ÁGUA EM MARTE?
A NASA viu-se obrigada a "abrir o jogo".
Devido aos "teóricos da conspiração" (nome dado pelo sistema àqueles que não vão
na conversa deles e procuram a verdade nos meios alternativos de informação e
fora do controlo dos senhores dos Mídea a serviço dos Líderes do planeta) a
NASA já não consegue guardar segredo das descobertas que faz no espaço.
Já não têm o monopólio da
informação.
E vão liberando a verdade com muito cuidado e aos poucos, para mais tarde
concordarem abertamente com o que os teóricos da conspiração já vêm afirmando
há anos.
NASA anuncia ter descoberto sinais de água em Marte
(Tradução minha para português de Portugal, sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990, e
sem alterar o sentido do texto. R)
A
missão da NASA dedicada a estudar a história da água em Marte recolheu dados
suficientes que podem indiciar a existência de água líquida no planeta. Mas, para
já, são só sais hidratados.
A negro os locais das
escorrências, nos montes marcianos, onde foram detectados sais hidratados
Depois
de a agência espacial norte-americana (NASA) anunciar no site que daria
uma conferência de imprensa sobre uma descoberta importante em Marte – “NASA anuncia ter
resolvido mistério de Marte” –, os órgãos de comunicação social e o público nas redes sociais
ficaram em alvoroço. Pensar que podiam ser marcianos era muito pouco realista,
já mais plausível seria a descoberta de água.
Ainda
não foi desta, mas quase, porque para já são apenas sinais. Indícios. Ou seja, a
equipa que junta investigadores da NASA, de instituições norte-americanas e de uma
francesa encontrou provas indirectas da presença deste líquido essencial à vida
no planeta vermelho.
De
todos os mundos que já explorámos, a água existe na superfície de apenas um – o
nosso. Daí que a descoberta de que possa haver água a correr regularmente em
Marte seja tão estonteante”, disse num comentário ao artigo Alan Duffy, investigador
no Centro de Astrofísica e Supercomputação da Universidade de Tecnologia de
Swinburne, que não fez parte do estudo.
Os
resultados da análise dos dados recolhidos pelo Mars Reconnaissance Orbiter –
o satélite que orbita Marte desde 2006 para estudar a história da água naquele
planeta –, publicados esta segunda-feira na revista Nature Geosciences,
mostram que em quatro locais de estudo, onde existem linhas de escorrência
recorrentes, foram encontrados sais hidratados, ou seja, sais que têm
moléculas de água na sua composição.
“Encontrámos indícios de sais hidratados em todas as quatro localizações
nas estações em que as linhas de escorrência são mais extensas, o que sugere
que é a fonte de hidratação que está a tornar esta actividade de escorrência
periódica”, afirmam os investigadores no artigo. “As nossas descobertas
apoiam a hipótese de que as escorrências recorrentes se formam como resultado
da actividade de água em Marte actualmente.”
Para
Mário Lino da Silva, engenheiro aeroespacial do Instituto Superior Técnico,
estes resultados deixam poucas dúvidas de que exista água líquida em Marte,
conforme disse ao Observador. O investigador, que colabora nas missões espaciais
a Marte, considera que os sulcos resultam de uma erosão semelhante à que os
rios fazem na Terra. “[Os sulcos] são mais provavelmente um subproduto da presença de água do que
de gelo.” E explica porquê: “O gelo aparece sobretudo nos polos e as zonas estudadas são mais equatoriais”.
Marte
parece ser um planeta frio e seco, mas as observações ao longo dos anos
revelaram estrias na superfície que vão e vêm com as estações. Neste artigo,
Ojha [Lujendra Ojha, primeiro autor] encontrou a assinatura de sais nas
estrias, um sinal importante para demonstrar que "as estrias
formaram-se por água corrente ou, pelo menos, gotejante”, disse num comentário ao
artigo Geraint Lewis, professor de Astrofísica no Instituto de Astronomia de
Sidney, que não fez parte do estudo.
Os
sais têm a capacidade de diminuir a temperatura a que a água congela e de evitar
que evapore tanto. Além disso, são higroscópicos – têm a capacidade de absorver
água –, aumentando a possibilidade de reter água na superfície do planeta.
O
presidente da Sociedade de Marte na Austrália, Jonathan Clarke, que não
participou no estudo, lembra que estas condições podem ser suficientes para o
crescimento de microrganismos. “Isto faz destas áreas locais importantes para futuras missões que procurem vida em
Marte”.
“A NASA é guiada, em termos científicos, por ‘seguir a água’
porque onde há água no estado líquido, há vida”, nota Alan Duffy. Mas as
estrias encontradas em Marte não têm necessariamente de suportar vida, esta descoberta
diz apenas que o planeta não é tão árido como se pensava, lembra Alan Duffy. O
investigador concorda no entanto que, ainda que não se possa afirmar que ali há
vida, os cientistas sabem onde procurar no futuro.
Mário
Lino da Silva lembra que quando as missões Viking chegaram a Marte houve uma
grande desilusão, porque em vez de encontrarem rios cheios de água, encontraram
um deserto. “Esta descoberta [anunciada pela NASA] volta a despertar interesse da
comunidade científica e do público em geral na exploração de Marte”. "Observar água
salgada a correr na superfície de Marte é muito significativo. A água
líquida não é estável na superfície marciana na actualidade, devido à baixa pressão
atmosférica e às mais temperaturas”, disse num comentário
ao artigo Eriita Jones, investigadora na Universidade da Austrália do Sul, que
não fez parte do estudo. “O gelo é o estado dominante da água observada em Marte, mas mesmo este é
restrito às latitudes polares onde as temperaturas à superfície são baixas.”
Amanda
Bauer, astrónoma no Observatório Astronómico Australiano, que não fez parte do
estudo, mostrou-se muito entusiasmada com a descoberta: “Só posso dizer que a presença
potencial de água no estado líquido na superfície de Marte é incrivelmente
emocionante, porque a água é essencial à vida como a conhecemos”. A investigadora
acrescentou ainda que: “É preciso mais estudos para compreender perfeitamente como estas escorrências salgadas
se formam em Marte, mas os novos indícios de escoamento de água são
certamente um excitante passo em frente na compreensão da actividade da água
em Marte”.
Estudar
o potencial de vida em Marte, implica também ter extremo cuidado ao fazê-lo.
Não queremos que os robôs que cheguem ao terreno para tentar encontrar microrganismos
no planeta vermelho acabem por contaminar o local com vida terrestre. “Sabemos que bactérias
terrestres chegaram ao espaço a bordo de naves espaciais”, alerta num comentário ao artigo Alice Gorman, especialista em arqueologia
espacial na Universidade Flinders, que não fez parte do estudo. “Há muito tempo que se pensa
nas nossas obrigações em relação à vida que se possa encontrar em Marte
e, de facto, a necessidade de evitar a contaminação vinda da Terra consta no
Tratado do Espaço Exterior.”
O
engenheiro aeroespacial português considera que isso não será preocupação,
porque o tratado define bem as regras e as naves espaciais são esterilizadas.
Mais difícil vai ser encontrar indícios de vida. Aqui, como no caso da água, a
observação não é directa, lembra o investigador. E se dantes se pensava que encontrar
metano era prova da existência de vida, agora sabe-se que também é formado por
outros processos.
O
mais importante é manter a mente aberta para formas de vida completamente
diferentes daquelas que estamos habituados a ver na Terra. Essa foi a lição que
os organismos que vivem em condições extremas de pressão e temperatura na Terra
nos mostraram. Outra hipótese, diz Mário Lino da Silva, é estudar fósseis em Marte.
Mas isso será ainda mais difícil, talvez mesmo só com exopaleontólogos no terreno.
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