O PAÍS DO
FAZ DE CONTA
Os nossos governantes continuam a pensar apenas neles e nos interesses instalados, alguns dos quais lhes darão um bom emprego quando se retirarem da liderança.
O Governo anterior continuava a cortar naqueles que mais precisavam, enquanto que eles continuavam com todas as mordomias, banquetes constantes, distribuição de medalhas, festas, etc, num circulo completamente diferente e afastado da vivência dos portugueses. Um Portugal diferente, dessa gente privilegiada que se ri e troça do "resto" dos portugueses.
O Governo atual parece manter o mesmo modo de operar, fazendo umas mudanças "cosméticas", pequenas, que aparentemente parecem beneficiar o mais pobre, mas a trampa é a mesma. Nomeiam gente com salários enormes, nada de acordo com o tempo que atravessamos, aumentam os prémios de gestão sem pensarem que deviam, pelo menos, fazer ver que procedem conforme as espetativas da população, numa prova de sacrifício e humildade, pelos menos provisoriamente, para acalmar os ânimos.
Apesar de noventa por cento das leis que nos regem serem elaboradas em Bruxelas, pelos deputados europeus, o remanescente da legislação marginal, administrativa, não necessita do trabalho de tanto deputado no país. Menos de metade seriam suficientes para elaborarem essas Leis marginais, regionais, sem grande significado para a comunidade, mas não acabam com os "tachos" desses senhores e senhoras. Quando falamos em Deputados, muito esquecem que cada um tem o seu staf de secretárias, assessores, juristas, viatura, motorista e ajudas de custo para toda esta gente. Portanto, muita despesa. Não basta contabilizar apenas o "ordenado" do Deputado, mas todas estas mordomias e "alcavalas".
Não têm vergonha nenhuma, nem olham para o exemplo das outras nações europeias em que o número de deputados nacionais, por cabeça, em relação ao número de habitantes são muito inferiores a Portugal, bem como os orçamentos para funcionamento dos seus gabinetes.
Já cortaram pequenos subsídios a cerca de 175 mil pessoas, como complementos para a terceira idade e outros que bastante falta fazem aqueles que pouco têm. Há tempos li no Correio da Manhã que a Caixa Geral de Aposentações teve de indemnizar a filha da professora que foi "obrigada" a trabalhar com um cancro na garganta, apesar dos pareceres da Junta Médica que a consideravam não poder trabalhar. Tudo muito impessoal. Gostaria de saber o nome do imbecil que, apesar dos pareceres médicos, resolveu que a senhora deveria trabalhar até morrer. Como é possível tanta insensibilidade?
Enquanto os políticos, bem saudáveis, recebem reformas chorudas por alguns anos de trabalho apenas. Nem esperam completar os 65 anos como seria justo para se reformarem e não acumularem reformas por inteiro. Sei de casos de reformados da Função Pública, por exemplo, que depois de reformados ainda deram o seu contributo na atividade particular (O que fazem todos os políticos que acumulam o trabalho em organismos do Estado com trabalho particular como gestores, administradores, advogados, etc) e após completarem os 15 anos de descontos obrigatórios por lei não têm direito à reforma mínima porque já têm uma reforma anterior e por conseguinte baixam a reforma atual para uma pensão social que é dada a quem nunca fez descontos.
Os políticos não têm esse problema. Recebem todas as reformas por inteiro.
O português teve sempre a mania da grandeza e isso é demais evidente, e alvo de troça, dentro da comunidade. E o Povo, que sempre foi ignorante e parvo, não tendo nada a ver com a manipulação da história que retrata os portugueses como heróis descobridores e valentes nas batalhas contra Castela, continua subserviente como sempre foi.
Ouço muitas vezes esses portugueses, que foram espoliados, roubados e sacrificados, afirmarem, só porque receberam o subsídio de férias graças ao Tribunal Constitucional, que é preferível continuarem estes governantes que os exploram antes que venham outros piores. Meu Deus, que povo é este, tão conformado e pessimista, que não pensa em defender os seus interesses, não pensa na justiça, mas sim em submeter-se aos atuais governantes incompetentes, interesseiros, tachistas, com medo que apareçam outros piores.
Realmente o povo português tem o que merece.
Toda a nossa história é um engano, uma ilusão dos nacionalistas ditatoriais (Monarquia e fascismo) que procuraram "criar" um passado glorioso que não tem nada de glorioso, apenas para poderem manipular o orgulho da raça. Mussolini tentou o mesmo em Itália e vê-se pela história a pobreza daquele povo que vivia da ilusão e nem conseguiu fazer frente aos etíopes armados de flechas e lanças. Foi preciso a Alemanha salvá-los da humilhação final.
Ainda me lembro quando se afirmava com convicção que o soldado português era o melhor do mundo.
Hoje ainda são férteis as notícias de "coisas" e "factos" em Portugal que são apelidados como "o melhor do mundo". Pobres articulistas que atiram com essas "bacoradas" para a frente, num completo desconhecimento desse Mundo.
Ainda ontem ouvi na televisão (não apontei o nome de quem fez a declaração) que os portugueses sempre deram "bons capatazes". Quanto a gerirem, nunca foram capazes de o fazer com competência. E para vivermos no "faz de conta" conseguimos pagar ao Governador do Banco de Portugal um salário superior ao Governador do Banco Central Americano, e os ordenados dos gestores conseguem ser dos melhores de toda a Comunidade Europeia, bem como a diferença entre esses ordenados em relação aos ordenados praticados no país em todas as profissões.
Ouvimos os nossos governantes afirmar que os ordenados estão na média dos praticados no mesmo ramo, mas não apontam exemplos, principalmente com os dos outros países da Comunidade Europeia.
R.
Sem comentários:
Enviar um comentário