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terça-feira, 21 de março de 2017


O grande triângulo estratégico que está a modificar o mundo (e a contrariar os Illuminati que querem impor a sua Nova Ordem Mundial, continuando a manter o sistema atual com a predominância do eixo sionista/caucasiano. R).

11.03.2017, Federico Pieraccini - Strategic Culture

Domingo, 12 de março de 2017


Tradução: btpsilveira

(Minha tradução para português de Portugal sem alterar o sentido do texto. R)

Importantes mudanças mundiais acontecem dentro do grande triângulo estratégico em curso entre a Rússia, China e Irão, enquanto o resto do mundo continua a perder tempo tentando decifrar ou assimilar a nova presidência Trump.

 

 
Distante do atual caos nos Estados Unidos, grandes acontecimentos estão a acontecer a pleno vapor, com o Irão, Rússia e China coordenados numa série de movimentos significativos para o futuro do continente eurasiático. Com uma população total de mais de cinco mil milhões de almas, que constituem cerca de dois terços da população do planeta, o futuro da humanidade passa obrigatoriamente através dessa área imensa. Apontando para uma mudança de grande magnitude na ordem mundial que se baseia atualmente na Europa e nos Estados Unidos, em direção ao mundo multipolar monitorizado pela China, Irão e Rússia, os estados eurasiáticos preparam-se para um papel de liderança no desenvolvimento desse enorme continente. Como parte dos desafios que deverão enfrentar os líderes desses países multipolares, os eventos prejudiciais que se originam na ordem mundial Euro/Atlântica construída depois da Segunda Grande Guerra mundial terão que ser encarados.
(Nota: um mundo unipolar é aquele que está dominado por uma só potência, sem oposição alguma e exerce uma hegemonia absoluta. Nunca houve, e é a pretensão dos Illuminati que pretendem implantar a "sua" Nova Ordem Mundial. Um mundo bipolar é aquele em que duas potências que se enfrentam dominam o seu respetivo bloco à escala mundial, como aconteceu com os EUA e a URSS na guerra fria. Um mundo multipolar será aquele em que haja mais de dois focos de poder como se está a preparar atualmente pelos países que rejeitam a Nova Ordem Mundial dos Illuminati. R)
Analisando os principais projetos do continente eurasiático, uma coisa que se destaca é o papel da China, Rússia e Irão nas diferentes áreas sob a sua influência. O projeto One Belt, One Road (um cinturão, uma estrada, também conhecido como OBOR – ntrad) que foi proposto por Pequim (com investimento de cerca de um trilião de dólares dentro dos próximos dez anos); a União Económica Eurasiática  (Eurasian Economic Union – ntrad) proposta por Moscovo para integrar as antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central e o papel do Irão no Médio Oriente como esforço para trazer de volta a estabilidade de prosperidade para a região – são todos de importância crucial para o desenvolvimento eurasiático. Claro que possuindo uma perspectiva multipolar, todos estes projetos convergem totalmente, e requerem desenvolvimento conjunto e coordenado para que resultem realmente no sucesso do continente eurasiático.
Neste sentido, as principais áreas de grande agitação incluem aquelas sob a esfera de influência destes principais países eurasiáticos. As principais concentrações de turbulência podem ser facilmente identificadas no Médio Oriente e no Norte da África, isso para não fazer menção ao Golfo Pérsico, onde a guerra criminosa da Arábia Saudita contra o Iémen continua sem tréguas há 24 meses.
Uma fonte de cooperação: o terrorismo islâmico
A fonte comum de instabilidade no continente eurasiático resulta do terrorismo islâmico, utilizado pelas grandes potências ocidentais como um instrumento de divisão e conflito. Assim, o papel de sauditas e turcos, alimentando e espalhando o Wahhabismo, bem como a Irmandade Muçulmana significa que eles estão diretamente contra a estabilidade pretendida pela esfera Russa, Chinesa e Iraniana. Previsivelmente, o papel de Teerão na região tornou-se decisivo, com o apoio total, financeiramente da China e militarmente da Rússia. Hoje, o Irão é o país no qual a influência sino/russa se manifesta em todos os níveis, na região e além dela. A deterioração da situação militar na Síria, no entanto, obrigou Moscovo a intervir militarmente para ajudar à Síria, aliado regional mais importante do Irão na região, mas ao mesmo tempo providenciou uma desculpa perfeita para conter a influência da Arábia Saudita e da Turquia na região. O Crescente Xiita em ascensão, que liga o Irão, Iraque, Síria e Líbano, é de importância vital para quem quer estabelecer ou manter a influência de um mundo multipolar na região. Até agora, Washington tem sido capaz de impor os seus assuntos através de ações levadas a termo pela Arábia Saudita e Turquia, seus submissos ativos regionais, cujos interesses se alinham sempre com os mesmos de elementos sionistas, neoconservadores e Wahhabis que existem no estado profundo dos Estados Unidos. Washington quer claramente manter e preservar a ordem mundial de um mundo unipolar através dos seus aliados regionais, com o objetivo de se manter o principal árbitro nas questões do Médio Oriente, uma área que reflete a instabilidade desde o Golfo Pérsico até ao Norte de África.
Não é de admirar, portanto, que Moscovo tente manter relações especiais com o governo egípcio que sucedeu a Irmandade Muçulmana de Morsi, com a intenção de conter a influência saudita/(norte)americana no Cairo e no Norte de África, especialmente na sequência da destruição da Líbia de Kaddafi. Os sinais emitidos por Al Sisi são encorajadores e representam um exemplo claro de um mundo multipolar em construção. O Egito aceitou financiamento saudita durante a época de elevada tensão entre Doha e Riad, o que representava um movimento de fraqueza óbvia do Cairo, especialmente depois do golpe que removeu Morsi, o qual era apoiado pelo Catar, Turquia e Estados Unidos. Hoje, o Egito está feliz em cooperar com Moscovo, especialmente no que diz respeito a armamentos (a compra de dois navios Mistral da França representa futuras compras de armamento de Moscovo; da mesma forma, é o caso de desenvolvimento de fontes de energia nuclear, que seria alternativa para a importação massiva de petróleo da Arábia Saudita, a qual foi suspensa por Riad, logo depois do início do diálogo entre o Cairo e Damasco). O Egito trabalha para estabelecer uma posição estratégica na região, cada vez mais influenciada pelo triângulo russo/sino/iraniano (conversações sobre a inclusão do Egito na EAEU [União Económica Euroasiática- ntrad] Estão em andamento já há algum tempo), embora não descarte completamente a contribuição económica da Arábia Saudita e dos Estados Unidos. Por outro lado, a influência de Turquia e Irão é rejeitada e declarada hostil, principalmente por causa do contínuo relacionamento com a Irmandade Muçulmana, uma das maiores preocupações do país no Sinai.
A estabilidade no Médio Oriente e no Norte de África depende de uma expansão do papel mediador do Irão; de importantes contribuições financeiras da República Popular da China (pense um pouco na situação da Líbia e na reconstrução da Síria); e de uma cooperação militar da Federação Russa. A importância de focar nestas áreas jamais será superestimada, já que representam os primeiros passos na direção de uma reestruturação mais fundamental da Nova Ordem Mundial em partes diferentes da massa continental eurasiática.
Síria, um caso de estudo: o Cáucaso, a Ásia Central e AfPak (região do Afeganistão/Paquistão – ntrad)
Ao prestarmos atenção aos perigos que representam um Islão politizado e o extremismo wahhabista, sempre vêm à mente três áreas do continente eurasiático para considerações: as antigas repúblicas soviéticas da Ásia Central; a fronteira sempre problemática entre o Afeganistão e Paquistão e a área do Cáucaso. Nestas áreas, a cooperação entre a China, Rússia e Irão está mais uma vez a desempenhar um papel chave, e presenciamos muitas tentativas de mediação de tensões e conflitos que podem ser potencialmente catastróficos para o desenrolar de projetos económicos e de desenvolvimento. Os ataques terroristas que aconteceram recentemente na cidade de Lahore, capital da província do Punjab no Paquistão, mostram a verdadeira face da cooperação entre o Afeganistão e o Paquistão, decididamente encorajada pela China e pela Rússia. Logo após uma breve troca de tiros entre militares dos dois países na fronteira comum, um acordo foi arranjado entre Kabul e Islamabad para reduzir as tensões e fazer progredir conversações de paz fortemente apoiadas por Moscovo e Pequim. A necessidade de interromper a escalada de tensões entre Paquistão e Afeganistão é um dos principais objetivos de Rússia e China, naquela que é uma das regiões mais instáveis do mundo e pela qual deverão transitar os futuros projetos liderados pela aliança Irão/Rússia/China. A instabilidade dessa área em particular depende em grande parte do papel que a Índia, Arábia Saudita, Estados Unidos e Turquia pretendem desempenhar para colocar um contrapeso ao papel do trio eurasiático. Assim, não é por coincidência que Moscovo tenta várias formas de entendimento complexo com cada um desses atores. A Arábia Saudita e a Turquia são os centros de controlo e administração do terrorismo internacional, e a influência negativa de Riad e Ancara é sentida desde a Líbia e a Síria, até ao Paquistão, Afeganistão e o Cáucaso. Aqui, o fator determinante não é exercido pelos Estados Unidos, embora Washington não tenha nenhum pejo em encorajar quaisquer esforços destrutivos diretos contra a integração do continente eurasiático.
No papel representado pela Rússia e pela Turquia, o primeiro ponto positivo de entendimento parece ser a Síria, e pode, caso seja encontrado um resultado positivo para o conflito, representar a pedra fundamental sobre a qual se poderá construir uma cooperação estratégica em áreas como a AfPak e Ásia Central. Neste sentido, os incentivos do corredor energético representado pelos oleogasodutos, nos quais o principal empreendedor é a Rússia, não pode ser subestimado, como é o caso, por exemplo, do Turkish Stream. Também no Cáucaso, que é outra área de instabilidade acentuada, o papel desempenhado pela Rússia e Irão foi decisivo durante os quatro dias da Guerra em Nagorno-Karabakh.
Em relação ao campo energético, é certamente um grande fator de interesse para a Arábia Saudita, que há tempos observa a diversificação do setor energético com atenção, em especial a energia nuclear civil, campo no qual a Rússia tem posição de liderança mundial. Moscovo diversifica o seu jogo, valorizando as suas cartas ao prover cooperação económica e militar com os seus parceiros mais próximos (Irão, China, Síria, Cazaquistão, Tajiquistão e Quirguistão); fortalecendo as alianças bilaterais através de incentivo na forma de cooperação em sistemas de armamentos (Índia, Paquistão e Egito); e cooperação no setor de energia com países tão distantes como Catar, Emirados Árabes Unidos e Arábia Saudita, na intenção de abrir brechas que lhe permitam alcançar acordos geopolíticos mais amplos.
Toda a estratégia das três principais nações eurasiáticas dirige-se primariamente para a consolidação das suas fronteiras nacionais com os países das regiões mais turbulentas. A recente viagem de Putin ao Cazaquistão, Tajiquistão e Quirguistão tinha o objetivo de fortalecer a parte mais vulnerável da Federação Russa, ao eliminar a ameaça e influência do terrorismo islâmico radical, permitindo a expansão da cooperação económica na União Eurasiática. Embora não seja uma tarefa fácil, há o encorajamento da perspectiva de ganhos de parte a parte para as nações envolvidas, com acordos bilaterais mutuamente vantajosos, em vez de imposições. De certa forma, é o que a República Popular da China também tenta fazer na Ásia Central, uma das regiões mais voláteis do planeta, esforçando-se para estabelecer acordos e expandir o conjunto dos seus recursos energéticos, como ocorreu recentemente no Turcomenistão. Outro exemplo da redução de ameaças no continente eurasiano pode ser visto na província chinesa de Xinjiang, onde a China colocou os seus esforços numa área onde existe a necessidade urgente de minimizar as tensões políticas e sociais, caso se queira evitar o sucesso de esforços estrangeiros para desestabilizar a China, a partir principalmente da Turquia, através de seu aliado Turcomenistão.
Neste contexto, o papel mais difícil de entender é o desempenhado pela Índia, encaixotada dentro de sentimentos contrários ao Paquistão e China, bem como uma antiga sujeição aos Estados Unidos e uma boa amizade histórica com a Federação Russa. As ações de Nova Deli nesta parte do mundo são as mais difíceis de decifrar, vendo-se os inescrutáveis esforços da Índia para avançar na direção dos seus objetivos estratégicos. A importância estratégica de Moscovo e Teerão é essencial para equilibrar a posição da Índia. Historicamente, a Índia é um parceiro importante da URSS, e em anos mais recentes o exército hindu continua a desenvolver projetos militares importantes com a Federação Russa. Mais recentemente, a República Islâmica do Irão contribuiu muito para a diversificação dos suprimentos de energia da Índia. O facto de que Teerão é um parceiro privilegiado de Pequim mostra como se parece um mundo multipolar, e também ajuda a equilibrar o sentimento de antipatia contra a China, profundamente enraizado no establishment hindu. Neste caso, a Rússia e o Irão desempenham claramente o papel de mediadores entre a China e Índia. O facto de que tanto a Índia quanto a China são compradores importantes de gás do Irão, bem como o facto de que tanto a China quanto a Índia cooperam com a Rússia em termos militares, ajuda a compreender como Moscovo e Teerão estão pouco a pouco eliminando Washington e amenizando o sentimento contra a China na Índia.
As tensões dos fãs de Washington na Índia são cada vez mais afastadas, não apenas porque trazem dificuldades para a necessidade do país de criar um ambiente confiável de desenvolvimento sem excluir qualquer oportunidade de parceria. O maior e mais difícil desafio é o processo de paz entre o Afeganistão e Paquistão, o qual vai contra os interesses geopolíticos da Índia na região, nesta questão alinhados com a posição (norte)americana. Para amenizar a situação, é necessária grande cooperação conjunta. A SCO – Shanghai Cooperation Organization (Organização de Cooperação de Xangai – ntrad) tentará construir um quadro dentro do qual se discuta e se encontre acordos possíveis entre todos os participantes envolvidos. Mais uma vez, uma conversação regional entre poderes eurasiáticos não incluirá a velha ordem mundial composta pela Europa e Estados Unidos.
Não se pode declarar que o esforço exercido pela China e Rússia na Ásia Central são exagerados por causa da importância dos recursos energéticos potencialmente disponíveis. Isso para não mencionar a futura possível cooperação entre duas áreas económicas gigantescas, como a União Europeia e Ásia, que deverá fluir através da Ásia Central, transformando a União Eurasiática em uma ponte dourada ligando a Europa e a Ásia. Até agora, a Organização do Tratado de Segurança Coletiva (CSTO – Collective Security Treaty Organization – ntrad) portou-se apenas como uma organização nos moldes da SCO, que tem a tendência de priorizar a luta contra o terrorismo; mas é vista cada vez mais como um lugar disponível para conversações, uma organização que pode oferecer um caminho para a cooperação económica e que oferece prioritariamente as bases para a estabilização territorial da região. Nesta área do planeta, a prosperidade económica depende profundamente da estabilidade militar e política.
Resumindo, trata-se do principal desafio que a Rússia, China e Irão estão a encarar, nomeadamente, arrefecer as zonas quentes (Médio Oriente, Golfo Pérsico e Norte de África) através da erradicação do problema do terrorismo, e evitar nova escalada de tensões nas regiões vizinhas que se situam dentro da sua esfera de influência (o Cáucaso, Afeganistão/Paquistão e Ásia Central). Assim, evitam uma desestabilização destrutiva.
Somente quando um quadro internacional estiver firmemente implementado nestas áreas, estabilizando-as totalmente, será possível uma grande e abrangente cooperação económica que terá significado histórico. Neste sentido, a admissão da Índia e do Paquistão na SCO foi o primeiro passo de um acordo complicado arranjado pela China e Rússia e que cobriu uma dúzia de nações. A mesma situação será observada com a futura entrada do Irão na SCO, com o objetivo específico de aumentar a influência da SCO em áreas instáveis como o Golfo Pérsico e Médio Oriente. Da mesma forma as discussões relativas à entrada do Egito na SCO como membro efetivo é destinada a expandir a influência positiva da SCO em lugares tão longínquos quanto o Norte de África.

As fundações desenvolvimentistas que a Rússia, China e Irão estão a arquitetar destinam-se a tornar irrelevantes os Estados Unidos nos seus esforços para esticar o seu momento unipolar. Ao combinar o desenvolvimento económico e demográfico dessas áreas com a população do continente eurasiático, é fácil entender como, no espaço de duas décadas, se tanto, a área que vai de Portugal à China e que inclui dúzias de nações em todas as latitudes e longitudes e que se estende desde as regiões Árticas da Federação Russa até as praias da Índia no Golfo Pérsico, deverá ser o pivô central a girar a economia mundial. A combinação dos corredores de mar e terra fará do continente eurasiático o coração do mundo, não apenas em termos de produção mas também em negócios e consumo, devido ao crescimento da riqueza da classe média dessas áreas do planeta.
Numa visão estratégica que historicamente incorporou décadas de planeamento, Teerão, Moscovo e Pequim conseguiram compreender totalmente que a estabilidade é o objetivo principal a ser conquistado para promover o desenvolvimento económico efetivo que beneficie todas as nações envolvidas. Na Ásia, a ASEAN (Association of Southeast Asian Nations – Associação das Nações do Sudeste Asiático – ntrad) começou a agir de forma menos beligerante com a China. Embora Pequim continue a assegurar os seus interesses estratégicos com a construção e militarização de ilhas artificiais no Mar do Sul da China. O presidente Duterte, das Filipinas, parece ter compreendido os ganhos potenciais de uma cooperação multipolar, e a recente guinada estratégica efetuada pelo seu país está a mostrar o caminho para todas as nações asiáticas, especialmente na sequência do fracasso do projeto de livre comércio denominado TPP (Trans-Pacific Partnership), abandonado por Washington, que o projetara. Pertence ao futuro o papel que deverá ser representado pelo velho continente europeu, desde que continua amarrado à estratégia (norte)americana, focada em isolar a Rússia, China e Irão e comprometido em promover a hegemonia de Washington a qualquer custo, mesmo que isso envolva uma espécie de suicídio económico, como pode ser visto nas sanções contra a Federação Russa motivadas pelos acontecimentos na Ucrânia.
Embora não se possa predizer, não se pode da mesma forma excluir uma mudança de direção pela Europa, como resultado direto das políticas fracassadas de se ajoelhar perante os interesses dos Estados Unidos em detrimento dos interesses dos cidadãos europeus. Não é por acaso que muitos partidos europeus, considerados populistas ou nacionalistas, têm mesmo a intenção de se voltar para o oriente, na busca de uma cooperação que por longo tempo vem sendo evitada pela estupidez das elites ocidentais.
China, Rússia e Irão parecem ter mesmo a intenção de acelerar o projeto de uma cooperação global e não mostram disposição para fechar a porta a qualquer ator de fora da Eurásia, especialmente em um mundo cada vez mais globalizado e interconectado. Dê uma olhadela nas ligações da República Popular da China com projetos de desenvolvimento em países da América Latina para entender como a dimensão ciclópica dessa vontade de incluir todas as nações sem exceção. É sobre essa fundação que a nova ordem mundial multipolar está assentada, e cedo ou tarde as elites europeias e (norte)americanas terão que entender. O dilema que a elite ocidental tem uma dificuldade enorme de assimilar é o facto de que o seu papel será diminuído na futura ordem mundial: os Estados Unidos e a Europa não mais serão protagonistas, e sim atores em pé de igualdade no elenco internacional. A ordem multipolar está a todo o vapor, deixando sem tempo e em crise o mundo unipolar. Como reagirão europeus e (norte)americanos? Aceitarão o papel de fazer parte do elenco em pé de igualdade ou rejeitarão a mudança histórica inexorável, relegando-se ao papel de um doloroso processo de aniquilação e esquecimento?
Postado por Dario Alok às 11:34

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