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terça-feira, 18 de julho de 2017


SOBRE A GUERRA ESPIRITUAL

O tema da guerra espiritual é muito importante para a vida de qualquer cristão. A Bíblia diz que “temos que lutar contra os principados, contra as potestades, contra dominadores deste mundo tenebroso, contra hoste espirituais da maldade” (Efésios 6:13). Não é opcional e ninguém pode lutar passivamente. Os conceitos de peleja e passividade são como água e óleo. Não se misturam. Na verdade a guerra espiritual surgiu antes do homem pecar. Em Apocalipse 12:3-9 vemos a descrição de um conflito ocorrido no céu, antes mesmo do homem existir. Lúcifer, chamado ali de dragão e antiga serpente, rebelou-se contra Deus e arrastou consigo um terço dos anjos, sendo precipitados sobre a Terra.


Quando Deus criou o Homem, já havia um inimigo do qual ele deveria defender-se. Em Génesis 2:15 está escrito que Deus colocou o homem a cultivar e guardar o jardim do Éden, uma área preparada para o “Novo” Homem se desenvolver e mais tarde espalhar a sua semente pelo resto do mundo fazendo evoluir a humanidade que se encontrava num estádio bastante atrasado.

Aqui ainda estamos num cenário anterior à queda do Homem e que, se havia necessidade de guardar um espaço, é porque havia riscos de invasão. Existiam, portanto, tribos no exterior, de hominídeos e o facto de Satanás rondar aquele lugar e, por uma falha de Adão que tratou de cultivar o jardim mas não se preocupou em guardá-lo, entrou ali travestido de serpente (sentido figurado) e seduziu a mulher, fazendo-a pecar (Desobedecer a Deus), tirando dos seres humanos o poder, ou melhor, conseguiu que o ser humano fosse afastado do contacto directo que tinha com Deus. Já ouvi Pastores afirmarem que o Homem perdeu a Autoridade, o que não podia ser porque o que Deus dá é sem arrependimento, isto é: nunca volta atrás, é definitivo, e portanto ninguém pode usurpar essa Autoridade. O que aconteceu é que o homem foi afastado da presença directa de Deus. E essa presença só é activada através de Jesus, porque o homem perdeu esse privilégio do contacto directo. Satanás na Terra tem Poder apenas sobre os ares, mas não tem Autoridade.  

 
No Apocalipse, Satanás é descrito como “o dragão, a antiga serpente, o sedutor de todo o mundo” (Apocalipse 12:9). Realmente, a sua principal arma foi e é a sedução (O poder de sugestionar, nunca obrigar), o poder de enganar. Foi assim que ele convenceu a terça parte dos anjos a rebelar-se, foi assim que atraiu Eva ao pecado, foi assim que tentou Jesus no deserto e é assim que age connosco hoje.

Adão falhou quanto à guerra espiritual! Permitiu que o seu jardim fosse invadido por um elemento estranho, permitiu que a sua mulher estivesse exposta às argumentações da serpente e, finalmente, cedeu ao apelo dela para que provasse também do pecado. A sua grande brecha neste caso foi a passividade.

A partir daí a guerra perpetuou-se e o Poder mudou de lado. Satanás tomou Poder sobre o nosso planeta uma vez que o homem se submetera a ele através do pecado. O próprio Deus determinou que haveria conflito. Ele disse à serpente: “Porei inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e os descendentes dela. Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar deles” (Génesis 3:15).

Quando Jesus veio e, como homem, venceu Satanás na cruz, a cabeça da serpente foi ferida e aqueles que seguem Cristo reataram a relação com o Pai por Seu intermédio. A proclamação dessa vitória está em Colossenses 2:15, mas isso não significa que a guerra acabou, mas que apenas voltamos àquela condição de vitória que Adão tinha no começo e perdeu por não guerrear. Então “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tiago 4:7).

Na guerra espiritual é preciso atitude! Temos que batalhar em oração, ferir os demónios e lutar para que a herança que o Senhor nos deixou não seja roubada pelo império das trevas. Na hora do "chamamento" ou "chamado", que normalmente acontece depois dos trinta anos de idade, é uma fase muito crítica para o ser humano porque é a altura de decidir o seu futuro. Aos quarenta é que começa o grande "embate".

O chamamento pelas forças espirituais alcançam a sua força máxima e o indivíduo fica muito confuso e não sabe o que fazer. É uma altura em que "procura" desorientadamente uma saída metendo-se em tudo o que diga respeito a espiritualidade porque "sente" que lhe falta algo.

Acaba por experimentar o espiritismo, o ioga e outras filosofias orientais (as mais sedutoras - e moda no ocidente - altamente assediado pelas forças das trevas, mas não indicadas para os Europeus com os genes do cristianismo profundamente implantados no seu ser), xamanismo, budismos, xintoísmo, bramanismo, candomblé, etc., tarôs, médiuns, quiromantes e toda a espécie de bruxarias e afins, o que é condenado pela Bíblia muito claramente em Deuteronómio 18:9 a 12  "Quando entrares na terra que o Senhor, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações daquelas nações. Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; Nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; Pois todo aquele que o faz tal coisa é abominação ao Senhor, teu Deus; E por estas abominações o Senhor, teu Deus, as lança fora de diante Dele.",  e não pactua com a idolatria (1Corintios 10:14-22), proibindo o sacrifício a ídolos que são sacrifícios aos demónios.

Portanto todos aqueles que "batem no peito" nas orações de Domingo nas Igrejas e depois procuram as quiromantes, as "rezas" do povo, as sessões espíritas, os "médiuns" e videntes, estão a pecar porque afinal o texto sagrado não significa nada para eles. E maior hipocrisia é esses agentes dos demónios praticarem essas abominações e "rezarem" evocando Jesus e cantando hinos a Maria.

Se na Bíblia a palavra de Deus reprova essas actividades por que razões as praticam?

Perante estas contradições o indivíduo que quer encontrar a Luz (Cristo) começa a fechar-se dentro de si. E, se tiver sorte e for bem orientado, descobrirá que tudo aquilo que procura está na Bíblia. Em Romanos os vários capítulos falam sobre o pecado que provem principalmente do instinto egoísta do homem (egoísmo quer dizer literalmente Carne) e o cap. 8 explica como é a vida no Espírito, sem no entanto colidir com as leis da Terra, mas mudando-as pelas mudanças sociais possíveis de serem refeitas e vencer a estrutura social opressora e injusta.

Em 8:1 a 13 explica-nos que a libertação do homem foi realizada por Cristo não como acto vindo de fora, portanto da imposição de Leis do espírito (do Seu Reino fora deste mundo como Jesus afirmou) mas como obra que se realiza a partir de dentro.

Cristo encarnou trazendo o Espírito de Deus para dentro da própria condição humana, que é dominada pelo egoísmo. Deste modo, o homem pode seguir Cristo que passou da morte para a ressurreição, passando do egoísmo para a doação de si aos outros.

A entrada do Espírito de Deus no homem, através de Cristo, determina uma remoção, pela qual o homem sente, pensa e age conforme a vontade de Deus. Em lugar da Lei dos instintos egoístas, surge a "lei do Espírito que dá a vida".

Trata-se de um novo dinamismo interior que, com a própria força de Deus, liberta o homem da tirânica "Lei do pecado e da morte". Em lugar do pecado ou egoísmo, que determina o ser e o agir do homem, existe agora o Espírito ou Amor. Em lugar da morte, existe a vida. A unidade entre querer o Bem e realizá-lo é recomposta. A situação desesperadora do homem é superada. Com isso, as relações sociais podem ser refeitas e a estrutura social injusta e opressora pode ser vencida. Ou seja: O projecto de Deus, que é justiça e fraternidade entre os homens, torna-se o projecto de uma nova ordem social, e esta supera o sistema injusto.

Em Mateus 13:24 a30, Jesus fala sobre o inimigo do Reino, na famosa parábola sobre o trigo e o joio, e de 37 a 43 explica a dinâmica do Reino na História (Para não estar a transcrever estes versículos leiam na Bíblia para perceberem melhor)

Aquela alegoria representa essa dinâmica. Jesus instaurou o Reino dentro da História, e esta é feita pela acção dos bons e dos maus. A vinda do Reino, com Jesus, entra em luta com o espírito do mal e conduz os justos à vitória final. A História não é mais do que esta tensão contínua, entre o Bem e o Mal, voltada para a manifestação gloriosa do Reino.

 

R.

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