COMO O HOMEM DETURPA TUDO
Sobre as minhas mensagens anteriores, quero salientar
mais uma vez de que não pretendo converter quem quer que seja. Estou
absolutamente ciente que Deus endureceu o coração a quem não quer ver, escutar
ou sentir.
Ao recorrer à Bíblia faço-o não como um
objeto de culto mas sim como um conjunto muito completo de normas de comportamento, cuja finalidade na sua coletânea era o de dar impulso para o
aparecimento de uma sociedade mais avançada que se destacasse das comunidades
tribais que pareciam não conseguirem sair da barbárie.
O Velho
Testamento não é mais do que o repositório desses ensinamentos sobre a
constituição de uma nação, com normas de higiene, de convívio, de governação, e
de todos os requisitos necessários para a sobrevivência “civilizada” de uma
comunidade.
Aquele “povo escolhido”, não por serem os
mais inteligentes ou espertos mas por viverem precisamente no local onde se
cruzavam, na época, todos os nómadas e migrantes do mundo conhecido, um ponto
de passagem muito importante e indicado para espalhar com rapidez qualquer
doutrina, iriam servir de exemplo para todos os outros povos limítrofes e povos
que com eles contatassem.
O mal de tudo, que estabeleceu a confusão, é
que esse “povo escolhido”, um aglomerado de tribos que se digladiavam entre
eles sem terem “ainda” o espírito de união desejado, misturaram a sua história
bélica, para a formação de uma nação, com as revelações divinas, vindas do
Criador, criando uma amalgama que com o decorrer do tempo consideraram como o
texto sagrado, a palavra do Senhor, a palavra do “seu” deus da raça, para se
imporem sobre todos os povos.
Em toda a sua história, esse “povo escolhido,
os Hebreus, conseguiram fazer a simbiose entre o ensinamento de cariz
religioso, as tais normas de convívio para uma verdadeira sociedade e início da
uma civilização humana, com a sua história particular, tribal, e de conquista
para a formação de uma nação com a união das tribos daquela região. Os Palestinianos
de hoje faziam parte dessa união e a história
deturpada pelo homem conseguiu transformar esses “primos” como os maiores
inimigos na região.
O Novo
Testamento é que é o verdadeiro texto para a orientação da espiritualização
do ser humano, liberto das correntes do materialismo, que podemos considerar
como o repositório da formação religiosa de um povo. A revelação dos objetivos
de Deus Pai para a humanidade. Objetivos esses que já foram revelados noutras
ocasiões da história humana que, pelos vistos, são relembrados periodicamente,
visto os seres humanos se desviarem e deturparem normalmente a doutrina que
lhes é revelada.
Na formação e institucionalização das “igrejas” que passam a ser controladas por
castas de sacerdotes, essa doutrina é adaptada lentamente para satisfação dos
seus interesses e perpetuação da casta que se sobrepõem aos interesses
genuinamente espirituais, motivo porque Deus teve, e terá, de intervir
diretamente para a sua correção.
Alguns exemplos simples: Naqueles tempos
recuados, os humanos consumiam carne e tudo aquilo que não era consumido na
altura, como as vísceras, peles, cascos, tendões, etc., eram deixados ao
abandono em céu aberto. Esta falta de higiene provocava epidemias constantes.
Os livros
da Bíblia, ensinavam, entre outras, normas de higiene, como queimar esses
restos em locais adequados que, pela superstição desses povos atrasados e interesse dos sacerdotes eram
classificados como altares e para melhor convencerem o povo ignorante, lhes era
comunicado que Deus “adorava” o cheiro da gordura e da carme queimada.
Transformaram esse cuidado higiénico, num ritual de “sacrifício”, fazendo que
os Homens o passassem a praticar como hábito de adoração a Deus, esquecendo-se
da verdadeira finalidade do ato.
Os sacerdotes convenceram os humanos a
fazerem oferendas ao “templo” para sacrifício diário.
Afinal o que é que acontecia; a casta
sacerdotal consumia toda essa carne (eles e familiares, no interior dos
templos) e uma parte era queimada publicamente, após um ritual encenado para
satisfação do povo crente.
Todas as normas eram ritualizadas para não
perderem o controlo sobre o público ignorante. E os excessos foram tantos, como
sempre acontece nestas organizações, que o culto descambou até, em alguns
meios, para o sacrifício humano para conseguirem melhores benesses de Deus, ou
deuses que foram criando para aumentar a procura dos crentes por benesses
variadas. Criou-se um deus para cada especialidade e a humanidade, mais uma
vez, a precipitar-se no abismo.
No Livro da Bíblia Levítico podemos apreciar o cap.
11 sobre animais puros e impuros,
não no sentido religioso mas na escolha daqueles que podem ser comidos sem
causarem problemas de saúde; o cap. 12
que fala sobre a purificação depois do
parto e como proceder para evitar complicações. Mais à frente compreende-se
a necessidade da introdução mística de rituais, único modo de fazer com que a
população aceitasse, sem hesitar, estas normas rígidas. Ainda hoje são necessárias Leis, com a sua força, para “obrigar” os
cidadãos a cumprirem certos procedimentos.
No cap.
13 do mesmo Livro, aborda-se as doenças
de pele, com recomendações para o seu tratamento, como proceder para que os
doentes sejam identificados e não transmitam a doença, o tratamento das roupas
e a limpeza das casas para erradicar os germes. O cap. 15 é sobre as impurezas
sexuais, com ensinamentos para impedir a transmissão de doenças venéreas. O
cap. 18 é sobre as uniões proibidas.
Enfim, em todo o Velho Testamento se
encontram as instruções precisas como se exercer o poder político, a
diplomacia, a divisão de terras, leis agrárias, leis civis, leis sobre
heranças, procedimentos quanto a sucessões, etc., etc. É como que o princípio Constitucional que as comunidades humanas deviam adotar.
Mas todas as “igrejas” passaram a ter apenas
cerimónias ritualizadas em que os “crentes” executam tudo por hábito sem
consciencializarem o que estão a fazer no momento. É uma fé, sem fé genuína,
porque o ser humano nesses templos de culto não está a comungar com Deus, mas a
seguir um ritual em que se repetem litanias mecanicamente e não “escutam”
sequer, a palavra de Deus,
Isto não é
ser religioso. É ser um “robot” que participa numa cerimónia ritualizada, sem
“alma”, conduzida por sacerdotes que não explicam, nem se dão a esse trabalho,
a verdadeira mensagem da Bíblia, onde vem a palavra de Deus.
Leem umas passagens e não explicam o seu
significado, principalmente nas igrejas católicas.
Na Bíblia está
a mensagem.
Só é preciso lê-la com atenção e separar o que é de âmbito religioso, profundo,
da história dos Hebreus que se apoderaram dos textos sagrados para sagrarem a
sua história. Será que os Judeus, descendentes, desse povo estão a pagar esse
pecado de se apoderarem da mensagem de Deus para toda a humanidade como sendo
propriedade sua?
O que interessa é tirar essa carga negativa
que se foi acumulando sobre a Bíblia Sagrada que, por interesse dos que
pretendem destruir a civilização, foi até considerado um livro maldito e proibido de ser lido pelos homens
comuns. Só os que se intitulavam como representantes de Deus na Terra é que o
podiam ler, e mesmo assim só a hierarquia mais elevada é que tinha essa
permissão. Quando da loucura da Inquisição,
a legalização do genocídio e assassinato em nome de Deus, muitos homens e
mulheres foram queimados nas fogueiras só porque sabiam ler e leram a Bíblia.
Todas as Leis avançadas sobre os direitos
humanos, que muitas Nações ostentam com orgulho nas suas Constituições, vêm na
Bíblia. Está lá tudo. Por isso, não é demais, deitar preconceitos
para atrás das costas e tentar lê-la com atenção e descobrir o de bom que ela
tem. Muita matéria foi introduzida por humanos, principalmente pelo “povo
escolhido” que acrescentou a sua história pessoal, bélica, à semelhança de
todas as Nações modernas. Já repararam
que quando estudamos a História de um país, 90% da matéria é sobre o seu
percurso bélico e militar?
Foi isso que os escribas Hebreus
“acrescentaram” ao livro sagrado para o ocidente.
R.
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