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terça-feira, 19 de novembro de 2019


O CÉREBRO DO CORAÇÃO

Martin Luther King Jr. Declarou uma vez: "As nossas vidas começam a terminar no dia em que nos silenciamos para as coisas que realmente importam".

Tem sido esta a minha preocupação desde o momento que comecei a enviar textos para os meus contactos, na esperança de que alguns “acordem” e espalhem pelos contactos deles estas mensagens de alerta.

Todo o sistema civilizacional imposto pela Europa obedece a parâmetros bem definidos pela elite que, desde os primórdios da civilização, estabeleceram uma agenda para dominarem o planeta.

Já publiquei muita matéria, mais do que suficiente para que cada um, se estiver interessado, possa investigar por conta própria e, dentro do “conhecimento” por mim partilhado chegarem a uma conclusão. Conclusão essa que não virá apenas do simples raciocínio lógico, matemático, mas que virá também da fé num saber instintivo que brota do coração. Esse saber vem do nosso espírito, e que ainda não sabemos ouvir.

Quanto mais nos espiritualizamos mais conectados estamos com o saber universal, o Espírito Santo para os que já “acordaram”, que nos enche de sugestões e bons conselhos.

Durante grande parte da história, o mundo ocidental tem acreditado que inteligência – tida como a capacidade de aprender e  compreender — é uma função exclusiva do cérebro. Fomos também ensinados que o cérebro está no controle, enquanto o resto do nosso corpo, inclusive o coração, obedece aos seus comandos.

Ocorre que, nos anos de 1970, o casal de fisiologistas, John e Beatrice Lacey, do Fels Research Institute, realizou uma pesquisa demonstrando que o coração possui um sistema nervoso independente ao qual se referiram como “o cérebro do coração”.


Foi revelado que mais de 40 mil neurônios do coração são usados para a comunicação com os centros cerebrais relacionados à consciência, incluindo as amígdalas, o tálamo e o córtex cerebral. Avançando nas suas pesquisas, o casal Lacey descobriu que o coração não obedece automaticamente às mensagens do cérebro. Ele primeiro interpreta os sinais neurais e depois cria uma resposta de acordo com o estado emocional da pessoa. Concluiram que o coração possui uma lógica distinta e que os batimentos cardíacos são uma linguagem inteligente.

Em 1992, Doc Childre - pesquisador e especialista em stressfundou o Instituto HeartMath e, ao lado de um grupo de pesquisadores, descobriu que o coração envia mais informações para o cérebro do que vice-versa. E que o coração possui um campo magnético mensurável a uma distância de alguns metros do corpo.



O coração tanto pode exteriorizar as nossas emoções quanto ser influenciado pelas emoções alheias. Quando uma pessoa se conecta a outra pelo toque físico ou até mesmo pela empatia, a atividade eléctrica dos corações e cérebros dessas duas pessoas interliga-se e passa a comunicar-se.

Essas pesquisas científicas vêm demonstrando que o coração possui grande força e sabedoria, podendo conter a chave para nos auxiliar na ruptura de um paradigma que não mais nos atende.

Fomos educados e crescemos dentro de um sistema rígido que impõe a autoridade da mente sobre a do coração. Por outro lado, o mundo vem apresentando questões e demandas muito complexas, cujas respostas e soluções não são encontradas por meio exclusivo da inteligência lógica e linear concebida pela mente.

Modernamente o afeto, o sentimento e a paixão (pathos) ganharam centralidade. Esse passo é hoje imperativo, pois somente com a razão (logos) não damos conta das graves crises por que passa a vida, a Humanidade e  a Terra. A razão intelectual precisa de integrar a inteligência emocional sem o que não construíremos uma realidade social integrada e de rosto humano. Não se chega ao coração do coração sem passar pelo afeto e pelo amor, afirma Leonardo Boff. (Leonardo Boff, pseudónimo de Genézio Darci Boff  - Concórdia, 14 de Dezembro de 1938 - é um teólogo brasileiro, escritor e professor universitário, expoente da Teologia da Libertação no Brasil.)

Para ser razoável, para parecer autêntica, a razão tem que se basear em algo mais fundamental do que ela mesma. E a melhor coisa para baseá-la é o amor. O amor vai mais fundo do que a razão.

A linguagem universal inata do ser humano são as emoções, e não as palavras.

Aprendemos melhor cinestesicamente através do “sentir”, e não do “pensar”. É por isso que dizemos: “uma imagem vale mais que mil palavras” e “falar é fácil“.


Aristóteles já intuia a supremacia da inteligência do coração, quando disse que “Educar a mente sem educar o coração não é Educação”. E a medicina tradicional chinesa sempre considerou o coração como o centro da sabedoria.

A mente sabe. O coração compreende. E é com base nessa compreensão que devemos buscar um novo modelo de vida que se sustente a longo prazo e que não coloque em risco a perenidade das gerações futuras. E essa inovadora estratégia não é com a mente, é com o coração”.

(Sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990)

R.

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