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quarta-feira, 2 de outubro de 2019


O QUE SE PASSA EM PORTUGAL

Este texto é uma actualização de um artigo que escrevi em 2008, num blogue em que colaborava, que acho oportuno que chegue ao conhecimento dos portugueses curiosos que já se tenham apercebido que algo não está bem.

Tenho escrito sobre assuntos estranhos, na esmagadora maioria das vezes numa posição neutra, em que me custa acreditar e me interrogo se “será possível?”, mas dando sempre o benefício da dúvida porque realmente ninguém é detentor da verdade.

Quando não acredito, ou me custe aceitar, não penso sequer que quem afirma está a mentir e não tenho o direito de o dizer ou acusá-lo de mentiroso. Parto sempre do princípio de que, por mais improvável que seja, poderá um dia ser possível ou impossível.

Há tantos fenómenos estranhos no nosso mundo, e a nossa história recente é fértil em factos, a princípio totalmente inacreditáveis. No entanto, mais tarde, com o evoluir da ciência e das técnicas de rastreio e investigação, acaba por se “provar” a sua credibilidade.

Hoje sucede o mesmo. O conhecimento não é estático, está sempre em evolução e a fronteira entre o mundo conhecido, visível, vai-se alargando cada vez mais para o lado do mundo desconhecido, “invisível”. As novas tecnologias, de há cinquenta anos para cá, bem como os conceitos que delimitam as fronteiras entre o correcto e o incorrecto, seriam totalmente impossíveis no mundo visível conhecido e seriam catalogados como “anormais”, desumanos e até “sobrenaturais” e de “outro mundo”. Ou seja, para sermos mais claros, muitos dos factos aceites hoje como absolutamente naturais e dentro da moral e ética vigentes, seriam vistas, naquela altura, como manifestações fantasmagóricas, mágicas, ou bruxaria. Muita gente foi queimada por isso.

Mas, apesar de estarmos atentos a novos fenómenos e aceitarmos (não quer dizer que acreditamos) as teorias cada vez mais conhecidas e até expostas em programas televisivos e nos filmes que têm aparecido ultimamente no mercado, sobre a “manipulação” que a humanidade está sujeita para servir interesses obscuros, algo de estranho está a acontecer em Portugal, talvez por estar incluído num grupo que sofre a mesma pressão e por consequência estar a levar por tabela.

Será que, conforme o predito nos Protocolos e normativas do grupo Bilderberg, Illuminati ou o quer que seja, o plano está a ser aplicado em Portugal por falsos socialistas que se infiltraram no Partido Socialista? Uma das directivas é precisamente baixar o nível educacional das populações e imbecilizar o ser humano.


Podemos ser muito cépticos e não aceitarmos estas “teorias” da conspiração, mas se estivermos atentos verificamos que as “coisas” caminham precisamente como está previsto no “Plano” dos Illuminati. Além da grande ofensiva contra os mais fracos, o fechar de hospitais, redução de pensões, aumentos inferiores à inflação e criação de um ambiente de insegurança total, ficamos a saber em primeira mão da ofensiva contra a educação das massas.

O Governo, o sistema de ensino imposto, fomenta a criação de indivíduos mal formados e medíocres. Medíocres esses que amanhã estarão em cargos de responsabilidade na sociedade portuguesa. O “Plano” está em execução em Portugal. “…começar a envenenar, imbecilizar, viciar desde tenra idade…”.

Junte-se isto a hábitos motivados (ou não desmotivados) pelo sistema educativo ao consumo de álcool, mais do que comprovado, pelas crianças e ficamos com uma ideia do Portugal do futuro. Nas festas de finalistas do Liceu e praxes das Universidades o álcool reina. Muitos estudantes vão em estado de coma para as urgências dos hospitais, e as entidades responsáveis nada fazem para desmotivar estes hábitos e criarem hábitos, ou tradições, mais saudáveis para as suas festividades académicas.


Já se nota a irreverência, a selvajaria, a nítida falta de educação e dissolução dos costumes na juventude de hoje, tendendo a agravar-se nos jovens que vêm a seguir, sem o mínimo de respeito por nada e por ninguém.

E os “palermas” (não merecem epiteto mais favorável) dos políticos e responsáveis iluminados ainda não perceberam que também se reformarem um dia e quando estes jovens, insensíveis e egoístas, ocuparem os seus lugares, o “Plano” entrará na sua fase final. Então será a lei da selva e a destruição da sociedade quase perfeita por que as gerações anteriores lutaram, e que já começou a ser desmantelada actualmente. De futuro será a lei do mais forte (como já está a ser delineado hoje), a lei da sobrevivência, em que os “incapazes” (os que não produzem, incluindo aqueles que trabalharam uma vida inteira e agora querem gozar uma reforma merecida) serão “eliminados” fisicamente. Os fracos deixarão de ser protegidos, pela sociedade, como hoje.

“Não houve nem haverá um único lugar para o incapaz. O capacitado liderará, e se os incapazes não os seguirem não haverá lugar para eles… Na Era do Esclarecimento (Nova Era) não há nenhum lugar para pessoas (Cristãos) ignorantes. A Natureza não permetirá que a ignorância prevaleça”. Guru Yogue Maharish Mahesh.

Hoje, no nosso país, a verdade é que toda a política governamental, de um Governo que se diz socialista, está longe dos programas e ideais de qualquer Partido Socialista. É um engano premeditado que conseguiu votos daqueles que acreditam nos ideais socialistas. (o mais caricato, e talvez seja lógico dentro desta “conspiração”, é que essa acção contra os cidadãos é mais acentuada quando o Partido Socialista tem maioria absoluta).

A denúncia do Bastonário da Ordem dos advogados, em 2008, sobre o novo regime de pagamento aos advogados contenciosos, em que considera escandalosa a atitude dos serviços judiciais em relação a outros pagamentos, muito superiores, relacionados com serviços jurídicos, mostra que, de uma maneira sintomática, a prioridade é realmente para os ricos em detrimento dos pobres que ficam sem qualquer meio de defesa.

Os motivos que o Primeiro-ministro, da altura, evocou para não querer referendar o tratado de Lisboa (O Tratado de Lisboa, que entrou em vigor no final de 2009, conferiu novos poderes legislativos ao Parlamento Europeu, colocando-o em pé de igualdade com o Conselho de Ministros no processo de tomada de decisões sobre o que a UE faz e a forma como o dinheiro é utilizado. Também alterou a forma como o Parlamento coopera com outras instituições, conferindo aos deputados ao PE um maior peso na condução da UE. Todas estas reformas garantem que o seu voto nas eleições europeias influa de forma ainda mais decisiva na escolha do rumo a seguir pela Europa), por exemplo, foram tão primários, sem bases credíveis, mais próprios para uma plateia de imbecis que nos deixaram completamente perplexos. Uma situação hipotética: Pelo que ele explicou, nós podemos prometer impedir que se construa numa zona demarcada do Douro, mas se mais tarde, por interesse, mudarem o nome de “zona demarcada do Douro” para “zona demarcada do Porto”, já não somos obrigados a cumprir a promessa porque ela foi feita em relação à “zona demarcada do Douro” que já não existe. Quer dizer: está tudo na mesma, só mudando o nome, mas é suficiente para argumentar sobre a falta de cumprimento de uma promessa.

O senhor Primeiro- ministro julgava estar a lidar com imbecis ou então julgava que estava acima de tudo e de todos de tal modo que não tinha necessidade nenhuma de fundamentar melhor as suas razões.

Era o princípio evidente de que algo muito estranho, muito estranho mesmo, estava a acontecer.

E mais estranho ainda é a passividade dos portugueses. Aqueles que ocupam lugares de responsabilidade na nossa sociedade estão completamente imobilizados e não esboçam o mínimo protesto, a não ser os líderes da oposição, como é seu dever.

O que se passa?

Toda a política seguida, a pressão constante sobre os portugueses mais carentes, o ataque cerrado sobre as pensões dos reformados mais necessitados, alegando ser de justiça em relação aos que estão no activo (?), mas alargando cada vez mais o leque salarial, faz acreditar que o tal “Plano” Illuminati está em roda livre em Portugal.


Reparem na nova sociedade em Portugal. Ricos cada vez mais ricos e pobres cada vez mais pobres. A classe média, suporte dos Governos, em qualquer parte do mundo, porque são de facto a “reserva” a que recorrem nos momentos de crise, está cada vez mais estrangulada e em vias de desaparecer. Será que este Governo socialista (a classe média suportou sempre os socialistas) é de facto socialista?

Naquela altura (como hoje, e só em Portugal) os escândalos sucessivos parecem não afectar os ditos responsáveis (Em Portugal só há responsáveis em teoria porque quando é preciso apurar responsabilidades ninguém é penalizado). Podemos relembrar o que aconteceu com o BCP, em que além de muitas acções irregulares, perdoaram uma dívida de 200 milhões de euros a um familiar de um membro da administração que, pelo que se apurou, até tinha essa verba, pois ela foi imediatamente paga quando se soube do assunto.

No entanto não perdoam dívidas ridículas, para o volume de negócios do Banco, de um chefe de família que, por motivo da subida da taxa de juros, não consegue pagar a prestação mensal da sua casa no momento. Tiram-lhe a casa sem contemplações para ser leiloada a baixo custo e comprada por qualquer prestamista para negociar e tirar um bom lucro com ela.


Além disso, nada justificava a subida desenfreada do preço dos combustíveis, como vem acontecendo já desde antes da grande crise que atravessamos com a “troika” a controlar Portugal, a um ritmo alucinante e incompreensível para a população. Existe uma comissão reguladora de preços que não regula nada, nem tem indivíduos com competência suficiente para conferir como são feitas as contas e se estão bem-feitas. Houve alturas em que o preço do barril de petróleo esteve muito mais elevado, 117 dólares em Março de 2012, e na casa dos 100 dólares no ano de 2014, e mesmo assim o combustível estava mais barato do que nos dias actuais em que o barril anda na casa dos 70 dólares. Porquê? E ainda, o grande enigma que afecta esses valores, mas ninguém fala nisso, que era a queda acentuada do Dólar face ao Euro. Na prática, não seriam necessários mais Euros em relação aos preços praticados anteriormente. As subidas do combustível baseadas na subida dos preços do petróleo não eram verdadeiras. Quando diziam que o preço de petróleo estava a subir, na maior parte das vezes não correspondia à verdade. O Dólar é que desvaloriza em relação ao Euro e precisa da devida compensação para pagar o mesmo volume de petróleo.


Quem é que beneficia, então, com estas subidas artificiais dos combustíveis?

 
Por que razão os sucessivos Governos fazem promessas que não cumprem, com o maior descaramento e sem vergonha, e os portugueses se mantêm tão passivos?

Os Partidos Políticos em Portugal conseguiram a “proeza” de burlar de tal modo a população, criando um Sistema Político em que eles (Partidos) são os donos exclusivos do país e o povo julga que é “livre” e senhor do seu destino, o que não corresponde à realidade. O Povo só serve para ir votar nas datas escolhidas pelos Partidos. Só servem para bater palmas e mais nada. No resto do tempo não podem intervir em nada e nenhum cidadão consegue chegar a uma posição de topo sem ter o aval da elite partidária. Terá de ter um mentor, um padrinho, ou alguém que esteja por dentro do Sistema que lhe permita “entrar no clube”. O país está refém de meia dúzia de indivíduos que lideram os partidos que Governam. Para perpetuarem o poder são “eles” que fazem as leis, à sua medida e conforme os seus interesses, e até criaram descaradamente um “Centro Escola de Formação Política”, dentro de cada Partido do Arco tradicional do Poder onde só têm acesso os “escolhidos” (filhos e familiares, principalmente) os tradicionais “jotas” (Juventudes partidárias).

Indivíduos que se profissionalizam em política, que não ganham experiência de vida labutando em empresas dos diversos ramos profissionais, que sustentam o país. Circulam apenas pelas autarquias e em alguma empresa de fachada que nada produzem e vivem com os subsídios desviados para elas, ingressando logo nos órgãos do Governo vendo-se, no Diário da República Portuguesa, nomeações de “especialistas”, bem remunerados, com apenas 21 anos de idade para Comissões e cargos de alta responsabilidade.

Especialistas? De quê? E tão novinhos, sem experiência nenhuma.

Hoje, qualquer indivíduo de inteligência média, já se apercebe da baixa qualidade dos nossos políticos que cometem barbaridades na sua área de actuação, e que, pela sua incompetência e baixa qualidade, nem se apercebem da figura ridícula que fazem. Nem têm a hombridade nem caracter (como sucede noutros países onde há gente competente) de se demitirem quando erram com gravidade. Agarram-se ao poder como lapas porque, na verdade, nada sabem fazer e vivem das benesses que conseguem mendigar dentro dos partidos. São os famigerados “boys” e “girls” que pululam à volta dos responsáveis, sempre à espera do desejado “tacho”.

Houve um governo PSD/CDS que em toda a governação de quatro anos, NUNCA conseguiu elaborar um orçamento que respeitasse a Constituição Portuguesa e a culpa nunca era deles mas das leis do país que tinham de ser modificadas, assim como não se justificava a existência de um Tribunal Constitucional autónomo. Era, e é, o conceito de Democracia dessa gente, que prefere alterar a Lei a respeitá-la como está.

E a mediocridade é tanta que acabam por cometer acções dignas das maiores gargalhadas, só que por trás disso devíamos era entender melhor o rumo que este pobre país está a tomar para a degradação total, mais digna de um país do terceiro mundo do que do primeiro mundo como julgamos que estamos. A baixa qualidade destes políticos e seus líderes (o Dr. Rui Rio agora na campanha eleitoral, numa entrevista, falou no PSD dos políticos bem formados, com experiência nas empresas do “exterior”, com mais-valias adquiridas no terreno profissional e social, que se afastaram do PSD de hoje) baixam a qualidade do todo, da sociedade portuguesa, em geral.

Lembro-me agora de um caso caricato que aconteceu no governo Sócrates, sobre um “aumento” das pensões dos reformados de Portugal. O Governo, indo contra o estipulado pela Lei, quis pagar o dito aumento ao longo do ano, dando uns míseros 60 cêntimos por mês a cada reformado sem considerar que para quem tem muito pouco aquela verba ser-lhes-ia mais útil se fosse entregue na totalidade.

Aquela decisão governamental nem tinha nada a ver com qualquer poupança económica, porque a verba era tão pequena que nada justificaria esta decisão. Estou em crer que foi uma decisão de um Secretário de Estado, oriundo dessa elite de “boys”, sem experiência de vida e que nunca se apercebeu das dificuldades que as pessoas de baixos recursos atravessam. Esse pequeno Secretário de Estado, num total desprezo pelos sentimentos dos idosos, deu a entender que era para proteger os pensionistas que, coitados, todos uns velhinhos, imbecis e atrasadinhos, iriam gastar tudo de uma vez. Então, os governantes, paternalistas, em vez de lhes meter essa “fortuna” toda nas mãos dar-lhes-iam uma mesada para irem gastando ao longo do ano. Só faltava, já agora, passar a mão pela cabeça do imbecilzito pensionista.


E assim vai o nosso Portugalito.

Passamos pela crise em que os mais sacrificados foram os que menos tinham, em que o Governo oriundo dessas juventudes partidárias, uma elite que não sabe o que é sofrer e lutar pela vida e que até consideraram os reformados como a “peste grisalha”, nada fizeram para proteger e tentar aliviar o fardo que nos caiu em cima. Foi imposto pelos nossos credores um organismo fiscalizador, com plenos poderes para interferir e “mandar” na nossa Governação e ainda não compreendo qual o benefício que tivemos em sermos “pais papistas do que o Papa”. Se a “Troika” mandava cortar 100, por que razão o nosso Governo se apressava a cortar 200 (o dobro do exigido) abafando tudo. Se a “Troika” era formada por técnicos especialistas com plenos poderes por que não seguir, à risca, as suas recomendações? Se eles exigiam 100 devíamos dar-lhes os 100. Se algo corresse mal, podíamos alegar que seguimos as “ordens” dadas e, neste caso, a responsabilidade seria da “Troika” que teria a obrigação de resolver a situação, desta vez condicionada pelos seus erros e sem atingir os limites a que aquele Governo chegou. Pela política seguida pelo nosso Governo, na altura, acho que “esticaram” demasiado a corda, “abafaram” tudo e semearam a miséria. Ultrapassaram os limites razoáveis, o povo não aguentou, e para nada. Atropelaram tudo e todos e nos quatro anos de governação, como disse atrás, não houve um único orçamento que respeitasse a constituição portuguesa. Nunca o Tribunal Constitucional teve tanto trabalho como naquele período.

Ultimamente escândalos sobre escândalos, incompetência dos novos “boys” que substituíram indivíduos com experiência, mas do lado errado, que se reflectiu na actuação da Autoridade de Defesa Civil do Território e questiúnculas desses inexperientes com os experientes bombeiros que foram autenticamente postos de lado dos órgãos decisores e estratégicos no combate às catástrofes. Até o Pinhal de Leiria, um monumento nacional, foi completamente arrasado pela incúria e falta de limpeza das matas. Mas não há responsáveis.

A luta contra os “bandidos” de colarinho branco está perdida porque não há pessoal especializado, nem vontade de o contratar. A corrupção está no seio dos políticos e eles é que fazem as leis e manipulam o que se pode, ou não se pode fazer. Nunca se encontram os “responsáveis” (principalmente dentro dos partidos do arco do Governo) e os processos não avançam por falta de meios, acontecendo “coisas estranhas” aos olhos do cidadão comum, como o afastamento tão oportuno para uns, e inoportuno para outros, da Procuradora Geral da República que estava a fazer um bom trabalho, e a redistribuição dos Processos que só vêm atrasar indefinidamente a sua resolução.

E chegamos ao cúmulo da “baixeza”, nunca visto num país do primeiro mundo: mobilizar a Polícia (que faz muita falta noutros locais e noutras missões mais nobres) para fazer cobranças coercivas de dívidas às Finanças. Um Quadro Superior, desta nova vaga de governantes medíocres, achou por bem ordenar à Polícia para fazerem operações stop pelo país e apreenderem imediatamente, no acto, sem nenhum aviso prévio ao cidadão, que como é de direito até pode contestar o motivo por que seria penalizado, as viaturas dos condutores que tenham dívidas ao Fisco. E mais! O Estado também (gastando os nossos recursos) tratou de fazer a cobrança coerciva (nesta operação Stop) de portagens não pagas. Como sabemos as auto-estradas estão entregues a concessionários privados e o Estado não tem o direito de gastar os nossos impostos para fazer o trabalho da responsabilidade dessas empresas privadas. Se o Ministro das Finanças (muito mais responsável e sensato do que estes “boys” em lugares cimeiros) não ordenasse a suspensão imediata desta operação aberrante, continuaríamos com esta pouca vergonha.

Os maiores “ladrões” continuam a movimentar-se à vontade pelo país, o Estado não mexe nas suas fortunas e li, no Facebook, a notícia de uma “apreensão” ridícula da GNR. Apreenderam 2 baralhos de cartas e 21 euros a uns idosos que estavam a jogar ilegalmente. Aliás, neste país, os agentes da Polícia e a GNR só são muito visíveis, para o cidadão normal, no controle do trânsito. Multas e mais multas, principalmente pelos jovens agentes em início de carreira que querem mostrar serviço, aos pacatos condutores que na maior parte das vezes estão em transgressão sem o saber, tal é a complexidade do Código da Estrada, com muitas generalidades para serem interpretadas livremente pelo agente da autoridade que irá actuar conforme o seu bom ou mau senso, sem contar com as dificuldades provocadas pela má gestão e congestão do trânsito das cidades e povoações. Se os agentes da autoridade quiserem, têm sempre a “faca e o queijo na mão”, e se forem rigorosos, pelo actual Código da Estrada, todos os veículos teriam de ser evacuados dos povoados porque estarão sempre em transgressão.

Além dos recursos desperdiçados, em que estes agentes seriam melhor empregues em missões de maior envergadura contra malfeitores, muitos deles armados, em vez dos cidadãos pacatos que se deslocam a uma vila ou a uma cidade para fazer as suas compras do dia-a-dia e ainda vêm de lá com uma multa que, muitas das vezes, desequilibra os seus parcos recursos.

Em Lisboa, por exemplo, talvez pela influência dos escalões mais elevados da Polícia, com uma formação académica e pedagógica mais apurada e mais sensatos, são mais comedidos porque sabem que o cidadão, na maior parte das vezes, até é uma vítima do congestionamento desenfreado das viaturas na rua e má gestão de quem deveria providenciar locais de estacionamento para os residentes e criar melhor condições para que viaturas vindas de fora da cidade não precisassem de entrar. Ali, foi criada a nefasta EMEL que já mostra um comportamento mais prepotente de acordo com a sua função de gerar lucro para uma empresa privada, ou seja: nada de pedagogias e de serviço regulador para o cidadão mas contra o cidadão. É o resultado da falta de formação neste país que se vai degradando cada vez mais, ao nível dos países do terceiro mundo. Já há casos da “gasosa” a funcionar para aplacar muitos desses “reguladores”.

Para o interior do país o caso é outro. Passo as minhas férias numa aldeia do interior, por exemplo, (cerca de 5 meses do Verão) e nunca me apercebi de qualquer acção preventiva e pedagógica da GNR, cuja missão prioritária é Servir e Proteger os cidadãos. Nunca me apercebi de qualquer patrulhamento pela aldeia e arredores (Quintas e caminhos, onde tem havido surtos de assaltos a alfaias agrícolas e viaturas). Só vejo, a horas certas, numa boa sombra, perto de um local estratégico com um sinal de Stop (onde apanham muitos “distraídos” que não os vêm quando estão junto do sinal de stop) a mandarem parar viaturas e a ver os documentos.

Na Vila mais próxima, toda a gente me avisa para ter cuidado no estacionamento. Há dois agentes novos, que querem mostrar serviço, que passam multas indiscriminadamente, hostilizando a população daquele meio pequeno em que todos se conhecem. Fui multado, num local sem sinal de proibição de estacionar, nem riscos amarelos junto à berma do passeio. Sempre pensei que estava bem estacionado, só que o agente que me multou foi procurar um desses artigos mais absurdos do Código da Estrada, para completar a sua “quota” de serviço. Sem nenhum aviso, pois poderia deixar um no pára-brisas do carro, pela calada, passou a multa que recebi pelo correio. Um daqueles casos que os agentes mais sensatos e com experiência deixam passar porque realmente são casos que não justificam uma multa, pois não põem ninguém em risco e só seria para cumprir em cidades e povoados bem geridos e com espaço suficiente para estacionar noutro local. Chegam a multar profissionais que param para efectuar uma carga ou descarga. É o país que temos, em que muitos responsáveis não são devidamente preparados e, neste caso, não têm um superior, que os chefia, que ache estranho estas multas que podiam muito bem ser evitáveis. Isto só leva ao desagrado das populações que, em caso de risco de um agente que precise de auxílio, lhes vire as costas e até protegem os fugitivos. Já são muitos os casos de agentes policiais a serem agredidos pela população, que os vê sempre como repressores e não como defensores do bem e da justiça.

Fazer todos os dias uma ronda, a horas certas, para multar viaturas que consideram mal estacionadas, numa vila quase sem movimento nenhum, pela calada, torna-se muito estranho. O agente exercendo uma louvável acção pedagógica (não faria mais do que o seu dever) poderia deixar um aviso no pára-brisas da viatura em transgressão e se a encontrasse novamente então autoaria. Muitos condutores estacionam em locais em que acham poder estacionar porque não vêm nenhum sinal a proibir. Nunca contam é que a autoridade vá vasculhar o Código da Estrada para encontrar a justificação para multar quem não decorou o tal Código da Estrada.

Numa sociedade sã a colaboração entre o cidadão e a polícia são uma mais-valia. Em Portugal a autoridade é conhecida pela repressão e não pela ajuda e pelo bom exemplo, com algumas excepções, claro. Já são muitos os casos de agentes da PSP e GNR que foram apanhados por acções ilícitas que levaram a sua expulsão do serviço. Hoje (é pena) a população desconfia dos agentes da autoridade. Porquê? Algo está mal.

É tudo muito estranho. Muito estranho o que acontece em Portugal.

Parece que as pessoas são autistas e tem que estar tudo escrito para que alguém tenha consciência do que deve fazer. E, como é normal nos medíocres, seguem conforme está escrito no livro. Parece que ninguém pensa por si, conforme dita a sua consciência.

E para terminar. Até já cheira mal a “guerra” sobre o caso de Tancos. É tudo encenado e ninguém se preocupa em elucidar a população. Chegar ao ponto de um Presidente da República declarar que não é um criminoso é estranho, muito estranho. Parecemos um país do terceiro mundo quando julgamos que pertencemos ao “clube” dos países do primeiro mundo.

Toda a conversa é encenada e só serve para entreter os portugueses, desviando-lhes a atenção de casos muito mais importantes e graves que estão a acontecer. Os militares sabem, o Ministro da Defesa sabe, e até os ex-militares sabem o que poderá ter acontecido. A própria Polícia sabe, mas há assuntos que não devem chegar ao conhecimento do público em geral. E, nas eleições, parece valer tudo, e os opositores “massacram” sabendo perfeitamente que a vítima não pode revelar o que realmente se passa para o público não saber a verdadeira podridão em que os interesses partidários e pessoais mergulharam o país.

Toda a gente desconfia e julga saber onde estão os corruptos, mas o sistema parece defendê-los porque não se vê ninguém a ser condenado. Temos o caso, por exemplo, da compra dos submarinos, em que na Alemanha foi provado ter havido corrupção e identificados e condenados os corruptores. Em Portugal, desapareceram documentos e não se descobriu nada. Não há corrompidos. É estranho, muito estranho. Somos todos uns palhaços a serem enganados e motivo de risota para todo o mundo. Ao que chegaram os nossos valores éticos e morais.

Este caso de Tancos já parece o caso da morte “acidental” de Sá Carneiro (em que o alvo segundo dizem os boateiros ou os teóricos da conspiração era o Ministro da Defesa e o problema dos “sacos azuis” das Forças Armadas em tempo de guerra), um mistério que nunca se resolveu.

O que se passará. Mais um caso estranho, muito estranho a acontecer em Portugal.

Seremos uma Nação em falência? Por este andar, com os políticos profissionais formados nas escolas partidárias, podemos admitir tudo. Que Deus nos proteja.

(Sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990)

 

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