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quinta-feira, 30 de novembro de 2017


O Livro dos Sábios (1870)

 
5 de 10 - DISCUSSÕES EM FORMA DE DIÁLOGO


QUINTO DIÁLOGO - UM PROTESTANTE e ELIPHAS LEVI
O PROTESTANTE — Senhor, escreveste isto num de teus livros: "Eu sou mais católico que o Papa, mais protestante que Lutero". Qual pode ser o sentido destas estranhas palavras?
ELIPHAS LEVI — Isto quer dizer que considero como admissíveis à comunhão universal todos aqueles a quem o Papa excomunga e que protesto contra as fantasias dogmáticas de teu mestre, Martin Lutero.
O PROTESTANTE — Pretenderias então fundar uma nova seita?
ELIPHAS LEVI — Pelo contrário; desejaria fundir todas as seitas numa fraternal unidade.
O PROTESTANTE — Podes acreditar que o Papa te aprovará?
ELIPHAS LEVI — O Papa não me censurou ainda.
O PROTESTANTE — E se ele censurasse?
ELIPHAS LEVI — Eu aprovaria a sua censura de antemão.
O PROTESTANTE — Então ris-te dele e de nós?
ELIPHAS LEVI — Não me rio de ninguém. A Igreja Romana tem declarado que a razão é inseparável da fé, que se pode e se deve levar aos homens a fé pela razão e eu não falo outra coisa; não é, pois, o fundo da minha doutrina que o Papa poderia censurar, senão só algumas revelações dos mistérios do ocultismo, que poderia achar perigosas e intempestivas.
O PROTESTANTE — Teria, por certo, muita razão. Porque misturas continuamente a religião e as ciências ocultas? Anuncias livros de magia e escreves livros de religião. Que podem ter em comum a Bíblia e o Grimório?
ELIPHAS LEVI — Os Grimórios compõem-se de evocações e de orações, supõe um dogma e contém um ritual; as ciências ocultas têm como ponto de partida uma teologia secreta que é a Cabala; elas iniciam nos mistérios de uma taumaturgia cerimonial análoga aos sacramentos da Igreja; vês pois, que não se podem ensinar as ciências ocultas sem se falar muito da religião.
O PROTESTANTE — Porque escolheste e proclamas como a melhor, entre todas as religiões, aquela que mais energicamente condena a magia?
ELIPHAS LEVI — Porque é a única que é incontestavelmente dogmática e realmente taumatúrgica; porque a religião romana é a magia hierarquicamente constituída que reprova e deve reprovar os feiticeiros como competidores sem diploma; porque só os sacerdotes católicos são verdadeiros encantadores, evocando ao próprio Deus e forçando-o a descer das suas alturas, devolvendo a inocência aos culpáveis, apagando com uma palavra as sentenças de morte eterna, abrindo e fechando a seu gosto o céu e dispondo da eternidade.
O PROTESTANTE — As coisas que admiras na Igreja Católica são precisamente aquelas que a tornam abominável; os seus sacerdotes não são, para nós, mais do que os encantadores do Faraó, e ao invés de viver com eles, preferimos sofrer com Israel no deserto.
ELIPHAS LEVI — Tens o ceptro de Moisés? Temo que um bom dia te encontres sem Deus e que por fadiga de uma religião sem eficácia, dançarás como tantos outros em torno do bezerro de ouro. Vê ao que chegou a Inglaterra; enjoa-se mortalmente no meio das suas riquezas e o pauperismo a corrói. A Alemanha pode muito bem expandir-se: não converterás jamais o mundo inteiro ao culto do "chucrut" e da cerveja, sua nebulosa filosofia; passando por Kant e por Hegel, chegou a uma desesperante escuridão. Por outro lado, nos países protestantes, a vida das almas retarda-se e todos os cuidados do homem dirigem-se às coisas puramente temporais. Beber bem, comer bem, alguma coisa certa: porém, o homem não vive só de pão, como também o diz o nosso grande mestre.
O PROTESTANTE — Não temos nós a Bíblia e o Evangelho?
ELIPHAS LEVI — Sim, tens e a fazes traduzir em todas as línguas para que seja lida pelos selvagens; aqueles que os mais sábios dentre nós mal compreendem ou não compreendem absolutamente nada. A Bíblia! Esta Babel da antiguidade oriental; este livro sobre o qual empalideceram-se os eruditos de tantos séculos, esta enciclopédia abstracta, que um dos nossos grandes poetas chama com razão de um terrível mar semeado de escolhos! Eis aí o que colocas entre as mãos dos ignorantes e dos idiotas, dizendo-lhes: "Tomai, eis aqui a palavra de Deus, cabe a vós compreender julgar e fazer para vós uma regra de consciência". Por isso quantas interpretações absurdas! O Protestantismo é como uma grande casa de alienados, cheia de celas, as quais Ihes chamam seitas; uns são medrosos, outros dançarinos, muitos são epilépticos, outros imóveis e taciturnos; e talvez, é em nome da razão que chamas ao livre exame; porém, o que é a liberdade sem leis? Não é a mesma coisa que a razão sem autoridade, essa rival impotente da autoridade sem razão?
O PROTESTANTE — Posto que Deus tendo falado na Bíblia, devia querer ser compreendido e inspirar-nos ele mesmo o verdadeiro sentido das suas palavras.
ELIPHAS LEVI — Se Deus tem a obrigação de inspirar-nos, não tens já necessidade da Bíblia. São todos profetas e os teus sonhos são toda a lei.
O PROTESTANTE — Porém, se não me engano, tu mesmo interpretas a Bíblia de outra forma da que os Doutores Católicos.
ELIPHAS LEVI — A Bíblia tem um sentido oculto, cuja ciência tradicional chama-se Cabala, entre os Hebreus. Esta ciência era conhecida pelo apóstolo São João e pelos padres mais sábios da primitiva igreja; eu não a inventei e não ensino nada que venha de mim; isto é o que faz a minha força e a minha confiança, isto é o que me dá o direito de chamar católicos mal lluminados aos católicos melhor instruídos. Podes provar-me que estou errado?
O PROTESTANTE — Não, porque não posso seguir-te nas tuas buscas; porém, guardarei as minhas convicções.
ELIPHAS LEVI — Não pretendo tirá-las; a controvérsia jamais converte ninguém; alguém se apoia nas ideias que quer defender e obstina-se mais nelas à medida que o ataque é mais forte; as convicções apoiam-se ou mudam-se por si mesmas, à medida que a razão cresce e que a luz se faz...
O PROTESTANTE — Desejo que ela se faça para ti.
ELIPHAS LEVI — Restituo-te o mesmo desejo.
(Continua)

terça-feira, 28 de novembro de 2017


O Livro dos Sábios (1870)

4 de 10 - DISCUSSÕES EM FORMA DE DIÁLOGO

QUARTO DIÁLOGO - UM ISRAELITA e ELIPHAS LEVI

O ISRAELITA — Tendo ouvido a tua conversa com esse ateu, constato com prazer que liquidas os erros do cristianismo.
ELIPHAS LEVI — Sim, sem dúvida; porém, é para defender as suas verdades com maior energia...
O ISRAELITA — Quais são as verdades do cristianismo?
ELIPHAS LEVI — As mesmas que as da religião de Moisés, mais os sacramentos eficazes com a fé, a esperança e a caridade.
O ISRAELITA — E mais ainda a idolatria; ou seja, o culto que devido a Deus, rendido a um homem e até a um pedaço de pão. O sacerdote colocado no lugar do próprio Deus e condenando ao inferno os Israelitas, ou seja, os adoradores do verdadeiro Deus e os herdeiros da sua promessa.
ELIPHAS LEVI — Não, filho dos nossos pais; nós não pomos nada no lugar de Deus. Cremos, como tu, que a sua divindade é única, imutável, espiritual e não o confundimos com as suas criaturas.
Adoramos a Deus na humanidade de Jesus Cristo e não à essa humanidade no lugar de Deus. Existe entre nós um mal entendido que dura muitos séculos e que tem feito derramar muito sangue e muitas lágrimas. Os pretensos Cristãos que te perseguiram eram fanáticos e ímpios, indignos do espírito daquele Jesus que perdoou os que o crucificaram e morreu dizendo: "Perdoai-os, meu pai, pois não sabem o que fazem". Nosso dogma, por outro lado, não começa com Jesus Cristo; ele está contido completamente nos mistérios da Cabala, cuja tradição remonta-se até ao Patriarca Abraão. O nosso Homem-Deus é o tipo humano e divino do Zohar realizado num homem vivo. O nosso Verbo encarnado chamado Logos por Platão e por São João, O Evangelista, quer dizer: razão manifestada pela palavra; chama-se Hochmah na doutrina das Sefirots.
O ISRAELITA — Interrompo-te aqui e declaro que, entre nós, a Cabala não é autoridade. Não a conhecemos mais, porque foi profanada e desfigurada pelos Samaritanos e pelos Gnósticos Orientais.
Maimônides, uma das grandes luzes da sinagoga, considera a Cabala como inútil e perigosa; não quer que nos ocupemos dela; quer isto sim, que nos atenhamos ao símbolo, do qual ele mesmo formulou os treze artigos no Sefer Thorá, aos profetas e ao Talmud.
ELIPHAS LEVI — Sim, porém o Séfer Thorá, os profetas e o Talmud são ininteligíveis sem a Cabala. Direi mais: estes livros sagrados são a própria Cabala escrita em hieróglifos hieráticos, ou seja, em imagens alegóricas. A escrita é um livro fechado sem a tradição que a explica; e, a tradição é a Cabala.
O ISRAELITA — Eis aí o que nego. A tradição é o Talmud.
ELIPHAS LEVI — Dizes que o Talmud é o véu da tradição; a tradição é o Zohar.
O ISRAELITA — Podes prová-lo?
ELIPHAS LEVI — Sim, se tiveres a paciência de escutar-me; pois teria que razoar bastante, citar e comparar autores, apreciar o que dizem Franck e Drach, dois sábios cabalistas que não estão de acordo; explicar o Géneses e Ezequiel, buscar neste último a chave do Apocalipse de São João, analisar a Mischna e ver em que difere essencialmente da dos Gemarah, aplicar aos sete primeiros capítulos do Géneses as chaves alfabéticas e numéricas do Sefer Yetzira, voltar aos livros dogmáticos do Zohar, estudar a fundo o Siphra Di-Tzeniutha com as explicações do grande e pequeno Sínodo.
Tudo isto leva tempo, que, te dedicaria com boa vontade se esperasse ser-te útil e pediria uma atenção longa e contínua, que seguramente, não ma darias.
O ISRAELITA — Porquê?
ELIPHAS LEVI — Porque não sou um rabino, nem sequer um Israelita; pelo menos, como o acreditas.
O ISRAELITA — Como o creio! E estou bem seguro disso.
ELIPHAS LEVI — É inútil que fale por mais tempo, pois escutar-me-ias com uma desconfiança que aumentaria com a mesma força das minhas razões. És ainda por demais judeu! Venha visitar-me quando duvidares da tua religião que te mostrarei a nossa.
(Continua)

segunda-feira, 27 de novembro de 2017


O Livro dos Sábios (1870)
3 de 10 - DISCUSSÕES EM FORMA DE DIÁLOGO

TERCEIRO DIÁLOGO - UM PANTEÍSTA e ELIPHAS LEVI

O PANTEÍSTA — É impossível conceber um Deus que seja outra coisa do que a universidade dos seres.
ELIPHAS LEVI — Muito bem. És um discípulo de Espinoza, e te direi, no entanto, que nunca existiu e que não existe outro Espinoza senão que a colecção das obras deste filósofo.
O PANTEÍSTA — Esta é uma brincadeira de mau gosto. Bem sabemos que são homens que fazem os livros e que os "in-folio" não gravitam por si mesmos no espaço. Porém, não acontece o mesmo com os mundos; a lei fatal do movimento equilibrado os produz e pode destruí-los nas revoluções necessárias do Universo eterno.
ELIPHAS LEVI — Assim o nosso universo é fatal; é, por consequência, cego e surdo como a fatalidade. Como, pois, pode dar-nos a inteligência que não possui?
O PANTEÍSTA — O universo é inteligente e é por isso que o chamo de Deus.
ELIPHAS LEVI — Acreditas que no homem é o corpo o que produz o fenómeno do pensamento?
O PANTEÍSTA — Sinto o pensamento na minha cabeça e sei que ele se produz no meu cérebro.
ELIPHAS LEVI — Sim, como a música sobre um violino.
O PANTEÍSTA — Oh, vamos devagar! Queres dizer que a nossa alma serve-se do cérebro como de um instrumento; porém, este instrumento só os anatomistas conhecem o seu mecanismo? A criança que começa a pensar nem sequer sabe que possui um cérebro e nem se imagina a utilizar as suas fibras e os seus recursos. O cérebro funciona, pois, por si mesmo, sob o duplo impulso da natureza e da vida.
ELIPHAS LEVI — O senso comum assegura-nos que o nosso cérebro é alguma coisa, porém não é alguém. É algo do qual alguém determinou a forma e o uso e, se existem instrumentos que parecem tocar sozinhos, estes instrumentos não revelam senão a existência de um mecânico hábil e de uma música que o instrumento não inventa.
O PANTEÍSTA — Penso que é como dizes, porém, para mim, o grande mecânico e o músico das harmonias da natureza é o imenso, o eterno, universo, que é pela própria necessidade de ser, que é infinito, ao qual atribuís as funções inúteis do Criador. A palavra criação, por outro lado, é um absurdo; sim, se supõe que do nada pode sair algo; a substância é uma, infinita, eterna; as criações sucessivas e espontâneas não são mais que manifestações de aparências; combinações físicas; todas as ciências naturais tendem hoje a demonstrá-la. Tu mesmo estás constrangido a admiti-lo e não acreditas já no Deus despótico e caprichoso da Idade Média; no Deus inimigo da natureza, no Deus da vingança e dos milagres. Consideras  Deus como a alma do universo, a alma diferente do corpo, dizes; porém, inseparável, acrescentarei, já que Deus não pode morrer. Sem o fenómeno da morte que deixa o corpo inerte e gelado, o homem seria indivisível e não se diferenciaria a sua alma do seu corpo. Não é, com efeito, a alma só que vive; é todo o homem, inteiro; e o pensamento é a luz da vida.
Não diferenciamos, pois, a alma do universo, do universo mesmo; o universo é o grande todo, inteligente e visível. Quando pensa, se lhe chama espírito, quando toma uma forma é matéria; porém, a matéria e o espírito não são dois seres, são duas formas de existência. A substância eterna e infinita é a génese do pensamento e da forma; não fora de si mesma onde não existe nada, senão em si mesma e por si mesma. É a isto que chamamos Deus.
ELIPHAS LEVI — Deixei que falasses e penso como tu sobre muitos pontos; porém, jamais admitirei que Deus seja o universo, porque isto me devolveria à idolatria dos séculos ignorantes em que se adorava o Sol e a Lua; tudo é de Deus, com certeza, porém, tudo não é Deus e a liberdade humana não deve deixar-se absorver pela grande fatalidade Divina que pareces admitir. Se tudo fosse Deus, o homem não seria responsável por nada e a moral seria uma quimera. Que ideia, então, nos caberia a Sabedoria Divina, os erros e as tolices humanas? Se entretanto fossemos absurdos, Deus seria ridículo. Deus mesmo seria o autor do mal e assim negar-se-ia a si mesmo; ou, a palavra de Deus não teria já sentido razoável. Deixemos ao deus Pan dos antigos, as suas flautas e os seus cornos.
Quando Jesus, morrendo sobre a Cruz, tinha proclamado a inviolabilidade da consciência humana e a liberdade da fé, confirmada pelo direito ao martírio, um piloto misterioso, chamado Thamuz, gritou às ilhas que o grande Pan havia morrido e escutaram-se vozes confusas que choravam o gigante da mitologia antiga. Deus, na humanidade, acabava de triunfar sobre a fatalidade e sobre a morte e a humanidade volta-se Divina, não por usurpação sacrílega ou por confusão das naturezas, senão por uma sublime aliança.
O PANTEÍSTA — Detém-te e não prolongues estas frases de sermão. És livre para elogiar ainda o Cristianismo; porém, ele é o que agora está morto e o grande Pan ressuscitou. O Cristianismo foi uma doença do espírito humano e faltou pouco para que a nossa pobre terra se tornasse uma morada de loucos; a demência da fé cega colocada acima da ciência e da razão, a dor preferida ao prazer, a miséria à riqueza, o celibato contra a natureza esgotando as fontes da fecundidade, o fanatismo feroz impondo-se pelo ferro e o fogo, a autocracia dos sacerdotes, o embrutecimento dos homens, a miséria dos povos; eis aí o Cristianismo. Ele é julgado pelas suas próprias armas.
ELIPHAS LEVI — Assim, segundo tu, fez-se bem em crucificar Jesus Cristo, e se Nero tivesse conseguido extirpar o Cristianismo, teria sido ele o verdadeiro salvador do mundo?
O PANTEÍSTA — Nada prova a existência histórica de Jesus Cristo. O Cristianismo é uma corrente de ideias que não provém de um só homem e tu mesmo tens afirmado e provado que o Cristo dos Evangelhos é uma figura simbólica do homem liberto das servidões legais, sacrificando-se livremente pelo triunfo da verdade e da justiça. Segundo o mito sagrado, o seu sacrifício era necessário para a salvação do mundo e os que o crucificaram foram os executores da alta justiça de Deus. No que se refere a Nero e a outros perseguidores, são universalmente condenados pela consciência humana. A verdade não deve impor-se pelo temor, deve provar-se pela razão; porém, os pagãos, os judeus e os cristãos foram todos igualmente fanáticos; e, de vítimas que foram desde o começo, tornaram-se verdugos desde o momento em que puderam sê-lo com impunidade. Nero não é mais espantoso do que São Domingos; Torquemada e Domiciano; e ainda há gente que chora a ausência das dragonadas. Conheces, por outro lado, a célebre máxima atribuída ao rei Luiz Felipe: "A responsabilidade só existe quando não se triunfa".
ELIPHAS LEVI — Aceito esta máxima. Que é, com efeito, uma coisa conquistada? É a coisa bem feita. Fazer bem é triunfar; e, aquele que não triunfa, é mais ou menos responsável pela sua torpeza.
As coisas, na realidade, estão de tal forma ordenadas pela Sabedoria Suprema que o mal não poderia ter um êxito real e durável, e que o bem, apesar de todas as demoras e de todos os obstáculos, chega sempre a seu fim. Falas do mal que se produziu a propósito do Cristianismo. Este mal passou em parte, e o que dele resta, passará. Porém, o bem ficou e ficará. Não é em nome de Torquemada, e sim em nome de Vicente de Paula que as irmãs de Caridade cuidam dos pobres órfãos. Alexandre VI jamais publicou uma constituição apostólica justificando o envenenamento e o incesto. A religião é santa, os homens é que são maus.
O PANTEÍSTA — Não, senhor, os homens não são maus. Falando assim, calunias a tua mãe; a santa e divina natureza; porém reflecte e te ressentirás de tua deplorável educação clerical. Sabes o que tornava mau Alexandre VI? É que ele se achava o vigário e o representante de Deus, que queima eternamente os seus inimigos; no entanto os inimigos do Papa, aos olhos do Papa, não são os inimigos de Deus? O veneno dos Bórgias era uma pena muito doce comparada com os suplícios do Inferno; e, quem sabe se este indulgente vigário de J. O. não dava indulgências para o outro mundo às suas garrafas de vinho de Siracusa. Diz-se que envenenava as hóstias; era uma forma de torná-las activamente indulgentes para a boa morte; não era ele o mestre dos mestres e o rei dos reis? Não era ele infalível, o que quer dizer, certamente, impecável? Ah! não nos fales das tuas perniciosas crenças; elas conduzem à apoteose de um novo Nero, sempre que este, no lugar da coroa dos Césares, leve a tiara dos pontífices. Não canonizaste o horrível e sangrento Chisleri?
Vosso Veuillot não verte ainda lágrimas de crocodilo sobre a abolição dos autos de fé? Oh! se esta gente retomasse por um instante o poder, como nos arrojariam a todos com os nossos filhos e as nossas mulheres, sob as rodas do carro carcomido que arrasta ainda o seu implacável Jaggrenat! Não te declares mais católico; tu que és um livre-pensador, ou cuidas que a santa inquisição de Roma não te peça conta das tuas obras! Deixa esse Vaticano do qual os deuses partiram há muito tempo, de onde até os ratos começam a fugir e sobre o qual se formam, desde a vitória de Mentana, nuvens de corvos e de abutres.
ELIPHAS LEVI — Alto lá, senhor! Se há corvos no Vaticano, há também águias. É a França que tem a Roma, e Roma tarde ou cedo, deverá contar com a França que marcha, como o sabes, à cabeça da civilização e do progresso. Segundo os sectários de Veuillot, que os abandonou, o Papa seria a reacção e a compreensão divinizada; porém, não será assim. O Papa será ou não será; eu acredito que deve ser e que não pode ser senão o Evangelho coroado.
O PANTEÍSTA — Estás ainda nisto e não vês que o Evangelho foi superado há muito tempo pelo bom senso e pela ciência. Existem coisas boas no Evangelho, bem o sei; é a boa semente misturada ao ancinho. Porém, há também ensinamentos bárbaros e doutrinas deploráveis, assim, perdoar os seus inimigos para que Deus os castigue ainda mais; não resistir ao mal; odiar o seu pai e a sua mãe, odiar-se a si mesmo, o que dá um sentido estranho ao conceito de amar ao próximo como a si mesmo; alentar a preguiça pela esmola e a injustiça pelo abandono voluntário do que de ti se quer roubar; preferir o isolamento estéril à vida familiar, odiar o mundo e fazer-se odiar por ele; pois bem, o mundo, no sentido do Evangelho, é a sociedade dos homens.
Matar ante o rei, ou melhor, ante Deus àqueles que não querem que o seu filho, ou seja, Jesus Cristo, representado pelo Papa, reine sobre eles; abjurar da sua razão, quebrantar os seus efeitos, adorar a humilhação e a dor, eis aqui o fundo destes evangelhos, tão insípidos; o resto, ou seja, os preceitos verdadeiramente morais, pertencem à filosofia de todos os séculos. Eis aí, o fundo da religião Cristã, na verdade; um homem razoável não pode hoje nem defender publicamente nem admitir em segredo, semelhante religião! O catolicismo deixou de ser uma Igreja; é uma seita e a mais horrível de todas as seitas. Até o protestantismo já não tem razão de ser e vai dissolvendo-se dia a dia no panteísmo que é a única religião universal e verdadeira.
ELIPHAS LEVI — Muito bem. Então tudo é Deus, eu sou Deus, tu és Deus, a tolice é Deus, o crime é Deus e por conseguinte, segundo tu, até Veuillot é Deus; o clericalismo é Deus e o Papa é Deus.
O PANTEÍSTA — Nada de brincadeiras indignas de ti. Deus é a afirmação e não a negação de todas as coisas; é o que é e não o que pretende ser; é a verdade e não a mentira: não tendes dito tu mesmo que o mal não tem existência real?
ELIPHAS LEVI — Absolutamente, sem dúvida! Porém, há no relativo uma existência demasiado real, já que opera contra o bem. Logo, esta acção, segundo tu, vem de Deus?
O PANTEÍSTA — Sim, como a tua sombra vem do teu corpo e como as doenças vêm da saúde.
ELIPHAS LEVI — Então o teu Deus esta enfermo quando os homens fazem o mal; e, quando dizem mentiras é o espírito de Deus que lhes empresta a sua sombra?
O PANTEÍSTA — A luz precisa da sombra para produzir as formas visíveis, e o que chamas de mal é necessário para o triunfo do bem. Deus faz sombra para manifestar a sua luz e não se mostra como luz senão para justificar a sua sombra; eis aqui o que quer dizer o vosso mistério de redenção, eis aqui a razão de ser do diabo, que é a máscara de sombra da face esplêndida de Deus, eis aqui o equilíbrio do céu e do inferno, eis aqui o Satã do livro de Job recebendo do mesmo Deus a missão de atormentar o justo; eis aqui porque os teus símbolos relatam que Jesus Cristo desceu aos infernos?
ELIPHAS LEVI — Então, há mais culpáveis? Todos os homens são inocentes; os anjos das trevas são os servidores da máscara Divina, a penalidade é uma injustiça, a moral é uma trapaça estendida aos débeis para fazê-los escravos dos fortes, os malvados são os mais poderosos auxiliares da virtude e o justo lhes deve as suas coroas? Não sentes, senhor, que a doutrina tão monstruosa é subversiva de toda a ordem e que, por conseguinte, é contrária a toda a verdade, porque a ordem é a verdade e o que é desordem é a mentira?
O PANTEÍSTA — O que dizes provêm do teu sistema de ocultismo, porém, no fundo pensas como eu.
ELIPHAS LEVI — Protesto! Pelo contrário. Creio em Deus, causa de tudo e não confundo a causa com o efeito. Creio na liberdade do homem e por conseguinte na sua moralidade. Concedo-te todo o resto.
(Continua)

sexta-feira, 24 de novembro de 2017


O Livro dos Sábios (1870)

2 de 10 - DISCUSSÕES EM FORMA DE DIÁLOGO

SEGUNDO DIÁLOGO - UM FILÓSOFO e ELIPHAS LEVI
O FILÓSOFO – (Entrando) — Que fazias com aquele energúmeno?
ELIPHAS LEVI — Nada muito bom, creio; teria apreciado poder acalmá-lo, no entanto, só consegui enraivecê-lo ainda mais.
O FILÓSOFO — Também, que tens a fazer com semelhante gente? E porque obstinas em declarar-te ainda católico? Alijas-te de ti os livres-pensadores e os católicos te desprezam.
ELIPHAS LEVI — É um mal entendido.
O FILÓSOFO — Do qual és a causa. Porque te obstinas em dizer "cachorro" quando se trata de "gato"?
ELIPHAS LEVI — Não creio ter-me permitido semelhantes excentricidades de linguagem; chamo as coisas pelo seu nome, porém tem-me acontecido ver cachorros e gatos que se entendem maravilhosamente.
O FILÓSOFO — Isto nada prova em favor de teu sonho que é um acordo impossível entre a religião e a ciência, entre a autoridade dogmática e a liberdade de exame.
ELIPHAS LEVI — Porque impossível?
O FILÓSOFO — Porque a religião é o sonho que quer fazer a lei para a razão; é o absurdo que se impõe com a obstinação da loucura; é o orgulho da ignorância que, para se crer sobrenatural, inventa virtudes contra a natureza; é Alexandre VI posto no lugar de Deus; é a chave do céu colocado nas mãos sangrentas dos inquisidores.
ELIPHAS LEVI — Não, a religião não é nada disso; a religião é a fé, a esperança e a caridade.
O FILÓSOFO — À que chamas fé?
ELIPHAS LEVI — A fé é a afirmação do que deve ser; e, a aspiração confiada no que é bom esperar...
O FILÓSOFO — Vamos sair das nuvens, se permites. Dizes católico; pois bem, sabes o que é um católico?
ELIPHAS LEVI — Católico quer dizer universal; um católico é aquele que se religa às crenças universais, ou seja, à religião única, cujo fundo encontra-se nos dogmas de todos os povos e de todos os tempos.
O FILÓSOFO — Não senhor, um católico, de acordo com Veuillot, a quem Roma não condena, é aquele que crê que Jesus Cristo é o único Deus e que fala pela boca do Papa.
ELIPHAS LEVI — Deixemos Veuillot e raciocinemos.
O FILÓSOFO — Não, já que falamos de religião, bem sabes que, segundo um padre da Igreja, muito autorizado, o objecto da crença é o absurdo.
ELIPHAS LEVI — O infinito não é absurdo? Entretanto, a ciência está obrigada a acreditar nele. O eterno acercamento de duas linhas que jamais se tocarão, não é por acaso um absurdo?; sem dúvida, a geometria vê-se obrigada a admiti-lo. Existem absurdos de duas espécies: uns são senão aparentes e são aqueles que vêm de uma falha da nossa inteligência; outros são evidentes: as afirmações contrárias às verdades demonstradas; agora, a religião não nos obriga a aceitar estas últimas.
FILÓSOFO — Não entremos no labirinto de teus mistérios. O dogma emaranhado a gosto dos teus teólogos, dar-me-ia fáceis possibilidades de controvérsia; porém, estas antigalhas estão abandonadas hoje em dia, que não nos preocupamos mais com elas, nem mesmo para rir. Resumindo, o Cristianismo está superado pelo progresso há tempos; e se queres pôr vinho novo no teu odre velho, perderas o odre e o vinho! Deixa o velho catolicismo morrer em paz; ele não te aceita; és para ele um renegado e um sacrílego; tens o valor do teu livre pensamento e deixa aos mortos sepultar os mortos. Fazer esforços ridículos para conciliar a civilização moderna é o "syllabus"; e na verdade, que isto deve matar àquilo. Queres conciliar Polichinelo e a Força; porém Polichinelo não quer ouvir falar desta e pensas em enforcar ele mesmo, ao verdugo, não importando os arranhões do gato. Perdoa-me se sou pouco sério; é porque na verdade, a tua fé de expedientes e de preconceitos não é séria; ela exagera o absurdo para aumentar os seus malabarismos. Pode ser muito bonita, porém isso não é útil a ninguém e se torna muito molesta para ti.
ELIPHAS LEVI — Deixemos de lado os meus interesses pessoais, não os tenho e não quero ter outros a não ser os da verdade.
O FILÓSOFO — Pois bem. A verdade, a verdade evidente para qualquer pessoa de boa fé, é que não existe relação universal, e as religiões devoram-se entre si. Todos os sectários afirmam que Deus lhes tem falado, porém, bem sabes que Deus não fala nunca senão que pela boca dos seus sacerdotes, que se amaldiçoam uns aos outros e não estarão jamais de acordo. Queres conservar o dogma e suprimir o sacerdote, porém eles se equilibraram entre si e até se suportam mutuamente. Deus é o sacerdote do céu, assim como o sacerdote afirma ser Deus na terra. Dispensas o sacerdote; ele levará o seu Deus e te provará que és ateu.
ELIPHAS LEVI — Eu não quero dispensar ninguém, senão que desejaria iluminar a todos.
O FILÓSOFO — Talvez, até aos sacerdotes?
ELIPHAS LEVI — Sobretudo aos sacerdotes, porque lhes devo a minha primeira educação.
O FILÓSOFO — Não o digas; pois, nota-se bastante. Entre eles é que aprendestes as conciliações jesuíticas e as asserções com segundas intenções.
ELIPHAS LEVI — Eu escrevo sobre ciências ocultas.
O FILÓSOFO — Entendo, e acreditas que tens que ocultar o teu pensamento; porém, haveria um meio bem simples para ocultá-lo; seria o de não escrevê-lo.
ELIPHAS LEVI — E de não falar; porém, então eu não teria a vantagem de discutir hoje contigo.
O FILÓSOFO — Eu não discuto as tuas crenças, condeno-as em nome da ciência e do progresso.
ELIPHAS LEVI — Mas como! Até a minha crença em Deus, na imortalidade da alma, na solidariedade entre todos os homens e no espírito da caridade?
O FILÓSOFO — Estas são, talvez, ideias respeitáveis; porém, que não existem e não poderiam existir para a ciência, pois não são nem demonstráveis nem demonstradas.
ELIPHAS LEVI — De forma que, não acreditas em nada?
O FILÓSOFO — Perdoa-me; creio na natureza, na ciência e no progresso.
ELIPHAS LEVI — As tuas crenças, são as minhas; não se trata senão de nos entendermos; e, antes de outra coisa, o que é a natureza para ti?
O FILÓSOFO — Força e matéria.
ELIPHAS LEVI — Como? Sem espírito?
O FILÓSOFO — O espírito é a força directriz.
ELIPHAS LEVI — Muito bem, não te peço mais; acrescentarei só "evocadora" e teremos encontrado a Deus...
O FILÓSOFO — Deus, sempre Deus! Não posso sentir esta palavra, ela não pertence à ciência.
ELIPHAS LEVI — É verdade, pertence à fé; porém, a ciência não pode prescindir-se dela.
O FILÓSOFO — É o que eu nego.
ELIPHAS LEVI — Sim, sem poder provar a força da tua negação.
O FILÓSOFO — A ti cabe provar, já que afirmas.
ELIPHAS LEVI — Afirmo que a fé existe e que ela está na natureza do homem. Afirmo que a fé é razoável, dado que a ciência está limitada. Afirmo, por fim, que a fé é necessária, porque, como tu, acredito no progresso. Sem a fé, a ciência não leva senão à dúvida absoluta e ao desgosto por todas as coisas. Sem a fé, a vida não é senão um sonho, que terminará, sem o despertar, no nada. Sem a fé, os afectos são vazios, a honra não é mais do que engano, a virtude, mentira; e, a moral, decepção. Sem a fé, a ciência não é mais do que o despotismo das riquezas; a igualdade é impossível e a fraternidade não existe. "Filósofos do ateísmo, partidários da força cega e da matéria motriz, vós não sois homens de progresso. A um dos nossos mestres, no século passado, já fizestes rir; chamava-se Lamatthie e era um dos médicos do rei da Prússia. É triste ver-vos desbaratar tanto espírito para provar que sois bests." Digo-te senhor, não poderias ser dirigido, pois credes na força inteligente e no progresso. A força inteligente é o espírito e o progresso é a imortalidade.
O FILÓSOFO — Tudo isto não está demonstrado, Porém o que é evidente para ti não o é para mim?
ELIPHAS LEVI — Estendo-te a mão e separemo-nos como bons amigos.
O FILÓSOFO — Adeus, pois!
ELIPHAS LEVI — Sim, a Deus! Pois pretendes não crer em Ele apesar de que o invocas sem pensar.

(Continua)

quinta-feira, 23 de novembro de 2017


O Livro dos Sábios (1870)
Eliphas Levi (Alphonse Louis Constant) (1810–1875)
 

Para grande parte dos ocultistas modernos, Eliphas Levi é um dos mestres do renascimento mágico pelo qual o mundo passou a partir do século 19. Os seus livros e ensinamentos ainda são atuais e constituem a chave para muitos dos mistérios envolvendo as artes esotéricas e o contato com as forças de outros planos. Apesar das idas e vindas, dos muitos enganos e contradições no trabalho de Eliphas Levi, é possível encontrar muitas preciosidades que justificam a leitura das suas obras.


Introdução

Publicar o "LIVRO DOS SÁBIOS", expressa grande reverência ao Mestre que, pelo ano de 1850, começou a era da ampla e conhecida divulgação dos mistérios iniciáticos reais, os quais não haviam sido jamais publicados na Europa de forma tão clara, metódica e completa; tanto assim que, Papus
(Gérard Anaclet Vincent Encausse, mais conhecido pelo pseudónimo de Papus, foi um médico, escritor, ocultista, rosacrucianista, cabalista, maçom e fundador do martinismo moderno) proclama com respeito e júbilo, a sua admiração por Eliphas Levi, quem depois de ter verificado toda a tradição oriental, judaico-cabalística e cristã, põe de manifesto em suas obras, a identidade absoluta dos ensinamentos tradicionais, demonstra a realidade da realização mágica e deixa na mais absoluta evidência o funcionamento das leis do mundo e da relação de todos os seres: naturais, humanos e celestes, dando até o detalhe das consequências morais, sociais e teológicas que resultam de tão admirável explanação.

As obras de Eliphas Levi causaram, não somente um movimento de interesse nos estudos da verdade esotérica, se não que, até os Rosa-cruzes de Inglaterra, aos quais Eliphas Levi estava afiliado, "protestaram", por achar que ele havia sido demasiado claro nas suas revelações. O que o público não soube então e que, ainda hoje, poucos sabem, é que Eliphas Levi iniciava assim a acção que, alguns lustros depois, Papus comentaria com as seguintes palavras: "Sempre se pode dizer tudo, porque somente compreenderá quem deve compreender". O "Livro dos Sábios", verdadeira Síntese de toda a realização de Eliphas Levi, é precisamente isso:"Um Verbo Humano claro, preciso como um teorema, honesto como uma lei natural em acção, belo como uma elegia espontânea, vibrante como um hino de amor ao Criador e as suas múltiplas manifestações.

Um Verbo Humano que chega a unir-se de tal forma ao Verbo Manifesto que reflecte a sua Verdade, com Sua modéstia e Sua beleza." Discípulos reverentes de Eliphas Levi e de Papus, hoje, não poderíamos deixar de por em primeiro plano e de publicar em primeiro plano a obra do Mestre que, podendo ter sido um Príncipe da Igreja Romana preferiu ser o modesto, quase miserável dono de uma banca de verduras, com cuja ocupação sintetizava a dupla condição de humildade e sacrifício, e de ocultar com ante-face simbólica, sob o "homem" esquecido por todos, o SER luminoso colocado ao serviço da Verdade; o Hierofante Secreto, cuja acção perdura, multiplicando-se no silêncio, como a Pedra Filosofal. Colocamos à disposição dos Homens de Desejo esta jóia do saber e da devoção.


1 de 10 - DISCUSSÕES EM FORMA DE DIÁLOGO


PRIMEIRO DIÁLOGO - UM CLÉRIGO e ELIPHAS LEVI

O CLÉRIGO — As tuas pretensas ciências vêm do inferno e as tuas razões são blasfémias.
ELIPHAS LEVI — Não sei se a tua ignorância vem do céu, porém, as tuas razões assemelham-se muito às injúrias.
O CLÉRIGO — Eu chamo as coisas pelo seu nome; pior para ti se estes nomes te resultam injuriosos. Como tu, que tendo saído da Igreja, que procurando ajudar a impiedade a minar na sua base o seu edifício eterno, tens o louco orgulho de crer que ela vacila sob os golpes dos teus semelhantes; e para o cúmulo do ultraje, estendes, para sustentá-la, a tua mão sacrílega? Não temes a sorte de Oza, a quem Deus castigou mortalmente, porque, com intenção melhor do que a tua e com mãos talvez mais puras, quis sustentar a arca Santa?
ELIPHAS LEVI — Detenho-te aqui, Senhor; citas a Bíblia sem compreende-la e preferiria em teu lugar, compreendê-la sem citá-la. A morte de Oza, da qual me falas, assemelha-se um pouco ao fim trágico dos quarenta e dois meninos devorados pelos ursos por terem-se rido do profeta Eliseu, que era calvo. Felizmente, diz Voltaire a este respeito, não existem ursos na Palestina.
O CLÉRIGO — Então a Bíblia é um tecido de mentiras e ris dela como Voltaire?
ELIPHAS LEVI — A Bíblia é um livro hierático, ou seja, sagrado; está escrita em estilo sacerdotal, misturado com histórias e alegorias.
O CLÉRIGO — Somente a Igreja tem o direito de interpretar a Bíblia. Crês na sua infalibilidade?
ELIPHAS LEVI — Sou da Igreja e não tenho dito e nem escrito nada que seja contrário aos meus ensinamentos.
O CLÉRIGO — Admiro a tua desenvoltura. Não és um livre-pensador? Não crês no progresso? Não admites as temeridades da ciência moderna que dá todos os dias desmentidos à Santa Escritura? Não acreditas na antiguidade indefinida do mundo e na diversidade, seja simultânea, seja sucessiva das raças humanas? Não consideras como mito ou fábula, o que é a mesma coisa, a história da maçã-de-adão, sobre a qual se fundamenta o dogma do pecado original? Porém, tu sabes bem que então tudo se derruba, não mais revelação nem encarnação, pois todo o cristianismo não tem sido mais do que um longo erro; a Igreja não pode manter-se senão prescrevendo o bom senso e propagando a ignorância? Admites isto e ousas chamar-te católico?
ELIPHAS LEVI — Que quer dizer a palavra católico? Não quer dizer universal? Creio no dogma universal e cuido-me das aberrações de todas as seitas particulares. Suporto-as porém, na esperança. de que o progresso se cumprirá e de que todos os homens se reunirão na fé das verdades fundamentais; o que tem-se cumprido já naquela sociedade conhecida em todo o mundo, chamada franco-maçonaria.
O CLÉRIGO — Ânimo Senhor, tiras a máscara por fim, completamente; és sem dúvida Franco Maçom e sabes perfeitamente, que os Franco-Maçons acabam de ser excomungados recentemente, pelo Papa.
ELIPHAS LEVI — Sim, sei-o; e, desde então, tenho deixado de ser Franco-Maçom, porque os Franco-Maçons excomungados pelo Papa, não acreditavam que deviam tolerar o catolicismo. Tenho-me separado deles, para resguardar a minha liberdade de consciência e para não me associar as suas represálias, talvez desculpáveis, se não legítimas; porém, seguramente inconsequentes, já que a essência da Maçonaria é a tolerância a todos os cultos.
O CLÉRIGO — Queres dizer, a indiferença em matéria de religião?
ELIPHAS LEVI — Dizes em matéria de superstições.
O CLÉRIGO — Oh! Sei que para ti, a Religião e a superstição são uma só e mesma coisa.
ELIPHAS LEVI — Creio, pelo contrário, que são duas coisas opostas e inconciliáveis, tanto que, aos meus olhos, os supersticiosos são ímpios. Quanto à religião, não há mais que uma. E não tem havido nunca, senão uma verdadeira. É a esta que chamo verdadeiramente de Católica ou universal. Um muçulmano pode praticá-la como o tem demonstrado muito bem o emir Abd-el-Kader, quando salvou os Cristãos de Damasco. Esta religião é a Caridade; o símbolo da caridade é a Comunhão; e o oposto da comunhão é excomunhão; comungar é evocar a Deus, excomungar é evocar ao diabo.
O CLÉRIGO — É por isto que tens o diabo no corpo, pois com certeza, semelhantes doutrinas fazem de ti um excomungado.
ELIPHAS LEVI — Se eu tivesse o diabo, serias tu quem me o teria dado, e eu não seria, por certo, bastante mau para devolvê-lo a ti; tratá-lo-ia como os comerciantes tratam as falsas moedas, que pregam-nas no seu balcão para retirá-las de circulação.
O CLÉRIGO — Não quero escutar-te mais. És um extravagante e um ímpio.
ELIPHAS LEVI — (Rindo). Sabes tudo a meu respeito! E falas coisas das quais estou longe de suspeitá-las em mim; não sou tão sábio e não direi o que és. Faço-te observar, somente que o que me dizes, não é nem caritativo nem cortês.
O CLÉRIGO — És um dos mais perigosos inimigos da Igreja.
ELIPHAS LEVI — É o senhor de Mirville que tem dito isto. Porém, eu responder-lhe-ei, como a ti, com estes versos do nosso bom e grande La Fontaine: NADA É MAIS PERIGOSO DO QUE UM AMIGO IMPRUDENTE; MAIS VALERIA UM INIMIGO SÁBIO

(Continua)

terça-feira, 21 de novembro de 2017


COINCIDÊNCIAS OU MANIPULAÇÃO DA HISTÓRIA

Após quarenta e oito anos de pesquisa e estudo intensivo sobre o oculto cheguei a várias conclusões sobre os fenómenos que nos rodeiam e, neste caso, é muito difícil explicar pormenorizadamente, aos que se interessam, esta trama milenária em apenas algumas páginas.

Fui iniciado em Nova Lisboa, tinha eu vinte anos de idade e muita curiosidade por tudo o que fosse diferente, notando já que havia "qualquer coisa" que não estava bem com o culto religioso "imposto" naquela época e sua estreita ligação com as autoridades estabelecidas. Por isso fui, até, incomodado pela PIDE, que me chamou às suas instalações num Domingo, para interrogatório. Não me foram buscar ao Hotel nem me prenderam porque eu era militar e eles evitavam problemas com os militares. Foi uma denúncia de um companheiro de quarto que me via ler, com avidez, os livros e apontamentos que o meu "mentor" me facultava. Muitos dos meus amigos de Angola, principalmente Nova Lisboa, devem ter conhecido esse sábio com quem, muito agradecido, convivi: o senhor Marta da Cruz.

É tudo uma questão de Fé, porque mesmo os esotéricos, talvez com poucas excepções e mesmo assim difícil de fazer crer aos outros, não podemos ter a "certeza absoluta" da existência dessas forças que se degladiam, do bem e do mal, a não ser apenas constatar os resultados. Até os apóstolos duvidaram, mesmo quando Cristo lhes apareceu ressuscitado. Se aquele que partilhou a vida com Cristo, Pedro, o renegou por três vezes, com medo de morrer, é porque tinha dúvidas dos ensinamentos do seu Mestre. E o mais estranho é que depois foi ele o indicado para edificar a Igreja de Cristo, apesar de todos os textos apócrifos (não aceites por quem manipulou a História) apontarem para João, cujos escritos são aceites e seguidos pelas Ordens Secretas, como os Templários, por exemplo.

Mas, o que permanece mais secreto, é a actuação de Judas, o discípulo preferido de Jesus, o mais instruído e por isso o tesoureiro dos apóstolos, que por "amor" e cumprimento da missão de Cristo submeteu-se, conscientemente, ao plano de Jesus para o denunciar e permitir que Este fosse crucificado e assim levar avante o plano de salvação para a humanidade. Judas sabia que iria ser amaldiçoado por todo o sempre, mas mesmo assim cumpriu o seu dever perante Cristo. Hoje sabe-se que os tais "trinta dinheiros" eram uma quantia tão irrisória que, naquele tempo, nem chegava para comprar um simples frasquinho de perfume como aquele que Maria Madalena utilizou para lavar os pés de Jesus.

Ainda acreditam que ele entregou Jesus por dinheiro? É muito difícil de acreditar.

Assim, temos de chegar à conclusão de que ninguém é detentor da Verdade.

A única solução que temos é acreditarmos que fazemos parte do Todo, e como os seres inferiores, (noutra onda de evolução, sem o livre arbítrio, que são guiados pela sua Intuição que não é mais do que o o resultado da recepção da corrente Universal que percorre todos os seres e transporta as respostas para tudo) estarmos abertos a essa corrente Universal e "agirmos com o coração", seguindo a nossa Intuição, sem ligar ao raciocínio que, de tanta informação contraditória, nos deixa completamente baralhados.

O conhecimento está em nós, porque somos uma centelha do Espírito Universal, Deus, e é só descobrir uma maneira de chegar a ele. Nas situações verdadeiramente aflitivas a força da Intuição (Pressentimento) por vezes sobrepõe-se ao raciocínio lógico e salva muitas vidas. As pessoas falam em milagres e anjos da guarda, mas a maioria esmagadora das vezes, essa força salvadora e ponderada vem de dentro de nós. Foram os canais, na maior parte fechados pela vida materialista, egoísta e desregrada que levamos, que se abriram para a passagem dessa corrente universal que leva os nossos pedidos e trás as soluções.

Portanto, depois de toda a informação que tenho compartilhado, cada um deve procurar intuitivamente o caminho que deve seguir. Devem procurar mais informação, e estar sempre atento e observar o que se passa, e deixar que o "coração" resolva. É muito diferente o "deixar andar", por Fé e completa ignorância dos factos (como sucede com a maioria dos crentes), do que aceitar a força da Intuição depois de se estar informado.

Assim, acredito que Jesus veio para salvar a humanidade, mas que os pormenores da Sua vinda tenham sido manipulados para camuflarem a religião original dos seres que dominam a humanidade.

Poderiam perguntar a razão dessa camuflagem. Pois, qualquer Religião, que lida com forças esotéricas, com seres doutras dimensões, foi fundada precisamente para condicionar o comportamento dos seus seguidores e proporcionar-lhes "alimento", ou seja alimentarem constantemente a força etérea que os condiciona e permite, a esses seres, perpetuarem o seu poder.

Agora, o que esses seres ganham NA VERDADE não sei. Há imensas teses, desde o alimentarem-se com as nossas energias irradiadas, preferindo as irradiadas pelo sofrimento dos sacrifícios, até ao de simples conceito de Poder, como costumam, aliás, mostrar em filmes ultimamente, como o "Senhor dos Anéis", "Roderick" e muitos outros em que mostram a luta constante entre o Bem e o Mal.

Os ocultistas sabem, não sei bem como, (é uma história muito longa) que através dos séculos essa religião professada pelos antigos Atlantes, com raízes na união entre seres da terceira dimensão, vindos das estrelas, e demónios de outras dimensões, que levaram à destruição da Atlântida e da sua Civilização, estava a encaminhar a Civilização actual, da Era Ariana (não no sentido que Hitler pretendia, de Arianos puros, só brancos, mas da Era dos Ários, originários da Índia, que se espalhou por todo o mundo) para a mesma catástrofe. Segundo eles, todo o globo terrestre estava envolvido por uma Aura negra, tenebrosa, criada pelo mundo vibracional das energias irradiadas pela humanidade, que preocupou as outras raças do Universo, de dimensões mais avançadas, que a viam, e que "como o que está em cima, está em baixo" ou vice-versa, isso iria ter repercussões no Universo, pelo que o "Senhor" e criador deste Universo, Michael de Nebadon, fez a sua Autorga para o salvar, nascendo e morrendo como um ser humano. ( Antes de assumir completamente a soberania do seu Universo, um filho do Criador (Deus) tem de passar por sete auto-autorgas, sendo esta à Terra, a sétima, em que se submetia à vontade do pai Universal).

Deste modo, Cristo com a sua morte na Cruz, libertou a sua Aura que envolveu o Globo terreno limpando-o daquela Aura negra, "salvando a humanidade e limpando-a dos seus pecados".

Essa Aura Crística envolve o planeta, se bem que ainda permaneça também a outra original, negra, que também se vai alimentando da humanidade, ou seja: os seres humanos vivem num campo de vibrações, e estão sempre a irradiar energia, tanto negativa como positiva, que vão alimentar e fortalecer essas Auras.

Como as irradiações de grandes grupos são mais fortes no campo vibracional do Planeta, as Religiões procuram juntar os fiéis em Templos precisamente para potenciar as suas irradiações e influenciar os restantes, porque a força dessa Aura influencía todo o vivente do planeta, e, em última análise, a energia libertada pelo sofrimento é muito mais potente para fortalecer a Aura Negativa, negra, motivo porque o planeta é fértil em guerras e genocídios.

Tanto Gengiscão, como Napoleão, como Hitler contribuíram muito para o fortalecimento dessa Aura. E acreditem que não foi por acaso. Hitler, mesmo no fim, já derrotado, mandou inundar os esgotos de Berlim apinhado de refugiados num último sacrifício humano aos seus Senhores.

Ora, essa Religião original que veio com os Atlantes e é professada pelos seus descendentes que querem dominar (e dominam) o mundo, precisam de manter a sua Aura constantemente alimentada, para se fortalecer e sobrepor sobre a Aura Crística. Para isso, foram manipulando sempre todas as Religiões que iam aparecendo, cada uma mais adequada a determinada época, sobrepondo-lhes os mesmos mitos e crenças de um modo camuflado, até chegarem ao Cristianismo.

O Cristianismo original, os ensinamentos de Cristo, foram alterados, no decorrer do tempo, para corresponderem, nos pormenores e datas, com a Religião Atlante (na Era actual, religião babilónica). Quando os fiéis estiverem a celebrar, as suas orações a Cristo e Virgem Maria, sem eles saberem essas orações serão também canalizadas para Nemrod, Hórus, Osíris, Adónis, Mitra, etc, e outros nomes que serviram de camuflagem para TAMMUZ e SEMIRAMIS.

Reparem que ao contrário das Igrejas Evangélicas, que denunciam a actuação destas forças tenebrosas e procuram estudar e interpretar as escrituras sobre o Apocalipse, muito reveladoras, a Igreja Católica, principalmente, não sabemos por que motivos, pouco abordam o assunto como que a desviar a atenção dos fiéis daquelas revelações, para não reflectirem sobre elas.

Pelo que sabemos, o equilíbrio entre as duas Auras está muito precário. Basta ver o avanço, no século passado, das forças do Mal, neste inferno que é a Terra, prestes a provocar nova intervenção dos seres doutras dimensões.

Pelos sintomas essa intervenção está muito perto e Jesus (Michael de Nebadon) já não virá como ser humano, mas no seu verdadeiro esplendor.

Como disse… é uma questão de Fé. Eu tive 48 anos para reflectir, e mesmo assim tenho dúvidas. Para os que só agora começaram a ler a história oculta da humanidade é muito mais difícil de digerir.

R.

terça-feira, 14 de novembro de 2017


ERAM DEUSES OS PAIS DA GLOBALIZAÇÃO?

Texto muito interessante de Armindo Abreu – economista. Como corrobora tudo aquilo que tenho escrito e compartilhado neste blogue, até com uma informação mais completa, achei oportuno compartilhá-lo (com tradução para o português de Portugal e alguns sublinhados meus) o que me poupa tempo para escrever praticamente o mesmo. Oponho o site para quem queira ler os textos de Armindo Abreu.

Todas estas tradições serão a mesma história narrada em formas diferentes? Como somos escravos do tempo poderá a mesma história surgir em tempos e épocas diferentes?

A verdade é que as tradições de povos aparentemente afastados pelo passar do tempo acabam por se assemelharem, se bem que com nomes dos intervenientes diferentes.

Deus escreveu a História do nosso mundo, como nos ensina a Bíblia, mas não explica se essa história pode ser apresentada nas diversas épocas parecendo histórias diferentes e que só são perceptíveis no ambiente fechado, na bolha ou Matrix criada para o homem. Ou seja: a nossa realidade é uma fantasia criada para nós e podem coexistir diversas realidades no mesmo espaço e em tempos diferentes.

Periodicamente, Deus mandava os seus emissários (ou ia Ele mesmo) à Terra para dar um “empurrãosito” no desenrolar da História, em que o Homem, como sempre, se desviava demasiado do Seu projecto. O único facto, mais ou menos documentado, é a história de Melquisedeque que apareceu do nada, impôs-se pelo seu carácter divino, e desapareceu quando terminou a sua missão. Foi o Rei de Salem, a Jerusalém de hoje, que na altura também enviou discípulos para todo o mundo a espalharem o conhecimento sobre a vida espiritual e existência do Deus único que tudo criou.

A Palavra foi espalhada, só que os interesses instalados, principalmente das classes sacerdotais, sempre conseguiram manipular a verdade e substituí-la por “outra verdade” em seu proveito e perpetuação da sua influência incontestada entre os povos.

No meio das várias tradições que nasceram por aí, a constante é: o nascimento de um menino adorado pelos Reis Magos, um filho de Deus feito Homem, o sacrifício para salvação dos humanos e a ressurreição. Depois alguns pormenores, sempre no aproveitamento e supremacia que beneficiariam os “tais” representantes de Deus na Terra, os sacerdotes, como a história de uma mãe virgem que seria elevada para o poder supremo de Rainha do Céu e mãe de Deus.

A história, com nomes diferentes dos actores e alguns pormenores diferentes, todos eles de acordo com as tradições do povo onde é contada, é sempre a mesma.

O facto de ser contada em épocas diferentes, com nomes diferentes, não quer dizer que seja falsa. A história é verdadeira e o problema da nossa confusão está no facto de vivermos num mundo temporal e finito (para o homem), sendo no entanto a verdadeira realidade única, que atravessa todas as dimensões temporais e não está sujeita à passagem do tempo. O homem no seu mundo, na sua bolha, na sua Matrix, em que foi adicionado o factor tempo, foi tomando conhecimento desta história verdadeira que acabou por ser interpretada e adaptada às diversas culturas.

Com a leitura do texto de Armindo Abreu compreenderão melhor o que estou a dizer. Armindo Abreu fala em pormenor das diversas tradições e poderão constatar que apesar dos nomes diferentes a história é a mesma. Leiam com calma e reflictam.

R.


 

"O mundo é governado por personagens muito diferentes daquelas imaginadas pelas pessoas que não contemplam os bastidores", dizia o primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Benjamin Disraeli, sob a Rainha Vitória.
Sim, o poder tem síndicos ocultos. Existem sólidas evidências de que sempre foi assim: manipuladores e marionetes. Mas, quem está, invisível, no comando dos títeres? Por trás das cortinas desse processo tido como irreversível, a globalização, quem são os diretores de cena? E se detém o controlo dos nossos cordéis, como manipulam os mercados a partir de símbolos, tecem a teia das religiões e se encobrem em sociedades secretas?
Não, esse ensaio não é uma peça de ficção. É preciso recuar muito, muitíssimo, no tempo, na História e em certos conceitos para encontrarmos o fio da meada da nossa tese. O maior truque das fraternidades que ditam a evolução ou involução dos movimentos e modelos globais é convencer a todos de que não existem.
Com o amplo apoio de historiadores, antropólogos, etnólogos e geneticistas, podemos, de modo geral, aceitar que o núcleo primário da chamada raça branca seja originário das montanhas do Cáucaso, do Irão e do Curdistão. Tal princípio já estaria tão consagrado que os homens e mulheres de pele branca são, aberta e oficialmente, reconhecidos e identificados, em documentos de países do Hemisfério Norte (em especial pelos formulários do Departamento de Imigração dos Estados Unidos...), como caucasianos.
Segundo princípios de antropologia defendidos por estudiosos dessa matéria específica, desenvolveram-se duas novas linhagens terrenas, a partir do grupo caucasiano inicial: uma procurou manter-se íntegra, relacionando-se apenas entre os seus membros e descendentes exclusivos, conservando a pureza genética e a aparência original, definida aos nossos olhos pela pele muito clara, cabelos louros e os olhos azuis. Seriam, nessa ótica arrogantemente racista da Elite Global, os membros excelsos ou sublimes da nossa civilização, os que exerceriam de facto o controle de todos os demais, conhecidos e identificados apenas pelos seus pares do mais alto grau de iniciação da Fraternidade Babilónica. A outra vertente ter-se-ia formado pela interação do grupo inicial com os habitantes autóctones das terras baixas, originalmente negros, amarelos ou vermelhos, dando início às novas correntes biológicas terrenas, como as conhecemos hoje. Ressalte-se, entretanto, que os integrantes dessa segunda vertente, a reprodutora, têm procurado manter-se tão puros quanto possível, relacionando-se quase sempre entre famílias de iguais, os descendentes do pequeno círculo formado por pessoas de antecedentes genéticos assemelhados. Estes seriam, na voz dos ‘especialistas’, "...os membros predominantes das famílias dos ‘Illuminati’ que têm manipulado o curso da História desde os tempos da Antiga Suméria." 1 2
O círculo mais restrito e particular desses alvos habitantes das terras altas teria adquirido ou desenvolvido conhecimentos esotéricos, filosóficos e científicos tão exclusivos e sofisticados para a época que passaram a distinguir-se dos demais, não somente pela aparência mas, em especial, pela avançada cultura, atraindo para si invejas, incompreensões e hostilidades. Isso fez com que se retraíssem e passassem a compartilhar esses conhecimentos de forma velada, em associações formadas apenas entre os seus iniciados, ou irmãos, daí o nome de Fraternidade dado ao seu exclusivíssimo conjunto, hoje espraiado por todo o globo terrestre.
E esses núcleos de iniciados constituíam o que hoje os pesquisadores denominam "Escolas de Mistérios" (Mistery Schools). Entre as principais, pioneiras, estavam as Escolas de Mistérios da Babilónia, do Egipto e da Grécia, onde o conhecimento restrito e esotérico era guardado sob o mais estreito sigilo: na verdade, a quebra ao juramento de silêncio era punida com a morte!
Segundo o filósofo e autor maçónico Manly Hall, ... "As Escolas de Mistérios foram criadas e estabelecidas como sociedades secretas para evitar as interferências externas, enquanto nelas os iniciados tentavam estabelecer uma ponte que reduzisse as distâncias entre o conhecimento dos mundos material e espiritual."
O facto é que, independentemente da sua origem, visando a escapar de incómodos maiores, membros dessa sofisticada elite branca alterosa teriam emigrado, há milhares de anos (após o dilúvio bíblico), para as terras mais baixas, correspondentes ao que hoje chamamos de Iraque, Egipto, Israel, Palestina, Jordânia, Síria, Irão e Turquia, misturando-se seletiva e cuidadosamente aos povos locais.
Naquele tempo, já existia nessas terras uma civilização chamada Suméria, estabelecida na região da Mesopotâmia, hoje Iraque, formada entre os rios Tigre e Eufrates. Estima-se que a Suméria possa ter-se formado cerca de 6.000 anos a.C. e ela fez parte do Império Babilónico, que tanto influenciou as crenças do judaísmo e, por este, o cristianismo, assim como também veio a ocorrer com a civilização egípcia.
Alguns autores afirmam que a Suméria foi o berço original de grande parte do conhecimento que moldou a nossa existência e a nossa cultura. Para eles, a crença cristã num Filho de Deus e num Cordeiro de Deus morrendo para a remissão dos pecados da humanidade podia ser encontrada na Babilónia, na Suméria e no Egipto. A ideia de um cordeiro sacrificado para perdoar os pecados da humanidade também tem origem da crença Suméria de que se um desses animais fosse sacrificado num altar os pecados das pessoas envolvidas no ritual seriam literalmente perdoados pelos deuses.
... "Mães virgens de homens-deus ‘salvadores’ abundaram no mundo antigo e ainda podem ser encontrados nas crenças de povos nativos das Américas do Norte, do Sul e Central. A história bíblica dos Jardins do Éden é espelhada na história muito anterior do Jardim de Edinnu, e mesmo a idéia do Sabbat judaico pode ser encontrada no dia de repouso Sumeriano, o Sabattu. Os judeus que foram mantidos no cativeiro da Babilónia levaram muitas dessas histórias consigo, de volta para a Palestina, quando foram libertados pelos persas. Elas encontraram o seu caminho no Velho Testamento da Bíblia e, daí, passaram ao Novo Testamento Cristão. Muitas ideias religiosas de hoje são meras reciclagens de antigas crenças e histórias simbólicas... e hoje, quando o seu sentido original se perdeu, aparecem distorcidas, sob uma avalanche de mitos e invenções..." 3
Fecundando ou influenciando alguns desses habitantes dos baixios babilónicos, os homens brancos trouxeram-nos para o seio de sua linhagem genética, tornando-os partícipes do elevado conhecimento de que desfrutavam e das ações que empreendiam às escondidas. Esses novos grupos étnicos expandiram-se e infiltraram-se pelo novo território e as suas populações, sob denominações distintas, entre as quais se pode destacar os povos hitita e fenício.
Ambos, outrora creditados exclusivamente como semitas, acredita-se hoje tenham sido definitivamente mesclados pela linhagem dos antigos árias, razão precípua de muitos ainda possuírem características físicas daquele grupo, levadas também no passado, nas suas incursões militares e comerciais, ao Norte da Europa e a outras partes do mundo.
Pesquisas conduzidas por Desborough 4 garantem mesmo que os fenícios foram o primeiro grande grupamento étnico caucasiano a ser formado como descendente consanguíneo da Fraternidade Babilónica. Eles seriam, nessa qualidade, tanto os pais de outros povos, seus contemporâneos, como, por exemplo, o cérebro por trás da avançada civilização egípcia.
Após essa suposta miscigenação regista-se, coincidentemente, um súbito surto de progresso cultural e tecnológico dos povos que habitavam a Suméria, a Assíria, o Egipto e o Vale do Industão.5 Segundo a "historiografia oficial", foi a raça branca "ariana" (eles autodenominavam-se árias), das montanhas do Cáucaso, que se moveu em direção ao Vale do Indostão, na Índia, pelo ano 1550 a.C., e criou o que se conhece hoje como religião (ou filosofia) hindu, o vedismo, sucedido pelo bramanismo.6
E foi essa mesma raça "ariana" que introduziu na Índia a antiga língua sânscrita 7, bem como as histórias e mitos contidos no livro sagrado hindu, os Vedas 8, onde a trindade divinal chamada trimúrti, composta por Brama-Xiva-Vixnu reproduz outros triunviratos histórico-religiosos, como o babilónico Nemrod-Semiramis-Tammuz e o egípcio Osiris-Ísis-Hórus que precederam, em muitos séculos, a Sacra Família cristã, Jesus-Maria-José! Um olhar mais recente e atento dos estudiosos dessas questões revela que a época estimada para a fundação do império babilónico parece, agora, bem anterior ao que se estimou inicialmente, remontando à era pré-diluviana.9 Segundo lendas, textos antigos e a própria Bíblia, um dos construtores do Império Babilónico teria sido Nemrod, filho de Cush, neto de Noé.
Cush assumira a chefia do clã babilónico e institucionalizara o sistema politeísta numa época em que os homens eram endeusados pelos próprios homens e Anu considerado o pai e chefe de todos os demais deuses. Por sua ação terrena e espiritual, Cush tomou o lugar de Anu (Annu ou An) no imaginário religioso e assumiu, ele próprio, o seu lugar divinal, tornando-se pai de todos os deuses e demónios e, nessa qualidade, foi adorado também com os nomes de Enlil, Bel, Janus, Mercúrio, Hermes e Caos, nomes ou títulos transferidos, posteriormente, ao seu filho Nemrod.
Nemrod, sucessor do pai Cush, nomeara a cidade de Calneh em homenagem ao deus de outrora, destronado pelo seu pai (Calneh significa A Fortaleza de Anu, Génesis, 10:9). Dessa forma, Nemrod inaugurou uma tradição de respeito e louvor a Anu que, estranhamente, perpetuou-se até aos nossos dias, inclusivamente entre o catolicismo. O símbolo de Anu, duas cruzes superpostas em forma de asterisco, aparece a ornamentar o chapéu mitral do sumo pontífice. Nemrod, ao suceder a Cush, ficou conhecido como um tirano poderoso, um dos gigantes ou titãs10, que reinou com a sua mulher, a rainha Semiramis, sendo ambos reconhecidos ou elevados a deuses da Religião Babilónica pelos seus contemporâneos, descendentes e adeptos.
Semiramis também é reverenciada como "Astarte" ou A Mulher que fez a Torre, uma provável referência à Torre de Babel, supostamente construída pelo seu marido Nemrod.11 Entretanto, esse nome parece ter mesmo evoluído a partir de uma antiga deidade originária da Índia, Semi-Rama-Isis ou Semi-Ramis.12
Uma ampla gama de nomes e expressões identificam a deusa da religião babilónica Semiramis. Entre os vários encontrados ou identificados por este autor, nas diversas fontes citadas nesta obra, destacam-se (em ordem alfabética):
IDENTIDADES ALTERNATIVAS DE SEMIRAMIS
Afrodite, Angerona; Antu; Artemísia; Astarte; Astoreth; Astorga; Athena; Baali; Baphomet; Barati; "Cabeça 58m" (Head 58m ou Caput LVIIIm); Ceres; Cibele; Deméter; Diana; "Estátua da Liberdade"; "Grande Mãe Terra" (A Gaia, da New Age); Hathor (ou Heather) 13; Hera; Ishtar; Isis; Juno; Kali; Lilith; Lucifera; Mari; Maria; Minerva; "Mistério da Babilónia é o seu nome" ("Mistery Babylon, her name..."); Mulher Escarlate; Mut; Ninkharsa; Noiva do Homem Verde; Nossa Querida Senhora (Our Dear Lady); Nossa Senhora da Luz; Ostara; Rainha do Céu (Rhea); Rainha do Mar; Rainha do Mundo; Rainha do Submundo; "Semiramis, A Viúva"; "Sobre a sua testa estava escrito um nome: Mistério, A Grande da Babilónia, A mãe de todas as Prostitutas e Abominações da Terra" (Upon her forehead was a name written: Mistery, Babylon The Great, The Mother of Harlots and Abominations of the Earth); Stella Maris; Sophia; Vénus; Virgem Celestial; Virgem do Lago; Virgem Mãe dos Deuses; Virgem Negra; Virgem Que Chora; Virgo.

Já a Nemrod, celebrado como o "deus-sol", foi dado o título de Baal (Meu Senhor) e a Semiramis, consagrada como a deusa-lua, o de Baali (Minha Senhora). Não passa, por isso, despercebido a esses pesquisadores o facto da expressão Mea Dona, equivalente latino de Minha Senhora, título atribuído a Semiramis-Baali, ao ser transportada para o italiano haver-se transformado em Madonna, expressão que designa, também, Maria, a mãe de Jesus.14
Nemrod era reverenciado num duplo papel: o de Deus-Pai-Senhor e também no de Ninus, o filho carnal havido de Semiramis, supostamente através de um nascimento virginal, um dos significados místicos do ramo de oliveira, este também um símbolo dos cavaleiros templários.15 De Ninus, igualmente denominado Tammuz, dizia-se haver sido crucificado, tendo um cordeiro aos pés, e seu cadáver sepultado em seguida numa caverna. (Em tudo semelhante a Jesus. R)
Dias depois, quando a pedra que guardava a entrada da caverna foi rolada, o corpo de Ninus-Tammuz havia desaparecido, ascendido aos céus... Para pesquisadores ocidentais mais céticos, o enredo desta antiquíssima trama babilónica é por demais conhecido entre nós, também a partir da era cristã, para ser considerado, apenas, mera coincidência entre tradições religiosas aparentemente tão distintas...
"Tammuz, filho de Ishtar, é provavelmente a mais antiga divindade a incorporar o princípio da ressurreição para uma nova vida que se acreditava ocorresse na primavera, e é celebrado hoje nos festivais populares do Dia da Primavera. Para os maçons, Tammuz é uma figura de imenso significado, representando a corporificação da ressurreição espiritual para um estado superior de consciência e gnose".16 17
IDENTIDADES ALTERNATIVAS DE NEMROD:
Adad; Adonis; Alcides; Amen-Ra; Anu; Attis; Baal; Bacchus; Baco; Bali; Bell; Bremhillahm; Cadmos; Caos; Cronos; Deoius; Dionísio; Eannus; El-Khidir; Enlil; Eros; Hércules; Hermes; Hesus; Hórus; Indra; Iswara; Ixion; Jano; Janus; Jao; Jesus; João Batista; Krishna; Krst; Mammon; Mercúrio; Mitra; Mitras; Moloch; Ninus; Odinio; Osiris; Quirinus; São Jorge; Salivahana; Saturno; "Senhor da Vida e da Morte"; Tammuz; Taut; Thor; Virisana; Zoar; Zoroastro.18

Segundo o livro do Génesis, os primeiros centros do reino de Nemrod-Tammuz foram a Babilónia, Akkad e outros no reino de Shinar (Suméria). Diz-se, também, que ele governou a região onde hoje é o Líbano e os árabes crêem que foi Nemrod quem construiu ou reconstruiu, logo após o dilúvio, a assombrosa estrutura de Baalbek, com suas três formidáveis pedras de 800 toneladas cada.
Mais tarde, ele teria expandido o reino até a Assíria e construído Nínive, sua capital, onde foram recuperadas muitas tábuas de barro em linguagem sumeriana. Essa civilização, acredita-se hoje em dia, foi uma das mais antigas surgidas na era bíblica pós-diluviana. Foi precisamente entre os seus membros mais seletos e competentes, especula-se, o foco de onde surgiram as correntes (escolas) de mistérios pagãos, de estudos esotéricos 19 e o grupo de iniciados que desenvolveu e guardou os seus mais exclusivos segredos.
Este teria sido, portanto, o verdadeiro embrião das antigas e místicas sociedades secretas que se espalharam pelo mundo nos milénios subsequentes. Muito significativamente, as terras descritas correspondem, também, ao berço das três grandes religiões monoteístas prevalentes. Em decorrência, segundo muitos pesquisadores a cristandade e a Igreja Romana teriam a sua fé baseada em muitas das tradições babilónicas, principalmente nas lendas do "deus-sol" conhecido por Nemrod, Baal ou Moloch, que possuíra um equivalente anterior, na Pérsia e na Índia, denominado Mitra.
De Tammuz ou Adonis (O Senhor, The Lord, em inglês), que foi endeusado na Babilónia e na Síria, dizia-se que nascera à meia-noite de 24 de Dezembro. E ele também era saudado como o filho de deus. Portanto, além de Nemrod e de Mitra (um deus romano-persa, pré-cristão), outros reverenciados filhos de deus teriam sido Tammuz (Ninus ou Adonis) e Dionísio ou Baco, este cultuado em Roma, na Grécia e na Ásia Menor.
Todos eram idolatrados como filhos divinais que morreram para que os nossos pecados fossem perdoados, nascidos de mães virgens e os seus aniversários celebrados, coincidentemente, em ... 25 de Dezembro! Mitra foi crucificado, mas ressurgiu dos mortos no dia 25 de Março, isto é, em plena Páscoa! As iniciações a ele eram feitas em cavernas adornadas com os signos de Capricórnio e de Câncer, simbólicos dos solstícios de Inverno e de Verão, os pontos mais alto e mais baixo do Sol em relação à Terra!20
Mitra era frequentemente representado por um leão alado, o símbolo da cidade de Veneza, um ícone solar até hoje utilizado por sociedades secretas! Um outro símbolo alternativo para ele é um leão com o corpo envolvido por uma serpente, enquanto segura uma chave que conduz ao céu. Os iniciados nos ritos de Mitra eram chamados de Leões (Lions) e tinham as suas testas marcadas com a cruz egípcia! As referências ao leão e aos apertos de mão do tipo pata do leão, do Grau Mestre Maçónico da Franco-Maçonaria, são originários da mesma onda de simbolismos das escolas de mistério.
No primeiro grau, as suas cabeças eram ornadas com uma coroa dourada com espigões, representando o seu interior espiritual e idêntica coroa pode ser vista na Estátua da Liberdade, à entrada do porto de Nova York! Esta é uma das várias origens das coroas das dinastias "reais" e da simbólica "coroa de espinhos" usada por Jesus, "O Sol".21
A grave e antiga confusão conceitual, hoje ressuscitada, entre mito e religião, paganismo e cristandade, tão dolorosa para os do Vaticano, vem suscitando, tanto de autores contemporâneos materialistas, marxistas ou comunistas, quanto dos pesquisadores com respeitável formação religiosa, alguma convergência acerca dessas velhas e desconfortáveis interpretações. Aos olhos dos cristãos mais convictos, entretanto, elas mal passariam de simples blasfémias ou de meras provocações de cunho político.
August Franzen, escritor católico, na sua "História da Igreja" 22, assim se refere a essa antiga disputa e às fortes emoções e angústias que ela ainda desperta na cúpula do catolicismo:
"...Desde os Séculos XVIII e XIX que a existência histórica de Jesus foi frequentemente contestada em nome da ciência esclarecida e liberal, e da crítica histórica...
Todos (esses críticos liberais) se esforçaram por apresentar o cristianismo como uma invenção dos apóstolos, a figura de Jesus como uma personificação irreal, ficcional e mítica, de aspirações e de representações religiosas; como uma impostura devota do círculo dos seus discípulos ou como adaptações e variações de heróis divinos do culto dos mistérios, oriundos do Próximo Oriente e do período helenístico.
A ciência da religião comparada emergente descobriu, subitamente, semelhanças e paralelismos entre a vida de Jesus e o deus do Sol, Mitras (H.B. Smith, 1991) ou o herói da epopeia babilónica do Gilgamexe 23 (Jensen, 1906), ou com a figura mítica do deus redentor que morre e ressuscita (R. Reitzenstein e outros); (a ciência da religião comparada) julgou poder-se interpretar a imagem descrita nos Evangelhos acerca da vida e das doutrinas de Jesus como a personificação de aspirações sociais das massas oprimidas. Todas essas teorias foram atualmente postas de parte e têm de ser encaradas, do ponto de vista científico, como ultrapassadas.
Poderiam, deste modo, ser ignoradas, se não persistissem na propaganda marxista e comunista. Dado o facto de Karl Marx e de Friedrich Engels terem retomado e divulgado as novas ideias radicais para o seu tempo, de Bruno Bauer, esta concepção atrasada pertence ainda à vulgata comunista e continua a ser propagada acriticamente."
Sendo ou não conveniente ao embate político-religioso, o facto objetivo, duro, é que, ao seu tempo, Mitra era tido como o filho de deus 24 que morreu para salvar a humanidade e dar-lhe a vida eterna. Após o culto de iniciação, os membros participavam de uma refeição composta de pão e vinho, em que eles acreditavam estar a ingerir o seu corpo e o seu sangue. Este, como, ademais, uma longa lista de outros deuses teria também recebido, ao nascer, a visita de três reis magos, na verdade sábios ou adivinhos babilónicos, que lhes trouxeram presentes de ouro, incenso e mirra.25
O culto misterioso a Mitra espalhou-se da Pérsia ao Império Romano e, em certa época, podia ser encontrado em qualquer parte da Europa! O terreno onde assenta hoje o Vaticano foi um local sagrado para os seguidores de Mitra e sua imagem, esculpida em pedra, já foi encontrada em diversas antigas províncias ocidentais do Império Romano, como a Alemanha, a França e a Grã-Bretanha.
Esses rituais, simbolizando a ingestão do corpo e do sangue divinos, representados pelo pão e o vinho, já eram praticados há milhares de anos atrás na Babilónia, em cerimónias em honra de Nemrod, da Rainha Semiramis e de seu filho Ninus-Tammuz, sendo também reproduzidos, posteriormente, no antigo Egipto.
Lá, Hórus, filho de Osiris, nascido igualmente de um nascimento virginal de Ísis (Semiramis), também era o filho de deus. A sua história transcende às meras semelhanças acidentais, de praxe, com a trajetória de Jesus e, por isso, representa um grande incómodo para a exclusividade de certas tradições cristãs:
Jesus era a Luz do Mundo. Hórus era a Luz do Mundo.
Jesus afirmou ser o Caminho, a Verdade e a Vida. Hórus disse ser o Caminho, a Verdade e a Vida.
Jesus nasceu em Belém, o lugar do pão. Hórus nasceu em Annu, o lugar do pão.
Jesus era o Bom Pastor. Hórus era o Bom Pastor.
Sete pescadores embarcaram com Jesus. Sete pescadores embarcaram com Hórus.
Jesus era o cordeiro. Hórus era o cordeiro.
Jesus foi identificado com a cruz. Hórus foi identificado com a cruz.
Jesus foi batizado aos 30 anos. Hórus foi batizado aos 30 anos.
Jesus era filho de uma virgem, Maria. Hórus era filho de uma virgem, Ísis (Semiramis).
O nascimento de Jesus foi anunciado por uma estrela. O nascimento de Hórus foi anunciado por uma estrela.
Jesus foi o menino que pregou no Templo. Hórus foi o menino que pregou no Templo.
Jesus teve 12 discípulos. Hórus teve 12 discípulos.
Jesus era a Estrela da Manhã. Hórus era a Estrela da Manhã.
Jesus era o Cristo. Hórus era o Krst.
Jesus foi tentado por Satanás numa montanha. Hórus foi tentado numa montanha por Set.26

(Assim, prossigamos) Três dos elementos principais da religião babilónica eram o fogo, os répteis e o sol. O deus Nemrod, Baal, Osíris e seu filho Ninus, Tammuz ou Hórus, entre muitas outras denominações, podiam ser confundidos ou representados tanto pelo astro-rei quanto por um ser híbrido, mistura de homem com cabeça e chifres de touro ou então meio-peixe (ou sáurio?), meio-homem.
A sua consorte, a deusa Semiramis ou ainda Isis, Baali, Ishtar, Afrodite, Vênus ou Diana, pode aparecer na forma da lua; como uma linda e jovem mulher, raios luminosos emergindo do alto da cabeça, tendo uma tocha luminosa na mão direita, e, alternativamente, na forma de uma doce mãe, sustentando o seu filho Ninus -Tammuz-Horus ao colo. Ou, ainda, tout court, sob a aparência de uma cândida pomba branca.27
Ela, um Espírito Santificado, mas, também, a Deusa do Amor é, nessa última qualidade, figurada muitas vezes por um peixe com escamas, representação pictórica da genitália feminina e simbólica da intensa carga de energia sexual que carrega e transmite, porquanto os babilónicos imaginavam que os peixes fossem afrodisíacos. Já no seu simbolismo exclusivamente espiritual é vista, de preferência, como uma pomba, carregando no bico um ramo de oliveira.28
Como o onomato Semiramis significa, etimologicamente, Ze (a, aquela que), emir (ramo, galho), amit (portadora), literalmente aquela que carrega o ramo, fica implicitamente associado à pomba que sobrevoou a arca de Noé, com o ramo de oliveira no bico, depois de baixadas as águas do dilúvio.
Para os teóricos da Fraternidade, um claro registo simbólico de que Eles estariam de volta ao poder, logo após o desastre, sob a proteção de Semiramis, a que deu à luz o filho de deus num nascimento virginal...29
Nemrod também era Eannus, mais tarde conhecido entre os romanos como Jano, o rei de duas faces, uma contemplando o passado outra o futuro.30 A águia de duas cabeças, uma olhando para a esquerda outra para a direita, ocidente e oriente, que aparece em tantas bandeiras e brasões, nada mais é do que um símbolo maçónico para Nemrod no papel de Eannus.
O leão, conhecido como rei dos animais e assíduo frequentador de emblemas reais britânicos, também foi largamente usado no imaginário babilónico para encarnar o deus-sol, Nemrod, Baal ou Osíris, cujo remanescente mais conhecido e visitado é a esfinge egípcia, cabeça humana, corpo de leão... A própria águia seria, para alguns, a representação encoberta de um sáurio alado, o conhecido dragão(31) das lendas milenares, combatido e vencido por São Miguel Arcanjo, ao percebê-lo encarnando Satanás, e por São Jorge, o bravo príncipe-guerreiro da Capadócia32, martirizado ao tempo do imperador romano Diocleciano, em 303 a.D.
De São Jorge diz-se também haver sido Hércules, a encarnação grega de Tammuz ou, ainda, segundo a tradição católica, um guerreiro que se recusou a obedecer as ordens de Diocleciano para perseguir cristãos e que, em consequência, foi torturado e morto. Nessa antiga simbologia, o "Dragão" vencido por São Jorge representava Roma, cujos exércitos lutavam sob uma flâmula ostentando a figura de um ícone pagão, o dragão vermelho.
"Segundo o Papa Gelásio (494 da Era Cristã), São Jorge era um santo venerado pelo homem, mas cujos actos só eram conhecidos por Deus", adensando o enigma de sua controvertida existência.
"A mais antiga personagem conhecida em que se acredita haver-se baseado São Jorge é Tammuz, cujas origens lhe são muito anteriores. A maioria das autoridades modernas acredita hoje que el Khidir, o padroeiro dos sufistas 33, Tammuz e São Jorge sejam simplesmente uma mesma pessoa retratada em diferentes trajes. Descreve-se Tammuz como o esposo, filho ou irmão da deusa Ishtar (Isis ou Semiramis), e ele é conhecido como "O Senhor da Vida e da Morte", um título que tem profundos matizes maçónicos, mas antecede em vários milénios a reputada história desse movimento secreto. É interessante observar que também se descreve São Jorge em cima de uma tábua cor-de-rosa enfeitada com rosas e rosetas, estabelecendo uma explícita ligação com a deusa babilónica Ishtar, cujos templos eram tradicionalmente enfeitados com rosetas".34

Releva destacar que São Jorge (ou Tammuz) continua a ser, até hoje, o Patrono da Inglaterra, e a Estátua da Liberdade (Semiramis ou Ísis), o Símbolo Maior dos Estados Unidos!
Inglaterra e Estados Unidos, Tammuz e Semiramis, mais uma vez e, ao que parece indissoluvelmente, a braços dados!

Retornando ao dragão, esse animal mítico, sempre desperto e alerta, era consagrado, na simbologia greco-romana, a Atena ou Minerva, deusa da sabedoria, patrona das Escolas de Filosofia mundo afora e que, como sabemos, é apenas uma das muitas faces e denominações de Semiramis-Baali, a indicar que a verdadeira sabedoria (a dos sábios e deuses babilónicos) nunca adormece, permanecendo sempre vigilante!
O aparecimento, nas representações heráldicas, do leão e da águia, as suas versões simbólicas mais sofisticadas, não impediu, entretanto, que os próprios dragões ou lagartos alados aparecessem, em pessoa, nos brasões imperiais, em coroas, ceptros e outros emblemas da realeza, especialmente a britânica.
Além da figuração tradicional nesses antigos símbolos, o dragão foi, no final do Século XX, também oficialmente incorporado às armas e brasões do Príncipe de Gales (Ele mesmo, Charles de Windsor, viúvo de Lady Di e namorado de Camila Parker-Bowles), herdeiro oficial do trono da Grã- Bretanha!
Uma profusão de histórias, lendas e até mesmo teses científicas envolvendo deuses, homens, aves e répteis tem sido herança frequente e usual em muitas culturas. Cientistas do mundo livre asseguram mesmo, por mais estranho que isso possa soar, que as nossas prosaicas aves, inclusive as galinhas, descendem dos antigos dinossauros!
O símbolo da serpente, além de profusamente encontrado no lendário mesopotâmico, também está presente na antiga Bretanha, na Grécia, em Malta, no Egipto, no Novo México, no Peru e em todas as Ilhas do Pacífico. Antigas lendas da Assíria, Babilónia, China, Roma, América, África, Índia e arredores, até mesmo passagens do Antigo Testamento, trazem histórias sobre dragões e homens-serpente.
Existe uma semelhança irresistível entre alguns tipos de dinossauros e antigas descrições dos míticos dragões. Certas espécies de pequenos répteis indo-malaios, com asas cobertas por membranas interdigitais, parecem-se tanto com o animal das lendas que vieram a receber o nome genérico de dragão.
Porém, um dos mais interessantes desses animais é um lagarto alado e encouraçado, também semelhante à figura tradicional, conhecido por Moloch Horridus.35 Moloch, como sabemos, é a antiga deidade fenícia identificada com Nemrod-Baal-Tammuz, em louvor da qual milhares de crianças foram e ainda são sacrificadas, em ritos satânicos.36
O próprio nome Tammuz significa aquele que aperfeiçoa pelas chamas (Tam=aperfeiçoar e Muz=queimar), o que melhor ainda se explica pelo antigo ritual de se queimarem crianças vivas, em sua homenagem, até hoje barbaramente praticado.
Outra suposta divindade, à qual se oferecem sacrifícios de crianças em rituais de satanismo é Cronos, rei dos Ciclopes e um dos Gigantes ou Titãs da mitologia grega. Ele era conhecido como o construtor da torre e, nessa qualidade, seria certamente uma outra versão para Nemrod, que erigiu a bíblica Torre de Babel.37
O antigo festival celta de Beltane, na Bretanha, em 1º de Maio (conhecido como May Day), quando os druidas 38 homenageavam a primavera e a chegada do verão, envolvia cerimónias em que crianças eram queimadas no oco de enormes figuras humanas feitas em palha ou vime. Herança claramente babilónica, após a expansão da Fraternidade, através do seu braço navegante fenício, pelo norte da Europa.
Teria havido, por acaso, nessas terríveis práticas, alguma origem comum ou inspiração para que a Igreja, através da Inquisição39, tenha-se fixado na fogueira como método favorito de expiação de crimes e de purificação da fé?
Já a festa em honra de Ninus-Tammuz era celebrada no dia 23 de Junho, comemorando a sua ascensão do mundo subterrâneo, dias depois de haver morrido. Uma vez ressuscitado, Tammuz passou a ser conhecido como Oannes, o deus-peixe, e Oannes também é, como sabemos, uma versão latina do nome João.
"Por isso, o nome João tem sido sempre usado como um símbolo para camuflar Tammuz-Nemrod em personagens como, por exemplo, João, o Batista". A data de 23 de Junho, a Festa de Tammuz, tornou-se o dia em que a cristandade celebra o dia de ... São João!"40
Dessa mesma forma dissimulada, Nemrod e Semiramis têm frequentemente reaparecido, ao longo das idades, sob diversos outros simbolismos ocultos, perceptíveis apenas aos olhos dos iniciados. O mais comum e impactante de todos, pois é contemplado diariamente por milhões de pessoas em todo o mundo, quase sem ser notado, é o Grande Selo dos Estados Unidos, que abriga o misterioso olho vivo, representativo do deus egípcio Osíris (ou seu equivalente babilónico Nemrod-Baal), sobre uma pirâmide inacabada, o símbolo máximo dos Illuminati, presente no verso de todas as notas de um dólar!
Em 1945, o antigo presidente dos Estados Unidos Franklin Delano Roosevelt, um reconhecido maçom, rosa-cruz e membro da sociedade secreta Antiga Ordem Arábica dos Nobres e Místicos, no Grau Cavaleiro de Pythias (uma ramificação dos antigos Illuminati, que teve como membros de destaque Mirabeau, Frederico o Grande, Goethe, Spinoza, Kant, Francis Bacon e o nosso Garibaldi), decidiu introduzir tal símbolo na moeda americana.
A ideia fora-lhe sugerida por Henry Wallace, seu secretário da Agricultura, um ocultista praticante que achava haver chegado um momento de grande importância na História americana, quando significativas transformações espirituais viriam fatalmente a ocorrer entre a sua população. Ele esposava essas crenças por influência de um mentor psíquico, o místico russo Nicholas Roerich, também guru de outros membros do Gabinete de Roosevelt.
Roerich adquirira conhecimentos ocultos e supostas habilidades paranormais através de estágios em mosteiros budistas do Nepal e do Tibete. Ele buscava, nessas ocasiões, além do aperfeiçoamento religioso e da meditação profunda, indícios para localizar a cidade perdida de Shambala41, mítica sede de uma legendária fraternidade cujos desconhecidos adeptos (ou Mestres), na crença de muitos, teriam influenciado todos os grandes acontecimentos mundiais ao longo da História.
Estes adeptos eram referidos nos círculos ocultistas por nomes tão diversos quanto Chefes Secretos, Mestres Ocultos ou Grande Irmandade Branca. Roosevelt ficou entusiasmado com a sugestão de Wallace e mostrou-se ansioso para introduzir no dinheiro a imagem maçónica do olho que tudo vê (segundo ele e outros da Maçonaria, um ícone para o Grande Arquiteto do Universo), mas, como temia ferir suscetibilidades dos católicos, decidiu sondar antes a opinião da Igreja.
Pediu, então, a James Farley, outro membro proeminente do seu Gabinete, que fizesse a intermediação, obtendo como resposta um simpático e surpreendente "OK. Vá em frente, nada contra!"42
Ao adquirir a certeza de que a inserção desses símbolos babilónicos no dólar americano não causaria desgostos, aflições, nem impediria que o Vaticano continuasse a receber os seus óbolos, a transacionar ou a acumular poupança entesourando as verdinhas pagãs, Roosevelt, aliviado, imediatamente instruiu o Departamento do Tesouro a mandar rodar as novas notas de dólar!
Para aqueles autores e intelectuais que conseguem enxergar, sem quaisquer dúvidas, símbolos do credo babilónico nos corpos das principais religiões monoteístas, eles seriam uma prova milenar de heranças da Fraternidade entre os seus primeiros crentes, sacerdotes ou teólogos, remanescendo e influenciando, no seu seio, até aos nossos dias.
Nessa linha simbiótica, o chapéu Mitral (mesma raiz de Mitra!) em forma de peixe, ainda hoje usado pelos Papas, não passaria de um antigo símbolo de Nemrod. Este mesmo significado teria, igualmente, o anel do pescador, usado por Sua Santidade. De volta aos símbolos terrenos, portanto mais sólidos e tangíveis: o trono de São Pedro, supostamente uma antiquíssima relíquia do Vaticano, teve sua real idade avaliada por uma comissão de especialistas, em 1968, que estabeleceu as suas origens como datando do Século IX.
O que causa estranheza não é, propriamente, o facto dele ser bem mais recente do que se imaginava antes, mas sim o da Enciclopédia Católica descrevê-lo como ornado por doze painéis, retratando os doze trabalhos de Hércules e, ao mesmo tempo, registar nas suas páginas que Hércules era outro nome de Nemrod, antes dele se tornar, também, um deus grego.43
Teria essa decoração no trono papal recebido uma influência tão poderosa e recente da Fraternidade e de sua religião babilónica? Como se explica esse enigmático acontecimento?

Em 1825, o Papa Leão XII autorizou o Vaticano a cunhar uma medalha comemorativa, retratando uma mulher em pose que reproduzia, de forma escandalosa, a tradicional efígie da Rainha Semiramis. Ela segurava um crucifixo na mão esquerda, uma taça na direita e trazia na cabeça uma coroa de sete raios, idêntica à da Estátua da Liberdade, uma outra representação de Semiramis oferecida à cidade de New York pela Maçonaria Francesa.44
O povo judeu, como grupo étnico supostamente monolítico (religião à parte), também não fica incólume ao bombardeio teórico. Ao relatarem a trajetória dos homens brancos, após haverem descido das montanhas do Cáucaso, do Irão e do Curdistão, passando pelos solos do que hoje seriam o Egipto, a Palestina, Israel, Jordânia, Síria, Irão, Iraque e Turquia, esses mesmos estudiosos afirmam, categoricamente:
...Aqueles que nós chamamos de raça judaica, muitos também se originaram da região do Cáucaso e não das terras de Israel, como todos reivindicam. A história judaica e fontes antropológicas têm mostrado que somente uma pequena parcela do povo conhecido como judeu tem alguma relação genética com Israel. No Século VIII, um povo conhecido como Khazars, vivendo nas montanhas do Cáucaso e na Rússia meridional, fez uma conversão maciça à religião judaica.45 Mais tarde, quando o Império se desdobrou, esse mesmo povo, durante longo período de tempo, migrou para o norte e se fixou em outras partes da Rússia (e dos países bálticos N.A.), Lituânia, Letónia e Estónia. Dali eles passaram à Europa Ocidental e, eventualmente, aos Estados Unidos.
A família Rothschild pertence a esse ramo. Henry Kissinger também...46
Segundo o escritor judeu Arthur Koestler, quase todos os que colonizaram e povoaram o estado judaico, excepto uma pequena minoria, têm a sua origem genética na Rússia meridional e não em Israel. Koestler escreve a propósito dos khazars, o povo genericamente russo que se converteu maciçamente ao judaísmo, em 740 d.C.
"Os khazars não vieram do Jordão, mas do Volga; não vieram de Canaã, mas do Cáucaso. Geneticamente eles são muito mais relacionados aos Hunos 47, aos Ugros 48 e Magiares 49 do que às sementes de Abraão, Isaac e Jacob. A História do Império Khazar, ao emergir lentamente do passado, começa a revelar-se como a maior fraude que a História já perpetrou".50
"O nariz adunco, considerado tão judeu, é um traço genético do sul da Rússia e do Cáucaso, não de Israel". 51
Segundo o pesquisador e escritor judeu Alfred M. Lilenthal, ...Não existe nenhum antropólogo de boa reputação que discorde de ser o racismo judaico uma tolice tão grande quanto o racismo ariano... A Antropologia divide a espécie humana em três grandes grupos raciais reconhecíveis: os Negros, os Mongólicos ou Orientais e os Caucasianos ou Brancos (muito embora algumas autoridades se refiram a uma quarta raça - os Australóides)...
Membros da fé judaica são encontrados em todas essas raças e nas suas subdivisões.52
Em síntese, e do ponto de vista exclusivamente científico, ensina o doutor em Física pelo M.I.T. e reitor da Universidade de Brasília no período 1975-1985, J. C. de Almeida Azevedo, que ...Não há raças, há uma espécie apenas; todos os humanos pertencem ao reino animal, ao filo cordata, à classe dos mamíferos, à família dos hominídeos, ao género homo e à espécie homo sapiens.53

A tese, em seu rigor antropológico, aproximaria o judaísmo, incómoda e definitivamente, à trilha exclusiva da fé e não de uma "raça judaica" empalidecendo, sobremaneira, certas reivindicações ortodoxas da religião e do seu braço político, conhecido mundialmente por Movimento Sionista, que defende a posse das terras da Palestina como lar exclusivo de seu povo, pelos direitos divino, histórico e sanguíneo!
Enfraqueceria, também, os esforços da combativa ADL (Anti-Defamation League)54 ou "Liga Antidifamatória" da B´nai B´rith"55, sociedade sediada nos Estados Unidos, mas de ação planetária, dedicada a combater todas e quaisquer pressões contra o povo judeu, em especial as que possam advir de conotações supostamente racistas.
Muito embora o movimento de defesa racial, comandado pela ADL, ainda seja fortíssimo e assim, compreensivelmente, deva continuar, a percepção da real existência dessas manipulações internas começou a provocar, já há algum tempo, indignadas reações, corajosamente iniciadas no próprio seio do judaísmo.
Benjamin Freedman, escritor judeu ligado aos sionistas de topo dos anos 30 e 40, demonstra como essa insidiosa infiltração pode prejudicar interesses genéricos do seu povo, desservindo a causa judaica, e por certo afirma, tão contundentemente, que a expressão anti-semitismo deveria ser banida da língua inglesa:
"O anti-semitismo serve apenas a um propósito, nos dias de hoje. Ele é usado como uma expressão de injúria. Quando aqueles que se autodenominam judeus sentem que alguém se opõe aos seus objetivos reais, procuram desacreditar suas vítimas aplicando-lhes os termos anti-semita ou anti-semítico, através de todos os meios que tiverem sob seu comando ou sob seu controle".56

Para ajudar a que melhor se compreenda a tese da manipulação religiosa, desde a mais remota antiguidade, Icke nos propõe solucionar o seguinte enigma 57:
— De quem estou a falar?
"Ele nasceu de uma Virgem, pela Concepção Imaculada de um Espírito Santo. E isso confirmou uma antiga profecia. Quando nasceu, um tirano que estava no poder quis matá-lo. Seus pais tiveram que fugir em busca de segurança. Todas as crianças do sexo masculino, com menos de dois anos, foram mortas pelo tirano, que visava exterminar aquele menino. Anjos e pastores compareceram ao seu nascimento e ele ganhou de presente ouro, incenso e mirra. Ele foi saudado como o Salvador e levou uma vida de elevados padrões morais e de humildade. Operou milagres que incluíram desde a cura de doentes e o restauro da visão de cegos quanto o exorcismo de demónios e a ressurreição de mortos. Foi dado à morte numa cruz, entre dois ladrões. Ele desceu aos infernos e, ressurgindo dos mortos, subiu aos céus".
Parece Jesus? Sim? Mas não é.
Esta é uma exacta descrição da vida de Virishna, um deus salvador oriental, cultuado 1.200 anos antes do nascimento de Cristo!
Ainda segundo aquele autor, se quisermos encontrar um salvador que tenha morrido para que fossem perdoados todos os nossos pecados é só escolher um do mundo antigo, pois todos se originaram, igualmente, com os antigos árias e seus descendentes consanguíneos da corrente gerada no Próximo Oriente e nas montanhas do Cáucaso!
E estes são alguns desses Filhos de Deus:
Krishna do Indostão; Buda da Índia; Salivahana da Bermuda; Osiris e Horus do Egipto; Odínio da Escandinávia; Zoroastro da Pérsia; Baal e Taut da Fenícia; Indra do Tibete; Bali do Afeganistão; Jao do Nepal; Tammuz da Síria e da Babilónia; Attis da Frigia; Xamolxis da Trácia; Zoar dos Bonzos; Adad da Assíria; Deva Tat e Sammonocadam do Sião; Alcides de Tebas; Micado dos Xintoístas; Beddru do Japão; Hesus ou Eros e Bremhillahm dos Druidas; Thor, filho de Odínio, da Gália; Cadmus da Grécia; Gentaut e Quetzalcoatl do México; Ischi de Formosa; Fohi e Tien da China; Adonis, filho da virgem Io, da Grécia; Ixion e Quirinus de Roma; Prometeus do Cáucaso e Maomé de Arábia.
Todos estes filhos de deus ou profetas (com algumas poucas excepções) e suas respectivas religiões feitas sob medida para cativar as mentes, vieram dos locais ocupados ou influenciados pelos povos do Cáucaso e do Próximo Oriente. Exatamente as terras dos membros da Fraternidade! Subtilezas e divergências religiosas ou pseudo-raciais à parte, excelentes pretextos para dividir e conquistar a todos nós, voltemos a concentrar-nos nas simbologias ocultistas da Fraternidade.
O peixe e a pomba, antigos ícones babilónicos, continuam largamente usados em rituais religiosos e em símbolos e cerimónias nacionais. O Sinn Fein, braço armado do IRA (Irish Republican Army, o Exército de Libertação Nacional da Irlanda do Norte), visto por muito como terrorista, tem a pomba como escudo, também encontrada nos ceptros usados pela monarquia britânica. Ambas as instituições seriam fronts modernos para a Fraternidade Babilónica!58
Explicam-nos os teóricos que, nos eventos pagãos, esses emblemas têm o seu significado comum revertido, para passarem despercebidos aos olhos do público. Assim, nesses rituais ocultistas, a pomba, para todos nós, supostamente o símbolo da Paz, representaria, na realidade, a morte e a destruição.
Essa reversão das simbologias permite que a Fraternidade possa dispor de seus ícones em público, sem despertar atenções, justamente porque as pessoas comuns não têm a mínima ideia do que representam para o círculo íntimo e mágico do poder.
Como visto, todas as linhagens de sangue da realeza europeia descenderiam dessa dinastia babilónica, pelo ramo Merovíngio, e os belos símbolos que ostentam nas cabeças coroadas seriam meras representações modernas do barrete com chifres, visto nas representações pictóricas de Nemrod-Baal, o deus-sol.
Os grandes cornos representavam a autoridade do monarca e, mais tarde, evoluíram para uma tiara metálica com três pequenos chifres estilizados, símbolo do poder real pela autoridade divina, cujo moderno ícone é a flor-de-lis (belíssimo emblema da trindade babilónica: Nemrod-Semiramis-Tammuz), encontrada em todos os objetos de poder da moderna realeza.59
A flor-de-lis, uma espécie de lírio, que historiadores ortodoxos da arte eclesiástica dizem ser representação de pureza, para os iniciados, entretanto, transmite também a integridade consanguínea dos descendentes da Casa Real de Israel (David, Salomão e Jesus), unida por laços de pureza genética às dinastias Merovíngias.60
Não é de estranhar, portanto, diante de tantas possibilidades de estarmos convergindo para um sincretismo étnico e religioso que, pelo mundo afora e em todos os tempos, tenha sido possível encontrar-se os mesmos rituais e religiões do Sol, tanto na Suméria, Babilónia, Assíria, Egipto, quanto na Bretanha, Grécia e na Europa em geral, México e América Central, Austrália, enfim, em todo o lugar!
A adoração ao fogo e ao astro-rei era o foco da religião na Índia, onde os seus festivais homenageavam, simbolicamente, o ciclo do Sol, durante todo o ano.
Na história de Jesus é possível perceber-se constantes referências aos ciclos solares e aos simbolismos da astrologia e das escolas de mistérios. A coroa de espinhos nada mais seria que uma tosca representação dos raios solares, exatamente como a coroa de espigões em torno da cabeça da Estátua da Liberdade (Semiramis-Isis)! As cruzes e os círculos desenhados sobre cabeças também identificam o Sol e têm papel intensamente simbólico na astrologia.
Leonardo da Vinci, grão-mestre do Priorado de Sion (Sion=Zion=Sol) 61 usou desse mesmo simbolismo para pintar sua "Última Ceia", exposta em Milão. Ele dividiu os 12 discípulos (os doze símbolos do Zodíaco) em quatro grupos de três com Jesus, o Sol, no meio deles.
É voz corrente que Da Vinci também pode ter pintado um dos doze discípulos de sua Última Ceia (hoje bastante danificada e um tanto diferente do desenho original, por ter sofrido diversas restaurações), com feições femininas para que representasse, aos olhos iniciados, a deusa Semiramis, Ísis, Minerva, Barati.
Dizem os teóricos que a crença cristã de haver Jesus nascido em 25 de Dezembro deve-se a uma data emprestada ao culto religioso do Sol Invictus (o Sol nunca vencido), pelas razões já aventadas. Ele teria morrido na Páscoa, pregado na cruz, versão tomada à mesmíssima história antiga, pois os egípcios já representavam Osíris na cruz, uma simbologia astrológica.
Segundo os antigos, o Sol teria levado três dias para se recuperar de sua "morte", em 21 ou 22 de Dezembro. Nos Evangelhos, quantos dias se passaram entre a morte e a ressurreição de Jesus? Três! O mesmo tempo que o filho do deus babilónico, Ninus-Tammuz, demorou para se reerguer da morte!62
Assim o Evangelho de Lucas descreve como aconteceu a morte de Jesus (o Sol) na cruz:
"Por volta da hora sexta, as trevas cobriram toda a terra, até a hora nona, por haver o Sol se eclipsado." (Lucas, 23).
O Filho/Sol (Son/Sun, em inglês, com a mesma pronúncia) morreu e então se fizeram as trevas... E quantas horas se passaram na escuridão? Três!
O dia universal do repouso semanal cristão, o domingo, nada mais é do que o mesmo dedicado ao deus-sol Nemrod-Baal (SUN-day, dia do Sol na língua inglesa), ao passo que o dia da semana dedicado a Semiramis é a segunda-feira (MON-day, em inglês) ou, ainda melhor, MOON-day (dia da Lua, na mesma língua).
A tradição simbólica diz que Jesus foi crucificado na Páscoa certamente por ser o equinócio da Primavera (no Hemisfério Norte), quando o Sol (Jesus) entra no signo astrológico de Áries (o Carneiro), e o Sol (Jesus) triunfa sobre a escuridão!
Não por acaso essa é a época em que, no Hemisfério Norte, a vida animal e vegetal se recompõem (é o tempo do renascimento), por haver nos dias mais claridade que escuridão...
Já as Igrejas Cristãs, todas elas, são construídas no sentido leste-oeste, com os altares voltados para o leste. Isso simplesmente significa que os fiéis, sem excepção, e provavelmente sem nunca haverem percebido, oram sempre em direção e reverência ao Sol nascente...
Apesar da tradição de prevalência usualmente concedida a Baal sobre Semiramis, a hierarquia nessa tribo consanguínea não seria absolutamente masculina uma vez que muitas posições-chave, ao longo dos tempos, têm sido ocupadas por mulheres. Em termos gerais, entretanto, ela é predominantemente masculina e será referida, daqui por diante, nesta obra, pela mesma denominação utilizada por alguns desses autores: a Fraternidade.

Referências:

1 Icke, David in " … and the truth shall set you free", by Bridge of Love Pub., Cambridge, England, 1995. P. 25 e 26.
Icke, David in"The Biggest Secret", em diversas passagens.
2 Tese Central do livro de Springmeier, Fritz em "Bloodlines of the Illuminati", Ambassador House, New York, 1992.
3 Icke, David, in "... and the truth shall set you free", Bridge of Love Pub., Cambridge, 1995. P. 25 T.A.
4 Desborough, Brian in "The Great Pyramid Mystery, Tomb, Occult Initiation Center, Or What?" Fonte: Icke, David in "The Biggest Secret", P.16.
5 Vale do Indostão: Vasta península triangular da Ásia meridional, limitada ao norte pelo Himalaia, e banhada pelo Golfo de Bengala, pelo Mar de Omã e pelo Mar das Índias. Índia atual. Fonte: Dicionário Lello, Porto, 1963, Volume III, P.1671.
6 Bramanismo: nome atribuído à organização social, política e religiosa que, depois de haver sucedido ao vedismo e de o haver transformado, se desenvolveu entre os Árias do Vale do Ganges, sob influência da casta sacerdotal ou dos brâmanes. Segundo as concepções religiosas destes últimos (o dito bramanismo), Brame, deus supremo, impessoal, encarnou-se sucessivamente em Brama, deus pessoal, Vixnu e Shiva. Esta tríplice encarnação constitui a trindade indiana, chamada Trimúrti. Por seu lado, Brama, primeira encarnação de Brame, teve quatro filhos de que emanaram as quatro castas hereditárias da Índia: brâmanes, xátrias, os impuros e os párias. A época, por excelência, do pensamento bramânico, compreende os sete séculos anteriores a Jesus Cristo. Fonte: Dicionário Lello, Porto, 1963, Volume III, P.1465 e 1931.
Vedismo: Forma primitiva da religião hindu, conforme denominada pelos europeus. Fonte: Dicionário Lello, Porto, 1963, Volume II, P.1279.
7 Sânscrito: Língua sagrada dos brâmanes e do Industão (vasta península triangular da Ásia meridional, limitada ao norte pelo Himalaia, e banhada pelo Golfo de Bengala, pelo Mar de Omã e pelo Mar das Índias. Índia atual). Fonte: Dicionário Lello, Porto, 1963, Volume III, P.1671.
8 Vedas: Os quatro livros sagrados da Índia em língua sânscrita, atribuídos à revelação de Brama (deus supremo dos antigos hindus, emanação de Brame e criador do mundo, dos deuses e dos seres. Na forma atual da religião, Brama é a primeira pessoa da trindade, mas agora considerado apenas uma emanação, quer de Xiva quer de Vixnu). São coleções de orações, de hinos, de fórmulas de consagração, de expiação etc., relacionando-se com o sacrifício e a manutenção do fogo sagrado Os Puranas, os Sutras etc., são comentários desses livros. Fonte: Dicionário Lello, Porto, 1963, Volume III, P.1465 e 1931.
9 O Dilúvio: Na concatenação da História da Salvação, a Bíblia recolhe uma lenda babilónica antiga, comum tanto aos sumérios como aos romanos. Essa lenda mesopotâmica deve ter tido sua origem em alguma inundação famosa verificada nos seus rios Tigre e Eufrates. Nas mitologias antigas o dilúvio é pintado como um dos castigos dos deuses. A Bíblia utiliza essa velha crença popular, adaptando-a ao Deus vivo. Não obstante, a narração do dilúvio, uma simples lenda assumida pela Bíblia, contém uma grande mensagem teológica: Deus não suporta a iniquidade, mas Sua misericórdia está sempre presente, mesmo quando castiga. Ao destruir um mundo corrompido suscita um gérmen de salvação: Noé, o arauto da justiça. O dilúvio, lavando o mundo antigo dos seus crimes e fazendo nascer da água um mundo novo, é figura do batismo que nos salva. Fonte: a "Bíblia Sagrada, Nova Edição Papal", Missionários Capuchinhos, Lisboa, Notas às páginas 23 e 24.
10 Titã: Do grego titán, pelo latim titane. Cada um dos gigantes que, segundo a mitologia, pretenderam escalar o céu e destronar Júpiter. Fonte: Dicionário Aurélio Século XXI. Titã: Personagem da mitologia grega. 1. Cada um dos doze filhos (seis homens e seis mulheres) havidos entre Urano (o Céu) e sua mãe Gaia (a Mãe-Terra) e, posteriormente, todos os seus descendentes. Eles se rebelaram contra seu pai e o depuseram, elevando Kronos, um deles, ao trono do universo. Depois de uma longa disputa, foram derrotados por Zeus (ou Júpiter, em latim, N.A.), e sucedidos pelos deuses do Olimpo. 2. O sol personificado; o deus-sol Helios. Fonte: Webster’s New Twentieth Century Dictionary of the English Language", second edition, Collins World, 1975, USA, p.747 e 1915.T.A.
11 Fonte: Icke, David in "The Biggest Secret", P.53.
12 Desborough, Brian in "The Great Pyramid Mystery", Fonte: Icke, David in "The Biggest Secret", P.182.
13 Hathor ou Heather: ambas as denominações possuem a mesma pronúncia em inglês, representando, na verdade, formas gráficas alternativas para o mesmo nome da deusa. N. A.
14 Na mesma obra.
15 Fonte: Hopkins, Marilyn; Simmans, Graham & Wallace-Murphy, Tim in "REX DEUS", Imago, Rio, 2000. P. 286.
16 Fonte: Hopkins, Marilyn; Simmans, Graham & Wallace-Murphy, Tim in "REX DEUS", Imago, Rio, 2000. P. 286 e 287.
17 Gnose: Conhecimento, sabedoria. Conhecimento esotérico e perfeito da divindade, e que se transmite por tradição e mediante ritos de iniciação. Fonte: Dicionário Aurélio Século XXI.
18 Conforme pesquisas deste autor nas fontes citadas nesta obra. N.A.
19 Esoterismo: Do francês ésotérisme. 1. Filos. Doutrina ou atitude de espírito que preconiza que o ensinamento da verdade (científica, filosófica ou religiosa) deve reservar-se a número restrito de iniciados, escolhidos por sua inteligência ou valor moral. 2. Designação que abrange um complexo conjunto de doutrinas práticas e ensinamentos de teor religioso e espiritualista, em que se confundem influências de religiões orientais e ciências ocultas, associadas a técnicas terapêuticas, e que, supostamente, mobilizam energias não integrantes da ciência e visam a iniciar o indivíduo nos caminhos do autoconhecimento, da paz espiritual, da sabedoria, da saúde, da imortalidade etc. Fonte: Dicionário Aurélio Século XXI.
20 Solstício: Época em que o Sol passa pela sua maior declinação boreal ou austral, e durante a qual cessa de afastar-se do equador. Os solstícios situam-se, respectivamente, nos dias 22 ou 23 de Junho para a maior declinação boreal, e nos dias 22 ou 23 de Dezembro para a maior declinação austral do Sol. No Hemisfério Sul, a primeira data se denomina solstício de Inverno e a segunda, solstício de Verão; e, como as estações são opostas nos dois hemisférios, essas denominações invertem-se no Hemisfério Norte. Fonte: Dicionário Aurélio, Século XXI.
21 Fonte: Icke, David in "The Biggest Secret", P. 92
22 Franzen, August in "Breve História da Igreja", Ed. Organizada por Remigius Bäumer, Presença, Lisboa, 1996. P.11 a 18. Destaques de nossa autoria.
23 Gilgamexe: Legendário rei babilônico, herói e autor de narrativa épica acerca do dilúvio bíblico, vivida e completada cerca de 2.000 anos a.C. Fonte: Webster´s New Twentieth Century Dictionary, Collins- World, USA, 1975. P. 771. T.A.
24 Na fonte original pesquisada, em inglês, há um jogo de palavras impossível de ser corretamente traduzido em português. O texto menciona Mitra como sendo "the son (Sun) of God", isto é, literalmente, o "filho (Sol) de deus". Isso porque as palavras son e sun (filho e sol), além da grafia assemelhada, têm idêntica pronúncia e o autor pesquisado insinua que, na acepção apontada, teriam também o mesmo significado, daí o trocadilho. N. A.
25 Incenso: Resina extraída de plantas das famílias burseráceas, estiracáceas e anacardiáceas, ou preparação contendo tais resinas e essências naturais aromáticas, que se queima para perfumar o ambiente. É amplamente usado em celebrações litúrgicas e designava, originalmente, a resina extraída do olíbano. Fonte: Dicionário Aurélio, Século XXI. Mirra: Designação comum a duas árvores da família das burseráceas (Commiphora mallis e C. myrrha), originárias da África, cuja resina dimana por incisão e se usa como incenso e em perfumes, unguentos etc. A resina dessas árvores. Fonte: Dicionário Aurélio, Século XXI.
Nota do Autor: A mirra era usada nos processos de limpeza e embalsamamento de cadáveres, o que pressupõe uma certa natureza premonitória para a peculiaridade do presente, estranhamente oferecido a um recém-nascido. Essa hipótese dá alguma base aos pesquisadores que sugerem serem esses "Reis Magos" (Wise Men, sábios, na tradição inglesa) sacerdotes ocultistas babilónicos, que tanto previram e festejaram o nascimento de Cristo como anteviram o trágico destino que ele viria a ter. Por isso, presentearam a Sacra Família com tais óleos sagrados, não apenas visando ao tratamento futuro do cadáver, mas, principalmente, como uma profética advertência sobre seu infortúnio.
26 Fonte: Icke, David in "The Biggest Secret".
27 Desborough, Brian in "The Great Pyramid Mystery", Fonte: Icke, David, in "The Biggest Secret".
28 Na mesma obra.
29 Na mesma obra.
30 Jano: Personagem mítico, o mais antigo rei do Lácio. Como acolhesse favoravelmente Saturno, expulso do céu, o deus reconhecido dotou Jano duma sagacidade tão maravilhosa que o futuro, assim como o passado, estavam sempre presentes aos seus olhos. Essa dupla faculdade fez com que o representasse com duas visões, e alude-se muitas vezes a esse privilégio do deus. Em Roma, o templo de Jano só estava fechado quando a República estava em paz, o que só aconteceu nove vezes em mil anos. Fonte: Dicionário Lello, Porto, 1963, Volume III, P.1682.
31 Dragão: Animal fantástico, imaginado com garras de leão, asas de águia e cauda de serpente, era consagrado à Atena ou Minerva, deusa da sabedoria e alter-ego de Semiramis, para indicar que a verdadeira sabedoria nunca adormece. Nas lendas cristãs, o dragão, derrubado por São Jorge e São Miguel, personificava o pecado, o espírito do mal, o próprio Satanás ou a Roma pagã. Na Idade Média foi introduzido nas magias; a cavalaria adotou-o como símbolo dos obstáculos a vencer. Encontra-se muitas vezes nos brasões. Fonte: verbete correspondente no Dicionário Lello, Porto, 1963, Volume III, P.1564, complementado pelo autor. Segundo a Enciclopédia Britânica, o dragão representaria, de modo geral, as serpentes, também símbolos dos mistérios babilónicos, quer vistas como símbolos do bem ou do mal. No Século XX, o dragão foi oficialmente incorporada às armas e brasões do Príncipe de Gales, herdeiro oficial do trono da Grã-Bretanha.
32 Capadócia: Antiga região da Ásia menor, a oeste da Armênia, hoje território da Turquia. N. A.
33 Sufistas: adeptos do misticismo arábico-persa, que sustenta ser o espírito humano uma emanação do divino, no qual se esforça para reintegrar-se. N.A.
34 Fonte: Hopkins, Marilyn; Simmans, Graham & Wallace-Murphy, Tim in "REX DEUS", Imago, Rio, 2000. P. 286.
35 Moloch Horridus: (Moloch: de cor malva, róseo-arroxeado. Horridus: horrível, selvagem, bárbaro, medonho, cabeludo. Fonte: Dicionário Latino-Português, por Cretella Jr. e Ulhoa Cintra, Cia. Editora Nacional, S. Paulo, 1953. T. A: Dragão-Roxo Horroroso ou Bicho-Cabeludo Roxo).
36 Icke, David in "The Biggest Secret", P. 55.
37 Desborough, Brian in "The Great Pyramid Mystery", Fonte: Icke, David, na obra citada.
38 Druida: Antigo sacerdote pagão, entre os gauleses, celtas e bretões. Não possuindo templos, reuniam-se nos bosques e veneravam certas plantas como o visco, que era colhido todos os anos, solenemente, com uma foice de ouro. Reconheciam vários deuses, mas sua principal divindade era Teutates, rei da Guerra. Acreditavam na imortalidade da alma e na metempsicose (Fonte: Aurélio, doutrina segundo a qual uma mesma alma pode animar sucessivamente corpos diversos, homens, animais ou vegetais; transmigração). A sua filosofia não era bem conhecida porque eles não escreviam e confiavam tudo à memória dos discípulos. Além do seu papel religioso, tinham altas atribuições judiciárias. Nas grandes calamidades, imolavam vítimas humanas a título expiatório. Eram também astrólogos, adivinhos, feiticeiros; recrutavam-se entre a nobreza e obedeciam a um grande sacerdote, eleito por toda a vida. Fonte: Dicionário Lello, Porto, 1963, Volume III, P.1565.
39 Inquisição: Designam-se por este nome os tribunais estabelecidos em certos países na Idade Média e nos tempos modernos, para perseguir e punir os hereges. Teve principio em França nos fins do Século XII. Ordenando aos bispos lombardos que entregassem à Justiça os hereges que recusassem converter-se, o concilio de Verona (1183) lançou as bases da Inquisição. Para lutar contra os progressos da heresia albigense no Languedoc, Gregório IX organizou (1283) um tribunal especial que confiou aos dominicanos. A ação deste tribunal estendeu- se, pouco a pouco, a quase todo o resto da cristandade. Em Itália, e, principalmente, em Espanha, tomou o nome de Santo Oficio, criou fortes raízes e tornou-se instituição poderosíssima que deixou lúgubres recordações, a que estão Iigados os nomes dos dois grandes inquisidores Torquemada e Ximenes. A característica principal do modo de proceder da Inquisição era o segredo absoluto da instrução judiciária. Foi D. João III quem introduziu a Inquisição em Portugal (1536). Teve tribunais efetivos em Lisboa, Évora, Goa e, temporariamente, em Coimbra, Lamego, Tomar. O primeiro auto-de-fé realizou-se em Lisboa, na Ribeira Velha, em 20 de Setembro de 1540. O marquês de Pombal reduziu consideravelmente o poder do Santo Oficio, que foi extinto definitivamente em 1821. Durante os dois séculos do seu exercício em Portugal, a Inquisição queimou cerca de 1.600 pessoas e condenou a diversas penas mais de 26.000. Ignora-se o número das que morreram no cárcere. Em 1808, Napoleão suprimiu-a em Espanha; mas tornou a vigorar de 1814 a 1883.
40 Desborough, Brian in "The Great Pyramid Mystery", Fonte: Icke, David, na obra citada. P. 55.
41 Shambala: Essa misteriosa cidade seria a capital de Agarta ou Agarti, um vasto império escondido nas profundezas terrestres que, segundo fontes ocultistas e várias escolas de mistério, seria composto por milhares de habitantes distribuídos por inúmeras outras cidades. Alguns peritos sustentam que este mundo subterrâneo teria acesso através de compartimentos secretos existentes dentro da base da grande Pirâmide de Quéops, no Egito. De acordo com as mesmas fontes, existiriam também algumas entradas (embocaduras) para Agarta localizadas no Brasil. As mais conhecidas são: "Sete Cidades" no Piauí, "Serra do Roncador" no Mato Grosso, "Vila Velha" no Paraná, "Ilha de Itaparica" na Bahia, "Circuito das Águas" em Minas Gerais, e a "Pedra da Gávea" no Rio de Janeiro. Para se penetrar nestes mundos seria necessária uma aceitação prévia ou a posse de uma senha (que pode ser um determinado nível de desenvolvimento espiritual-Gnose). Segundo a mitologia persa, esses portais seriam guardados por quatro estrelas, situadas nos quatro pontos cardeais: Aldebaran ao Leste, Fomalhaut ao Sul, Regulus ao Norte e Antares a Oeste. Especula-se que, em 1919, o oficial britânico Percival Fawcett, na companhia de seu filho e de alguns carregadores, teria comandado uma expedição rumo ao centro da Terra. Ele esperava estabelecer contato com uma evoluída civilização intraterrestre, supostamente descendente dos Atlântidas. O mundo nunca mais ouviria falar dele. Segundo diversas comunidades místicas, o explorador teria encontrado o portal que liga a Terra a essa e a outras civilizações antigas, de grande poder espiritual e mais desenvolvidas que a nossa, preferindo não mais regressar à superfície. Esta expedição teve lugar em solo brasileiro, no estado do Mato Grosso, na Serra do Roncador! Formada por chapadões como um típico planalto, ela começa na cidade de Barra do Garças, a 500 quilômetros de Cuiabá, e se estende até a Serra do Cachimbo, no Pará. Fonte: Página na Internet do Instituto de Pesquisas Psíquicas Imagick.
42 Para o relato completo deste episódio envolvendo Roosevelt, ver: Howard, Michael, Na obra citada. P. 95. Tradução deste autor.
43 Icke, David in The Biggest Secret, P. 55.
44 Na mesma obra. P.54.
45 Khazars: O sítio www.jewishencyclopedia.com oferece mais completas informações sobre a matéria, sob os verbetes Khazars ou Chazars. N. A.
46 Icke, David, in The Biggest Secret, P.182.
47 Huno: Indivíduo dos hunos, povo bárbaro da Ásia central, que invadiu a Europa, sob a chefia de Átila, nos meados do séc. V. Fonte: Dicionário Aurélio Século XXI.
Huno: Povo bárbaro das margens do Mar Cáspio que invadiu a Europa e devastou a Gália, capitaneado por Átila. Fonte: Dicionários Lello Irmãos Editores, Portugal, 1963, Volume II, P.1661.
48 Úgrico, Ugro ou Uigúrico: Indivíduo dos úgricos, povo finês pescador e criador de renas que habita a Sibéria Ocidental (Rússia), de baixa estatura, trigueiro, de face mongólica. A língua uralo-altaica falada por esse povo. Pertencente ou relativo aos montes Urais e Altai (Ásia Central) ou aos povos que neles habitam. Povos de língua uralo-altaica: Família linguística que se estende pelos Bálcãs e N.E. da Ásia, e que se subdivide em três grupos: (a) o túrcico ou turco, que inclui o turco, o turcomano e o azerbaidjani; (b) o mongoliano, cuja principal língua é o mongol; e (c) o manchu- tungue, que inclui o manchu e o evenque ou tungue. Compilação do Autor nos Dicionários Lello Irmãos Editores, Portugal, 1963, Volume II, P.1262 e Aurélio, Século XXI.
49 Magiar: Povo uralo-altaico descendente dos Ugros (antigo nome dos ostíacos) emigrados dos Urais em 898 e que povoou a Hungria. Húngaro. Fonte: Dicionário Lello Irmãos Editores, Portugal, 1963, Volume II, P.1726.
50 Koestler, Arthur, in The Thirteenth Tribe, Hutchinson, London, 1976.
51 Icke, David in The Biggest Secret, P. 90.
52 Lilenthal, Alfred M. in What Price Israel? Henry Regnery, Chicago, 1953, P. 213, 214.
53 Azevedo, José Carlos de Almeida (doutor em Física pelo MIT-Massachussets Institute of Tecnology; vice-reitor da Universidade de Brasília entre 1968 e 1975; Reitor da Universidade de Brasília de 1975 e 1985) in "Horóscopos e telescópios", no J. do Brasil, em 10/04/2003, P. A15.
54 ADL-Anti-Defamation League: Zeloso "Comitê de Guarda" da B´nai B´rith, suspeito de ser resultado de uma operação de inteligência britânica. Alguns, como Devon Jackson, (Na obra "Conspiranoia", Plume-Penguin Books, N.Y., 1999. P. 47) afirmam que foi fundada nos Estados Unidos pelo MI6 (Serviço Secreto Britânico) e dirigida durante algum tempo por Saul Steinberg, um rumoroso associado em negócios com os Rothschild.
55 B´nai B´rith: Uma Fraternidade Judaica fundada em 1843 em New York, hoje possuindo um quadro de associados internacional. Fonte: o "Webster’s New Twentieth Century Dictionary of the English Language", second edition, Collins World, 1975, USA, p.201. B´nai B´rith: Organização gémea da ADL, a "Ordem Independente da B´nai B´rith", que também significa "Fraternidade da Aliança", é uma loja maçônica de escol destinada à assimilação (aceitação pacífica pelas sociedades locais) de seus membros. Fundada num restaurante nova-iorquino, em 1843, por imigrantes judeus maçons que pretendiam se tornar bons americanos. Seus membros incluíram o ator Eddie Cantor e o teórico- marxista Leon Trotsky. Fonte: Jackson, Devon Na obra citada. P.47. T.A.
56 FREEDMAN, Benjamin, citado por Icke, David em "The Biggest Secret", by Bridge of Love Pub., Mo., USA, 2ª ed. revista e ampliada ,7ª impressão, Nov. 2001, P. 89. Destaques deste Autor.
57 Em "The Biggest Secret", by Bridge of Love Pub., Mo., USA, 2ª ed. revista e ampliada, 7ª impressão, Nov. 2001, P. 91, T.A.
58 Na mesma obra.
59 Na mesma obra.
60 Fonte: Hopkins, Marilyn; Simmans, Graham & Wallace-Murphy, Tim in REX DEUS, Imago, Rio, 2000. P. 286.
61 Priorado de Sion ou A Ordem do Sol: misteriosa e ultrapoderosa sociedade secreta da qual se diz que controlava a Ordem dos Templários e sucessoras, operando até os dias de hoje. Ordem do tipo gnóstica, criada originalmente para preservar a linhagem de sangue dos reis Merovíngios, que se consideravam descendentes do Rei Salomão e do próprio Jesus Cristo. Estabelecida em 1099, no Monte Sião, em Jerusalém, foi a força-guia da Maçonaria e dos Cavaleiros Templários, tendo entre seus membros mais famosos Da Vinci, Isaac Newton, Joana d’Aarc, Claude Debussy e Jean Cocteau. Fonte: Jackson, Devon, na obra citada. P.40.
62 Icke, David in The Biggest Secret, P. 95.