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domingo, 21 de outubro de 2018


AS ORDENS INICIÁTICAS

(Texto sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990)

Sabemos da existência dos mundos “invisíveis” que exercem forte influência sobre o nosso mundo “visível” e as suas consequências. Trava-se uma luta constante entre aqueles que querem destruir a humanidade e aqueles que a defendem.

Só que essa luta, apesar das suas consequências arrasadoras que se manifestam na nossa realidade, passa despercebida pela maioria esmagadora da humanidade que permanece “adormecida”. Normalmente as pessoas consideram esses “factos” que lhes entram pelos olhos a dentro como fenómenos da Natureza, vindos do nada e aleatórios, bem ao contrário do que as pessoas “acordadas” que já se aperceberam que não há nada aleatório ou vindo do nada e que têm possibilidades de dominar com o treino adequado.

A religião, principalmente reunida em instituições preparadas para iludir o ser humano é, neste caso, a principal dissuasora do interesse e curiosidade que alguns humanos possam ter por estes fenómenos que o rodeiam. Mantêm o homem preso a crenças, dogmas e medos sobrenaturais para que este não “acorde” e assuma o seu verdadeiro papel no mundo e gerencie o planeta em liberdade, com a autoridade e poder que Deus lhe deu quando lhe “entregou” a Terra e tudo o que nela existe.

Mas, bem ou mal orientados, há ordens iniciáticas que procuram combater essas hostes de seres “invisíveis” que dominam grande parte da natureza, o que os obrigou a aprender e conhecer essas “forças” energéticas do ambiente eminentemente material, que nada têm a ver com o mundo espiritual e por isso condenados por aqueles que consideram todas essas energias como maléficas e, portanto, “mágicas” e proibidas pelo Senhor que, sabendo que o homem é um pecador por natureza não deve nem pode interagir com elas porque ficará sempre em desvantagem e corre o risco de soçobrar e perder a Luz.

Por curiosidade, para aqueles que querem aprender os segredos da vida material que, tendo os seus atractivos, podem corromper o homem e desviá-lo da sua evolução e regresso ao mundo do espírito de onde proveio, com mais conhecimento e capacidade de dominar a matéria, transcrevo aqui o Editorial da Revista Rosacruz nº 297 de 1985 editada pela Fraternidade Rosacruz de Portugal.

As Ordens Iniciáticas

Quer a grande massa humana acredite quer não, o que é um facto é que, actualmente, existem doze grandes Ordens ocultas no mundo.

Seus membros, ainda que totalmente desconhecidos das pessoas em geral, agem em todos os recantos da terra, colaborando com os respectivos habitantes, sempre que lhes é possível entrar em contacto com a mente daqueles que estão suficientemente avançados para compreender as grandes verdades da vida e o propósito da existência, conhecimento que eles possuem vastamente em relação ao homem vulgar.

São seres humanos como os outros, diferenciando-se porém pelo facto de se terem adiantado enormemente acima do restante conjunto humano; estando, assim, na posse de um conhecimento tão profundo que, muitos poucos dos restantes estão capacitados para compreender o que eles tentam, esforçadamente, dar a conhecer.

Os membros destas Ordens realizam um trabalho Universal. É tão profundo o seu conhecimento, que lhes dá uma absolta familiaridade com a fonte e os poderes das forças subtis da Natureza, como por exemplo a electricidade, o magnetismo, a telepatia, etc. Conhecem também as miríades de outras manifestações de seres, com os quais jamais o homem vulgar sonhou, apesar de tais forças se encontrarem activas ao seu redor. Conhecem a fonte oculta da acção vulcânica, a origem do vento, as forças invisíveis que produzem os relâmpagos, o poder que faz germinar o grão e a energia que mantém os oceanos em constante movimento.

São eles pois, com a rapidez possível, que iluminam aquela humanidade que despertou uma inteligência suficiente e que é digna de ser instruída. Dão-lhe o que reputam necessário e que seja possível de compreender.

Conhecem tão profundamente as forças da natureza que têm o cuidado de agir de forma que tais forças nunca sejam postas em acção por pessoas sem escrúpulos, pois tais forças poderiam servir para destruir toda a humanidade num abrir e fechar de olhos.

Conhecem a tremenda inteligência e capacidade do Arquitecto do nosso sistema solar, uma coisa vivente que Ele colocou no espaço para que continue existindo através de tempo incontável, não sendo fácil à mente do homem mortal compreender, nem ao de leve, o alcance da sua enorme continuidade.

Estes seres superiores, onde se encontram os rosacruzes, nunca se encontram nas plataformas públicas ou organizações políticas, expondo os seus pontos de vista sobre os tópicos do dia ou acerca dos seus conhecimentos. Movem-se, em todo o mundo, sem nenhuma obstrução, inspirando uma palavra ali, implantado uma ideia avançada acolá, a fim de que possam encontrar alojamento na mente de alguns indivíduos que se encontrem em uníssimo com a vibração do ideal subjectivamente implantado.

É assim que é descoberta e posta em acção a solução dos problemas que preocupam os que marcham na vanguarda do progresso.

O grande projecto da vida, o seu grande propósito, é o desenvolvimento dos poderes do espírito; e todas as coisas que se interponham a este propósito têm de ser eliminadas, de preferência pelo esclarecimento das mentes e pela educação. Mas quando este trabalho não surte efeito, são legítimos os meios extremos.

Sabemos que cada coisa tem o seu próprio efeito, o qual é inevitável e está necessariamente, em harmonia com a causa que o produziu. Sabemos que a injúria sobre outrem, por qualquer razão, recai, a seu tempo, sobre o que injuriou, não importando a demora. E por isso é praticamente inútil indultar as más acções, com o fundamento de que os resultados justificam os meios. Tal argumento não tem base, porquanto, nem por um momento só se pode modificar o trabalho da grande lei cósmica da qual resulta um efeito semelhante à causa, quer seja em sentido do mal como no do bem. É por isso mesmo que os membros das Ordens ocultas mencionadas se esforçam por imprimir estas verdades, além de outras, na mente da humanidade.

A lei de “causa e efeito” é a grande lei. E quando ela nos traz o resultado das nossas próprias acções más, do passado, são absolutamente inúteis as lamentações acerca do que dominamos de má sorte. Ser-nos-á muito mais útil enfrentarmos as condições e consequências, investigando e aprendendo a lição.

O que é importante é que aprendamos através dos nossos actos.

Actualmente encontramo-nos a braços com terríveis conflitos, que afectam todo o mundo. O que nos trarão eles?

Seguramente, são o resultado das nossas acções no passado. Quais teriam elas sido? Se quisermos investigar não teremos de ir muito longe! De cima a baixo, na nossa civilização, não é difícil observar a opressão a florescer de alguma forma e por toda a parte. Façamos a observação onde quisermos, porque encontraremos sempre situações altamente desumanas.

No entanto, todos somos membros da grande família humana e, como tais, os mais fortes devem e têm de ser os responsáveis pelo bem estar dos outros, mais débeis e menos capacitados. E o que há a fazer pelos menos capacitados? Certamente que jamais fortaleceremos os seus poderes internos e os ajudaremos a alcançar a Luz, se lhes dermos, sem a sua intervenção, o que eles não têm querido aprender. Mas podemos auxilia-los se, pouco a pouco, lhes formos mostrando a maneira, caminhos e meios, de eles se ajudarem a si mesmos. Os nossos conhecimentos não devem servir para oprimir, mas para os tornar verdadeiramente livres, iguais a nós.

Já passou o tempo em que era tolerado o erro como engenho para obter o melhor dos demais. No passado isso pôde ter justificação. Essa época, porém, já passou e a cooperação colectiva deve tomar o seu lugar, se a humanidade quiser ter paz e progresso.

É a grande lição que a humanidade tem de aprender de todos estes conflitos. Todos os que não aprenderem, quer sejam nações ou indivíduos, não permanecerão na vanguarda da evolução, dirigindo e guiando o progresso do mundo.

Os sábios que vigiam a direcção dos assuntos do nosso globo, as grandes Fraternidades, em geral desconhecidas do mundo profano, sabem como fixar no ânimo daqueles que estão à cabeça, que o homem é o defensor do seu irmão e que, o que prejudica ou beneficia um, conforme os casos, prejudica ou beneficia todos; e o seu esforço é todo no sentido de que as coisas se estabeleçam como devem ser estabelecidas.

Quem ganhará com todos estes conflitos? Será a vitória quando obtida que, por si só, dará uma paz duradoura?

Tudo isto depende do motivo e intenção predominante dos povos e pessoas em conflito.

Aqueles que estiverem mais próximos dos propósitos do adiantamento do bem em todo o mundo, serão os que ganharão.

E depois, será a paz? Certamente sim. Tudo dependerá dos vitoriosos. Será duradoura se eles se unirem numa causa comum de elevação, tendente a beneficiar toda a humanidade.

Pode isto efectuar-se?

Uma vez mais as grandes Fraternidades das Ordens ocultas apresentarão as ideias justas nas mentes daqueles que estão mais capacitados para as receberem e porem em prática. A nota predominante, das ideias que as ordens apresentarão às mentes de tais pessoas, é a da fraternidade.

A prova de que este trabalho já começou a dar resultado, é evidente em muitos aspectos, para aqueles que são os administradores das leis da terra. Temos a demonstração em muitos países. Instituições para correcção de jovens delinquentes são cada vez mais acarinhadas e a reforma prisional é também objecto de maior atenção, no sentido de se recuperar inteiramente o condenado para uma vida honrada quando voltar à liberdade.

Existe outra demonstração da acção das grandes Ordens ocultas. É a que resulta nos grandes movimentos altruísticos. Que se multiplicam em número e grau surpreendente, levando ajuda e elevação aos que são beneficiados.

Este tipo de socorro é que frequentemente envolve, não somente o exercício do pensamento, mas também de um considerável auto-sacrifício que, inevitavelmente, reage e beneficia o que presta ajuda.

Tudo isto se deve à sabedoria e acção invisível daqueles que são verdadeiramente grandes, para quem o progresso e desenvolvimento ao longo das linhas humanitárias é um objectivo sempre presente, e para cujo alcance se não poupam esforços, ajudando as pessoas.

Não obstante, quando estas ideias são lançadas entre as pessoas e estas as recusam, considerando-as como um sonho utópico, subsistirá a possibilidade de conflitos e guerras, cujos resultados, sempre agravados, não é fácil predizer-se.

F.C.

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