Sabem mesmo quem é Carlos Moedas?
Os arautos da transparência...
Os arautos da transparência, têm como exemplo disso mesmo, transparência,
o adjunto do ex - primeiro-ministro Passos Coelho, o senhor Carlos Moedas, que,
veio agora a saber-se, tem 3 empresas ligadas às Finanças, aos Seguros e à
Imagem e Comunicação.
Como sócios, teve os senhores Pais do Amaral, Alexandre Relvas e
Filipe de Button, a quem comprou todas as quotas.
Como clientes, tem a Ren, a EDP, o IAPMEI, a ANA, a Liberty Seguros, entre outros.
Nada obsceno, para quem é adjunto de Pedro Passos Coelho!
E não é que o bom do Moedas até comprou as participações dos
ex-sócios para "oferecer" o bolo inteiro à mulher?! (Disse-o ele à Sábado).
Não esquecer ainda que Carlos Moedas é um dos homens de confiança
do Goldman Sachs, a cabeça do Polvo Financeiro
Mundial, onde estava a trabalhar antes de vir para o
governo.
Também António Borges é outro ex-dirigente do Goldman, e que
estava a orientar(!?) as Privatizações da TAP, ANA, GALP, Águas de Portugal,
etc.
Esta é a estratégia destes liberais de trazer por casa,
dependentes do Estado, quer para um emprego, quer para os seus negócios. Servem-se
do Estado, usam-no e dizem mal dele. Claro, para tentarem justificar as grandes
negociatas, vendendo ao desbarato altamente lucrativas.
Lamentavelmente, à política económica suicidária da UE, que
resultou nas tragédias que já todos conhecem, acresce a queda do Governo
Holandês (ironicamente, acérrimo defensor da austeridade) e o agravamento da
recessão em Espanha. Por conseguinte, a zona euro vê o seu espaço de manobra
cada vez mais reduzido e os ataques dos especuladores são cada vez mais
mortíferos.
Vale a pena lembrar uma vez mais que o Goldman
and Sachs, o Citygroup, o Wells Fargo, etc.,
apostaram biliões de dólares na implosão da moeda única. Na sequência
dos avultadíssimos lucros obtidos durante a crise financeira de 2008 e das
suspeitas de manipulação de mercado que recaíam sobre estas entidades. O Senado
norte-americano levantou um inquérito que resultou na condenação dos seus
gestores.
Ficou também demonstrado que o Goldman and Sachs aconselhou
os seus clientes a efetuarem investimentos no mercado de derivados num
determinado sentido.
Todavia, esta entidade realizou apostas em sentido contrário no
mesmo mercado.
Deste modo, obtiveram lucros de 17 biliões de dólares (com
prejuízo para os seus clientes, obviamente).
Estes predadores criminosos, disfarçados de banqueiros e
investidores respeitáveis, são jogadores de póquer que jogam com as cartas
marcadas e, por esta via, auferem lucros avultadíssimos, tornando-se, assim,
nos homens mais ricos e influentes do planeta. Entretanto, todos os dias são
lançadas milhões de pessoas no desemprego e na pobreza em todo o planeta em
resultado desta atividade predatória. Tudo isto, revoltantemente, acontece com
a cumplicidade de governantes e das autoridades reguladoras.
Desde a crise financeira de 1929 que o Goldman
and Sachs tem estado ligado a todos os escândalos financeiros que envolvem
especulação e manipulação de mercado, com os quais tem sempre obtido lucros
monstruosos. Acresce que este banco tem armazenado milhares de toneladas de
zinco, alumínio, petróleo, cereais, etc., com o objetivo de provocar a subida
dos preços e assim obter lucros astronómicos. Desta maneira, condiciona o
crescimento da economia mundial, bem como condena milhões de pessoas a fome.
No que toca a canibalização económica de um país, a fórmula é
simples: o Goldman, com a cumplicidade das agências de rating, declara
que um governo está insolvente, como consequência as yields sobem e
obriga-o, assim, a pedir mais empréstimos com juros agiotas. Em simultâneo,
impõe duras medidas de austeridade que empobrecem esse pais. De seguida, em
nome do aumento da competitividade e da modernização, obriga-os a abrir os seus
sectores económicos estratégicos (energia, águas, saúde, banca, seguros, etc.)
às corporações internacionais.
Como as empresas nacionais estão bastante fragilizadas e
depauperadas pelas medidas de austeridade e da consequente recessão, não conseguem
competir e acabam por ser presa fácil das grandes corporações internacionais.
A estratégia predadora do Goldman and Sachs tem sido muito
eficiente. Esta passa por infiltrar os seus quadros nas grandes instituições
políticas e financeiras internacionais, de forma a condicionar e manipular a
evolução política e económica em seu favor e em prejuízo das populações.
Desta maneira, dos cargos de CEO do Banco Mundial, do FMI, da FED,
etc., fazem parte quadros oriundos do Goldman and Sachs. E na UE estão: Mário
Draghi (BCE), Mário Monti e Lucas Papademos (primeiros-ministros de Itália e da
Grécia, respectivamente), entre outros.
Alguns eurodeputados ficaram estupefactos quando descobriram que
alguns consultores da Comissão Europeia, bem como da própria Angela Merkel, tem
fortes ligações ao Goldman and Sachs. Este poderoso império do mal, que
se exprime através de sociedades anónimas, está a destruir não só a economia e
o modelo social, como também as impotentes democracias europeias.
Este texto não é de uma pessoa qualquer.
Texto de Domingos Ferreira
Professor/Investigador Universidade do Texas, EUA, Universidade
Nova de Lisboa
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