SOBRE A GUERRA ESPIRITUAL
O tema da guerra espiritual é muito importante para a vida de
qualquer cristão. A Bíblia diz que “temos que lutar contra os
principados, contra as potestades, contra dominadores deste mundo tenebroso,
contra hoste espirituais da maldade” (Efésios 6:13). Não
é opcional e ninguém pode lutar passivamente. Os conceitos de peleja e
passividade são como água e óleo. Não se misturam. Na verdade a guerra
espiritual surgiu antes do homem pecar. Em Apocalipse 12:3-9 vemos a
descrição de um conflito ocorrido no céu, antes mesmo do homem existir.
Lúcifer, chamado ali de dragão e antiga serpente, rebelou-se contra Deus e
arrastou consigo um terço dos anjos, sendo precipitados sobre a Terra.
Quando Deus criou o Homem, já havia um inimigo do qual ele
deveria defender-se. Em Génesis 2:15 está escrito que Deus colocou o
homem a cultivar e guardar o jardim do Éden, uma área preparada para o “Novo” Homem
se desenvolver e mais tarde espalhar a sua semente pelo resto do mundo fazendo
evoluir a humanidade que se encontrava num estádio bastante atrasado.
Aqui ainda estamos num cenário anterior à queda do Homem e
que, se havia necessidade de guardar um espaço, é porque havia riscos de
invasão. Existiam, portanto, tribos no exterior, de
hominídeos e o facto de Satanás rondar aquele lugar e, por uma falha de Adão que
tratou de cultivar o jardim mas não se preocupou em guardá-lo, entrou ali
travestido de serpente (sentido figurado)
e seduziu a mulher, fazendo-a pecar (Desobedecer
a Deus), tirando dos seres humanos o poder, ou melhor, conseguiu que o ser humano fosse afastado do contacto directo
que tinha com Deus. Já ouvi Pastores afirmarem que o Homem perdeu a Autoridade, o que não podia ser porque
o que Deus dá é sem arrependimento, isto é: nunca volta atrás, é
definitivo, e portanto ninguém pode usurpar essa Autoridade. O que aconteceu
é que o homem foi afastado da presença directa de Deus. E essa presença só
é activada através de Jesus, porque o homem perdeu esse privilégio do contacto
directo. Satanás na Terra tem Poder apenas sobre os ares, mas não tem
Autoridade.
No Apocalipse, Satanás é descrito como “o
dragão, a antiga serpente, o sedutor de todo o mundo” (Apocalipse
12:9). Realmente, a sua principal arma foi e é a sedução (O poder de sugestionar, nunca obrigar), o
poder de enganar. Foi assim que ele convenceu a terça parte dos anjos a
rebelar-se, foi assim que atraiu Eva ao pecado, foi assim que tentou Jesus no
deserto e é assim que age connosco hoje.
Adão falhou quanto à guerra
espiritual! Permitiu que o seu jardim fosse invadido por um elemento estranho,
permitiu que a sua mulher estivesse exposta às argumentações da serpente e,
finalmente, cedeu ao apelo dela para que provasse também do pecado. A sua
grande brecha neste caso foi a passividade.
A partir daí a guerra perpetuou-se e o Poder mudou de lado. Satanás
tomou Poder sobre o nosso planeta uma vez que o homem
se submetera a ele através do pecado. O próprio Deus determinou que haveria
conflito. Ele disse à serpente: “Porei
inimizade entre ti e a mulher, entre a tua descendência e os descendentes dela.
Este te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar deles” (Génesis
3:15).
Quando Jesus veio e, como homem, venceu Satanás na cruz, a
cabeça da serpente foi ferida e aqueles que seguem Cristo reataram a relação
com o Pai por Seu intermédio. A proclamação dessa vitória está em Colossenses
2:15, mas isso não significa que a guerra acabou, mas que apenas voltamos
àquela condição de vitória que Adão tinha no começo e perdeu por não guerrear.
Então “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele
fugirá de vós” (Tiago
4:7).
Na guerra espiritual é preciso atitude! Temos que batalhar em
oração, ferir os demónios e lutar para que a herança que o Senhor nos deixou
não seja roubada pelo império das trevas. Na hora do "chamamento" ou
"chamado", que normalmente acontece depois dos trinta anos de idade,
é uma fase muito crítica para o ser humano porque é a altura de decidir o seu
futuro. Aos quarenta é que começa o grande "embate".
O chamamento pelas forças espirituais alcançam a sua força
máxima e o indivíduo fica muito confuso e não sabe o que fazer. É uma altura em
que "procura" desorientadamente uma saída metendo-se em tudo o que
diga respeito a espiritualidade porque "sente" que lhe falta algo.
Acaba por experimentar o espiritismo, o ioga e outras
filosofias orientais (as mais sedutoras - e moda no ocidente - altamente
assediado pelas forças das trevas, mas não indicadas para os Europeus com os
genes do cristianismo profundamente implantados no seu ser), xamanismo,
budismos, xintoísmo, bramanismo, candomblé, etc., tarôs, médiuns, quiromantes e
toda a espécie de bruxarias e afins, o que é condenado pela Bíblia muito
claramente em Deuteronómio 18:9 a 12 "Quando entrares na terra que o
Senhor, teu Deus, te der, não aprenderás a fazer conforme as abominações
daquelas nações. Entre ti se não achará quem faça passar pelo fogo o seu filho
ou a sua filha, nem adivinhador, nem prognosticador, nem agoureiro, nem
feiticeiro; Nem encantador de encantamentos, nem quem consulte um espírito
adivinhador, nem mágico, nem quem consulte os mortos; Pois todo aquele que o
faz tal coisa é abominação ao Senhor, teu Deus; E por estas abominações o
Senhor, teu Deus, as lança fora de diante Dele.", e não pactua com a idolatria (1Corintios
10:14-22), proibindo o sacrifício a ídolos que são sacrifícios aos
demónios.
Portanto todos aqueles que "batem no peito" nas
orações de Domingo nas Igrejas e depois procuram as quiromantes, as
"rezas" do povo, as sessões espíritas, os "médiuns" e
videntes, estão a pecar porque afinal o texto sagrado não significa nada para
eles. E maior hipocrisia é esses agentes dos demónios praticarem essas
abominações e "rezarem" evocando Jesus e cantando hinos a Maria.
Se na Bíblia a
palavra de Deus reprova essas actividades por que razões as praticam?
Perante estas contradições o indivíduo que quer encontrar a
Luz (Cristo) começa a fechar-se dentro de si. E, se tiver sorte e for
bem orientado, descobrirá que tudo aquilo que procura está na Bíblia. Em
Romanos os vários capítulos falam sobre o pecado que provem
principalmente do instinto egoísta do homem (egoísmo quer dizer literalmente
Carne) e o cap. 8 explica como é a vida no Espírito,
sem no entanto colidir com as leis da Terra, mas mudando-as pelas mudanças
sociais possíveis de serem refeitas e vencer a estrutura social opressora e
injusta.
Em 8:1 a 13 explica-nos que a libertação do homem foi
realizada por Cristo não como acto vindo de fora, portanto da imposição de Leis
do espírito (do Seu Reino fora deste mundo como Jesus afirmou) mas como
obra que se realiza a partir de dentro.
Cristo encarnou trazendo o Espírito de Deus para dentro da
própria condição humana, que é dominada pelo egoísmo. Deste modo, o homem pode
seguir Cristo que passou da morte para a ressurreição, passando do egoísmo para
a doação de si aos outros.
A entrada do Espírito de Deus no homem, através de Cristo,
determina uma remoção, pela qual o homem sente, pensa e age conforme a vontade
de Deus. Em lugar da Lei dos instintos egoístas, surge a "lei do
Espírito que dá a vida".
Trata-se de um novo dinamismo interior que, com a própria
força de Deus, liberta o homem da tirânica "Lei do pecado e da
morte". Em lugar do pecado ou egoísmo, que determina o ser e o
agir do homem, existe agora o Espírito ou Amor. Em lugar da morte, existe a
vida. A unidade entre querer o Bem e realizá-lo é recomposta. A situação
desesperadora do homem é superada. Com isso, as relações sociais podem ser
refeitas e a estrutura social injusta e opressora pode ser vencida. Ou
seja: O projecto de Deus, que é justiça e fraternidade entre os homens,
torna-se o projecto de uma nova ordem social, e esta supera o sistema injusto.
Em Mateus 13:24 a30, Jesus fala sobre o inimigo do
Reino, na famosa parábola sobre o trigo e o joio, e de 37 a 43 explica
a dinâmica do Reino na História (Para não estar a transcrever estes
versículos leiam na Bíblia para perceberem melhor)
Aquela alegoria representa essa dinâmica. Jesus instaurou o
Reino dentro da História, e esta é feita pela acção dos bons e
dos maus. A vinda do Reino, com Jesus, entra em luta com o espírito do mal e
conduz os justos à vitória final. A História não é mais do que esta tensão
contínua, entre o Bem e o Mal, voltada para a manifestação gloriosa do Reino.
R.
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