VIDA E
MORTE
Os
Céus são os mundos da Vida e o mundo visível material é o mundo da morte. Na
vida material trava-se uma luta constante entre o Espírito, que vivifica o
corpo físico, e a matéria inerte, permanecendo sempre num fluxo constante de
vida-morte-vida-morte.
No
nosso corpo físico temos tecidos com maior capacidade de regeneração e tecidos
com menor capacidade e outros que nem têm essa capacidade. Desde o nascimento o
corpo começa a morrer lentamente. Há uma perda de regeneração contínua das
células, surge uma diferenciação, uma especialização e perda gradual da
regeneração celular.
Além
disso, como o Homem foi modelado para ser mortal, há também tecidos
permanentes, precisamente células nervosas - neurónios – aquelas que recebem os estímulos e os distribuem pelo
corpo, que não têm capacidade de regeneração e com um tempo de validade.
A
matéria está morta, é pó, que é vivificada pelo Espírito que Deus no deu (o sopro divino) e não consegue estar viva
um único milionésimo de segundo se não tiver a presença desse espírito a
sustentá-la. Quere isto dizer que toda a Vida se processa no plano espiritual,
no espírito que está no corpo físico. O corpo físico é apenas o invólucro do
espírito, o fato para poder movimentar-se e interagir no meio da matéria densa.
Nos animais irracionais, bem como no mundo vegetal, o espírito não é
individual, mas sim grupal, comum a cada espécie, pelo que animais da mesma
espécie têm o mesmo comportamento e reações semelhantes em qualquer parte do
mundo, o que não acontece com o ser humano. Todos os exemplares do mesmo grupo
animal são semelhantes não havendo diferença nenhuma na maneira como agirão
debaixo das mesmas circunstâncias. Todos têm semelhanças iguais e diferenças.
Um é o mesmo que o outro. No ser humano cada pessoa, cada indivíduo é uma
espécie, é uma lei em si mesmo, separado e distinto de qualquer outro
indivíduo, tão diferentes uns dos outros como duas espécies distintas do reino
animal. Nos vegetais também há um espírito comum para cada espécie e daí
nasceram as lendas sobre as fadas, gnomos, e outros "espíritos"
grupais. Seres humanos mais sensíveis conseguem vê-los. Assim como o nosso
espírito residente cuida de nós, os espíritos grupais cuidam do grupo que está
a seu cargo. Carvalhos, pinheiros, cães, gatos, cavalos, etc. têm um espírito
protetor que cuida da espécie e não de cada um individualmente.
Os
animais e as plantas carecem de um veículo que os correlacione com determinadas
divisórias dimensionais deste mundo (no
mundo invisível do espírito) onde é possível pensar. No entanto, a Criação
é de tal maneira perfeita que alguns animais domésticos, mais próximos do
Homem, pensam. Devido à sua relação
com o ser humano, há milénios, desenvolveram faculdades que outros animais,
desprovidos dessa vantagem, não possuem. Isto é explicado pelo princípio
seguinte: um fio condutor ligado à corrente elétrica induz uma corrente mais
débil noutro condutor que lhe esteja próximo, assim como uma pessoa, de
espírito forte, induz uma tendência parecida em outra de natureza débil, pode,
por sua vez, ser arrastada pela influência de vigorosos caracteres malignos,
quando entrar em contato com eles.
Tudo o que fazemos,
dizemos ou somos, reflete-se em torno de nós. É esta a razão pelo que os animais
domésticos conseguem pensar. As vibrações mentais do homem têm induzido neles
uma atividade similar de ordem inferior. Estes "corpos" superiores (do mundo etéreo, dos desejos e do pensamento)
não são emanações do corpo físico.
Um
exemplo simples: consideremos os corpos físicos, dos reinos Animal e Vegetal, como
a concha de um caracol. O caracol representa o espírito e as suas secreções, em
vias de cristalização, representam a Mente, o chamado Corpo dos Desejos (onde são gravados tudo aquilo que a Mente projeta),
e o chamado Corpo Vital (o corpo realmente
vivo que vitaliza o Corpo Físico). Todos estes "Corpos" foram emanados
de si mesmo pelo Espírito, com o propósito de adquirir experiência, por seu intermédio.
É o espírito que move o corpo físico à vontade, como o caracol move a sua concha,
e não o corpo que governa os movimentos do espírito. Quanto maior for esta ligação,
mais consciente se torna.
Em
suma: a Vida só existe onde Deus doou um átomo do Seu Espírito.
"Então o Senhor Deus modelou o homem com a argila do solo,
soprou-lhe nas narinas um sopro de vida, e o homem tornou-se um ser
vivente". Génesis 2:7.
Então
Moisés disse ao Senhor "Então o Senhor, o Deus dos espíritos de todos os seres
vivos, indique um chefe para a comunidade" salientando o facto da
existência dos espíritos que Deus doou a cada ser vivo, espírito esse que
vivifica o corpo material. Números
27:15,16.
"O Deus que fez o mundo e tudo o que nele existe. Sendo
Senhor do Céu e da Terra, não habita em santuários feitos por mãos humanas. Também
não é servido por mãos humanas, como se precisasse de alguma coisa; pois é Ele
que a todos dá vida, respiração e tudo o mais" e mais à frente traçou o
tempo de vida porque: "Assim fez, para que procurassem a Deus e para ver se O
descobririam, ainda que seja às apalpadelas. Ele não está longe de cada um de
nós, pois n'Ele vivemos, nos movemos e existimos. Somos da Raça do próprio Deus" Actos dos Apóstolos 17: 24 a 28.
Reparem
na afirmação de que Deus não habita em santuários feitos por mãos humanas (Igrejas, templos, etc.). Essas
construções são inócuas quando vazias. Deus entra nelas porque está dentro de
cada um de nós e só na "igreja" que é o aglomerado de pessoas que se
reúnem para orar é que Ele está presente. Basta estarem dois humanos em comunhão
para que Deus esteja com eles e aceitará o que esses dois humanos pedirem nas
orações. Deus não é servido pelos pretensos "representantes" de Deus
na Terra, nunca legou neles. Só os ungidos por Ele é que estão autorizados a
servi-Lo. Portanto esses sacerdotes formados por Instituições religiosas não
têm autoridade para se intitularem representantes de Deus na Terra nem
afirmarem que O servem. Os ungidos tornam-se logo percetíveis pelas maravilhas
que passam a mostrar e outros sinais percetíveis pela comunidade. Jesus/Deus
delegou competências a discípulos, nunca a igrejas constitucionais ou a Templos
(com toda a catrefa de sacerdotes e
outros servidores dos sacerdotes) construídos pelo Homem.
O
ser humano é que acha que pela manipulação genética poderá chegar à
imortalidade na carne, o que está contra os planos de Deus.
Quer
isto tudo dizer que toda a matéria, e neste caso específico, o corpo físico é
apenas um invólucro, uma roupagem para o espírito, que é vivificado para
cumprir a sua missão enquanto estiver na Terra. No momento em que o Espírito
residente se retirar, levando consigo a Alma criada, a Mente, o corpo desfaz-se
e volta à terra de onde veio.
Como
sabemos, pela Ciência Biológica, o corpo tem capacidade para se regenerar em
parte, porque o rumo natural é caminhar para a morte, permitindo chegar ao
período de Vida permitido por Deus. O corpo físico está constantemente a
intoxicar-se e a decair pela ação do principal fator de sobrevivência humana na
Terra, o Oxigénio.
Como
a regeneração de algumas células processam-se na totalidade num tempo
relativamente pequeno, os estudiosos dos assuntos da espiritualidade, sabem
como enrobustecer as novas células para durarem mais tempo e não é por acaso
que os grandes espiritualistas, incluindo Jesus, Buda e outros da História
humana, tinham por prática jejuar e até jejuavam por 40 dias para fazerem uma limpeza
completa do corpo físico. Como o Oxigénio é um veneno para o corpo, apesar de
precisarmos dele para "viver", o controle da respiração tem muita importância
para minimizar os estragos da oxidação.
Aqueles
que "acordaram" e cumprem, o melhor possível (cada vez melhor conforme o grau de espiritualização) a palavra de
Deus, sentem no próprio corpo físico mudanças extraordinárias, tanto na energia
da carne como nos órgãos com mais dificuldade na regeneração e principalmente
no sistema nervoso e parassimpático que nunca se regeneram, pela ação mais
consciente da Mente conectada com o Espírito residente que, como sabemos, é
parte do Espírito Universal de Deus, conforme nos ensina a Bíblia nos Actos dos Apóstolos quando diz: "Ele não está longe
de cada um de nós, pois n'Ele vivemos, nos movemos e existimos"
Como portamos dentro de nós, aquela centelha do Espírito
de Deus, "somos
da raça de Deus" como vem na própria Bíblia.
Como qualquer individuo espiritualizado sabe, nós somos aquilo que pensamos que somos, ou
seja, o espírito predomina sobre a matéria e se soubermos utilizar esse Poder
conseguiremos manter o corpo saudável sem no entanto evitar a degradação
natural do organismo como está "escrito" e estipulado por Deus. O
corpo envelhece mas o espírito mantém-se sempre jovem e em pleno. Só os muito
"adormecidos" é que se deixam influenciar, desmoralizam, e pensam que
são velhos procedendo como tal. O Espírito chega a tal ponto que,
para facilitar a passagem para o outro lado, já espera pelo fim natural da Vida
na Terra e deste modo não vive em angústia permanente. Ele sabe para onde vai e
quem mantem a conexão com ele, "pressente" (os menos espiritualizados) e sabe (os mais espiritualizados) que vai para sítio melhor e a sua missão
aqui na Terra chegou ao fim.
Muitos conhecidos meus, incluindo a minha mãe, estão
nessa fase em que sabem que a sua missão está no fim e dizem-me, sem problemas,
sem medo, sem angústia, calmamente, que estão "à espera" muito
simplesmente que a morte chegue.
Penso para mim que efetivamente a Criação é perfeita e
nesta altura o ser humano aceita calmamente o fim. Só os completamente
"adormecidos", já sem estarem conectados com o Espírito residente, é
que, apesar de estarem acamados, cegos ou sem mobilidade nenhuma, portanto sem
nada o que fazer por cá, a não ser sobrecarregar familiares, é que permanecem
"agarrados" à vida física em sofrimento constante e têm medo da
morte.
Os que ainda permanecem "adormecidos" por
ignorância ou por opção, afastam-se cada vez mais da Vida do Espírito e
mergulham na morte da matéria não dando oportunidade a que a sua Alma possa
ascender às dimensões superiores e seja eterna. O versículo número três do Génesis explica tudo, ou seja: explica a
decadência do ser humano desde o início no jardim do Éden.
O texto tenta explicar (não esquecer que naquele tempo não havia escrita e o Génesis foi
compilado a partir da tradição oral e conforme a imaginação de quem o escreveu)
a condição pecaminosa de todos os seres humanos mediante esta imagem exemplar
da origem. O mal não pode proceder de
Deus. Virá do Homem.
Mas para que este não fique esmagado com o peso e
mistério, parte da responsabilidade (se
não toda a responsabilidade) cai sobre a enigmática criatura, serpente ou
demónio, que seduz e tenta. O mundo inferior e os demónios (espíritos do submundo e anjos decaídos)
nada pode contra o Homem a não ser sugestioná-lo para o mal. Apesar de o
castigo do Homem ter sido o corte no acesso direto a Deus, o Homem continuou a
ter o Poder e a Autoridade na Terra, pelo que qualquer espírito do mundo
invisível nada pode contra ele na Terra. Aquilo que Deus dá jamais tira. Os
menos informados pensam que o Homem foi expulso do Éden, perdeu os seus poderes
e Lucifer usurpou-os, mas não.
Mesmo Jesus para poder cumprir a sua missão na Terra e poder curar os doentes e expulsar os demónios (atividade principal que a Bíblia refere
quando cita Jesus) teve que "nascer" como Homem, na Terra, para
ter a Autoridade e o Poder . Se Jesus descesse à Terra como
Ser Celestial não teria esse Poder e a Autoridade nos assuntos da Terra.
O Homem com o seu livre arbítrio escolhe. Pode seguir as
sugestões dos espíritos malignos ou pode, pura e simplesmente, não ouvi-los e
expulsá-los. Todo o mal que há na Terra
é perpetrado e executado pelo Homem, que se deixa seduzir pelos prazeres carnais. Ganância, dinheiro, sexo, poder
incontrolado. Jesus, como Homem foi tentado mas resistiu e Lucifer nada pôde
contra Ele.
Mas o centro da questão é a pretensão humana de ser igual
a Deus (Agora até quer tornar a carne
imortal). Rejeitando o estatuto de criatura e usurpando o lugar de Deus
verdadeiro e único. A autossuficiência rompe a harmonia e a comunhão.
Deus é o Senhor absoluto e o seu projeto é a Vida do
Homem. A cair no egoísmo (tentações da
carne, mundo material) o Homem revela-se contra o plano de Deus, esboça o
seu próprio projeto, pretende guardar só para si a liberdade e a Vida, quando estas coisas o transcendem. E
encontra-se perante a escravidão e a morte. Tenta justificar-se em vão, lançando
a culpa para cima dos outros. Fraternidade degenera em poder e domínio, o Amor
degrada-se em posse e exploração. A perturbação instala-se entre os humanos e
entre estes e a Natureza.
Neste clima gerado pelo mal, que tende a multiplicar-se e
a expandir-se, o caminho já não leva à Vida, mas à morte. Mas Deus providenciou
a salvação dos Seus filhos, mandando à Terra o Seu Único Filho, ou para sermos
mais precisos Deus desceu à Terra na sua faceta de Filho e quando se retirou, a
sua faceta Espírito Santo banhou, e banha, toda a humanidade. Toda a Criação
vive em Deus, como sabemos, porque todos portam um átomo do Espírito de Deus.
Com o ser humano, por ter desobedecido a Deus no Jardim do Éden, o que
aconteceu foi que o ser humano deixou de estar conectado ao seu Espírito
residente (o Espírito Santo retirou-se da
Terra), mas Jesus Cristo
restabeleceu essa ligação. Agora só não estão conectados aqueles que não
querem ou não sabem e estão "adormecidos".
Portanto todos aqueles que preferem adorar ídolos e
permanecerem no paganismo (Têm esse
direito) não usufruem dos conselhos e instruções que o mundo do espírito
envia ao Espírito residente. A maioria, ainda não completamente absorvidos pela
matéria, vão tendo "intuições" e "pressentimentos" sem
saberem que é o seu Espírito residente a comunicar. Grande parte já começou a
ter consciência dessa ligação ao Espírito e confiam nos "pressentimentos".
R.
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