CORRUPÇÃO DOURADA
Por este
artigo de Alexandre Abreu podemos avaliar o ponto a que Portugal chegou, sob a
governação dos autênticos patifes, sem escrúpulos, sem nível nenhum, imberbes
que se meteram a fazer política sem o mínimo de preparação e educação, que só
pensam no mercantilismo e no ganho pessoal.
Mário Soares
tinha razão quando afirmou que esta gente devia estar na cadeia. Só a simples
demissão não chega para o mal que já fizeram a Portugal e aos portugueses.
Mas parece
que os ventos estão a mudar e já há quem se preocupe e não queira ser conivente
com esta podridão.
Um dos
maiores “trambiqueiros” (não há outro nome adequado) que governaram Portugal,
foi detido. Esperemos que responda pelo mal que fez ao país e aos portugueses,
para enriquecer e enriquecer os amigos.
E esperemos
que os “outros” começando pelo que residiu em Belém, o que mais prejudicou o
país, sem falar das toneladas de ouro que meteu num Banco americano que faliu e
ficou com tudo, até aos beneficiários das falcatruas com os submarinos,
construções de autoestradas, PPPs, compra de aviões que não voam, etc, etc,
etc.
E esperemos
que acabem com as benesses dos Partidos e seus apaniguados que ainda querem
repor os seus subsídios vitalícios sem nunca terem descontado para isso, sem
levarem em conta as reformas (e não
subsídios) que foram suspensas, apesar de terem descontado, dos cidadãos
que não têm mais outro meio de subsistência. Eles ainda têm a reforma para a
qual descontaram e outros “tachos” que lhes foram atribuídos, bem como um
subsídio de integração, apesar de
terem logo o emprego cá fora à espera, nas empresas que ajudaram
fraudulentamente, ou nas empresas
controladas pelo Estado para absorver esses militantes e boys partidários.
Vejamos o
artigo:
Corrupção
dourada
7:00 Quarta-feira, 19
de novembro de 2014 Jornal Expresso
Um Governo que promove a corrupção geral dos valores não tem o direito de
se mostrar surpreendido com a corrupção em sentido estrito.
Alexandre Abreu
Desde a sua introdução em 2012 que os
vistos gold me repugnam. Conceder
autorizações de residência a troco de dinheiro, em vez de fazê-lo com base em
critérios de universalidade, solidariedade e reciprocidade, é da imoralidade
mais rasteira - e é bem representativo dos valores de um Governo para o qual
tudo se vende, especialmente se se tratar de empresas públicas, e para o qual
tudo se compra, incluindo
a integridade dos cidadãos .
Neste caso concreto, o espírito de mercantilização sem limites
que encontrou nos vistos gold mais um
dos seus avatares foi antecipado nalguns anos por Gary Becker, economista norte-americano
recém-falecido que, em termos intelectuais e políticos, é com certeza uma das
figuras mais sinistras da história do pensamento económico. Becker
celebrizou-se pela aplicação dos princípios da análise microeconómica
neoclássica (individualismo e dedutivismo metodológicos, racionalidade
optimizadora como axioma) a interacções sociais anteriormente consideradas
estranhas à análise económica (em virtude de não serem conceptualizadas como
mercados, sendo a economia vista como a ciência das interacções mercantis por
excelência).
Becker foi um pioneiro na análise
económica da família, do casamento, do crime, da discriminação racial e de
muitos outros fenómenos e interacções sociais como sendo escolhas optimizadoras
tomadas por indivíduos racionais e auto-interessados: pratico o crime se o
desconforto da pena, ponderado pela probabilidade de ser apanhado, exceder a
utilidade do que tiver a ganhar com o crime; decido casar-me se considerar que
os ganhos de utilidade que advêm dos bens produzidos pelo agregado familiar, os
quais incluem crianças, prestígio, companheirismo, amor, saúde acrescida, etc,
excedem a "desutilidade" associada ao casamento.
Como teoria, isto está algures entre o
vazio e o erro. Vazio, se tivermos em conta que se limita a enunciar, de forma
ligeiramente mais sofisticada, uma banalidade óbvia: que, de uma forma geral,
praticamos as acções e tomamos as decisões que consideramos preferíveis. Erro,
na medida em que remete a explicação de fenómenos intrinsecamente sociais para
a esfera estritamente individual, não permitindo apreender os determinantes
verdadeiramente relevantes dos fenómenos em causa:. Porque é que o casamento
tem umas características numas sociedades e outras caracteristicas noutras
sociedades? Porque é que certas comunidades ou sociedades são mais violentas,
ou apresentam níveis de criminalidade mais elevados? O que é que explica as
diferentes configurações do parentesco e as diferentes obrigações familiares em
diferentes contextos culturais? A ciência económica de tudo, levada ao
paroxismo por Becker, a nada disto dá resposta. É, na melhor das hipóteses, uma
ciência económica de nada, uma anedota de ciência.
Mas na pior das hipóteses é algo bem
mais perigoso, pois a crescente expansão do objecto da economia axiomática-dedutiva
ao longo das últimas décadas, num programa de investigação que pretende ocupar
o espaço das outras ciências sociais - processo por vezes apelidado de " imperialismo
da Economia " - não é isenta de uma dimensão ética e moral. Num primeiro momento,
apresenta-se as relações sociais como se fossem relações mercantis (uma
metáfora); num segundo momento, apresenta-se essas relações sociais como sendo
relações mercantis (um juízo de facto); num terceiro momento, apresenta-se
essas relações sociais como devendo ser relações mercantis (um juízo
normativo), em virtude da putativa superioridade moral intrínseca das relações
mercantis, elevadas a tipo-ideal da eficiência, por sua vez elevada a valor
supremo.
Não é por isso surpreendente que Becker
e os seus correligionários não se tenham limitado a elaborar modelos das
relações sociais, ou a pretender explicar essas relações sociais. Como seria de
esperar, foram sempre lestos a dar o passo seguinte em direcção à prescrição
normativa: "transforme-se tudo em mercado". No caso da regulação dos
fluxos migratórios, foi o próprio Becker quem o fez através
de uma comunicação em 2010 ao Institute of Economic Affairs , em Londres, no qual recomendou a adopção de princípios económicos na
atribuição de vistos - e em particular a criação de leilões de vistos ou a
venda dos mesmos ao preço que limite a procura ao nível desejado.
Como se vê, portanto, os vistos gold têm
na sua genealogia ideológica toda uma linhagem de imoralidade e venalidade. É o
reino da mercantilização absoluta, onde tudo se compra e tudo se vende. Um
reino onde não há cidadãos iguais perante a lei ou seres humanos iguais na sua
humanidade - apenas consumidores e produtores iguais perante o mercado na
desigualdade da sua capacidade económica.
Assim, bem pode o Ministro Poiares
Maduro, na sua falsa ingenuidade, querer afastar qualquer relação entre a
imoralidade dos casos criminais de corrupção agora identificados e a
imoralidade mais ampla dos vistos gold e da venalidade insidiosa que este
Governo transmite a tudo em que toca.
Mas quando, cada vez mais, tudo se
compra e tudo se vende - da educação à saúde, das autorizações de residência à
cidadania fiscal -, porque não há-de vender-se também a integridade?
Qual o espanto com a cada vez maior
prevalência da corrupção em sentido estrito numa sociedade em que a corrupção
dos valores em sentido lato encontra no Governo o seu mais entusiástico
promotor?
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/corrupcao-dourada=f898811#ixzz3JWTOWWTL
Ler mais: http://expresso.sapo.pt/corrupcao-dourada=f898811#ixzz3JWTOWWTL
Sobre a detenção de José Sócrates e dos
outros dos vistos gold é bom lerem
este site que vem mais embaixo, sobre as declarações de Marinho e Pinto e Maria
José Morgado, em Janeiro de 2012. E parece que têm razão, pelo que não devemos
ter grandes espectativas sobre o que vai acontecer com estes processos.
Os advogados que os irão defender, são os
mesmos que fizeram as Leis e vão servir-se dos alçapões e vias de fuga que por
lá deixaram.
A Ministra da Justiça, atual, tapou as vias
de fuga mais utilizadas que permitiam os processos prescrever, mas deve haver
outras.
Vamos ver.
Sobre
as toneladas de ouro que Cavaco Silva perdeu num Banco americano que faliu. Não
encontro a fonte onde li, pelo que tenho a ideia que tenham
sido 17 tonelada que muita falta fazem ao país.
Se
querem ver o texto que relata os “males” que esse senhor fez a Portugal num livro
que veio a público em 19 de Julho de 2015, leiam o site que junto e deixo aqui também o atalho para terem acesso ao
Link onde vem esta informação.
R.
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