AS ORDENS INICIÁTICAS
(Texto sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990)
Sabemos da existência
dos mundos “invisíveis” que exercem forte influência sobre o nosso mundo
“visível” e as suas consequências. Trava-se uma luta constante entre aqueles
que querem destruir a humanidade e aqueles que a defendem.
Só que essa luta,
apesar das suas consequências arrasadoras que se manifestam na nossa realidade,
passa despercebida pela maioria esmagadora da humanidade que permanece
“adormecida”. Normalmente as pessoas consideram esses “factos” que lhes entram
pelos olhos a dentro como fenómenos da Natureza, vindos do nada e aleatórios,
bem ao contrário do que as pessoas “acordadas” que já se aperceberam que não há
nada aleatório ou vindo do nada e que têm possibilidades de dominar com o
treino adequado.
A religião,
principalmente reunida em instituições preparadas para iludir o ser humano é,
neste caso, a principal dissuasora do interesse e curiosidade que alguns
humanos possam ter por estes fenómenos que o rodeiam. Mantêm o homem preso a
crenças, dogmas e medos sobrenaturais para que este não “acorde” e assuma o seu
verdadeiro papel no mundo e gerencie o planeta em liberdade, com a autoridade e
poder que Deus lhe deu quando lhe “entregou” a Terra e tudo o que nela existe.
Mas, bem ou mal
orientados, há ordens iniciáticas que procuram combater essas hostes de seres
“invisíveis” que dominam grande parte da natureza, o que os obrigou a aprender
e conhecer essas “forças” energéticas do ambiente eminentemente material, que
nada têm a ver com o mundo espiritual e por isso condenados por aqueles que
consideram todas essas energias como maléficas e, portanto, “mágicas” e
proibidas pelo Senhor que, sabendo que o homem é um pecador por natureza não
deve nem pode interagir com elas porque ficará sempre em desvantagem e corre o
risco de soçobrar e perder a Luz.
Por curiosidade, para
aqueles que querem aprender os segredos da vida material que, tendo os seus
atractivos, podem corromper o homem e desviá-lo da sua evolução e regresso ao
mundo do espírito de onde proveio, com mais conhecimento e capacidade de
dominar a matéria, transcrevo aqui o Editorial da Revista Rosacruz nº 297 de
1985 editada pela Fraternidade Rosacruz de Portugal.
As Ordens Iniciáticas
Quer a grande massa humana acredite quer não, o que é um facto é
que, actualmente, existem doze grandes Ordens ocultas no mundo.
Seus membros, ainda que totalmente desconhecidos das pessoas em
geral, agem em todos os recantos da terra, colaborando com os respectivos
habitantes, sempre que lhes é possível entrar em contacto com a mente daqueles
que estão suficientemente avançados para compreender as grandes verdades da
vida e o propósito da existência, conhecimento que eles possuem vastamente em
relação ao homem vulgar.
São seres humanos como os outros, diferenciando-se porém pelo
facto de se terem adiantado enormemente acima do restante conjunto humano;
estando, assim, na posse de um conhecimento tão profundo que, muitos poucos dos
restantes estão capacitados para compreender o que eles tentam, esforçadamente,
dar a conhecer.
Os membros destas Ordens realizam um trabalho Universal. É tão
profundo o seu conhecimento, que lhes dá uma absolta familiaridade com a fonte
e os poderes das forças subtis da Natureza, como por exemplo a electricidade, o
magnetismo, a telepatia, etc. Conhecem também as miríades de outras
manifestações de seres, com os quais jamais o homem vulgar sonhou, apesar de
tais forças se encontrarem activas ao seu redor. Conhecem a fonte oculta da
acção vulcânica, a origem do vento, as forças invisíveis que produzem os
relâmpagos, o poder que faz germinar o grão e a energia que mantém os oceanos
em constante movimento.
São eles pois, com a rapidez possível, que iluminam aquela
humanidade que despertou uma inteligência suficiente e que é digna de ser
instruída. Dão-lhe o que reputam necessário e que seja possível de compreender.
Conhecem tão profundamente as forças da natureza que têm o
cuidado de agir de forma que tais forças nunca sejam postas em acção por
pessoas sem escrúpulos, pois tais forças poderiam servir para destruir toda a
humanidade num abrir e fechar de olhos.
Conhecem a tremenda inteligência e capacidade do Arquitecto do
nosso sistema solar, uma coisa vivente que Ele colocou no espaço para que
continue existindo através de tempo incontável, não sendo fácil à mente do
homem mortal compreender, nem ao de leve, o alcance da sua enorme continuidade.
Estes seres superiores, onde se encontram os rosacruzes, nunca
se encontram nas plataformas públicas ou organizações políticas, expondo os
seus pontos de vista sobre os tópicos do dia ou acerca dos seus conhecimentos.
Movem-se, em todo o mundo, sem nenhuma obstrução, inspirando uma palavra ali,
implantado uma ideia avançada acolá, a fim de que possam encontrar alojamento
na mente de alguns indivíduos que se
encontrem em uníssimo com a vibração do ideal subjectivamente implantado.
É assim que é descoberta e posta em acção a solução dos
problemas que preocupam os que marcham na vanguarda do progresso.
O grande projecto da vida, o seu grande propósito, é o
desenvolvimento dos poderes do espírito; e todas as coisas que se interponham a
este propósito têm de ser eliminadas, de preferência pelo esclarecimento das mentes e pela educação. Mas quando este
trabalho não surte efeito, são legítimos os meios extremos.
Sabemos que cada coisa tem o seu próprio efeito, o qual é
inevitável e está necessariamente, em harmonia com a causa que o produziu.
Sabemos que a injúria sobre outrem, por qualquer razão, recai, a seu tempo,
sobre o que injuriou, não importando a demora. E por isso é praticamente inútil
indultar as más acções, com o fundamento de que os resultados justificam os
meios. Tal argumento não tem base, porquanto, nem por um momento só se pode
modificar o trabalho da grande lei cósmica da qual resulta um efeito semelhante
à causa, quer seja em sentido do mal como no do bem. É por isso mesmo que os
membros das Ordens ocultas mencionadas se esforçam por imprimir estas verdades,
além de outras, na mente da
humanidade.
A lei de “causa e efeito” é a grande lei. E quando ela nos traz
o resultado das nossas próprias acções más, do passado, são absolutamente
inúteis as lamentações acerca do que dominamos de má sorte. Ser-nos-á muito
mais útil enfrentarmos as condições e consequências, investigando e aprendendo
a lição.
O que é importante é que aprendamos através dos nossos actos.
Actualmente encontramo-nos a braços com terríveis conflitos, que
afectam todo o mundo. O que nos trarão eles?
Seguramente, são o resultado das nossas acções no passado. Quais
teriam elas sido? Se quisermos investigar não teremos de ir muito longe! De
cima a baixo, na nossa civilização, não é difícil observar a opressão a
florescer de alguma forma e por toda a parte. Façamos a observação onde
quisermos, porque encontraremos sempre situações altamente desumanas.
No entanto, todos somos membros da grande família humana e, como
tais, os mais fortes devem e têm de ser os responsáveis pelo bem estar dos outros,
mais débeis e menos capacitados. E o que há a fazer pelos menos capacitados?
Certamente que jamais fortaleceremos os seus poderes internos e os ajudaremos a
alcançar a Luz, se lhes dermos, sem a sua intervenção, o que eles não têm
querido aprender. Mas podemos auxilia-los se, pouco a pouco, lhes formos
mostrando a maneira, caminhos e meios, de eles se ajudarem a si mesmos. Os
nossos conhecimentos não devem servir para oprimir, mas para os tornar
verdadeiramente livres, iguais a nós.
Já passou o tempo em que era tolerado o erro como engenho para
obter o melhor dos demais. No passado isso pôde ter justificação. Essa época,
porém, já passou e a cooperação colectiva deve tomar o seu lugar, se a
humanidade quiser ter paz e progresso.
É a grande lição que a humanidade tem de aprender de todos estes
conflitos. Todos os que não aprenderem, quer sejam nações ou indivíduos, não
permanecerão na vanguarda da evolução, dirigindo e guiando o progresso do
mundo.
Os sábios que vigiam a direcção dos assuntos do nosso globo, as
grandes Fraternidades, em geral desconhecidas do mundo profano, sabem como
fixar no ânimo daqueles que estão à cabeça, que o homem é o defensor do seu
irmão e que, o que prejudica ou beneficia um, conforme os casos, prejudica ou
beneficia todos; e o seu esforço é todo no sentido de que as coisas se
estabeleçam como devem ser estabelecidas.
Quem ganhará com todos estes conflitos? Será a vitória quando
obtida que, por si só, dará uma paz duradoura?
Tudo isto depende do motivo e intenção predominante dos povos e
pessoas em conflito.
Aqueles que estiverem mais próximos dos propósitos do
adiantamento do bem em todo o mundo, serão os que ganharão.
E depois, será a paz? Certamente sim. Tudo dependerá dos
vitoriosos. Será duradoura se eles se unirem numa causa comum de elevação,
tendente a beneficiar toda a humanidade.
Pode isto efectuar-se?
Uma vez mais as grandes Fraternidades das Ordens ocultas
apresentarão as ideias justas nas mentes daqueles que estão mais capacitados
para as receberem e porem em prática. A nota predominante, das ideias que as
ordens apresentarão às mentes de
tais pessoas, é a da fraternidade.
A prova de que este trabalho já começou a dar resultado, é
evidente em muitos aspectos, para aqueles que são os administradores das leis
da terra. Temos a demonstração em muitos países. Instituições para correcção de
jovens delinquentes são cada vez mais acarinhadas e a reforma prisional é
também objecto de maior atenção, no sentido de se recuperar inteiramente o
condenado para uma vida honrada quando voltar à liberdade.
Existe outra demonstração da acção das grandes Ordens ocultas. É
a que resulta nos grandes movimentos altruísticos. Que se multiplicam em número
e grau surpreendente, levando ajuda e elevação aos que são beneficiados.
Este tipo de socorro é que frequentemente envolve, não somente o
exercício do pensamento, mas também de um considerável auto-sacrifício que,
inevitavelmente, reage e beneficia o que presta ajuda.
Tudo isto se deve à sabedoria e acção invisível daqueles que são
verdadeiramente grandes, para quem o progresso e desenvolvimento ao longo das
linhas humanitárias é um objectivo sempre presente, e para cujo alcance se não
poupam esforços, ajudando as pessoas.
Não obstante, quando estas ideias são lançadas entre as pessoas
e estas as recusam, considerando-as como um sonho utópico, subsistirá a
possibilidade de conflitos e guerras, cujos resultados, sempre agravados, não é
fácil predizer-se.
F.C.
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