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quarta-feira, 24 de novembro de 2021

 

HITLER NO CONSCIENTE COLECTIVO DA HUMANIDADE

 

Nesta altura de extremismos, fenómeno que surgiu agora, novamente, na Europa, esses grupos que alimentam um nacionalismo extremo, para credibilizar e basear as suas ideias, normalmente apoiam-se em factos sobrenaturais e numa missão a cumprir para salvar a Pátria, libertando-a dos “traidores” e degenerados. Em regra, recorrem a lendas e factores que consideram únicos no povo a que pertencem, com um toque de sobrenatural, que acreditam ser de graça divina.

Portugal, por exemplo, tem uma História muito rica, com episódios de intervenções sobrenaturais e divinas, e que os ocultistas consideram como uma Nação “escolhida” para grandes feitos desde que não se deixe degenerar e assimilar por outras raças migrantes que consideram “inferiores”.

O nosso pequeno Portugal, apesar de tudo, apesar dos enormes erros de governação desde a sua criação, tem passado ileso por toda a história da Europa e do mundo, como que “protegido” por forças divinas que lhe reservaram uma “missão”.

Um povo que “nunca se governou nem se deixou governar”, mesmo antes da fundação da nacionalidade, graças aos Cruzados, de passagem para a guerra em Jerusalém.

Realmente todas as “nossas” lutas, pela sobrevivência como Nação independente, foram sempre protagonizadas por “aliados”, sempre com o entusiasmo e ajuda do Povo e nunca por iniciativa ou liderança das classes privilegiados – Clero e Nobreza.

Como acontece hoje, as classes privilegiadas optaram sempre pelo refúgio junto do mais forte, sendo sempre o Povo a sofrer as consequências e a terem de lutar, sacrificando-se constantemente para a eterna espiral da história continuar a repetir-se nos planos superiores.

Vejamos uma interpretação esotérica sobre a existência de Portugal, que em circunstâncias normais nunca teria existido como Nação independente.

 


“Cumpriram-se os mares, o império desfez-se. Senhor, falta cumprir-se Portugal”...

Este país de reis foi e é também um Porto de Paz (PORTO-GRAAL), ou um “Lugar de Luz” (LUX-CITANIA), cujo significado místico na rota dos tempos deu ao Mundo o seu contributo de Além-Mar.

E se entendermos também qual o significado oculto da Bandeira portuguesa com as suas cores Verde/Vermelho e o Escudo Dourado ao centro, ladeado por 7 Castelos com 5 quinas dentro das quais existem 5 pontos que representam as chagas de Cristo, então descobriremos um tal ‘Segredo’ que o ilustre Fernando Pessoa entendeu e que o levou a dizer: “Cumpriram-se os mares, o império desfez-se. Senhor, falta cumprir-se Portugal”...


7 Castelos + 5 quinas +1 Esfera= 13

12 Apóstolos + Cristo =13

Calendário das 13 Luas


Cabe ao nosso país, segundo muitos esoteristas, o “Arcano 13” do Tarot que representa a Morte que é também chamado o Arcano da Imortalidade.
Simboliza o papel decisivo que cabe a Portugal na morte do homem velho, para o nascimento do homem novo, o Homem Arquetipal, aquele que dará definitivamente início à já tão esperada “Idade de Ouro” ou do Espírito na Era de Aquário.

A cor VERDE, normalmente associada à Esperança dos homens, representa ocultamente uma das duas Energias Cósmicas – “O fogo frio” ou “HÁLITO DIVINO” caído dos céus. O FOHATPURUSHA – ESPÍRITO, O VERMELHO, significando o sangue derramado de todos os que lutaram e morreram pela Pátria, representa ocultamente O FOGO QUENTE SERPENTINO, IRRADIADO DO CENTRO DA TERRA – A KUNDALINI, PRAKRITI – MATÉRIA. Nas duas cores da Bandeira de Porto-Graal, estão expressas as duas principais Forças que originaram a Vida - ESPÍRITO e MATÉRIA - e sobre estas duas cores aparece a esfera armilar a representar o Mundo, a sugerir que toda a Evolução processada no nosso planeta tem por base primordial a conjunção destas duas Forças. Sobre a esfera armilar que representa o Mundo, aparecem os sete castelos dourados que tanto representam a cidade das 7 colinas como simbolizam, os 7 Pilares relacionados com a existência dos “Sete DhyanisOu Seres Superiores que amparam e regem os destinos da Humanidade.

As cinco quinas representam as cinco chagas de Cristo dispostas em cruz, num país de Cruzadas que levou a sua Mensagem além-Mar e que de novo se cumprirá como Mensageiro duma Nova Era (Aquário) quando retomar o Caminho iniciado há muito mas desviado do seu verdadeiro sentido, que será corrigido no tempo certo, para o qual foi predestinado Portugal numa Nova Era Universal, porquanto se levantará de novo como se canta no hino nacional.

O AZUL é a cor da espiritualidade, representado nas cores iniciais da Bandeira Lusa que certa Confraria Branca Esotérica imprimiu como que profetizando o papel relevante de Portugal nos acontecimentos futuros que a sabedoria popular pressente na enigmática frase da “Padroeira” que diz: “Portugal será perseguido, mas nunca vencido”, e nele existe um Segredo no Centro que a seu tempo será revelado…

Hoje, depois da tentativa do Governo Fascista de Salazar ter tentado perpetuar o “Império Português”, recorrendo à mística da sua história (e imitação mais pobre e mais leve do Nazismo) e ter caído porque as bases desse “império do Minho a Timor” eram, de facto, de “barro”, ruindo tudo ao primeiro grande abanão, a intensão dessas forças “patrióticas” é salientar a Lusitanidade, uma raça pura, descendente dos Atlantes, que ainda não terminou a sua missão. Realmente os historiadores ainda não compreenderam como é que Portugal, tão pequeno e com tão pouca gente tenha dominado meio mundo, e influenciado tremendamente os factos históricos da Europa. A sua ligação com os Templários dá-lhe uma aureola misteriosa e a sua História de 900 anos, conseguindo manter-se independente sem ter sofrido grandes alterações, é considerada muito estranha. São muito poucas as Nações que possam apresentar um curriculum de sobrevivência que ninguém compreende como foi possível.

Na Alemanha, Hitler para conseguir os seus objectivos, recorreu também à História sobrenatural de uma raça pura que quis implementar na “sua” Alemanha “superior” destinada a lidar o Mundo Ocidental.

 

As runas são letras características, usadas para escrever nas línguas germânicas da Europa do Norte, sobretudo Escandinávia, ilhas Britânicas e Alemanha desde o século II ao XI. Os povos nórdicos consideravam as runas um presente de Odin. Com elas pode-se falar sobre o seu passado, o seu presente e o seu futuro. Desde épocas muito antigas as runas eram empregadas para diversos fins tais como magia, consulta oracular, alfabeto sagrado e realização de posturas e mudras rituais.  Com a magia buscava-se casamentos, cura de doenças, escapar de prisões e muito mais. O alfabeto rúnico era usado para recitar poesia e cantos mágicos.   No uso oracular, principalmente entre os vikings, as runas serviam para preparação de estratégias de guerra, previsões de futuro e momentos favoráveis para a execução de determinadas tarefas. É inegável que os vikings foram temidos em todos os lugares por onde passaram.   As suas estratégias militares eram, em geral, impecáveis e na maioria das vezes obtinham vitória nas suas investidas.   Podemos dizer que grande parte da história desses guerreiros nórdicos foi guiada pelas runas.   Terras estrangeiras só eram invadidas e prisioneiros executados ou libertados após uma consulta com as runas.

A história dos nórdicos e principalmente as suas capacidades mágicas inflamaram Adolfo Hitler e seus delírios de poder.  Tudo parece ter começado após ele ter ouvido Richard Wagner e a sua ópera com temas da mitologia nórdica.  Neste momento Hitler, que já nutria ideias de poder, resgatou o tema de uma raça ariana (considerada raça superior nos contos mitológicos).  Baseou-se em lendas e mitos para sustentar as suas fantasias de superioridade.   Assim a cúpula Nazi buscou ter acesso ao conhecimento rúnico mágico e oracular. Algumas runas foram usadas de forma emblemática, como talismãs de protecção e de conquista.


A suástica invertida (da direita para a esquerda), que deveria dominar-se Sovástica, tornou-se o emblema do partido. Ela representa o martelo, poderoso instrumento do deus Thor, que lhe dava a capacidade de quebrar obstáculos e derrotar os seus inimigos. A runa Sigel, que representa o sol e a vitória em combates, foi usada em forma dupla como marca dos integrantes da divisão SS. Desta maneira Hitler cercou-se de poderosos instrumentos na execução dos seus ataques militares.


Tudo era válido na conquista dos seus objectivos. Ele quis mudar à força os paradigmas do mundo da época, para que a força mística, intuitiva e mágica descrita nos contos e mitos nórdicos fosse aplicada “ao pé da letra”.  E todos os cientistas e políticos deveriam aceitar as suas ideias.

 

Juventude de Hitler e Cultura


Desde jovem Hitler sentia-se incompreendido, tinha talentos artísticos que não foram reconhecidos. Naquele tempo a arte moderna imperava nas escolas de Belas Artes e nas exposições. O seu estilo era clássico e considerado ultrapassado.  Ele via na arte moderna a prova de uma arte decadente e o sintoma da degeneração do mundo.   Passou a nutrir uma espécie de desejo de perfeição (mas o que é a perfeição?) para o seu país. Na sua opinião isto só seria possível com a eliminação do mal, ou seja, aquilo que era considerado por ele feio e anormal.

Hitler tinha uma cultura limitada (ao que se sabe), era deficiente em experiências e leitura. Não conhecia o mundo nem os povos que o habitam. Porém tinha conselheiros ligados à magia. Desenvolveu metas referentes apenas a teorias e não a experiências. Partiu de ideias preconcebidas para encontrar respostas, desconsiderando todas as possibilidades contrárias, mesmo as mais realistas.  Assim sendo, ao assumir o poder e apoiado pela maioria do povo, quis exterminar o que lhe parecia impuro e diferente, para que fosse criado um mundo “limpo”, habitado somente pela raça “superior”.

Hoje em dia sabemos que não existe esta tal raça superior, o que existe são características diferentes em cada povo. Uns desenvolvem melhor determinadas actividades e tem mais dificuldades com outras questões. Uns têm racionalidade mais acentuada de forma geral, porém carecem de lidar bem com as suas emoções devido a uma formação cultural muito rigorosa.  Naturalmente este é um estereótipo de um povo e não significa que todas as pessoas sejam assim, nem significa que elas não possam desenvolver estas qualidades ao longo das suas vidas.   Podemos citar inúmeros exemplos de característica que podem ser consideradas “positivas” e “negativas” para cada povo, porém isso é o que se pode chamar de estereótipos. Então a raça ideal deveria mesmo ser o “vira lata”, ou seja sem ideal e feito de mistura, pois só a mistura pode fornecer elementos de equilíbrio dinâmico para cada pessoa. Não temos necessariamente que sair e misturarmo-nos com tudo e com todos, porém deveríamos aprender a abrir-nos para o diferente, o novo, algo que possibilite mudar e aumentar o nosso conhecimento, trocarmos ideias e experiências e assim crescermos num processo integral.

 

Interpretando o simbolismo das runas

 

As runas eram usadas pelos nazis como marca dos seus correligionários. Sigel, por exemplo, representa o sol, na mitologia escandinava.   Este astro de fogo tem um papel mitológico importante para o povo nórdico (assim como para a maioria dos povos primitivos), pois era ele quem transformava os malignos gigantes de gelo em pedra, ou seja, em seres inanimados.   No terreno divinatório simboliza a vitória sobre o mal.   Hitler buscou este símbolo claramente na tentativa de conseguir alcançar a vitória dos seus ideais, e entre eles estava a ânsia de exterminar o “mal”, o sujo, o feio, o diferente e a liberdade dos outros, para então ser criado um mundo (a seu ver) correcto.

A Runa Sigel também intíma o consulente ou o leitor do símbolo a dar um tempo, pois adverte que há necessidade de um recuo para recuperar as forças, rever estratégias, reflectir sobre a situação e conhecer o terreno.   Todo o símbolo rúnico usado para qualquer fim deve ser respeitado no seu contexto amplo e não somente esperar que o seu poder cumpra a tarefa desejada. Sigel simboliza a vitória, porém lembra-nos de parar para refazer-nos, pois há uma tendência a sermos intensos em demasia e assim queimarmo-nos no nosso próprio fogo.  Será que este procedimento foi seguido? Será que houve um real questionamento de querer saber onde está o “mal” (fora ou dentro)?  Será que houve algum tipo de autocrítica para julgar que as metas poderiam não ser tão perfeitas ou adequadas?  E se houve certamente as respostas vinham sem uma reflexão sincera e lúcida, pois o mal (desde que o mundo é mundo) sempre foi apontado fora de nós, nos outros, nos “diferentes daquilo que nós somos” nunca encontrado em nós mesmos.


A mitologia nórdica retomada por Wagner, principalmente no ciclo de aventuras conhecido como “O anel do poder”, descreve a psique das pessoas que não se sentem amadas na infância, a criança abandonada, numa linguagem psicológica.  Essas pessoas, como Hitler, na idade adulta tornam-se pessoas autoritárias. Com isso passam a buscar o poder no mundo exterior, para compensar o vazio e a falta de amor que sentem dentro de si.  Querem também subjugar o feminino e o frágil ao alcance das suas mãos numa tentativa de eliminar o potencial de sensibilidade humana existente nos seus próprios corações.  Esta foi a trajectória de Adolfo Hitler, na busca de compensar as suas carências emocionais.  Ele projectou na sua mente uma necessidade insaciável de poder. Para se conseguir poder nada mais natural do que tentar acabar com a liberdade, pois esta é sempre uma ameaça aos ditadores, que não desejam ser questionados.  Porém a sua justificativa era a de que iria adestrar os homens até que eles tivessem condições de ser livres. Ou seja, lavagem cerebral. Será isto um sinónimo de liberdade?

O segundo símbolo do mundo nórdico, usado como emblema principal do nazismo foi a suástica.   Esta era usada pelos antigos povos como amuleto ou talismã de força e protecção. Mitologicamente o seu representante é Thor, deus infalível cujo martelo era um grande trunfo.   Quem tivesse a posse do martelo, mesmo de forma emblemática, teria este poder e até a protecção do deus.  Por este motivo Hitler apoderou-se da suástica, na busca de ser infalível e invulnerável. No início tudo caminhou desta maneira: aos olhos da maioria a Alemanha realmente parecia poderosa e invencível. Porém, com o tempo, e como o verdadeiro sentido das runas não estava a ser seguido, a derrota veio aniquilar a esperança do “paraíso de perfeição”.

As intenções de Hitler pareciam as melhores possíveis. A maioria do povo alemão encantou-se por ele e as suas “boas intenções”.  No seu governo houve campanha para incentivar a estética e a higiene.   Fazia de tudo para valorizar a beleza da raça loira e branca. Só não percebeu que nem ele mesmo se encaixava neste biótipo. Mas como olhar para a realidade exterior não era o seu forte, uma pessoa assim age segundo pré-conceitos, com uma espécie de “venda” nos olhos. E certamente tem dificuldade para lidar com o mundo real, para aprender ou interagir com ele.

O poder da suástica deve ser respeitado e quem quer fazer uso dele deve saber como se conduzir para poder receber apenas os seus efeitos ‘positivos’, que no final das contas é o amadurecimento pessoal.

 

O “paraíso aqui na terra”

 

É importante notarmos que a ideia de paraíso e perfeição sempre foi perseguida pela humanidade.  É assim até hoje, desde as igrejas até a política todos buscam trazer a perfeição para o mundo, para o país, para a sociedade ou para a família.   E isto só é bom quando se respeita a liberdade dos outros de escolherem o seu próprio caminho.   Muitas guerras, muito ódio, incompreensão e obscuridade têm sido gerados por desrespeito ao próximo.   Fecham-se em clãs, clubes privados, sociedades secretas ou mesmo claques de futebol buscando a “perfeição” para o grupo deles sem se abrirem para os estranhos, para o novo, para o diferente.   Sem autocríticas, sem questionamentos.   Acham que sabem o que é bom para os outros e muitas vezes impõem as suas próprias verdades, sem diálogo, sem perguntar a opinião do outro.   Sem respeitar a individualidade.   Este arquétipo “hitleriano” de um ditador existe em cada um de nós e precisa de ser revisto. 

Ele busca poder e foge dos sentimentos, podemos reconhecê-lo todas as vezes em que tentamos dominar uma outra pessoa para nos sentirmos seguros e sempre que somos autoritários e não permitimos o diálogo ou qualquer tipo de liberdade de pensamento alheio que contrarie as nossas crenças e desejos.

 

Um Verdadeiro Guerreiro

 

Um verdadeiro guerreiro é uma pessoa que luta para abrir a sua mente e desenvolver o seu espírito. Usa e vive a realidade para criar e superar os seus próprios limites. Mesmo porque é isto que a realidade nos ensina. Ela faz-nos descobrir que não somos deuses, e que, realmente, não somos perfeitos. Isso obriga-nos a lidar com a realidade e, consequentemente, com a ideia de imperfeição. Hitler partiu de uma ideia – a beleza e a pureza infinitas – que nada tinha a ver com a realidade, rejeitou o que lhe parecia feio e obscuro, rejeitou o que era diferente dos seus padrões e considerou-o seu inimigo.   Projectou as suas quimeras pessoais nos judeus, ciganos e negros, projectou no mundo exterior a feiura que existia e não era aceite no seu próprio mundo interno, e tinha a certeza de que o extermínio do diferente eliminaria o mal no mundo.   Sem olhar para dentro de si mesmo, sem escutar os seus sentimentos, questionar-se e amadurecer com a dúvida, crescer como indivíduo. Só assim poderia ter prestado algum tipo de serviço valioso para os outros. Por não se conduzir desta maneira acabou por levar uma rasteira do destino. Mesmo que conseguisse eliminar todos os ciganos, judeus, negros e outros, jamais estaria satisfeito com o mundo externo, já que não estava satisfeito com o seu mundo interno e continuaria com a sua neurose.


Hitler faz parte do inconsciente colectivo e por isso está vivo dentro de cada um de nós. Todos acabamos por agir com preconceito em algum momento se não tivermos atenção.  A necessidade pessoal de encontrar o paraíso deve ser questionada, pois trata-se geralmente de uma fuga da realidade. Fugimos de lidar com o que nos causa dor, fugimos de lidar com o nosso próprio processo de crescimento pessoal, isto é, de amadurecer como indivíduos.   Desta forma “o Mal” é projectado fora de nós e acabamos por obrigar as pessoas a compartilharem dos nossos ideais de bondade.   Ou podemos ter fantásticos ideais sobre qual é a forma correcta de ser e agir no mundo. Então, quando algo sai diferente do que concebemos ficamos tristes e magoados ou nos enfurecemos culpando os outros.   Achamos que o que é bom para nós é bom para o mundo inteiro, e é partindo dessas ideias que nos tornamos intransigentes, inflexíveis e, principalmente,  stressados. É comprovado que o stresse acontece sempre que não relaxamos e aceitamos a realidade. Existe uma oração que diz algo como “faça com que eu aceite o que não pode ser mudado, que eu tenha forças de mudar o que é possível ser mudado e que eu tenha sabedoria para distinguir entre essas duas coisas”.

Todo o esforço que fazemos para o nosso desenvolvimento interno é válido, porém todo o esforço que fazemos para impor as nossas ideias aos outros é como um estupro, um desrespeito às individualidades. Toda a tentativa de melhorar o mundo que nos rodeia é válida, mas o mais importante é olharmos para dentro de nós e trabalharmos sobre as nossas próprias dificuldades, o nosso lado “feio” e estranho”, lembrando que a liberdade é fundamental para o verdadeiro desenvolvimento, temos que ser livres para optar pelo caminho que queremos trilhar e, ao mesmo tempo, respeitar os caminhos diferentes trilhados por outros.   Se alguém perguntar, pode-se até sugerir alternativas.   Mas o caminho real da sabedoria deve ser trilhado pela própria pessoa.   Um caminho não é igual ao outro.  Há tantas trajectórias possíveis quanto o número de estrelas no céu, talvez mais.

Como foi escrito no texto para Safira Estrela (Super-heroínas e vilãs da Banda desenhada) cujo tema era “Talismãs Mágicos”, o talismã é somente um instrumento que ajuda no trabalho, na busca interna de propósitos e de crescimento. Porém deve ser usado adequadamente, pois o poder está verdadeiramente dentro de nós. Sem reflexão adequada, sem abertura para a realidade, para o novo, para a experimentação e meditação ninguém consegue chegar a sair da roda-viva da busca do poder, da busca de segurança e da tentativa de suprimir a carência interna fazendo conquistas externas.



 

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