Seja
qual for a intenção dos ufonautas, o simples facto de surgirem
inesperadamente num ambiente que não está preparado para entendê-los já
denota um modus operandi invasivo e perturbador. As armas que
utilizam, tanto para repelir uma eventual agressão como para atacar
deliberadamente, muitas vezes gratuitamente e com requintes de sadismo, não
são “inofensivas” como alegam os partidários da corrente angelical da
Ufologia, mas bastante contundentes e até excessivas. Mais do que
paralisantes ou atordoantes, os seus raios luminosos chegam a cegar, podem
ser cancerígenos, vampirescos e até fulminantes, como foi apresentado no artigo
Raios de Luz que Ferem e Matam (UFO
Especial 030). Cabe ressaltar que o uso “civilizado” desse poder jamais
se faz desacompanhado de uma teatralidade planeada, pois é parte do exercício
do mesmo. O palco, o cenário e os figurinos são cuidadosamente arranjados e a
acção, bem ensaiada. O espectáculo é montado preferencialmente em lugares
ermos, afastados e isolados, geralmente em períodos nocturnos e em horas
intempestivas. Abusa-se de uma impressionante mise-en-scène, com uso
de luzes que piscam incessantemente e até hipnotizam, sons monótonos e
repetitivos, indutores de estado de catalepsia e torpor, libertação de
substâncias químicas irritantes ou sufocantes etc. A arte de nossos
visitantes é, por sua própria natureza, performativa.
Estetização da violência, teatro da crueldade ou festival de absurdos? Não
importa a nomenclatura que se dê às ameaçadoras encenações desses seres.
Mesmo as de baixo grau de intensidade são perigosas o bastante para
desencadear distúrbios e traumas mentais muitas vezes irreversíveis nas
vítimas. Já entrevistamos dezenas de testemunhas cujas vidas foram seriamente
prejudicadas. Nas nossas visitas a hospitais psiquiátricos, temos encontrado
pacientes internados há anos e até décadas em decorrência do encontro com
“inocentes” luzes nocturnas [Veja UFO 049]. As sequelas são
catastróficas e duradouras: choque nervoso, estados febris e delirantes,
paranóia, Síndrome do Pânico, depressão, insónia, pesadelos, amnésia,
enxaqueca, náusea, cólicas e desmaios prolongados. Muitos têm os membros
paralisados ou inutilizados, além de apresentar hemorragias, tumores
cancerígenos, queimaduras etc.
O homem que derreteu —
É deveras significativo que um dos casos clássicos da Ufologia seja um
exemplo de comportamento hostil, reunindo as peculiaridades da
imprevisibilidade, sadismo e rudeza. Há 61 anos, no dia 04 de Março de 1946,
uma segunda-feira de Carnaval, mais de um ano antes do início da Era Moderna
dos Discos Voadores, o lavrador João Prestes Filho, 44 anos, e Salvador dos
Santos – ambos moradores do Bairro Cotiano, da então Vila de Araçariguama,
distrito da cidade de São Roque, a cerca de 70 km de São Paulo – foram pescar
às margens do Rio Tietê. Ao anoitecer, por volta das 19h00, começou uma chuva
fina e persistente, e ambos resolveram voltar para as suas casas. Prestes
Filho havia combinado com a sua esposa Silvina Nunes Prestes que trancasse a
porta ao sair para os festejos, já que ele entraria pela janela, que deveria
ficar apenas encostada. Quando empurrou a janela, no entanto, uma luz
fortíssima vinda do alto acertou-lhe em cheio no rosto. O clarão ofuscante
queimou-lhe toda a parte desnuda do corpo – estava com camisa de mangas
curtas desabotoada até a metade, calças arregaçadas, sem chapéu e de pés
descalços – e só não lhe queimou os olhos porque ele os protegeu com as mãos.
Abalado, correu alucinado em direcção à casa da sua irmã Maria, distante uns
dois quilómetros. Gritava e pedia socorro: “acudam-me, acudam-me...” Várias pessoas atenderam ao chamado: a sua
irmã, os comerciantes Jonas de Souza e Guilherme da Silva, o corretor de
imóveis João Gennari, o arrecadador de impostos da Prefeitura de São Roque, o
tesoureiro de Araçariguama Araci Gomide, que também actuava como boticário
nas horas vagas e servira o Exército junto com Prestes Filho, e o delegado
João Malaquias.
O rapaz não apresentava sinais de ferimentos externos nem sentia dor, mas os seus
olhos arregalados estampavam pavor. A sua pele estava enrugada, como se
tivesse sido cozida em água fervente. De repente, os músculos começaram a desprender-se
dos ossos, aos pedaços, trazendo “o horror mais espantoso que poderia ter
surgido na mente dos presentes”, segundo relatou Antonio Las Heras no
seu livro Informe sobre los Visitantes Extraterrestres y sus Naves
Voladoras [Relatório sobre os Visitantes Extraterrestres e suas Naves
Voadoras, Editora Rodolfo Alonso, 1974]. O jornalista e ufólogo Adilson
Machado escreveu a propósito que, “aturdidos,
os amigos e parentes viam as carnes de João soltando-se, rolando sobre o
lençol e o soalho. Primeiro caíram os músculos dos braços, seguidos pelos do
peito, das mãos e das partes inferiores do corpo”. Os ossos e os nervos
iam ficando descobertos. O inspector Gomide viu o nariz e as orelhas de
Prestes Filho a desprenderem-se e rolarem até ao chão. Por incrível que
pareça, a vítima continuava lúcida, acompanhando tudo. Com a boca deformada,
ainda tentava falar, mas não conseguia articular as palavras. Para comunicar,
o rapaz agora movia a cabeça, e com extrema dificuldade. Colocaram-no num
camião e foram para a Santa Casa, no município vizinho de Santana de
Parnaíba, a 19 km. O médico Luiz Caligiuri, ao ver o estado do paciente, que
descarnava ao menor movimento, desenganou-o. Apenas três horas depois do
incidente, às 22h00, Prestes Filho morreu. A causa mortis apontada por
Caligiuri na certidão de óbito, emitida pelo Cartório de Santana de Parnaíba,
foi “colapso cardíaco e queimaduras
generalizadas de primeiro e segundo graus”.
Repercussão mundial —
Em Setembro de 1971, Felipe Machado Carrion, professor de cosmologia do
Colégio Estadual Júlio de Castilhos, de Porto Alegre (RS), e autor do livro Discos
Voadores: Imprevisíveis e Conturbadores [Editora Gráfica Educandário São
Luiz, 1968], participou em São Paulo do IV Colóquio Brasileiro sobre UFOs. Na
ocasião, tomou conhecimento do Caso Prestes por meio do dentista Irineu José
da Silveira – um dos primeiros a pesquisá-lo –, que alguns meses depois
enviou-lhe o relatório completo a respeito. O material serviu de base para o
artigo de Carrion publicado na revista belga Phénomènes Spatiaux e, mais tarde, traduzido para o boletim Stendek, do Centro de Estudos
Interplanetários (CEI), de Barcelona, Espanha. Em Dezembro de 1972, o médico
Walter Karl Bühler, então presidente da Sociedade Brasileira de Estudos de
Discos Voadores (SBEDV), procurou Irineu Silveira e Tito Lívio Gigliardi, a
fim de apurar informações mais precisas sobre o facto. Bühler, defensor da
filosofia de “fraternidade cósmica”, do contactado George Adamski, soube que
em meados daquele ano uma equipe de pesquisadores – composta por Silveira,
Gabliardi, Raul Calfat, Jonas de Souza, Guilherme da Silva Pontes e João
Genari – tentou obter novos elementos que confirmassem o relato de Gomide.
Ele opunha-se aos acontecimentos e tinha a tendência de destratar a maioria
dos fenómenos de agressão e morte causados pelos ocupantes dos UFOs, por mais
claros e evidentes que fossem. Assim, concluiu-se que Prestes morreu em
decorrência de queimaduras por lampião ou querosene.
Essa
hipótese nunca foi aceite, até porque esse tipo de morte ocorre em consequência
da gravidade de ferimentos de terceiro grau, que ultrapassam cerca de 50% do
corpo, ou por choque hipovolémico, crise aguda de insuficiência
cardiovascular, causada geralmente por hemorragias graves ou desidratação, em
que a perda de sangue leva à diminuição da pressão arterial. Nestes casos, a
vítima falece imediatamente ou sobrevive por alguns dias, até que os rins são
afectados e a morte é inevitável. Em 15 de Setembro de 1973, o ufólogo Max
Berezovsky, presidente da Associação de Pesquisas Exológicas (APEX),
juntamente com os ufólogos Guilherme Willi Wirz, João Evangelista Ferraz, E.
Krishna Anaken, William Lee Júnior e pesquisadores da Associação Brasileira
de Estudos das Civilizações Extraterrestres (ABECE), foi recebido em São
Roque pela equipe de pesquisadores acima descrita. Todos traçaram planos
preliminares para a pesquisa do caso. No ano seguinte, em 28 de Setembro,
Wirz, Ivone Brandão, Luiz Jesus Braga Cavalcanti de Araújo e Fernando
Grossmann voltaram à cidade e entrevistaram Araci Gomide, que morava num
sítio às margens do Rio Tietê e era amigo de Prestes Filho. Por ter exercido
a enfermagem nas Forças Armadas, ele foi chamado para socorrê-lo cerca de
duas horas depois do incidente com a misteriosa luz. Na ocasião, ao ver o
estado do colega, perguntou-lhe quem havia feito aquilo, pois parecia ter
sido escaldado em água fervente. Prestes Filho, ainda perfeitamente lúcido,
respondeu: “Ninguém me queimou, nem com água ou fogo”. Mas
ele não sabia exactamente o que tinha acontecido.
Escaldado em água
fervente — Questionado se estava com alguma dor, pois tinha
os músculos a soltarem-se dos ossos, disse que não sentia nada. Além disso,
nenhuma parte de seu corpo estava chamuscada: nem os cabelos, pêlos ou
roupas. Gomide aproximou-se da vítima e cheirou-o. Não sentiu odor de
queimaduras ou mesmo de combustível, como querosene ou álcool. De acordo com
o enfermeiro, a vítima também não estava alcoolizada. Grossmann e Araújo
concluíram que Prestes Filho não foi queimado por chama oriunda de
combustíveis convencionais, nem por algum líquido muito quente. Mas não
sabiam o que havia acontecido exactamente. Durante a sua viagem ao Brasil, em
Abril de 1980, o astrofísico francês Jacques Vallée conferiu prioridade
máxima às ocorrências em que o contacto com UFOs resultava em infortúnio
semelhante ao de Prestes Filho ou então ao Caso das Máscaras de Chumbo [Veja
UFO 087]. Vallée pesquisou minuciosamente esse último facto, ocorrido na
década de 60, e chegou a visitar o local do incidente, no Morro do Vintém, em
Niterói (RJ). Na ocasião, nenhum sinal de violência ou luta foi encontrado em
Miguel José Viana e Manoel Pereira da Cruz, que faleceram em decorrência de
uma sinistra experiência. Os seus corpos estavam próximos, um ao lado do
outro, deitados de costas no chão.
Várias coisas chamaram à atenção da polícia, como um par de óculos pretos com
uma aliança numa das hastes, um lenço com as iniciais M. A. S., duas máscaras
de chumbo e um papel com equações básicas de electrónica. Uma delas era a Lei de Ohm, envolvendo potência,
tensão, corrente e resistência. Junto disso estava um curioso pedaço de papel
com os dizeres: “16h30 – Estar no local determinado. 18h30 – Ingerir cápsula. Após
efeito, proteger metais. Aguardar sinal – Máscara”. Assim como o de
Prestes Filho, esse caso também não foi solucionado. Até mesmo a autópsia
realizada nos cadáveres, pelo médico legista Astor Pereira de Melo, nada
revelou como causa da morte dos rapazes, pois não havia sinais de violência,
envenenamento ou distúrbios orgânicos. Nem mesmo indícios de contaminação por
radioactividade. Vallée alarmou-se ao constatar que a lista de vítimas desse
tipo de agressão – que parte de seres extraterrestres – era maior do que se
poderia pensar examinando a literatura ufológica. E o primeiro nome da
relação era justamente o de João Prestes Filho.
Clarão que mata —
Na segunda metade da década de 90, após permanecer vários anos sem quaisquer
novidades, resgatamos a ocorrência com o auxílio do consultor de UFO Pablo
Villarrubia Mauso, e redigimos extensas matérias em que foi apresentada
grande parte dos resultados das análises. Elaboramos uma reconstituição do
histórico acontecimento, inferindo algumas conclusões, citando documentos,
narrando as viagens à região e transcrevendo as entrevistas que realizamos
com antigos moradores que presenciaram a agonia de Prestes Filho e a aparição
constante de fenómenos luminosos – que há décadas fazem evoluções
caprichosamente pelo céu nocturno, infundindo pavor, inquietação e
enriquecendo a tradição folclórica local [Veja UFO 060]. Na década de
70, o jovem pesquisador de astronáutica e Ufologia Gustavo Correa entrevistou
o ex-vice-prefeito e então presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais
de São Roque, Dante Bastos, e a moradora Flora Maria de Mattos Fernandes.
Bastos relatou que certa vez observou da sua chácara que “um desses objectos
vinha do sul, enquanto que um avião bimotor rumava no sentido norte. Os dois
estavam em rota de colisão. Quando já bastante próximos um do outro, o objecto
não identificado desviou-se bruscamente para cima, continuando a aeronave na
sua rota normal”. Na época, ele empregava cerca de 20 homens na sua
propriedade rural e muitos deles, senão todos, já tinham avistado tais artefactos.
Um desses trabalhadores, Jurandir Pereira, disse que certo dia, ao
levantar-se, às 05h00, viu um UFO metálico e semelhante a uma bacia virada
para baixo.
Flora Maria, por sua vez,
contou que na noite de 02 de Outubro de 1972 saiu da cidade com o marido
Jatis Fernandes, com destino à Chácara Santa Rita, a uns 10 minutos de onde
estavam. Na propriedade estava a ser realizada a festa de aniversário do seu
filho, com a presença de várias crianças. Tudo corria bem até que, por volta
das 21h40, um objecto opaco, com mais de 30 m de diâmetro, apareceu a apenas
30 m de altura sobre as crianças, que estavam reunidas no pátio. O UFO tinha
diversas janelas quadradas, através das quais saía uma luz cor-de-rosa.
Permaneceu por alguns minutos parado no ar, sem emitir ruído algum. Nisso,
dois cães começaram a ladrar muito e aproximaram-se do disco. Após algum
tempo, o objecto emitiu um clarão de luz por todo o local e partiu produzindo
um som semelhante ao de uma turbina, só que muito mais suave. No dia seguinte
à ocorrência, quando Flora foi à feira na cidade, muitos comentaram que
tinham visto algo estranho próximo à Chácara Santa Rita. Dois dias depois da
festa, um dos cachorros apareceu morto. Após quatro dias, o outro também
morreu. “Eles tinham os olhos bem vermelhos e não apresentavam sinais
de mordeduras ou fracturas”. Segundo Flora, logo na manhã
posterior ao aparecimento da nave, os animais não queriam comer e aparentavam
desânimo. No dia anterior à morte do último cão, havíamos levado o mesmo a
uma Faculdade de Veterinária de São Paulo. Ele foi examinado e não foi
constatada nenhuma doença, mas o cachorro continuava abatido e recusava-se a
comer. Ninguém conseguiu descobrir a causa da morte, mas é lógico que algo os
atingiu enquanto ladravam para o disco. “Alguma coisa fez com que morressem,
mesmo porque não estavam doentes anteriormente”, acredita Flora. Ao que
parece, o clarão lançado pelo UFO teria matado os cães, embora não tenha afectado
as crianças que estavam no local.
Queimado por uma bola
de fogo — Há outros episódios do género na literatura
ufológica mundial. Um deles, pesquisado pelo então capitão Edward J. Ruppelt,
chefe do Projeto Blue Book, foi o Caso Deverges. Ruppelt introduziu
argumentos novos depois de rigorosa investigação. No seu livro Discos
Voadores: Relatórios sobre os Objectos Aéreos Não Identificados [Editora
Difel, 1979], afirma que o chefe de escoteiros Sonny Deverges mentiu sobre um
facto acontecido em 1952. O capitão disse que ele teria omitido algumas
informações, como se propositadamente quisesse estabelecer uma confusão. O facto
ocorreu na noite de 19 de Agosto daquele ano. Deverges, então com 30 anos, dirigia
o seu automóvel em companhia de três pupilos, quando, nas proximidades de um
bosque, teve a atenção despertada por um UFO luminoso que parecia estar entre
as árvores. Ele deixou os meninos no carro e foi até ao local para ver do que
se tratava. Algum tempo depois regressou aterrorizado e com vestígios de
queimaduras nos braços e no boné.
O chefe dos escoteiros
declarou à polícia local que, enquanto estava parado no meio da mata, um
grande objecto em forma de disco pairou sobre a sua cabeça e disparou um raio
luminoso, que o queimou. O capitão Ruppelt foi à Flórida entrevistar os
escoteiros, que lhe disseram que as luzes pareciam-se com as de um avião em
pane. Como estavam munidos de duas lanternas eléctricas, acompanharam a
incursão do seu chefe pela mata a dentro. Deverges começou a sentir um cheiro
e calor estranhos. Alguns passos adiante deparou-se com uma sombra escura, 15
m acima, que vedava a luz das estrelas. Voltou-se para trás e iluminou-a com
a lanterna. Foi quando avistou um objecto circular com uma depressão na parte
inferior e uma torre na superior, que emitia um ruído quase imperceptível. O
mesmo disparou uma pequena bola de fogo vermelha na sua direcção, que se
expandia conforme se aproximava. Ao ser atingido, Deverges desmaiou. Os
escoteiros viram quando a bola o envolveu. Desesperados, saltaram do carro e
correram em direcção a uma fazenda nas proximidades. O proprietário chamou a polícia
e todos ajudaram no resgate do rapaz que, ao voltar a si, saiu da mata
apavorado. Os investigadores encontraram uma lanterna eléctrica ainda acesa
no local. No caminho, o chefe notou que o seu rosto, braços e boné estavam
queimados.
Lesões graves —
Diante desse quadro, o delegado resolveu comunicar o caso à Força Aérea
Norte-Americana (USAF). Ruppelt interpelou o médico que examinou Deverges,
obtendo a confirmação de que este sofrera queimaduras ligeiras – comparáveis
às produzidas pelo Sol – nos braços, costas das mãos e dentro do nariz. Outro
aspecto deste caso é bastante intrigante: raízes de plantas da mata estavam
queimadas, mas as folhas não. O calor necessário para tanto seria de 150 °C.
Ruppelt reexaminou o local e concluiu que não havia fontes de águas quentes
que pudessem ter aquecido a terra. Além disso, não existia nenhuma substância
química no solo e nada mais que pudesse explicar o fenómeno. “A única maneira
pela qual se teria feito a falsificação seria aquecendo o solo por baixo.
Mas, como poderia isso ser feito sem o uso de um grande equipamento e sem
revirar a terra? Até ao momento as raízes chamuscadas permanecem um
mistério”, declarou o oficial.
Caso Lança-Chamas —
Outro facto de gravidade ligado aos UFOs foi o levantado pelo repórter
Cataldo Bove, do jornal Diário do Povo, de Campinas (SP). Ele apurou um caso
igualmente inusitado e desconcertante, que foi divulgado na edição de 10 de Junho
de 1959 e resumido por Bühler no boletim da SBEDV. Em Setembro de 1957, um
fazendeiro e dois empregados consertavam uma cerca que fazia a divisão com
uma fábrica de açúcar, quando repentinamente um dos funcionários se jogou ao
solo. Os outros correram para ajudá-lo. Foi quando, apavorado, ele apontou
para um objecto em forma de peneira, com uma cúpula em baixo e outra em cima,
que sobrevoava o local. Eles estimaram ter ficado a observar o objecto por
cerca de 20 minutos, porém, o tempo relatado pelas testemunhas não pôde ser
comprovado, pois o relógio deles havia parado. O artefacto mantinha-se pairando
a uns dois metros do solo. Não emitia luz, nem qualquer ruído.
Inesperadamente, da sua parte superior abriu-se uma fenda, de onde emergiram
três indivíduos com cerca de 1,70 m de altura, que deslizaram pela cúpula
como se estivessem a patinar. Usavam uma roupa furta-cor [Que altera a sua
cor conforme a incidência da luz], de tecido colante ao corpo, como malha. Em
terra, começaram a andar observando primeiro a nave e, em seguida, as
adjacências. Um deles carregava uma espécie de radar. Em dado momento, os
extraterrestres moveram uma cúpula localizada em baixo do UFO, de onde
retiraram um instrumento com mais ou menos 40 cm de comprimento por uns 30 cm
de largura. Então, seguiram em direcção ao rio, distante uns 800 m do local
onde estavam.
A essa altura, o fazendeiro
tinha mandado um de seus empregados ir até a cidade e trazer um fotógrafo que
pudesse documentar aquilo. Mas o empregado, apavorado, foi e não voltou. O
proprietário, juntamente com o outro rapaz, aproximou-se da nave e
rodearam-na em busca de alguma abertura. Notaram pequenos espaços cobertos
com algo metálico, parecido com um coador de cafeteira. Foi então que o
fazendeiro tomou coragem e bateu com a carabina no disco. O som ecoava dentro
do UFO, como se fosse oco. Usou, então, o seu facão paraguaio para deslocar
uma espécie de rebite do aparelho. Notou que o material não era ferro ou
chapa. Além disso, não se parecia com metal e sim com algo plastificado, como
uma resina acrílica. O objecto tinha as cores prata e dourada. Era redondo,
com discos de tamanhos diferentes sobrepostos e três peneiras. A parte de
baixo era côncava e no centro havia uma outra cúpula convexa, que foi
retirada e deixada de lado. O disco estava assentado sobre um tripé, tendo
nas extremidades três esferas maciças e metálicas, com diâmetro entre 1,20 m
e 1,50 m, que estavam afundadas no chão, a uns 40 cm. Essas bolas estavam
protegidas por uma espécie de cúpula, que tinha em cima alguns pistões que
manobravam o tripé. Eram cromadas e reflectiam imagens espelhadas. Havia na
parte de baixo um disco em formato de volante transparente, com mais de 20
perfurações, cujo centro era repleto de circunferências metálicas que se
movimentavam.
As testemunhas viram quando os três tripulantes retornaram do rio trazendo um
instrumento. Ao passarem perto de um pé de Jacarandá, um dos ETs, que trazia
um tubo nas costas, accionou uma espécie de lança-chamas na referida árvore,
queimando-a. Os três tripulantes passaram a uma distância de 50 m das
testemunhas e eram aparentemente normais, semelhantes a humanos. O fazendeiro
e o funcionário verificaram que, da casa daquele rapaz que foi à cidade
buscar ajuda, e que não voltou, os alienígenas retiraram alguns objectos de
uso doméstico, como facas, latas de doce, conservas e até uma metralhadora
alemã. Entrevistados pelo pesquisador Bühler, os indivíduos confirmaram o facto.
Eles apenas acrescentaram que durante aproximadamente seis meses sentiram
“certa fraqueza nas pernas”, só se locomovendo com o uso de bengala.
Embate com
extraterrestres — Vejamos mais uma ocorrência estarrecedora.
No dia 28 de Novembro de 1954, às 02h00, Gustavo Gonzales e José Ponce iam de
camião até o mercado municipal de Petare, Caracas, Venezuela, quando foram
obrigados a parar devido ao bloqueio da rua principal por uma enorme esfera
luminosa suspensa a dois metros do solo. Gonzales foi averiguar o que estava a
acontecer e notou uma pequena criatura de um metro de altura, com o corpo
coberto de pêlos, vindo rapidamente em sua direcção. Os olhos do ser pareciam
brilhar, como os de um felino. Ele tentou agarrá-lo, mas logo sentiu o quanto
seu corpo era rígido. O pequenino empurrou-o violentamente e tornou a ir na
sua direcção, dessa vez com as mãos estendidas, deixando à mostra longas
garras. O rapaz então sacou a sua faca e golpeou o ser na altura do ombro. A
lâmina, no entanto, em vez de penetrar na carne, faiscou em contacto com os
pêlos, como se fossem metálicos. No desenrolar da luta, Ponce observou duas
criaturas semelhantes a saírem correndo de uma rua próxima, aparentemente
carregando cascalho para dentro do objecto. Apavorado, o homem resolveu chamar
a polícia, torcendo para que o seu companheiro não fosse ferido na luta.
Gonzales ainda empunhava a faca no momento em que um dos seres saiu da esfera
segurando um tubo em uma das mãos, de onde disparou um jacto de luz. Ponce
relatava o caso na delegacia local quando os policias trouxeram Gonzales,
bastante perturbado e machucado. A polícia confirmou a história para a
imprensa, segundo informou o ufólogo Jader U. Pereira, na obra Tipologia dos
Humanóides Extraterrestres, da primeira fase da Colecção Biblioteca UFO
(...).
“Estopa velha” —
Em 20 de Dezembro de 1958, em Hoganas, Suécia, dois jovens de 20 anos viram
um disco de aproximadamente cinco metros de diâmetro e um metro de altura
estacionado, apoiado sobre três pernas. Ao se aproximarem dele, foram
atacados por quatro criaturas amorfas de cor cinza chumbo. Os seres tinham
cerca de 1,30 m de altura e espessura de 40 cm. Pareciam adivinhar as
intenções dos jovens. Foi quando começaram a lutar. Ao esmurrar um dos seres
no ombro, a mão de uma das testemunhas simplesmente afundou no corpo
gelatinoso, que exalava um cheiro semelhante a “estopa velha”. A luta com as
criaturas durou de quatro a sete minutos, quando as criaturas finalmente
retornaram para o disco que, ao ser aberto, emitiu um som apavorante. Os
jovens ficaram paralisados devido às vibrações do UFO. Pouco tempo depois,
foram socorridos e levados a um hospital próximo. Após um mês do ocorrido, o
psiquiatra Ingeborg Kjellin examinou-os e atestou sanidade. Posteriormente,
submetidos à análise hipnótica pelos doutores Lars Erick, Essen e Kilhelm
Hellstein, confirmaram as suas declarações do facto. As informações desse
caso estão guardadas no Departamento de Defesa Militar da Suécia.
A eterna interrogação
dos seres humanos — se os nossos visitantes são amigáveis ou hostis — só será
respondida quando houver um contacto definitivo e aberto com eles.
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