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sábado, 28 de maio de 2022

 

A MENTE MODELA A VIDA DAS PESSOAS

 

Um respeitável pesquisador de células-tronco, o norte-americano Bruce Lipton rompeu as fronteiras da Biologia tradicional ao incorporar a ela conceitos da Física Quântica. Ideias surgidas a partir dessa óptica, como a equivalência da membrana celular ao “cérebro” das células e o controlo que o ambiente exerce sobre as células a partir das suas membranas, confirmam a íntima relação mente-corpo e indicam como podemos usar os pensamentos para assumir o controlo da nossa vida. Lipton relata a sua extraordinária trajectória na sua obra “A Biologia da Crença” (Ed. Butterfly).



Um livro revolucionário no campo da Biologia moderna, onde se considera cientificamente provada a unidade corpo-mente-espírito e o seu reflexo no nosso corpo. Bruce Lipton descreve com precisão e clareza as rotas moleculares através das quais as nossas células se vêem afectadas pelos nossos pensamentos, devido aos efeitos bioquímicos das funções cerebrais. Através de uma linguagem simples, ilustrações, humor e exemplos actuais, Bruce Lipton explica que os genes e o ADN não controlam a nossa biologia, sendo antes o ADN que é controlado pelos sinais que emanam do meio celular externo, entre os quais se destacam as mensagens poderosas provenientes dos nossos pensamentos positivos e negativos. É por isso possível o nosso corpo mudar se reeducarmos a nossa forma de pensar. O autor apresenta-nos uma linha de separação entre o neo-darwinismo (que considera a vida como uma guerra interminável entre robôs bioquímicos) e a «nova biologia» (a ciência da epigenética), que nos propõe a vida como uma viagem de cooperação entre indivíduos poderosos capazes de reprogramar-se a si mesmos para uma vida mais feliz - se compreendermos esta nova biologia, não será já necessário discutir o papel do meio e da hereditariedade, porque nos aperceberemos de que a mente consciente domina ambos os campos de forma separada.

Doutorado em Biologia, o Dr. Bruce H. Lipton foi professor de Anatomia na Faculdade de Medicina da Universidade do Wisconsin e, mais tarde, na Faculdade de Medicina da Universidade de St. George. Posteriormente, entre 1987 e 2002, foi investigador na Universidade Estatal da Pensilvânia e também na Universidade de Stanford, período durante o qual publicou vários artigos científicos sobre células estaminais. Desde então, viveu nas Caraíbas e deu aulas e conferências um pouco por todo o mundo. Publicou com enorme sucesso esta Biologia da Crença, um bestseller mundial traduzido em mais de 35 países, ao qual se seguiram Spontaneous Evolution e The Honeymoon Effect.

Foi premiado com o prestigiado galardão japonês Goi Peace pelo seu contributo para a ciência e harmonia universal.

 

Vejamos a entrevista, a seguir, feita pela revista Planeta:



 

PLANETA - O que é a "nova biologia" a que o senhor se refere no seu livro?


Bruce Lipton - Quando introduzi esses conceitos, em 1980, quase todos os meus colegas cientistas os consideraram inverosímeis. Mas a profunda revisão que a biologia convencional tem feito desde aquela época a leva hoje às mesmas conclusões a que cheguei 25 anos atrás. Os cientistas sabem que os genes não controlam a vida, mas a maior parte da imprensa ainda informa ao povo o contrário. As pessoas atribuem inicialmente as suas deficiências e doenças a disfunções genéticas. As crenças sobre os genes levam-nas a se ver como "vítimas" da hereditariedade. Os biólogos convencionais ainda consideram que o núcleo (o componente interno da célula que contém os genes) "controla" a vida, uma ideia que enfatiza os genes como o factor primário desse controle. Já a nova biologia conclui que a membrana celular (a "pele" da célula) é a estrutura que primariamente "controla" o comportamento e a genética de um organismo. A membrana contém os interruptores moleculares que regulam as funções de uma célula em resposta a sinais do ambiente. Para exemplificar: um interruptor de luz pode ser usado para ligá-la ou desligá-la. O interruptor "controla" a luz? Não, já que ele é controlado pela pessoa que o acciona. Um interruptor de membrana é análogo a um interruptor de luz quando liga ou desliga uma função celular, ou a leitura de um gene - mas ele é, de facto, activado por um sinal do ambiente. A nova biologia enfatiza o ambiente como o controle primordial na biologia.

 

A sua teoria também está relacionada à física quântica...


Pela medicina convencional, os "mecanismos" físicos que controlam a biologia baseiam-se na mecânica newtoniana, a qual enfatiza o reino material (átomos e moléculas). Já a nova biologia considera que os mecanismos da célula são controlados pela mecânica quântica. Ela concentra-se no papel das forças de energia invisíveis que formam, colectivamente, campos integrados e interdependentes. Para a mecânica quântica, as forças invisíveis em movimento nos campos são os factores fundamentais que modelam a matéria. Os cientistas também reconhecem que as moléculas do corpo são controladas por frequências de energia vibracional, de forma que a luz, o som e outras energias electromagnéticas influenciam profundamente todas as funções da vida. Entre as forças energéticas que controlam a vida estão os campos electromagnéticos gerados pela mente. Na biologia convencional, a acção da mente não é incorporada à compreensão da vida. Por isso, é uma surpresa a medicina reconhecer que o efeito placebo responde por pelo menos um terço das curas médicas, incluindo cirurgias. Ele ocorre quando alguém sara devido à sua crença de que um remédio ou procedimento médico vai curá-lo, mesmo se o medicamento for uma pílula de açúcar ou o procedimento for uma impostura. A nova biologia ressalta o papel da mente como o factor primordial a influenciar a saúde. Nessa realidade, uma vez que controlamos os nossos pensamentos, tornamo-nos mestres de nossa vida, e não vítimas dos genes.

 

Em que a nova biologia difere do darwinismo?


Ela frisa que a evolução não é conduzida pelos mecanismos sublinhados na biologia darwiniana. A teoria de Darwin oferece dois passos básicos para explicar como a evolução ocorreu:


1) Mutação aleatória, a crença de que as mutações genéticas são ocasionais e não influenciadas pelo meio ambiente - a evolução é conduzida por "acidentes".


2) Selecção natural, na qual a natureza elimina os organismos mais fracos numa "luta" pela existência, na qual há vencedores e perdedores.


Novas descobertas oferecem uma imagem diferente. Em 1988, uma pesquisa revelou que, quando stressados, os organismos têm mecanismos de adaptação molecular para seleccionar genes e alterar o seu código genético. Ou seja, eles podem mudar a sua genética em resposta a experiências ambientais. Outros estudos mostram que a biosfera (todos os animais e plantas) é uma gigantesca comunidade integrada que se baseia em uma cooperação das espécies. A natureza não se importa com indivíduos numa espécie, mas com o que a espécie como um todo está a fazer para o ambiente.


Segundo a nova biologia, a evolução:


1) Não é um acidente,
2) Baseia-se em cooperação.


Uma teoria mais recente sobre o tema ressaltaria a natureza da harmonia e da comunidade como uma força motriz por trás da evolução.

 

Como o senhor concluiu que podemos comandar e mudar as nossas células e genes?


As minhas primeiras ideias científicas basearam-se em experiências que comecei em 1967, usando culturas de células-tronco clonadas. Nesses estudos, células geneticamente idênticas foram inoculadas em três placas de cultura, cada qual com um diferente meio de crescimento. Em uma placa, as células-tronco tornaram-se músculo. Em outra, células ósseas. Na terceira, células de gordura. Os meus resultados, publicados em 1977, revelam que o ambiente controlou a actividade genética das células. Esses estudos mostram que os genes propiciam o surgimento de células com "potenciais", os quais são seleccionados e controlados pela célula a partir de condições ambientais. As células ajustam dinamicamente os seus genes de forma que eles possam adaptar-se às demandas do ambiente. Mais tarde, descobri que a membrana celular equivalia ao cérebro da célula. No desenvolvimento humano, a pele embriónica é a precursora do cérebro. Nas células e no ser humano, o cérebro lê e interpreta a informação ambiental e então envia sinais para controlar as funções e o comportamento do organismo.

 

Quem está no comando do nosso corpo? 


Nas primeiras semanas do desenvolvimento do embrião, os genes basicamente controlam o desenvolvimento do plano corporal de um humano (criam dois braços, duas pernas, etc.). Uma vez que o embrião toma a forma humana (torna-se um feto), os genes assumem uma posição secundária, controlando o desenvolvimento do corpo pela informação ambiental. Durante esse período, a estrutura e a função do corpo fetal são ajustadas em resposta à percepção do ambiente da mãe, que, via placenta, influencia a genética e a programação comportamental do feto. A "leitura" dos sinais ambientais (no útero e após o nascimento) capacita as células do corpo e seus genes a fazer ajustes biológicos para sustentar a vida. Como os sinais ambientais são lidos e interpretados pelas "percepções da mente", a mente se torna a força básica que, em última instância, modela a vida de uma pessoa.

 

Como os campos energéticos controlam a bioquímica do corpo?


As funções do corpo derivam do movimento das moléculas (basicamente proteínas). As moléculas mudam de forma em resposta a cargas electromagnéticas ambientais. Influências físicas tais como hormonas e remédios podem oferecer essas cargas eléctricas indutoras de movimento. Mas campos de energia vibracional harmonicamente ressonantes também fazem as moléculas mudar de forma e activar as suas funções. Enzimas de proteínas podem ser activadas num tubo de ensaio por substâncias químicas e por frequências electromagnéticas, como ondas de luz.

 

Podemos evitar doenças enviando mensagens positivas para as nossas células?


Só 5% das doenças humanas são relacionadas a defeitos genéticos de nascença. Portanto, 95% de nós nascemos com um genoma adequado a uma vida saudável. Para os doentes dessa maioria, a pergunta é: por que temos problemas de saúde? Reconhece-se hoje que o estilo de vida causa mais de 90% dos problemas de coração, mais de 60% dos casos de câncer e, talvez, todos os casos de diabete tipo 2. Quanto mais olhamos, mais vemos como as nossas emoções, reacções à vida, dieta pobre, falta de exercício e stresse modelam a nossa vida. Como temos um controle significativo sobre o nosso organismo, podemos reprogramar a saúde e a vida com as nossas intenções. Se de facto soubéssemos como o nosso organismo funciona, as pessoas poderiam influenciar a sua saúde, e isso seria o melhor preventivo para a doença.

 

É possível remodelar os nossos pensamentos mais profundos


O problema é que não entendíamos como a mente trabalha. Temos duas mentes, a consciente e a inconsciente. Associamos a primeira à nossa identidade pessoal - é a mente pensante, racional. A mente subconsciente opera sem a supervisão do consciente - é a "mente automática" (
ou mente indutiva. R). Se as crenças da mente subconsciente entrarem em conflito com os desejos da mente consciente, quem ganhará? A resposta é clara: a mente subconsciente. Ela é uma processadora de informações um milhão de vezes mais poderosa do que a outra e, como os neurocientistas revelam, opera em torno de 95% do tempo. Pensávamos que se a mente consciente se tornasse cônscia dos nossos problemas, corrigiria automaticamente quaisquer programas negativos descarregados na mente subconsciente. Mas isso não funciona, porque a mente subconsciente é como um gravador - ela grava comportamentos (os fundamentais, na maioria, são armazenados antes dos seis anos de idade) e, ao se apertar um botão, o programa será repetido incontáveis vezes (hábitos). Não existe uma "entidade" na mente subconsciente que "ouça" o que a mente consciente quer.




Pensamentos positivos funcionam quando a meta desejada é apoiada pelas intenções da mente consciente e pelos programas da mente subconsciente. Quanto a isso, existem três maneiras de mudar crenças velhas, limitantes ou sabotadoras na mente subconsciente: a meditação budista mindfulness, a hipnoterapia clínica e a chamada "psicologia da energia". Todos esses métodos são discutidos na seção "Resources" do site (www.brucelipton.com).

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