. Isto implica que aquecer, no microondas, alimentos embalados em plástico poderá ser considerado insalubre.

  Os especialistas em saúde ambiental recomendam que um dos caminhos para evitar a exposição aos ftalatos é eliminar o aquecimento de alimentos embalados em plásticos no microondas, se não se tem a certeza de que aquele plástico não é feito de PVC.

Em Janeiro de 2003: O Parlamento Europeu proibiu a utilização dos Ftalatos DEHP e DBP nos cosméticos.

      Como sempre, as indústrias insistem em dizer que os níveis de ftalatos presentes nos seus produtos são seguros. Isto até seria verdade se fôssemos expostos somente a um ftalato de uma só fonte de cada vez, mas, pelo contrário, as exposições são crescentes. Já que muitos têm os mesmos tipos de efeitos, somos então afectados pela exposição total e não parcial, deste grupo de substâncias químicas. Aquilo que aparece como um nível “tolerável” de exposição a um só ftalato, pode estar a contribuir para um nível agressivo quando na totalidade de nossa exposição aos ftalatos.

Quando possível, se se quiser é só reduzir a utilização de cosméticos que reconhecidamente contenham ftalatos, bem como os produtos plásticos feitos com PVC, também conhecido como vinil, como soalhos, cortinas de banho, papel de parede e embalagens para alimentos, tipo película transparente.

 Quem quiser mais informação pode consultar chemicalbodyburden.org.  

Sei que, para muita gente, principalmente da minha geração, o problema passa ao lado, mas a nossas crianças é que talvez não atinjam a longevidade que a nossa geração conseguiu. O que permitiu à minha geração chegar tão longe foi a sua infância e adolescência num mundo que ainda não tinha atingido os níveis tão críticos de poluição que tem hoje.

Actualmente as crianças estão a ser envenenadas desde a nascença. Não poderão resistir tanto.

Será que Portugal (e outras Nações) no futuro terá uma geração de velhos como hoje?

Ao contrário do que os políticos pensam, não o creio. A não ser que comecem a reagir e a desmantelar esta civilização altamente materialista e subjugada pelo poder do dinheiro.

E assim vai este mundo miserável… Para o bem de poucos, o envenenamento de todos.

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