ESTÓRIAS
QUE A HISTÓRIA NÃO CONTA – Luís XIV
Luís
XIV, o "Rei Sol" é comummente descrito nos livros de história como
"o grande protetor das artes e da cultura em França", e praticamente
mais nada, a não ser a sua vida de luxo e opulência, e a publicidade que
Alexandre Dumas lhe deu com as aventuras dos "Três Mosqueteiros" nas
suas disputas com a guarda do seu primeiro-ministro Richelieu.
Na
verdade, tal como os governantes que
desgovernam e ainda hoje afligem a humanidade, este monarca, e a sua corte
de nobres perdulários levou o país à ruína e massacrou a população pobre
através de pesados impostos que taxavam até mesmo o sal que consumia (onde é que já vi isto?).
No
seu sumptuoso palácio, em Versalhes, dotado de salões maravilhosos e jardins
com 1 400 repuxos e canais artificiais, custou, só em manutenção, o que hoje
seria equivalente a cem milhões de euros. Tudo isso usurpado ao povo oprimido.
Na
França de 1661 a 1715, a justiça era bizarra, havendo 150 maneiras diferentes
de interpretá-la. E quem ousasse desafiá-la ia diretamente apodrecer nos
calabouços da Bastilha.
Só
a cozinha do palácio tinha mil aposentos e os nobres perdiam em jogatinas o
equivalente a cerca de 50 mil euros por dia. Enquanto isso, os porcos enchiam
as ruas de Paris, evitadas pelos fidalgos que "desmaiavam" com o
cheiro delas.
Tendo
que dar três quartos dos seus bens ao Estado, comandado pela mão de ferro de
Richelieu, ironicamente um Cardeal da Igreja Católica, os pobres cidadãos
tinham ao pé de si o luxo, as futilidades, a corrupção, os bailes e as
mascaradas que divertiam a Nobreza e, como herança, somente as doenças, a fome,
a espoliação e as pestilências mais diversas.
Será este o destino da
humanidade com a implementação da Nova Era, com um Rei, uma única religião (um Papa declarou que está reservada à Igreja Católica de Roma a
orientação de todas as outras religiões) e um povo trabalhador escravo?
O
sucessor de Luís XIV, Luís XV, manteve a mesma situação, cercado pelas suas
frívolas amantes, pouco se importando com o sofrimento do povo.
A
mudança histórica que se impunha, a Revolução, não foi bem como dizem os livros
da história convencional. O que despoletou tudo foi a declaração que Luís XV
dirigiu à Nobreza, em que afirmou: "Senhores, parece-me que não se pode
extorquir mais um vintém ao Povo. Por isso tereis de pagar alguns impostos até
que o governo se reajuste".
A Nobreza foi atacada.
Assim,
a Revolução que ocorreu logo a seguir, no reinado de Luís XV, não foi um
movimento essencialmente popular, como vem nos livros. Foi sim, idealizada e
estruturada pela Nobreza revoltada com o facto de ter sido igualada à plebe,
pagando também (alguns) impostos.
O
mesmo sucede hoje. O povo, as massas, julga que pode influenciar grandes
acontecimentos. Como estão enganados! Enquanto as elites não forem incomodadas (os
grandes empresários, banqueiros e senhores da alta sociedade), os governos
podem oprimir a plebe, o povo trabalhador que julga viver em liberdade e ter
poder reivindicativo só por si.
Reparem que o governo
anterior para submeter os portugueses ao regime de austeridade aumentou os
impostos
(aumento brutal, conforme declaração do
próprio Ministro Gaspar, na altura)
à classe média e pobres, evitando sobrecarregar as elites ricas. Os pobres
pagaram muito mais do que os ricos, é um facto reconhecido.
Acreditem
que é assim! O governo atual tenta entrar no campo dos ricos que enriqueceram
ainda mais com a crise, mas duvido que consiga algo. Os processos em curso não
devem chegar ao fim desejado.
R.
Sem comentários:
Enviar um comentário