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quarta-feira, 17 de maio de 2017


CORRUPÇÃO DOURADA

Por este artigo de Alexandre Abreu podemos avaliar o ponto a que Portugal chegou, sob a governação dos autênticos patifes, sem escrúpulos, sem nível nenhum, imberbes que se meteram a fazer política sem o mínimo de preparação e educação, que só pensam no mercantilismo e no ganho pessoal.

Mário Soares tinha razão quando afirmou que esta gente devia estar na cadeia. Só a simples demissão não chega para o mal que já fizeram a Portugal e aos portugueses.

Mas parece que os ventos estão a mudar e já há quem se preocupe e não queira ser conivente com esta podridão.

Um dos maiores “trambiqueiros” (não há outro nome adequado) que governaram Portugal, foi detido. Esperemos que responda pelo mal que fez ao país e aos portugueses, para enriquecer e enriquecer os amigos.

E esperemos que os “outros” começando pelo que residiu em Belém, o que mais prejudicou o país, sem falar das toneladas de ouro que meteu num Banco americano que faliu e ficou com tudo, até aos beneficiários das falcatruas com os submarinos, construções de autoestradas, PPPs, compra de aviões que não voam, etc, etc, etc.

E esperemos que acabem com as benesses dos Partidos e seus apaniguados que ainda querem repor os seus subsídios vitalícios sem nunca terem descontado para isso, sem levarem em conta as reformas (e não subsídios) que foram suspensas, apesar de terem descontado, dos cidadãos que não têm mais outro meio de subsistência. Eles ainda têm a reforma para a qual descontaram e outros “tachos” que lhes foram atribuídos, bem como um subsídio de integração, apesar de terem logo o emprego cá fora à espera, nas empresas que ajudaram fraudulentamente, ou nas empresas controladas pelo Estado para absorver esses militantes e boys partidários.

Vejamos o artigo:

Corrupção dourada

7:00 Quarta-feira, 19 de novembro de 2014 Jornal Expresso

Um Governo que promove a corrupção geral dos valores não tem o direito de se mostrar surpreendido com a corrupção em sentido estrito.
                                                                                                           Alexandre Abreu

Desde a sua introdução em 2012 que os vistos gold me repugnam. Conceder autorizações de residência a troco de dinheiro, em vez de fazê-lo com base em critérios de universalidade, solidariedade e reciprocidade, é da imoralidade mais rasteira - e é bem representativo dos valores de um Governo para o qual tudo se vende, especialmente se se tratar de empresas públicas, e para o qual tudo se compra,  incluindo a integridade dos cidadãos .
Neste caso concreto, o espírito de mercantilização sem limites que encontrou nos vistos gold mais um dos seus avatares foi antecipado nalguns anos por Gary Becker, economista norte-americano recém-falecido que, em termos intelectuais e políticos, é com certeza uma das figuras mais sinistras da história do pensamento económico. Becker celebrizou-se pela aplicação dos princípios da análise microeconómica neoclássica (individualismo e dedutivismo metodológicos, racionalidade optimizadora como axioma) a interacções sociais anteriormente consideradas estranhas à análise económica (em virtude de não serem conceptualizadas como mercados, sendo a economia vista como a ciência das interacções mercantis por excelência).
Becker foi um pioneiro na análise económica da família, do casamento, do crime, da discriminação racial e de muitos outros fenómenos e interacções sociais como sendo escolhas optimizadoras tomadas por indivíduos racionais e auto-interessados: pratico o crime se o desconforto da pena, ponderado pela probabilidade de ser apanhado, exceder a utilidade do que tiver a ganhar com o crime; decido casar-me se considerar que os ganhos de utilidade que advêm dos bens produzidos pelo agregado familiar, os quais incluem crianças, prestígio, companheirismo, amor, saúde acrescida, etc, excedem a "desutilidade" associada ao casamento.
Como teoria, isto está algures entre o vazio e o erro. Vazio, se tivermos em conta que se limita a enunciar, de forma ligeiramente mais sofisticada, uma banalidade óbvia: que, de uma forma geral, praticamos as acções e tomamos as decisões que consideramos preferíveis. Erro, na medida em que remete a explicação de fenómenos intrinsecamente sociais para a esfera estritamente individual, não permitindo apreender os determinantes verdadeiramente relevantes dos fenómenos em causa:. Porque é que o casamento tem umas características numas sociedades e outras caracteristicas noutras sociedades? Porque é que certas comunidades ou sociedades são mais violentas, ou apresentam níveis de criminalidade mais elevados? O que é que explica as diferentes configurações do parentesco e as diferentes obrigações familiares em diferentes contextos culturais? A ciência económica de tudo, levada ao paroxismo por Becker, a nada disto dá resposta. É, na melhor das hipóteses, uma ciência económica de nada, uma anedota de ciência.
Mas na pior das hipóteses é algo bem mais perigoso, pois a crescente expansão do objecto da economia axiomática-dedutiva ao longo das últimas décadas, num programa de investigação que pretende ocupar o espaço das outras ciências sociais - processo por vezes apelidado de " imperialismo da Economia " - não é isenta de uma dimensão ética e moral. Num primeiro momento, apresenta-se as relações sociais como se fossem relações mercantis (uma metáfora); num segundo momento, apresenta-se essas relações sociais como sendo relações mercantis (um juízo de facto); num terceiro momento, apresenta-se essas relações sociais como devendo ser relações mercantis (um juízo normativo), em virtude da putativa superioridade moral intrínseca das relações mercantis, elevadas a tipo-ideal da eficiência, por sua vez elevada a valor supremo.
Não é por isso surpreendente que Becker e os seus correligionários não se tenham limitado a elaborar modelos das relações sociais, ou a pretender explicar essas relações sociais. Como seria de esperar, foram sempre lestos a dar o passo seguinte em direcção à prescrição normativa: "transforme-se tudo em mercado". No caso da regulação dos fluxos migratórios, foi o próprio Becker quem o fez  através de uma comunicação em 2010 ao Institute of Economic Affairs , em Londres, no qual recomendou a adopção de princípios económicos na atribuição de vistos - e em particular a criação de leilões de vistos ou a venda dos mesmos ao preço que limite a procura ao nível desejado.
Como se vê, portanto, os vistos gold têm na sua genealogia ideológica toda uma linhagem de imoralidade e venalidade. É o reino da mercantilização absoluta, onde tudo se compra e tudo se vende. Um reino onde não há cidadãos iguais perante a lei ou seres humanos iguais na sua humanidade - apenas consumidores e produtores iguais perante o mercado na desigualdade da sua capacidade económica.
Assim, bem pode o Ministro Poiares Maduro, na sua falsa ingenuidade, querer afastar qualquer relação entre a imoralidade dos casos criminais de corrupção agora identificados e a imoralidade mais ampla dos vistos gold e da venalidade insidiosa que este Governo transmite a tudo em que toca.
Mas quando, cada vez mais, tudo se compra e tudo se vende - da educação à saúde, das autorizações de residência à cidadania fiscal -, porque não há-de vender-se também a integridade?
Qual o espanto com a cada vez maior prevalência da corrupção em sentido estrito numa sociedade em que a corrupção dos valores em sentido lato encontra no Governo o seu mais entusiástico promotor?

Ler mais:
http://expresso.sapo.pt/corrupcao-dourada=f898811#ixzz3JWTOWWTL

 
Sobre a detenção de José Sócrates e dos outros dos vistos gold é bom lerem este site que vem mais embaixo, sobre as declarações de Marinho e Pinto e Maria José Morgado, em Janeiro de 2012. E parece que têm razão, pelo que não devemos ter grandes espectativas sobre o que vai acontecer com estes processos.

Os advogados que os irão defender, são os mesmos que fizeram as Leis e vão servir-se dos alçapões e vias de fuga que por lá deixaram.

A Ministra da Justiça, atual, tapou as vias de fuga mais utilizadas que permitiam os processos prescrever, mas deve haver outras.

Vamos ver.


 
Sobre as toneladas de ouro que Cavaco Silva perdeu num Banco americano que faliu. Não encontro a fonte onde li, pelo que tenho a ideia que   tenham sido 17 tonelada que muita falta fazem ao país.

Se querem ver o texto que relata os “males” que esse senhor fez a Portugal num livro que veio a público em 19 de Julho de 2015, leiam o site que junto e deixo aqui também o atalho para terem acesso ao Link onde vem esta informação.


 
R.

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