ALGUNS CONSELHOS DO LIVRO
DE URÂNTIA
Encontrei
nos meus memorandos arquivados uns conselhos do grande livro de Urântia que,
pelo que os autores do próprio livro pretendem, devem ser dados a conhecer a
todos os seres humanos. Para evitar idolatrias e guerras de opiniões, os
autores não se identificaram, não “personalizaram” o livro nem o querem “ligado”
a qualquer Instituição religiosa ou afim e não deram direitos autorais a
ninguém. Os escritos foram encontrados, sem remetente nem destinatário, e devem
estar ao alcance de todos os interessados. As entidades, supostamente celestes, consideradas “reveladoras”
preocupavam-se em evitar que o Livro se tornasse um meio para o engrandecimento
pessoal dos humanos a ele associados. A principal razão para não revelar a
identidade da Personalidade que encetou os contactos na Terra, é que os Reveladores Celestes não desejam que
qualquer ser humano - qualquer nome humano - seja em qualquer momento associado
com o Livro de Urântia. Eles desejam que essa revelação se sustente pelas suas
próprias declarações e ensinamentos. Estão determinados a conseguir que as futuras
gerações tenham o Livro completamente livre de quaisquer ligações mortais, não
desejam um São Pedro, São Paulo, Lutero, Calvino ou Wesley. O Livro nem mesmo
contém a marca do editor que o trouxe à existência. Eles não desejavam que
qualquer pessoa obtivesse renome ou dinheiro para si com o Livro de Urântia.
Mas, como sempre acontece em toda a História humana, estes planos sofreram
grandes desvios. O livro é bastante contestado pelo sistema, assim como Jesus (e
a sua doutrina também) foi contestado pelos poderes instalados que
influenciavam, e influenciam hoje, todos os seres humanos que permanecem
completamente “adormecidos” na Matrix
onde foram confinados.
Na minha opinião, os ensinamentos valem
por si e temos capacidade de avaliar e fazer a destrinça entre o bem e o mal.
Perder tempo a contestar apenas porque esses ensinamentos não vieram pelas vias
tradicionais consideradas todas-poderosas é perda de tempo. Não há espaço para
a descoberta e para o desenvolvimento em liberdade. Poder evoluir apenas pelos
caminhos indicados pelos “senhores” é escravidão e manutenção de um regime
ditatorial para perpetuar o poder instalado.
Comecemos:
Algumas
vezes, o plantio de uma semente necessita da sua morte, a morte das esperanças
mais queridas, antes que renasça para dar os frutos da nova vida e da nova
oportunidade. Daí iremos aprender a
sofrer menos, pelas tristezas e desapontamentos, primeiro, fazendo menos planos
pessoais envolvendo outras personalidades, e depois, aceitando a nossa parte
quando tivermos cumprido fielmente o nosso dever. Aprenderemos que as nossas
cargas aumentam e as possibilidades de sucesso diminuem quando nos levamos
excessivamente a sério. Nada pode ter precedência sobre o trabalho no plano
dimensional em que temos o nosso status. Muito importante é o trabalho
de preparação para a próxima e mais elevada dimensão, mas nada se iguala, em
importância, ao trabalho no mundo em que estamos de facto a viver. E assim,
embora o trabalho seja
importante, o ego não o é. Quando
nos sentimos importantes, perdemos energia por meio do desgaste da dignidade do
ego, de modo que pouca energia sobra para fazer o trabalho. Dar-se muita
auto-importância e pouca importância ao trabalho exaure as criaturas imaturas.
É o elemento do ego que exaure, não o esforço para realizar. Podemos fazer um
trabalho importante, se não nos atribuirmos uma auto-importância excessiva.
Podemos fazer várias coisas tão facilmente quanto fazemos uma só, se deixarmos
a nós próprios de fora. A variedade descansa, a monotonia é o que desgasta e
exaure. O dia após dia é igual – apenas a vida ou a alternativa da morte.
1.
Uma demonstração de habilidade especializada não significa a posse de
capacidade espiritual. A engenhosidade não substitui o carácter verdadeiro.
2.
Poucas pessoas vivem à altura da fé que na verdade possuem. O medo irracional é
uma fraude intelectual madrasta, praticada contra a alma mortal em evolução.
3.
As capacidades inerentes não podem ser superadas. Num copo normal jamais pode
caber um litro. O conceito espiritual não pode ser mecanicamente imposto aos
moldes da memória material.
4.
Poucos mortais ousam atribuir a soma dos créditos da sua personalidade aos
ministérios combinados da natureza e da graça. A maioria das almas empobrecidas
é verdadeiramente rica, mas recusa-se a acreditar nisso.
5.
As dificuldades podem desafiar a mediocridade e derrotar os temerosos, mas elas
apenas estimulam os verdadeiros filhos do Altíssimo.
6.
Desfrutar do privilégio sem abuso, ter liberdade sem licença, possuir o poder e
recusar-se firmemente a usá-lo para o auto-engrandecimento – essas são as
marcas de uma alta civilização.
7.
Acidentes cegos e imprevistos não ocorrem no cosmo. Nem os seres celestes
ajudam um ser mais baixo que se recusa a agir sob a sua luz da verdade.
8.
O esforço nem sempre produz alegria, mas não existe felicidade sem esforço
inteligente.
9.
A acção gera a força. A moderação resulta no encanto.
10.
A rectidão toca as cordas da harmonia da verdade, e a melodia vibra em todo o
cosmo, para reconhecer até mesmo o Infinito.
11.
Os fracos condescendem em resoluções, mas os fortes agem. A vida não é senão um
dia de trabalho – faça-o bem. O acto é nosso, as consequências são de Deus.
12.
A maior aflição do cosmo é nunca ter sido afligido. Os mortais apenas aprendem
a sabedoria pela experiência da tribulação.
13.
É do isolamento solitário das profundezas experienciais que as estrelas são
mais bem discernidas, não dos cumes iluminados e deslumbrantes das montanhas.
14.
Estimulai o apetite dos vossos companheiros pela verdade. Dai um conselho
apenas quando vos for pedido.
15.
A afectação é o esforço ridículo do ignorante para parecer sábio, a tentativa
da alma estéril de parecer rica.
16.
Vós não podeis perceber a verdade espiritual até que a vossa experiência a
tenha provado, contudo muitas verdades não são realmente sentidas senão na
adversidade.
17.
A ambição é perigosa até que ela seja integralmente socializada. Vós não
adquirireis, verdadeiramente, uma virtude sequer, até que os vossos actos vos
façam dignos dela.
18.
A impaciência é um veneno para o espírito. A raiva é como uma pedra atirada a
um ninho de vespas.
19.
A ansiedade deve ser abandonada. As decepções mais difíceis de serem toleradas
são aquelas que nunca chegam.
20.
Apenas um poeta pode ver poesia na prosa lugar-comum da existência rotineira.
21.
A missão elevada de qualquer arte é, por meio das suas ilusões, prenunciar uma
realidade universal superior, é cristalizar as emoções do tempo no pensamento
da eternidade.
22.
A alma em evolução não se torna divina pelo que faz, mas por aquilo que se
esforça por fazer.
23.
A morte nada acrescenta à posse intelectual nem à dotação espiritual, mas ao
cabedal experiencial acrescenta a consciência da sobrevivência.
24.
O destino da eternidade é determinado, momento a momento, por aquilo que é
realizado na vida do dia-a-dia. Os actos de hoje são o destino de amanhã.
25.
A grandeza não repousa tanto em possuir força, quanto em fazer um uso sábio e
divino dessa força.
26.
O conhecimento é adquirido apenas pelo compartilhamento. Ele é salvaguardado
pela sabedoria e socializado pelo amor.
27.
O progresso requer o desenvolvimento da individualidade. A mediocridade busca a
perpetuação pela padronização.
28.
A necessidade de defender uma proposição por meio da argumentação é
inversamente proporcional ao teor da sua verdade implícita.
.
A princípio, a vida era uma luta pela existência; agora, por um padrão de vida,
em seguida, a luta será pela qualidade
do pensamento, que é a próxima meta terrena da existência humana.
.
Os mecanismos para encontrar os empregos. A próxima idade, do
desenvolvimento social, estará incorporada a uma cooperatividade e a uma
coordenação melhores e mais efectivas da especialização sempre crescente e em
expansão. E como o trabalho se diversifica cada vez mais, algumas técnicas para
encaminhar os indivíduos ao emprego adequado devem ser delineadas. A maquinaria
não é a única causa do desemprego no meio dos povos civilizados da Terra. A
complexidade económica e o aumento constante da especialização industrial e
profissional aumentam os problemas de colocação do trabalhador. Não é
suficiente treinar os homens para o trabalho. Numa sociedade complexa, devem
ser providos também os métodos eficazes para encontrar os seus locais de
trabalho. Antes de treinar os cidadãos nas técnicas altamente especializadas de
como ganhar para sobreviver, eles deveriam ser treinados em um ou mais métodos
de trabalho comum, de comércio ou de ocupações, que lhes permitissem ser empregados
quando estivessem transitoriamente desempregados nos seus trabalhos
especializados. Nenhuma civilização pode sobreviver sustentando, por muito
tempo, grandes grupos de desempregados. Com o tempo, até mesmo os melhores
cidadãos tornar-se-ão corrompidos e desmoralizados por aceitar o sustento do
tesouro público. Mesmo a caridade privada torna-se perniciosa, quando aplicada
por muito tempo a cidadãos sãos e capazes. Uma sociedade a tal ponto
especializada não considerará com simpatia as antigas práticas comunais e
feudais dos povos antigos. É bem verdade que muitos serviços comuns podem ser
socializados de um modo aceitável e proveitoso, mas os seres humanos altamente
treinados e ultra-especializados podem ser mais bem geridos por alguma técnica
de cooperação inteligente. A coordenação modernizada e a regulamentação
fraternal produzirão uma cooperação mais durável do que os métodos mais antigos
e mais primitivos de comunismo ou de instituições reguladoras ditatoriais,
baseadas na força.
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