O QUE SE PASSA EM PORTUGAL
Este texto é
uma actualização de um artigo que escrevi em 2008, num blogue em que
colaborava, que acho oportuno que chegue ao conhecimento dos portugueses
curiosos que já se tenham apercebido que algo não está bem.
Tenho escrito
sobre assuntos estranhos, na esmagadora maioria das vezes numa posição neutra,
em que me custa acreditar e me interrogo se “será possível?”, mas dando sempre
o benefício da dúvida porque realmente ninguém é detentor da verdade.
Quando não
acredito, ou me custe aceitar, não penso sequer que quem afirma está a mentir e
não tenho o direito de o dizer ou acusá-lo de mentiroso. Parto sempre do
princípio de que, por mais improvável que seja, poderá um dia ser possível ou
impossível.
Há tantos
fenómenos estranhos no nosso mundo, e a nossa história recente é fértil em
factos, a princípio totalmente inacreditáveis. No entanto, mais tarde, com o
evoluir da ciência e das técnicas de rastreio e investigação, acaba por se
“provar” a sua credibilidade.
Hoje sucede o
mesmo. O conhecimento não é estático, está sempre em evolução e a fronteira
entre o mundo conhecido, visível, vai-se alargando cada vez mais para o lado do
mundo desconhecido, “invisível”. As novas tecnologias, de há cinquenta anos
para cá, bem como os conceitos que delimitam as fronteiras entre o correcto e o
incorrecto, seriam totalmente impossíveis no mundo visível conhecido e seriam
catalogados como “anormais”, desumanos e até “sobrenaturais” e de “outro
mundo”. Ou seja, para sermos mais claros, muitos dos factos aceites hoje como
absolutamente naturais e dentro da moral e ética vigentes, seriam vistas,
naquela altura, como manifestações fantasmagóricas, mágicas, ou bruxaria. Muita
gente foi queimada por isso.
Mas, apesar
de estarmos atentos a novos fenómenos e aceitarmos (não quer dizer que acreditamos) as teorias cada vez mais conhecidas
e até expostas em programas televisivos e nos filmes que têm aparecido
ultimamente no mercado, sobre a “manipulação” que a humanidade está sujeita
para servir interesses obscuros, algo de
estranho está a acontecer em Portugal, talvez por estar incluído num grupo
que sofre a mesma pressão e por consequência estar a levar por tabela.
Será que,
conforme o predito nos Protocolos e normativas do grupo Bilderberg, Illuminati ou o quer que seja, o plano
está a ser aplicado em Portugal por falsos socialistas que se infiltraram no
Partido Socialista? Uma das directivas é
precisamente baixar o nível educacional das populações e imbecilizar o ser
humano.
Podemos ser
muito cépticos e não aceitarmos estas “teorias” da conspiração, mas se
estivermos atentos verificamos que as “coisas” caminham precisamente como está
previsto no “Plano” dos Illuminati.
Além da grande ofensiva contra os mais fracos, o fechar de hospitais, redução
de pensões, aumentos inferiores à inflação e criação de um ambiente de
insegurança total, ficamos a saber em primeira mão da ofensiva contra a
educação das massas.
O Governo, o
sistema de ensino imposto, fomenta a criação de indivíduos mal formados e
medíocres. Medíocres esses que amanhã
estarão em cargos de responsabilidade na sociedade portuguesa. O “Plano”
está em execução em Portugal. “…começar
a envenenar, imbecilizar, viciar desde tenra idade…”.
Junte-se isto
a hábitos motivados (ou não desmotivados) pelo sistema educativo ao consumo de
álcool, mais do que comprovado, pelas crianças e ficamos com uma ideia do
Portugal do futuro. Nas festas de finalistas do Liceu e praxes das
Universidades o álcool reina. Muitos estudantes vão em estado de coma para as
urgências dos hospitais, e as entidades responsáveis nada fazem para desmotivar
estes hábitos e criarem hábitos, ou tradições, mais saudáveis para as suas
festividades académicas.
Já se nota a
irreverência, a selvajaria, a nítida falta de educação e dissolução dos
costumes na juventude de hoje, tendendo a agravar-se nos jovens que vêm a
seguir, sem o mínimo de respeito por nada e por ninguém.
E os
“palermas” (não merecem epiteto mais
favorável) dos políticos e responsáveis iluminados ainda não perceberam que
também se reformarem um dia e quando estes jovens, insensíveis e egoístas,
ocuparem os seus lugares, o “Plano” entrará na sua fase final. Então será a lei
da selva e a destruição da sociedade quase perfeita por que as gerações anteriores
lutaram, e que já começou a ser desmantelada actualmente. De futuro será a lei
do mais forte (como já está a ser
delineado hoje), a lei da sobrevivência, em que os “incapazes” (os que não produzem, incluindo aqueles que
trabalharam uma vida inteira e agora querem gozar uma reforma merecida)
serão “eliminados” fisicamente. Os fracos deixarão de ser protegidos, pela
sociedade, como hoje.
“Não houve nem haverá um único lugar
para o incapaz. O capacitado liderará, e se os incapazes não os seguirem não
haverá lugar para eles… Na Era do Esclarecimento (Nova Era) não há nenhum lugar
para pessoas (Cristãos) ignorantes. A Natureza não permetirá que a ignorância
prevaleça”. Guru
Yogue Maharish Mahesh.
Hoje, no
nosso país, a verdade é que toda a política governamental, de um Governo que se
diz socialista, está longe dos programas e ideais de qualquer Partido
Socialista. É um engano premeditado que conseguiu votos daqueles que acreditam
nos ideais socialistas. (o mais caricato,
e talvez seja lógico dentro desta “conspiração”, é que essa acção contra os
cidadãos é mais acentuada quando o Partido Socialista tem maioria absoluta).
A denúncia do
Bastonário da Ordem dos advogados, em 2008, sobre o novo regime de pagamento
aos advogados contenciosos, em que considera escandalosa a atitude dos serviços
judiciais em relação a outros pagamentos, muito superiores, relacionados com
serviços jurídicos, mostra que, de uma
maneira sintomática, a prioridade é realmente para os ricos em detrimento
dos pobres que ficam sem qualquer meio de defesa.
Os motivos
que o Primeiro-ministro, da altura, evocou para não querer referendar o tratado
de Lisboa (O Tratado de Lisboa, que entrou em vigor no final de
2009, conferiu novos poderes legislativos ao Parlamento Europeu, colocando-o em
pé de igualdade com o Conselho de Ministros no processo de tomada de decisões
sobre o que a UE faz e a forma como o dinheiro é utilizado. Também alterou a
forma como o Parlamento coopera com outras instituições, conferindo aos
deputados ao PE um maior peso na condução da UE. Todas estas reformas garantem
que o seu voto nas eleições europeias influa de forma ainda mais decisiva na
escolha do rumo a seguir pela Europa), por
exemplo, foram tão primários, sem bases credíveis, mais próprios para uma
plateia de imbecis que nos deixaram completamente perplexos. Uma situação
hipotética: Pelo que ele explicou, nós podemos prometer impedir que se construa
numa zona demarcada do Douro, mas se mais tarde, por interesse, mudarem o nome
de “zona demarcada do Douro” para “zona demarcada do Porto”, já não somos
obrigados a cumprir a promessa porque ela foi feita em relação à “zona
demarcada do Douro” que já não existe. Quer dizer: está tudo na mesma, só mudando o nome, mas é suficiente para
argumentar sobre a falta de cumprimento de uma promessa.
O senhor
Primeiro- ministro julgava estar a lidar com imbecis ou então julgava que
estava acima de tudo e de todos de tal modo que não tinha necessidade nenhuma
de fundamentar melhor as suas razões.
Era o princípio evidente de que algo
muito estranho, muito estranho mesmo, estava a acontecer.
E mais
estranho ainda é a passividade dos portugueses. Aqueles que ocupam lugares de
responsabilidade na nossa sociedade estão completamente imobilizados e não
esboçam o mínimo protesto, a não ser os líderes da oposição, como é seu dever.
O que se passa?
Toda a
política seguida, a pressão constante sobre os portugueses mais carentes, o
ataque cerrado sobre as pensões dos reformados mais necessitados, alegando ser
de justiça em relação aos que estão no activo (?), mas alargando cada vez mais o leque salarial, faz acreditar que o
tal “Plano” Illuminati está em roda
livre em Portugal.
Reparem na
nova sociedade em Portugal. Ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais
pobres. A classe média, suporte dos Governos, em qualquer parte do mundo,
porque são de facto a “reserva” a que recorrem nos momentos de crise, está cada
vez mais estrangulada e em vias de desaparecer. Será que este Governo
socialista (a classe média suportou
sempre os socialistas) é de facto socialista?
Naquela
altura (como hoje, e só em Portugal) os escândalos sucessivos parecem não
afectar os ditos responsáveis (Em Portugal
só há responsáveis em teoria porque quando é preciso apurar responsabilidades
ninguém é penalizado). Podemos relembrar o que aconteceu com o BCP, em que
além de muitas acções irregulares, perdoaram uma dívida de 200 milhões de euros a um familiar de um membro da administração
que, pelo que se apurou, até tinha essa verba, pois ela foi imediatamente paga
quando se soube do assunto.
No entanto
não perdoam dívidas ridículas, para o volume de negócios do Banco, de um chefe
de família que, por motivo da subida da taxa de juros, não consegue pagar a
prestação mensal da sua casa no momento. Tiram-lhe a casa sem contemplações
para ser leiloada a baixo custo e comprada por qualquer prestamista para
negociar e tirar um bom lucro com ela.
Além disso,
nada justificava a subida desenfreada do preço dos combustíveis, como vem
acontecendo já desde antes da grande crise que atravessamos com a “troika” a
controlar Portugal, a um ritmo alucinante e incompreensível para a população.
Existe uma comissão reguladora de preços que não regula nada, nem tem
indivíduos com competência suficiente para conferir como são feitas as contas e
se estão bem-feitas. Houve alturas em que o preço do barril de petróleo esteve
muito mais elevado, 117 dólares em Março de 2012, e na casa dos 100 dólares no
ano de 2014, e mesmo assim o combustível estava mais barato do que nos dias
actuais em que o barril anda na casa dos 70 dólares. Porquê? E ainda, o grande
enigma que afecta esses valores, mas ninguém fala nisso, que era a queda
acentuada do Dólar face ao Euro. Na prática, não seriam necessários mais Euros
em relação aos preços praticados anteriormente. As subidas do combustível
baseadas na subida dos preços do petróleo não eram verdadeiras. Quando diziam
que o preço de petróleo estava a subir, na maior parte das vezes não
correspondia à verdade. O Dólar é que desvaloriza em relação ao Euro e precisa
da devida compensação para pagar o mesmo volume de petróleo.
Quem é que beneficia, então, com estas
subidas artificiais dos combustíveis?
Os Partidos
Políticos em Portugal conseguiram a “proeza” de burlar de tal modo a população,
criando um Sistema Político em que eles (Partidos)
são os donos exclusivos do país e o povo julga que é “livre” e senhor do seu
destino, o que não corresponde à realidade. O Povo só serve para ir votar nas
datas escolhidas pelos Partidos. Só servem para bater palmas e mais nada. No
resto do tempo não podem intervir em nada e nenhum cidadão consegue chegar a
uma posição de topo sem ter o aval da elite partidária. Terá de ter um mentor,
um padrinho, ou alguém que esteja por dentro do Sistema que lhe permita “entrar
no clube”. O país está refém de meia dúzia de indivíduos que lideram os
partidos que Governam. Para perpetuarem o poder são “eles” que fazem as leis, à
sua medida e conforme os seus interesses, e até criaram descaradamente um “Centro Escola de Formação Política”, dentro
de cada Partido do Arco tradicional do Poder onde só têm acesso os “escolhidos”
(filhos e familiares, principalmente)
os tradicionais “jotas” (Juventudes
partidárias).
Indivíduos
que se profissionalizam em política, que não ganham experiência de vida
labutando em empresas dos diversos ramos profissionais, que sustentam o país.
Circulam apenas pelas autarquias e em alguma empresa de fachada que nada
produzem e vivem com os subsídios desviados para elas, ingressando logo nos
órgãos do Governo vendo-se, no Diário da República Portuguesa, nomeações de
“especialistas”, bem remunerados, com apenas 21 anos de idade para Comissões e
cargos de alta responsabilidade.
Especialistas? De quê? E tão novinhos,
sem experiência nenhuma.
Hoje,
qualquer indivíduo de inteligência média, já se apercebe da baixa qualidade dos
nossos políticos que cometem barbaridades na sua área de actuação, e que, pela
sua incompetência e baixa qualidade, nem se apercebem da figura ridícula que
fazem. Nem têm a hombridade nem caracter (como
sucede noutros países onde há gente competente) de se demitirem quando
erram com gravidade. Agarram-se ao poder como lapas porque, na verdade, nada
sabem fazer e vivem das benesses que conseguem mendigar dentro dos partidos.
São os famigerados “boys” e “girls” que pululam à volta dos responsáveis,
sempre à espera do desejado “tacho”.
Houve um
governo PSD/CDS que em toda a governação de quatro anos, NUNCA conseguiu
elaborar um orçamento que respeitasse a Constituição Portuguesa e a culpa nunca
era deles mas das leis do país que tinham de ser modificadas, assim como não se
justificava a existência de um Tribunal Constitucional autónomo. Era, e é, o
conceito de Democracia dessa gente, que prefere alterar a Lei a respeitá-la
como está.
E a
mediocridade é tanta que acabam por cometer acções dignas das maiores
gargalhadas, só que por trás disso devíamos era entender melhor o rumo que este
pobre país está a tomar para a degradação total, mais digna de um país do
terceiro mundo do que do primeiro mundo como julgamos que estamos. A baixa
qualidade destes políticos e seus líderes (o
Dr. Rui Rio agora na campanha eleitoral, numa entrevista, falou no PSD dos
políticos bem formados, com experiência nas empresas do “exterior”, com
mais-valias adquiridas no terreno profissional e social, que se afastaram do
PSD de hoje) baixam a qualidade do todo,
da sociedade portuguesa, em geral.
Lembro-me
agora de um caso caricato que aconteceu no governo Sócrates, sobre um “aumento”
das pensões dos reformados de Portugal. O Governo, indo contra o estipulado
pela Lei, quis pagar o dito aumento ao longo do ano, dando uns míseros 60
cêntimos por mês a cada reformado sem considerar que para quem tem muito pouco
aquela verba ser-lhes-ia mais útil se fosse entregue na totalidade.
Aquela
decisão governamental nem tinha nada a ver com qualquer poupança económica, porque
a verba era tão pequena que nada justificaria esta decisão. Estou em crer que
foi uma decisão de um Secretário de Estado, oriundo dessa elite de “boys”, sem
experiência de vida e que nunca se apercebeu das dificuldades que as pessoas de
baixos recursos atravessam. Esse pequeno Secretário de Estado, num total
desprezo pelos sentimentos dos idosos, deu a entender que era para proteger os
pensionistas que, coitados, todos uns velhinhos, imbecis e atrasadinhos, iriam
gastar tudo de uma vez. Então, os governantes, paternalistas, em vez de lhes
meter essa “fortuna” toda nas mãos dar-lhes-iam uma mesada para irem gastando
ao longo do ano. Só faltava, já agora, passar a mão pela cabeça do imbecilzito
pensionista.
E assim vai o
nosso Portugalito.
Passamos pela
crise em que os mais sacrificados foram os que menos tinham, em que o Governo
oriundo dessas juventudes partidárias, uma elite que não sabe o que é sofrer e
lutar pela vida e que até consideraram os reformados como a “peste grisalha”,
nada fizeram para proteger e tentar aliviar o fardo que nos caiu em cima. Foi imposto
pelos nossos credores um organismo fiscalizador, com plenos poderes para
interferir e “mandar” na nossa Governação e ainda não compreendo qual o
benefício que tivemos em sermos “pais papistas do que o Papa”. Se a “Troika”
mandava cortar 100, por que razão o nosso Governo se apressava a cortar 200 (o dobro do exigido) abafando tudo. Se a
“Troika” era formada por técnicos especialistas com plenos poderes por que não
seguir, à risca, as suas recomendações? Se eles exigiam 100 devíamos dar-lhes
os 100. Se algo corresse mal, podíamos alegar que seguimos as “ordens” dadas e,
neste caso, a responsabilidade seria da “Troika” que teria a obrigação de
resolver a situação, desta vez condicionada pelos seus erros e sem atingir os
limites a que aquele Governo chegou. Pela política seguida pelo nosso Governo,
na altura, acho que “esticaram” demasiado a corda, “abafaram” tudo e semearam a
miséria. Ultrapassaram os limites razoáveis, o povo não aguentou, e para nada.
Atropelaram tudo e todos e nos quatro anos de governação, como disse atrás, não houve um único orçamento que respeitasse a constituição portuguesa.
Nunca o Tribunal Constitucional teve tanto trabalho como naquele período.
Ultimamente
escândalos sobre escândalos, incompetência dos novos “boys” que substituíram
indivíduos com experiência, mas do lado errado, que se reflectiu na actuação da
Autoridade de Defesa Civil do Território e questiúnculas desses inexperientes
com os experientes bombeiros que foram autenticamente postos de lado dos órgãos
decisores e estratégicos no combate às catástrofes. Até o Pinhal de Leiria, um
monumento nacional, foi completamente arrasado pela incúria e falta de limpeza
das matas. Mas não há responsáveis.
A luta contra
os “bandidos” de colarinho branco está perdida porque não há pessoal
especializado, nem vontade de o contratar. A corrupção está no seio dos
políticos e eles é que fazem as leis e manipulam o que se pode, ou não se pode
fazer. Nunca se encontram os “responsáveis” (principalmente dentro dos partidos do arco do Governo) e os
processos não avançam por falta de meios, acontecendo “coisas estranhas” aos
olhos do cidadão comum, como o afastamento tão oportuno para uns, e inoportuno
para outros, da Procuradora Geral da República que estava a fazer um bom
trabalho, e a redistribuição dos Processos que só vêm atrasar indefinidamente a
sua resolução.
E chegamos ao
cúmulo da “baixeza”, nunca visto num país do primeiro mundo: mobilizar a
Polícia (que faz muita falta noutros
locais e noutras missões mais nobres) para fazer cobranças coercivas de
dívidas às Finanças. Um Quadro Superior, desta nova vaga de governantes
medíocres, achou por bem ordenar à Polícia para fazerem operações stop pelo país e apreenderem imediatamente, no acto, sem nenhum aviso prévio ao cidadão,
que como é de direito até pode contestar o motivo por que seria penalizado, as viaturas dos condutores que tenham
dívidas ao Fisco. E mais! O Estado também (gastando
os nossos recursos) tratou de fazer a cobrança coerciva (nesta operação Stop) de portagens não
pagas. Como sabemos as auto-estradas estão entregues a concessionários privados e o Estado não tem o direito
de gastar os nossos impostos para fazer o trabalho da responsabilidade dessas
empresas privadas. Se o Ministro das Finanças (muito mais responsável e sensato do que estes “boys” em lugares
cimeiros) não ordenasse a suspensão imediata desta operação aberrante,
continuaríamos com esta pouca vergonha.
Os maiores
“ladrões” continuam a movimentar-se à vontade pelo país, o Estado não mexe nas
suas fortunas e li, no Facebook, a
notícia de uma “apreensão” ridícula da GNR. Apreenderam 2 baralhos de cartas e
21 euros a uns idosos que estavam a jogar ilegalmente. Aliás, neste país, os
agentes da Polícia e a GNR só são muito visíveis, para o cidadão normal, no
controle do trânsito. Multas e mais multas, principalmente pelos jovens agentes
em início de carreira que querem mostrar serviço, aos pacatos condutores que na
maior parte das vezes estão em transgressão sem o saber, tal é a complexidade do
Código da Estrada, com muitas generalidades para serem interpretadas livremente
pelo agente da autoridade que irá actuar conforme o seu bom ou mau senso, sem
contar com as dificuldades provocadas pela má gestão e congestão do trânsito
das cidades e povoações. Se os agentes da autoridade quiserem, têm sempre a
“faca e o queijo na mão”, e se forem rigorosos, pelo actual Código da Estrada,
todos os veículos teriam de ser evacuados dos povoados porque estarão sempre em
transgressão.
Além dos
recursos desperdiçados, em que estes agentes seriam melhor empregues em missões
de maior envergadura contra malfeitores, muitos deles armados, em vez dos
cidadãos pacatos que se deslocam a uma vila ou a uma cidade para fazer as suas
compras do dia-a-dia e ainda vêm de lá com uma multa que, muitas das vezes,
desequilibra os seus parcos recursos.
Em Lisboa,
por exemplo, talvez pela influência dos escalões mais elevados da Polícia, com
uma formação académica e pedagógica mais apurada e mais sensatos, são mais
comedidos porque sabem que o cidadão, na maior parte das vezes, até é uma
vítima do congestionamento desenfreado das viaturas na rua e má gestão de quem
deveria providenciar locais de estacionamento para os residentes e criar melhor
condições para que viaturas vindas de fora da cidade não precisassem de entrar.
Ali, foi criada a nefasta EMEL que já mostra um comportamento mais prepotente de
acordo com a sua função de gerar lucro para uma empresa privada, ou seja: nada
de pedagogias e de serviço regulador para
o cidadão mas contra o cidadão. É
o resultado da falta de formação neste país que se vai degradando cada vez
mais, ao nível dos países do terceiro mundo. Já há casos da “gasosa” a
funcionar para aplacar muitos desses “reguladores”.
Para o
interior do país o caso é outro. Passo as minhas férias numa aldeia do
interior, por exemplo, (cerca de 5 meses
do Verão) e nunca me apercebi de qualquer acção preventiva e pedagógica da
GNR, cuja missão prioritária é Servir e Proteger os cidadãos. Nunca me apercebi
de qualquer patrulhamento pela aldeia e arredores (Quintas e caminhos, onde tem havido surtos de assaltos a alfaias
agrícolas e viaturas). Só vejo, a horas certas, numa boa sombra, perto de
um local estratégico com um sinal de Stop (onde
apanham muitos “distraídos” que não os vêm quando estão junto do sinal de stop)
a mandarem parar viaturas e a ver os documentos.
Na Vila mais
próxima, toda a gente me avisa para ter cuidado no estacionamento. Há dois
agentes novos, que querem mostrar serviço, que passam multas
indiscriminadamente, hostilizando a população daquele meio pequeno em que todos
se conhecem. Fui multado, num local sem sinal de proibição de estacionar, nem
riscos amarelos junto à berma do passeio. Sempre pensei que estava bem
estacionado, só que o agente que me multou foi procurar um desses artigos mais
absurdos do Código da Estrada, para completar a sua “quota” de serviço. Sem
nenhum aviso, pois poderia deixar um no pára-brisas do carro, pela calada, passou
a multa que recebi pelo correio. Um daqueles casos que os agentes mais sensatos
e com experiência deixam passar porque realmente são casos que não justificam
uma multa, pois não põem ninguém em risco e só seria para cumprir em cidades e
povoados bem geridos e com espaço suficiente para estacionar noutro local.
Chegam a multar profissionais que param para efectuar uma carga ou descarga. É
o país que temos, em que muitos responsáveis não são devidamente preparados e,
neste caso, não têm um superior, que os chefia, que ache estranho estas multas
que podiam muito bem ser evitáveis. Isto só leva ao desagrado das populações
que, em caso de risco de um agente que precise de auxílio, lhes vire as costas
e até protegem os fugitivos. Já são muitos os casos de agentes policiais a serem
agredidos pela população, que os vê sempre como repressores e não como
defensores do bem e da justiça.
Fazer todos
os dias uma ronda, a horas certas, para multar viaturas que consideram mal
estacionadas, numa vila quase sem movimento nenhum, pela calada, torna-se muito
estranho. O agente exercendo uma louvável acção pedagógica (não faria mais do que o seu dever)
poderia deixar um aviso no pára-brisas da viatura em transgressão e se a
encontrasse novamente então autoaria. Muitos condutores estacionam em locais em que acham poder estacionar porque não vêm nenhum sinal a proibir. Nunca
contam é que a autoridade vá vasculhar o Código da Estrada para encontrar a
justificação para multar quem não decorou o tal Código da Estrada.
Numa
sociedade sã a colaboração entre o cidadão e a polícia são uma mais-valia. Em
Portugal a autoridade é conhecida pela repressão e não pela ajuda e pelo bom
exemplo, com algumas excepções, claro. Já são muitos os casos de agentes da PSP
e GNR que foram apanhados por acções ilícitas que levaram a sua expulsão do
serviço. Hoje (é pena) a população
desconfia dos agentes da autoridade. Porquê? Algo está mal.
É tudo muito estranho. Muito estranho
o que acontece em Portugal.
Parece que as pessoas são autistas e tem
que estar tudo escrito para que alguém tenha consciência do que deve fazer. E,
como é normal nos medíocres, seguem conforme está escrito no livro. Parece que
ninguém pensa por si, conforme dita a sua consciência.
E para
terminar. Até já cheira mal a “guerra” sobre o caso de Tancos. É tudo encenado
e ninguém se preocupa em elucidar a população. Chegar ao ponto de um Presidente
da República declarar que não é um criminoso é estranho, muito estranho. Parecemos um país do terceiro mundo
quando julgamos que pertencemos ao “clube” dos países do primeiro mundo.
Toda a conversa
é encenada e só serve para entreter os portugueses, desviando-lhes a atenção de
casos muito mais importantes e graves que estão a acontecer. Os militares
sabem, o Ministro da Defesa sabe, e até os ex-militares sabem o que poderá ter
acontecido. A própria Polícia sabe, mas há assuntos que não devem chegar ao
conhecimento do público em geral. E, nas eleições, parece valer tudo, e os
opositores “massacram” sabendo perfeitamente que a vítima não pode revelar o
que realmente se passa para o público não saber a verdadeira podridão em que os
interesses partidários e pessoais mergulharam o país.
Toda a gente desconfia
e julga saber onde estão os corruptos, mas o sistema parece defendê-los porque
não se vê ninguém a ser condenado. Temos o caso, por exemplo, da compra dos
submarinos, em que na Alemanha foi provado ter havido corrupção e identificados
e condenados os corruptores. Em Portugal, desapareceram documentos e não se
descobriu nada. Não há corrompidos. É
estranho, muito estranho. Somos todos uns palhaços a serem enganados e
motivo de risota para todo o mundo. Ao que chegaram os nossos valores éticos e
morais.
Este caso de Tancos
já parece o caso da morte “acidental” de Sá Carneiro (em que o alvo segundo dizem os boateiros ou os
teóricos da conspiração era o Ministro da Defesa e o problema dos “sacos azuis”
das Forças Armadas em tempo de guerra), um mistério que nunca se resolveu.
O que se
passará. Mais um caso estranho, muito
estranho a acontecer em Portugal.
Seremos uma Nação em falência? Por
este andar, com os políticos profissionais formados nas escolas partidárias,
podemos admitir tudo. Que Deus nos proteja.
(Sem
adopção às regras do acordo ortográfico de 1990)
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