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terça-feira, 17 de julho de 2018


MIGRANTES OU REFUGIADOS
(Sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990).

O ser humano migrou sempre para procurar uma vida melhor. Só assim se compreende que tenha ocupado todo o globo.

Embora os fluxos migratórios fossem alterados e assumissem proporções diferentes o objectivo era sempre o mesmo: Procurar uma vida melhor.

 
Nas regiões de origem o excesso de população passou a ser um grande problema, não só pela falta de recursos, má gestão, muita corrupção e guerras constantes, ocupações arbitrárias onde imperava a lei do mais forte, provocando a fuga das populações para zonas mais pacíficas, havendo sempre o problema semântico de serem considerados REFUGIADOS ou MIGRANTES, pelas populações que eram obrigadas a acolhê-los.

A América, por exemplo, foi um destino eleito pelos europeus, incluindo os portugueses, especialmente até aos anos 60 do Séc. XX. Devido a isso, a Europa, outrora grande exportadora de migrantes (refugiados perseguidos e maltratados nos seus países de origem, vivendo na miséria) para a América e dotada de elevada taxa de natalidade, debate-se agora com sérios problemas demográficos.

Um dos desafios decisivos que a nova Europa defronta é a relação com o norte de África e as migrações crescentes que vêem dali. Um influxo de “migrantes” com a dimensão que se está a verificar, torna impossível de se harmonizarem culturas, leis, costumes, modas e crenças distintas, em tempo útil, que prefiguram mentalidades e modos de vida potencialmente conflituantes.

No jornalismo actual “politicamente correcto” o termo Migrante designa indistintamente “deslocados de guerra” e “Imigrantes”.

A Europa, a Comunidade Europeia, tem-se mostrado esquecida das suas referências históricas, e do passado recente, e adormecida para uma realidade que desde 2006 parecia iminente, porque o conceito de Europa foi-se aperfeiçoando desde o Império Romano e a influência dos bárbaros que deram origem à pluralidade que é agora a característica principal da Europa e ajudaram a definir as suas fronteiras abrangendo o actual Norte da Europa, que não fazia parte do Império Romano e retirando-lhe o Oriente. A conversão ao Cristianismo contribuiu decisivamente para a unificação da Europa na Idade Média. Mais tarde os Árabes quebraram a unidade política e religiosa do Mediterrâneo e empurraram o Cristianismo para o Norte.

É natural que se goste mais das fantasias do futuro do que da História do passado e se não somos capazes de recordar os erros do passado estamos condenados a repeti-los.
 

A tentativa de implantação de sociedades “multiculturais” em França, Grã-Bretanha e Holanda não tiveram êxito. Antes pelo contrário. Deram origem a guetos, fechados em si mesmos, geradores de tensões sociais. A maioria dos “refugiados” ou “imigrantes” preferiu manter-se alheia ao tipo de humanidade individual e social dos povos ocidentais. Os inquéritos realizados nos EUA e na Europa revelaram que os descendentes dos imigrantes permanecem alheios aos valores culturais dos países que os acolheram e os novos “migrantes”, fugidos das guerras genocidas que, por questões religiosas, não devem ser consideradas como um valor absoluto e soberano, recusam o auxílio da Cruz Vermelha por terem uma cruz impressa nas embalagens.

Só uma cultura estática que não contribuiu para a criatividade e o desenvolvimento espiritual-social, desenvolve este princípio de defesa de pretensos valores exclusivos elevados, mas que na prática revelam descrédito do valor da Vida e desprezo pelo Espírito. Para o nível de desenvolvimento dessas culturas que agora estão a inundar a Europa, o conceito de integração na unidade básica de valores de interesses e valores da cultura que lhes dá abrigo, neste caso a Europa, não existe nem é aceite. O abandono de hábitos herdados do passado, inculcados, suportados e controlados por redes institucionais que não se conciliam nem estão em conformidade com o novo sistema de normas estabelecidas e as necessidades agora sentidas, tendo como resultado o progresso evolutivo.

Assim, sob a aparência de uma solução fácil e bem conseguida (na fantasia do multiculturismo), as maneiras radicalmente distintas de encarar a vida e o mundo, com mentalidades em diferentes estádios de evolução, e coexistindo em ambiente de expectativa e de ameaçadora desagregação, podem produzir reacções inesperadas e premeditadas ou, então, servir para a divulgação de uma teocracia político-religiosa em nome do respeito pelas religiões e culturas.

Ou seja: esta realidade é um dos mais inquietantes problemas de alguns dos 27+1 Estados da União Europeia. A Europa, espiritualmente desvertebrada e com um grave deficit demográfico, pode ficar refém dos fluxos migratórios. Desde que, em 2000, a base dos valores primordiais europeus definidos no tratado de Nice privilegiou o ponto de vista dos direitos humanos e da utopia internacionalista, a Europa ficou “aberta” a tudo. Como está a ser “ocupada” por culturas extremistas mais viradas para a “ocupação” e “imposição” dos seus valores do que o “respeito” das culturas que lhes dão guarida, pode-se deduzir facilmente que, em termos de probalidades, esta solução de acolhimento indiscriminado pode ser um mau negócio.

Esse “acolhimento” não se pode limitar a uma óptica de mera assistência de consolação ou para resolver situações negativas pontuais ou servir para iludir as responsabilidades associadas a dramas individuais ou colectivos.

Segundos as Leis internacionais (direito Internacional) um REFUGIADO não deve ser expulso ou devolvido a situações onde a sua vida e liberdade possam estar ameaçadas, enquanto que os MIGRANTES, com leis próprias e processos de imigração, já são considerados por Leis nacionais, porque se trata de um problema social e de responsabilidade individual porque não enfrentam nenhum risco de voltar à sua terra natal.

 

O desafio será então o de discernir, de separar o essencial que deve ser defendido intransigentemente do acessório constituído simplesmente por outras formas de ver.

 


 

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