SOBRE UM
PRETENSO RELATÓRIO DESCONHECIDO SOBRE PORTUGAL
Em 2011 recebi uma mensagem
muito interessante sem autor, a qual não sei se é verídica. No entanto tudo o
que é dito não está longe da verdade e talvez seja bom partilhar para reflexão.
Pesquisei na Internet e encontrei este mesmo texto da autoria de João César das
Neves. Juntei mais abaixo o site respectivo. Reparei que a data é posterior a esta mensagem que recebi –
6.1.2013.
Mal não fará e serve para
nos rirmos ou lamentarmos o tipo de nação que os portugueses construíram, onde
a maioria ainda vai labutando para gáudio duma elite que vai enriquecendo cada
vez mais.
A verdade está lá: os
portugueses sempre trabalharam “por cima do joelho”, navegaram sempre à vista e
parece não terem capacidade para estudar, planear, prever e executar disciplinadamente
qualquer plano prevendo e salvaguardando o futuro. É como diz a canção do
Herman: Tudo ao molho e fé em Deus.
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: mz>
Data: 4 de Julho de 2011 10:21
Assunto: FW: Relatório internacional sobre Portugal
Para:
Relatório internacional
sobre Portugal - o sucesso da asneira !!!
https://divagacoesligeiras.blogs.sapo.pt/79651.html
« "Portugal fez tudo errado, mas correu tudo bem." Esta é a conclusão de um relatório internacional recente sobre o desenvolvimento português. Havia até agora no mundo países desenvolvidos, subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento. Mas acabou de ser criada uma nova categoria: os países que não deveriam ser desenvolvidos. Trata-se de regiões que fizeram tudo o que podiam para estragar o seu processo de desenvolvimento e... falharam. Hoje são países industrializados e modernos, mas por engano. Segundo a fundação europeia que criou esta nova classificação, no estudo a que o DN teve acesso, este grupo de países especiais é muito pequeno. Aliás, tem mesmo um só elemento: Portugal.
A Fundação Richard Zwentzerg FRZ (Fundação fictícia, inventada para dar um ar de veracidade do gozo móbido à sociedade e economia portuguesa. R), que se tornou famosa no ano passado pelo estudo que fez dos "bananas da república", iniciou há uns meses um grande trabalho sobre a estratégia económica de longo prazo. Tomando a evolução global da segunda metade do século XX, os cientistas da FRZ procuraram isolar as razões que motivavam os grandes falhanços no progresso. O estudo, naturalmente, pensava centrar-se nos países em decadência. Mas, para grande surpresa dos investigadores, os mais altos índices de aselhice económica foram detectados em Portugal, um dos países que tinham também uma das mais elevadas dinâmicas de progresso. Desconcertados, acabam de publicar, à margem da cimeira de Lisboa, os seus resultados num pequeno relatório bem eloquente, intitulado: "O País Que Não Devia Ser Desenvolvido - O Sucesso Inesperado dos Incríveis Erros Económicos Portugueses."
Num primeiro capítulo, o relatório documenta o notável comportamento da economia portuguesa no último meio século. De 1950 a 2000, o nosso produto aumentou quase nove vezes, com uma taxa de crescimento anual sustentada de 4,5 por cento durante os longos 50 anos. Esse crescimento aproximou-nos decisivamente do nível dos países ricos. Em 1950, o produto de Portugal tinha uma posição a cerca de 35 por cento do valor médio das regiões desenvolvidas. Hoje ultrapassa o dobro desse nível, estando acima dos 70 por cento, apesar do forte crescimento que essas economias também registaram no período. Na generalidade dos outros indicadores de bem-estar, a evolução portuguesa foi também notável. Temos mais médicos por habitante que muitos países ricos. A mortalidade infantil caiu de quase 90 por mil, em 1960, para menos de sete por mil agora. A taxa de analfabetismo reduziu-se de 40 por cento em 1950 para dez por cento. Actualmente a esperança de vida ao nascer dos portugueses aumentou 18 anos no período.
O relatório
refere que esta evolução é uma das mais impressionantes, sustentadas e sólidas
do século XX. Ela só foi ultrapassada por um punhado de países que, para mais,
estão agora alguns deles em graves dificuldades no Extremo Oriente. Portugal,
pelo contrário, é membro activo e empenhado da União Europeia, com grande
estabilidade democrática e solidez institucional. Segundo a FRZ, o nosso país
tem um dos processos de desenvolvimento mais bem-sucedidos no mundo actual.
Mas, quando se olha para a estratégia económica portuguesa, tudo parece ser ao
contrário do que deveria ser. Segundo a Fundação, Portugal, com as políticas e
orientações que seguiu nas últimas décadas, deveria agora estar na miséria. O
nosso país não pode ser desenvolvido. Quais são os factores que, segundo os
especialistas, criam um desenvolvimento equilibrado e saudável?
Um dos
mais importantes é, sem dúvida, a educação. Ora Portugal tem, segundo
o relatório, um sistema educativo horrível e que tem
piorado com o tempo. O nível de formação dos portugueses é ridículo quando
comparado com qualquer outro país sério. As crianças portuguesas revelam níveis
de conhecimentos semelhantes às de países miseráveis. Há falta gritante de
quadros qualificados. É evidente que, com educação como esta, Portugal não pode
ter tido o desenvolvimento que teve. Um outro elemento muito referido nas
análises é a liberdade económica e a estabilidade institucional.
Portugal tem, tradicionalmente, um dos sectores públicos mais paternalista, interventor e instável do mundo, segundo a FRZ. Desde o "condicionamento industrial" salazarista às negociações com grupos económicos actuais, as empresas portuguesas vivem num clima de intensa discricionariedade, manipulação, burocracia e clientelismo.
O sistema fiscal português é injusto, paralisante e está em
crescimento explosivo. A regulamentação económica é arbitrária, omnipresente e
bloqueante.
In: SlidePlayer
É óbvio que, com autoridades económicas deste calibre, diz o relatório, o crescimento português tinha de estar irremediavelmente condenado desde o início.
O estudo da
Fundação continua o rol de aselhices, deficiências e incapacidades da nossa
economia:
- Da
falta de sentido de mercado dos empresários e gestores à reduzida
integração externa das empresas;
- Da
paralisia do sistema judicial à inoperância financeira; do sistema arcaico
de distribuição à ausência de investigação em tecnologias.
Em todos estes casos, e em muitos outros, a conclusão óbvia é sempre a mesma: Portugal não pode ser um país em forte desenvolvimento. Os cientistas da Fundação não escondem a sua perplexidade. Citando as próprias palavras do texto: "Como conseguiu Portugal, no meio de tanta asneira, tolice e desperdício, um tal nível de desenvolvimento? A resposta, simples, é que ninguém sabe. Há anos que os intelectuais portugueses têm dito que o País está a ir por mau caminho. E estão carregados de razão. Só que, todos os anos, o País cresce mais um bocadinho." A única explicação adiantada pelo texto, mas que não é satisfatória, é a incrível capacidade de improvisação, engenho e "desenrascanço" do povo português. "No meio de condições que, para qualquer outra sociedade, criariam o desastre, os portugueses conseguem desembrulhar-se de forma incrível e inexplicável."
O texto termina dizendo: "O que este povo não faria se tivesse uma estratégia certa?".»
De facto, parece que este relatório diz
muitas verdades. Só que, agora, já se sabe com provas documentais que Portugal
está efectivamente na miséria e cada vez mais endividado. O povo cada vez mais pobre e uma elite cada vez mais rica.
Porque será?
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