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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017


VIDA E MORTE

Os Céus são os mundos da Vida e o mundo visível material é o mundo da morte. Na vida material trava-se uma luta constante entre o Espírito, que vivifica o corpo físico, e a matéria inerte, permanecendo sempre num fluxo constante de vida-morte-vida-morte.

No nosso corpo físico temos tecidos com maior capacidade de regeneração e tecidos com menor capacidade e outros que nem têm essa capacidade. Desde o nascimento o corpo começa a morrer lentamente. Há uma perda de regeneração contínua das células, surge uma diferenciação, uma especialização e perda gradual da regeneração celular.

Além disso, como o Homem foi modelado para ser mortal, há também tecidos permanentes, precisamente células nervosas - neurónios – aquelas que recebem os estímulos e os distribuem pelo corpo, que não têm capacidade de regeneração e com um tempo de validade.

A matéria está morta, é pó, que é vivificada pelo Espírito que Deus no deu (o sopro divino) e não consegue estar viva um único milionésimo de segundo se não tiver a presença desse espírito a sustentá-la. Quere isto dizer que toda a Vida se processa no plano espiritual, no espírito que está no corpo físico. O corpo físico é apenas o invólucro do espírito, o fato para poder movimentar-se e interagir no meio da matéria densa. Nos animais irracionais, bem como no mundo vegetal, o espírito não é individual, mas sim grupal, comum a cada espécie, pelo que animais da mesma espécie têm o mesmo comportamento e reações semelhantes em qualquer parte do mundo, o que não acontece com o ser humano. Todos os exemplares do mesmo grupo animal são semelhantes não havendo diferença nenhuma na maneira como agirão debaixo das mesmas circunstâncias. Todos têm semelhanças iguais e diferenças. Um é o mesmo que o outro. No ser humano cada pessoa, cada indivíduo é uma espécie, é uma lei em si mesmo, separado e distinto de qualquer outro indivíduo, tão diferentes uns dos outros como duas espécies distintas do reino animal. Nos vegetais também há um espírito comum para cada espécie e daí nasceram as lendas sobre as fadas, gnomos, e outros "espíritos" grupais. Seres humanos mais sensíveis conseguem vê-los. Assim como o nosso espírito residente cuida de nós, os espíritos grupais cuidam do grupo que está a seu cargo. Carvalhos, pinheiros, cães, gatos, cavalos, etc. têm um espírito protetor que cuida da espécie e não de cada um individualmente.

Os animais e as plantas carecem de um veículo que os correlacione com determinadas divisórias dimensionais deste mundo (no mundo invisível do espírito) onde é possível pensar. No entanto, a Criação é de tal maneira perfeita que alguns animais domésticos, mais próximos do Homem, pensam. Devido à sua relação com o ser humano, há milénios, desenvolveram faculdades que outros animais, desprovidos dessa vantagem, não possuem. Isto é explicado pelo princípio seguinte: um fio condutor ligado à corrente elétrica induz uma corrente mais débil noutro condutor que lhe esteja próximo, assim como uma pessoa, de espírito forte, induz uma tendência parecida em outra de natureza débil, pode, por sua vez, ser arrastada pela influência de vigorosos caracteres malignos, quando entrar em contato com eles.

Tudo o que fazemos, dizemos ou somos, reflete-se em torno de nós. É esta a razão pelo que os animais domésticos conseguem pensar. As vibrações mentais do homem têm induzido neles uma atividade similar de ordem inferior. Estes "corpos" superiores (do mundo etéreo, dos desejos e do pensamento) não são emanações do corpo físico.

Um exemplo simples: consideremos os corpos físicos, dos reinos Animal e Vegetal, como a concha de um caracol. O caracol representa o espírito e as suas secreções, em vias de cristalização, representam a Mente, o chamado Corpo dos Desejos (onde são gravados tudo aquilo que a Mente projeta), e o chamado Corpo Vital (o corpo realmente vivo que vitaliza o Corpo Físico). Todos estes "Corpos" foram emanados de si mesmo pelo Espírito, com o propósito de adquirir experiência, por seu intermédio. É o espírito que move o corpo físico à vontade, como o caracol move a sua concha, e não o corpo que governa os movimentos do espírito. Quanto maior for esta ligação, mais consciente se torna.

Em suma: a Vida só existe onde Deus doou um átomo do Seu Espírito.

"Então o Senhor Deus modelou o homem com a argila do solo, soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser vivente". Génesis 2:7.

Então Moisés disse ao Senhor "Então o Senhor, o Deus dos espíritos de todos os seres vivos, indique um chefe para a comunidade" salientando o facto da existência dos espíritos que Deus doou a cada ser vivo, espírito esse que vivifica o corpo material. Números 27:15,16.

"O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe. Sendo Senhor do Céu e da Terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Também não é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa; pois é Ele que a todos dá vida, respiração e tudo o mais" e mais à frente traçou o tempo de vida porque: "Assim fez, para que procurassem a Deus e para ver se O descobririam, ainda que seja às apalpadelas. Ele não está longe de cada um de nós, pois n'Ele vivemos, nos movemos e existimos. Somos da Raça do próprio Deus" Actos dos Apóstolos 17: 24 a 28.

Reparem na afirmação de que Deus não habita em santuários feitos por mãos humanas (Igrejas, templos, etc.). Essas construções são inócuas quando vazias. Deus entra nelas porque está dentro de cada um de nós e só na "igreja" que é o aglomerado de pessoas que se reúnem para orar é que Ele está presente. Basta estarem dois humanos em comunhão para que Deus esteja com eles e aceitará o que esses dois humanos pedirem nas orações. Deus não é servido pelos pretensos "representantes" de Deus na Terra, nunca legou neles. Só os ungidos por Ele é que estão autorizados a servi-Lo. Portanto esses sacerdotes formados por Instituições religiosas não têm autoridade para se intitularem representantes de Deus na Terra nem afirmarem que O servem. Os ungidos tornam-se logo percetíveis pelas maravilhas que passam a mostrar e outros sinais percetíveis pela comunidade. Jesus/Deus delegou competências a discípulos, nunca a igrejas constitucionais ou a Templos (com toda a catrefa de sacerdotes e outros servidores dos sacerdotes) construídos pelo Homem.

O ser humano é que acha que pela manipulação genética poderá chegar à imortalidade na carne, o que está contra os planos de Deus.

Quer isto tudo dizer que toda a matéria, e neste caso específico, o corpo físico é apenas um invólucro, uma roupagem para o espírito, que é vivificado para cumprir a sua missão enquanto estiver na Terra. No momento em que o Espírito residente se retirar, levando consigo a Alma criada, a Mente, o corpo desfaz-se e volta à terra de onde veio.

Como sabemos, pela Ciência Biológica, o corpo tem capacidade para se regenerar em parte, porque o rumo natural é caminhar para a morte, permitindo chegar ao período de Vida permitido por Deus. O corpo físico está constantemente a intoxicar-se e a decair pela ação do principal fator de sobrevivência humana na Terra, o Oxigénio.

Como a regeneração de algumas células processam-se na totalidade num tempo relativamente pequeno, os estudiosos dos assuntos da espiritualidade, sabem como enrobustecer as novas células para durarem mais tempo e não é por acaso que os grandes espiritualistas, incluindo Jesus, Buda e outros da História humana, tinham por prática jejuar e até jejuavam por 40 dias para fazerem uma limpeza completa do corpo físico. Como o Oxigénio é um veneno para o corpo, apesar de precisarmos dele para "viver", o controle da respiração tem muita importância para minimizar os estragos da oxidação.

Aqueles que "acordaram" e cumprem, o melhor possível (cada vez melhor conforme o grau de espiritualização) a palavra de Deus, sentem no próprio corpo físico mudanças extraordinárias, tanto na energia da carne como nos órgãos com mais dificuldade na regeneração e principalmente no sistema nervoso e parassimpático que nunca se regeneram, pela ação mais consciente da Mente conectada com o Espírito residente que, como sabemos, é parte do Espírito Universal de Deus, conforme nos ensina a Bíblia nos Actos dos Apóstolos quando diz: "Ele não está longe de cada um de nós, pois n'Ele vivemos, nos movemos e existimos"

Como portamos dentro de nós, aquela centelha do Espírito de Deus, "somos da raça de Deus" como vem na própria Bíblia.

Como qualquer individuo espiritualizado sabe, nós somos aquilo que pensamos que somos, ou seja, o espírito predomina sobre a matéria e se soubermos utilizar esse Poder conseguiremos manter o corpo saudável sem no entanto evitar a degradação natural do organismo como está "escrito" e estipulado por Deus. O corpo envelhece mas o espírito mantém-se sempre jovem e em pleno. Só os muito "adormecidos" é que se deixam influenciar, desmoralizam, e pensam que são velhos procedendo como tal. O Espírito chega a tal ponto que, para facilitar a passagem para o outro lado, já espera pelo fim natural da Vida na Terra e deste modo não vive em angústia permanente. Ele sabe para onde vai e quem mantem a conexão com ele, "pressente" (os menos espiritualizados) e sabe (os mais espiritualizados) que vai para sítio melhor e a sua missão aqui na Terra chegou ao fim.

Muitos conhecidos meus, incluindo a minha mãe, estão nessa fase em que sabem que a sua missão está no fim e dizem-me, sem problemas, sem medo, sem angústia, calmamente, que estão "à espera" muito simplesmente que a morte chegue.

Penso para mim que efetivamente a Criação é perfeita e nesta altura o ser humano aceita calmamente o fim. Só os completamente "adormecidos", já sem estarem conectados com o Espírito residente, é que, apesar de estarem acamados, cegos ou sem mobilidade nenhuma, portanto sem nada o que fazer por cá, a não ser sobrecarregar familiares, é que permanecem "agarrados" à vida física em sofrimento constante e têm medo da morte.

Os que ainda permanecem "adormecidos" por ignorância ou por opção, afastam-se cada vez mais da Vida do Espírito e mergulham na morte da matéria não dando oportunidade a que a sua Alma possa ascender às dimensões superiores e seja eterna. O versículo número três do Génesis explica tudo, ou seja: explica a decadência do ser humano desde o início no jardim do Éden.

O texto tenta explicar (não esquecer que naquele tempo não havia escrita e o Génesis foi compilado a partir da tradição oral e conforme a imaginação de quem o escreveu) a condição pecaminosa de todos os seres humanos mediante esta imagem exemplar da origem. O mal não pode proceder de Deus. Virá do Homem.

Mas para que este não fique esmagado com o peso e mistério, parte da responsabilidade (se não toda a responsabilidade) cai sobre a enigmática criatura, serpente ou demónio, que seduz e tenta. O mundo inferior e os demónios (espíritos do submundo e anjos decaídos) nada pode contra o Homem a não ser sugestioná-lo para o mal. Apesar de o castigo do Homem ter sido o corte no acesso direto a Deus, o Homem continuou a ter o Poder e a Autoridade na Terra, pelo que qualquer espírito do mundo invisível nada pode contra ele na Terra. Aquilo que Deus dá jamais tira. Os menos informados pensam que o Homem foi expulso do Éden, perdeu os seus poderes e Lucifer usurpou-os, mas não.

Mesmo Jesus para poder cumprir a sua missão na Terra e poder curar os doentes e expulsar os demónios (atividade principal que a Bíblia refere quando cita Jesus) teve que "nascer" como Homem, na Terra, para ter a Autoridade e o Poder . Se Jesus descesse à Terra como Ser Celestial não teria esse Poder e a Autoridade nos assuntos da Terra.

O Homem com o seu livre arbítrio escolhe. Pode seguir as sugestões dos espíritos malignos ou pode, pura e simplesmente, não ouvi-los e expulsá-los. Todo o mal que há na Terra é perpetrado e executado pelo Homem, que se deixa seduzir pelos prazeres carnais. Ganância, dinheiro, sexo, poder incontrolado. Jesus, como Homem foi tentado mas resistiu e Lucifer nada pôde contra Ele.

Mas o centro da questão é a pretensão humana de ser igual a Deus (Agora até quer tornar a carne imortal). Rejeitando o estatuto de criatura e usurpando o lugar de Deus verdadeiro e único. A autossuficiência rompe a harmonia e a comunhão.

Deus é o Senhor absoluto e o seu projeto é a Vida do Homem. A cair no egoísmo (tentações da carne, mundo material) o Homem revela-se contra o plano de Deus, esboça o seu próprio projeto, pretende guardar só para si a liberdade e a Vida, quando estas coisas o transcendem. E encontra-se perante a escravidão e a morte. Tenta justificar-se em vão, lançando a culpa para cima dos outros. Fraternidade degenera em poder e domínio, o Amor degrada-se em posse e exploração. A perturbação instala-se entre os humanos e entre estes e a Natureza.

Neste clima gerado pelo mal, que tende a multiplicar-se e a expandir-se, o caminho já não leva à Vida, mas à morte. Mas Deus providenciou a salvação dos Seus filhos, mandando à Terra o Seu Único Filho, ou para sermos mais precisos Deus desceu à Terra na sua faceta de Filho e quando se retirou, a sua faceta Espírito Santo banhou, e banha, toda a humanidade. Toda a Criação vive em Deus, como sabemos, porque todos portam um átomo do Espírito de Deus. Com o ser humano, por ter desobedecido a Deus no Jardim do Éden, o que aconteceu foi que o ser humano deixou de estar conectado ao seu Espírito residente (o Espírito Santo retirou-se da Terra), mas Jesus Cristo restabeleceu essa ligação. Agora só não estão conectados aqueles que não querem ou não sabem e estão "adormecidos".

Portanto todos aqueles que preferem adorar ídolos e permanecerem no paganismo (Têm esse direito) não usufruem dos conselhos e instruções que o mundo do espírito envia ao Espírito residente. A maioria, ainda não completamente absorvidos pela matéria, vão tendo "intuições" e "pressentimentos" sem saberem que é o seu Espírito residente a comunicar. Grande parte já começou a ter consciência dessa ligação ao Espírito e confiam nos "pressentimentos".

R.

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