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quinta-feira, 15 de junho de 2017


ESTÓRIAS QUE A HISTÓRIA NÃO CONTA – Luís XIV

 

Luís XIV, o "Rei Sol" é comummente descrito nos livros de história como "o grande protetor das artes e da cultura em França", e praticamente mais nada, a não ser a sua vida de luxo e opulência, e a publicidade que Alexandre Dumas lhe deu com as aventuras dos "Três Mosqueteiros" nas suas disputas com a guarda do seu primeiro-ministro Richelieu.




Na verdade, tal como os governantes que desgovernam e ainda hoje afligem a humanidade, este monarca, e a sua corte de nobres perdulários levou o país à ruína e massacrou a população pobre através de pesados impostos que taxavam até mesmo o sal que consumia (onde é que já vi isto?).

 

No seu sumptuoso palácio, em Versalhes, dotado de salões maravilhosos e jardins com 1 400 repuxos e canais artificiais, custou, só em manutenção, o que hoje seria equivalente a cem milhões de euros. Tudo isso usurpado ao povo oprimido.




Na França de 1661 a 1715, a justiça era bizarra, havendo 150 maneiras diferentes de interpretá-la. E quem ousasse desafiá-la ia diretamente apodrecer nos calabouços da Bastilha.

 

Só a cozinha do palácio tinha mil aposentos e os nobres perdiam em jogatinas o equivalente a cerca de 50 mil euros por dia. Enquanto isso, os porcos enchiam as ruas de Paris, evitadas pelos fidalgos que "desmaiavam" com o cheiro delas.

 

Tendo que dar três quartos dos seus bens ao Estado, comandado pela mão de ferro de Richelieu, ironicamente um Cardeal da Igreja Católica, os pobres cidadãos tinham ao pé de si o luxo, as futilidades, a corrupção, os bailes e as mascaradas que divertiam a Nobreza e, como herança, somente as doenças, a fome, a espoliação e as pestilências mais diversas.

 

Será este o destino da humanidade com a implementação da Nova Era, com um Rei, uma única religião (um Papa declarou que está reservada à Igreja Católica de Roma a orientação de todas as outras religiões) e um povo trabalhador escravo?

 

O sucessor de Luís XIV, Luís XV, manteve a mesma situação, cercado pelas suas frívolas amantes, pouco se importando com o sofrimento do povo.

 

A mudança histórica que se impunha, a Revolução, não foi bem como dizem os livros da história convencional. O que despoletou tudo foi a declaração que Luís XV dirigiu à Nobreza, em que afirmou: "Senhores, parece-me que não se pode extorquir mais um vintém ao Povo. Por isso tereis de pagar alguns impostos até que o governo se reajuste".

 

A Nobreza foi atacada.

 

Assim, a Revolução que ocorreu logo a seguir, no reinado de Luís XV, não foi um movimento essencialmente popular, como vem nos livros. Foi sim, idealizada e estruturada pela Nobreza revoltada com o facto de ter sido igualada à plebe, pagando também (alguns) impostos.

 

O mesmo sucede hoje. O povo, as massas, julga que pode influenciar grandes acontecimentos. Como estão enganados! Enquanto as elites não forem incomodadas (os grandes empresários, banqueiros e senhores da alta sociedade), os governos podem oprimir a plebe, o povo trabalhador que julga viver em liberdade e ter poder reivindicativo só por si.

 

Reparem que o governo anterior para submeter os portugueses ao regime de austeridade aumentou os impostos (aumento brutal, conforme declaração do próprio Ministro Gaspar, na altura) à classe média e pobres, evitando sobrecarregar as elites ricas. Os pobres pagaram muito mais do que os ricos, é um facto reconhecido.

 

Acreditem que é assim! O governo atual tenta entrar no campo dos ricos que enriqueceram ainda mais com a crise, mas duvido que consiga algo. Os processos em curso não devem chegar ao fim desejado.

 

R.

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