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quarta-feira, 10 de janeiro de 2018


QUAL A MENSAGEM DO NOVO TESTAMENTO?

 
Falemos da mensagem do Novo Testamento. Para mim a carta aos Hebreus é a mais importante porque elucida sobre a mudança que Jesus introduziu sobre a salvação que era suposto abranger apenas um povo escolhido quando na verdade é para toda a humanidade. Logo no início surgiram rivalidades e interpretações dúbias dos ensinamentos de Cristo. Os Judeus rejeitaram Cristo e mataram-No, e aqueles que aderiram à nova religião tinham ainda dificuldade em aceitar a aparição terrestre de Jesus (Hebreus 2) e os sofrimentos que têm de suportar por serem Cristãos.

Esta carta é de grande importância no quadro geral do Novo Testamento, pelo facto de apresentar Jesus como aquele que supera a instituição cultural do Velho Testamento. Paulo salientou a caducidade da Lei, ao mostrar que não é a piedade legalista que salva. Mostra que a piedade cultural ligada ao Templo e aos sacrifícios não assegura o perdão e a comunhão com Deus.

O único acto salvador que obtém de uma vez por todas o perdão é o sacrifício de Jesus, que derramou o Seu sangue e entregou a Sua vida por nós.

Jesus não fez uma oferenda religiosa nos moldes culturais judaicos. Em vez de uma acção sagrada no recinto do Templo e com rituais precisos, Jesus morreu fora do Templo e da cidade santa, como um criminoso eliminado da sociedade, e é, portanto, o único mediador entre Deus e os Homens, apesar de o Papa Francisco afirmar, agora, que a virgem Maria é a mediadora que devemos procurar.

Nos tempos antigos, Deus falou por meio dos Profetas. Na altura devida, em que os Homens precisavam de sair do impasse em que se encontravam, Deus Pai falou-nos por meio do Filho. Constituiu-O herdeiro de todas as coisas e por meio d’Ele criou os mundos. O Filho é a irradiação executiva do Pai, que mantém o Universo. Como o Filho é uma faceta de Deus, é superior aos Anjos. Jesus é o Filho, o Senhor da Criação, os Anjos são ministros e Maria é uma humana que morreu como todos os humanos.

Em Hebreus 1: 6 Deus determina que todos os Anjos adorem o Seu Filho, quando O introduz no mundo. A Bíblia é clara quando Deus, a Função com as três facetas – Pai, Filho e Espírito Santo – declara que Ele será o Pai e Ele (Cristo) será o Filho, como Jesus declarou uma vez que Ele e o Pai eram um. O Pai era o Filho e o Filho era o Pai, portanto a mesma entidade – Deus.

Assim como não há comparação entre Cristo e os Anjos, que são mediadores subordinados, mensageiros que obedecem às ordens de Deus, Jesus, por sua vez, é o Filho Primogénito e esse título de honra mostra a Sua superioridade em relação às criaturas. Ele está entronizado, recebe oração e participa da condição de Deus POR TODA A ETERNIDADE.

Não vejo então qual é a importância de Maria, uma simples criatura, a não ser ter sido escolhida para gerar Jesus como Homem, o que não lhe dá o estatuto de ser considerada “mãe de Deus”. Jesus teve o cuidado de NUNCA a chamar de mãe mas sim “aquela mulher”. Em termos actuais podemos considerar que Maria, apesar de todos os seus atributos terrenos, como uma “barriga de aluguer”. Gerou aquele ser, criou-0 como filho, mas não tinha nada a ver com o Pai.

A Lei do Sinai, transmitida por Anjos conforme a tradição judaica empenhava a vida e acarretava punição caso não fosse obedecida. A Lei transmitida pelos Anjos não é capaz de abrir o mundo novo da salvação. A alienação produzida pelo mal, pelo pecado e pelo medo da morte exigem transformação radical da condição humana.

Jesus, ao encarnar, torna-Se irmão solidário dos Homens e assume totalmente os seus problemas, chegando a entregar-Se à morte para introduzir os Homens no Reino da Vida. A cruz é o Seu sinal de glória e honra. O Filho de Deus, feito Homem e crucificado foi glorificado e agora domina o Universo (Filipenses 2:6-11).

Jesus estabelece uma Nova Aliança, da qual Ele é a única autoridade e Sumo-sacerdote. Na sua missão como “Apóstolo” ou enviado de Deus junto dos Homens e de “Sacerdote” ou representante do povo junto de Deus, Jesus foi fiel como Moisés. Enquanto Moisés foi fiel como servidor na casa de Deus, Jesus é fiel como Filho, ou seja, como dono da própria casa de Deus.

Jesus Cristo é um Sacerdote de Melquisedeque. Na Bíblia, as grandes personagens são sempre mostradas com a sua origem e genealogia. No entanto, Melquisedeque aparece do nada (ninguém sabe de onde veio) sem genealogia e desaparece do mesmo modo. Supõe-se que Melquisedeque tenha sido o próprio Cristo numa passagem anterior na Terra. Melquisedeque não pertencia a nenhuma família sacerdotal (como era costume) mas ofereceu sacrifícios e recebeu dízimos de Abraão. Foi considerado um Sacerdote, mas de modo mais eminente do que os sacerdotes judeus. Não estava ligado à classe sacerdotal dos descendentes de Levi, nem à descendência de Abraão. Por isso, o seu sacerdócio foi muito mais amplo. Foi Universal. Mandou emissários para todo o mundo. A própria Sagrada Escritura atesta a substituição do sacerdócio judaico, fundado na Lei de Moisés.

Um texto posterior à Lei (Salmo 110:4) afirma que Deus estabeleceu um sacerdócio conforme o de Melquisedeque. Com isso, não só o sacerdócio anterior estaria ultrapassado, mas também o próprio regime da Lei que lhe serve de fundamento.

O sacerdócio de Jesus Cristo, prefigurado em Melquisedeque, não se fundamenta na descendência de Levi, mas no juramento do próprio Deus. Jesus Cristo tornou-se assim o MEDIADOR definitivo entre Deus e os Homens (O Papa Francisco é que quer convencer os cristãos que a mediação mais eficaz é a exercida pela Virgem Maria, em completa contradição com as Escrituras Sagradas. Ao contrário de Maria, Jesus, puro e sem pecado e que nunca está sujeito às fraquezas que os outros sacerdotes têm, ofereceu a própria vida para a salvação do Homem).

Portanto, Jesus supera em dignidade os sacerdotes levitas e realiza o verdadeiro culto que desclassifica o culto religioso judaico. Cristo não tem função nos santuários terrestres, que são apenas imagens do verdadeiro santuário celeste onde Jesus realiza o seu sacerdócio. Os santuários são apenas sinais do verdadeiro culto que consiste em ter acesso junto de Deus (Como é que o Papa pretende que Maria tem o acesso a Deus, é rainha do Céu, se não é sacerdotisa nem tem um santuário celeste como Jesus?).

É nesta realidade que Jesus age como Sacerdote. A Bíblia é bem explícita na primeira carta a Timóteo 2: 5 “Pois há um só Deus e um só mediador entre Deus e os Homens: Jesus Cristo, Homem”. Nem Maria, nem Papas, nem sacerdotes. Só Jesus Cristo. Isto quere dizer que a Sagrada Escritura anuncia uma nova situação religiosa: a relação entre Deus e os Homens não se realizará com base nas Leis ou Instituições (Como quere o Papa Francisco) mas fundar-se-á na própria pessoa de Jesus Cristo, mediador das relações vitais com Deus.

Esta é a mensagem principal do Novo Testamento. A única porta de entrada no Reino de Deus é Jesus Cristo, e só ele.

 
R.

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