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sexta-feira, 23 de abril de 2021

 

CIVILIZAÇÃO DO TEMPO

Continuo a rever alguns livros que tenho nas minhas estantes (um catálogo ordenado por assuntos e os livros estão etiquetados para os encontrar rapidamente. Já são tantos que, a dado momento, comecei a comprar livros repetidos) e agora estou novamente a recordar algumas obras de Jacques Bergier sobre temas que passaram a ser permitidos em Portugal, após o 25 de Abril. Como seria de esperar, "devorava" tudo o que encontrava pela frente.

Hoje, o mais difícil é encontrar a informação desejada no meio de tudo o que está à disposição na Internet, porque é tanta e tão variada que só se torna acessível se soubermos muito bem o que procuramos. Esta informação que estou a compartilhar, só é possível porque estou a consultar os meus arquivos. Se não fosse isso nunca mais me lembrava de pormenores e das bases de partida, porque o conhecimento está nas profundezas do subconsciente, arquivado na altura em que tomei conhecimento dele.

Assim, até facilito a vida a muita gente curiosa, e estudiosa, que, mesmo que pesquisem constantemente na rede da Internet, só conseguirão encontrar por acaso ou por ter ouvido falar. Passarão a conhecer novos eventos e a partir daí poderão pesquisar tendo como objectivo algo de concreto.

Encontrei outra obra de Bergier intitulada "Os Mestres Secretos do Tempo, Ed. Hemus, 1974, da qual faço um breve resumo.

O Segredo do Tempo foi queimado em 12 de Julho de 1562 na cidade do México. Diego de Landa, monge franciscano encarregado de reprimir a heresia nas províncias de Yucatan e da Guatemala, recentemente conquistadas pela "Sua Muito Católica Majestade" de Espanha, como sempre faziam nos territórios ocupados, condenou à destruição na fogueira a parte essencial dos manuscritos Maias que continham os Segredos do Tempo.

As testemunhas narram que o fogo negou-se a pegar, de início. Chegou-se a acreditar, por instantes, que a multidão de indígenas reunidos no auto-de-fé, iriam intervir. Os soldados ameaçaram atirar, os índios recuaram e o fogo pegou. Desde então, alguns traços da civilização Maia foram redescobertas pelos pesquisadores modernos, especialmente soviéticos, que puderam lançar alguma luz sobre ela. Mas o principal segredo do tempo desapareceu. Sabemos que os Maias não só consideravam o tempo homogéneo, mas que certas partes do tempo possuíam certas propriedades, e outras não. Um pouco como a superstição popular, que considera determinados dias nefastos e dias favoráveis. Para os Maias, o tempo não possuía dois vectores – o passado e o futuro – mas sim seis. Surgem aqui, de novo, as "ramificações" do tempo notadas por I Ching e que servirão para eliminar os paradoxos temporais das viagens do tempo. Conhecido como o livro das mutações, o I Ching é utilizado como oráculo há mais de três mil anos na China. Ajuda a lidar com as constantes mudanças que ocorrem nas nossas vidas, apontando a essência de cada situação. Consiste em 64 hexagramas cada um deles representando um acontecimento de acordo com as leis da Natureza. O resultado é uma mensagem referente à imagem que compõe o hexagrama e um conselho específico para o seu momento actual.

Só restam três manuscritos para reconstituir os segredos Maias. O primeiro com 64 páginas que se encontra em Dresden. O segundo está em Madrid, com 112 páginas, onde faltam o princípio e o fim. O terceiro são 24 páginas em mau estado redescobertas por Léon de Rouy nos arquivos da Biblioteca Nacional de Paris.

Um jovem russo, Yuri Knorozov, deu os primeiros passos para a decifração. Como é costume, assegurou-lhe a oposição feroz dos "especialistas" oficiais, para os quais os Maias constituíam exclusividade, em especial Eric Thompson. Entretanto o cientista soviético reuniu condições concludentes que mostram que a escrita Maia se compõe de hieróglifos, ou seja, que não é inteiramente alfabética como a escrita egípcia. Apresentou o resultado com muita reserva em 1950 diante de uma comissão universitária para o certificado que corresponde ao mestrado. A comissão era claramente superior ao nível requerido de mestrado, e concedeu-lhe sem qualquer hesitação o título de "doutor" em ciências e ciências humanas.




 Os académicos soviéticos, talvez pela ideologia que professavam sempre independentes dos dogmas e travões do "sistema" ocidental, tiveram sempre o espírito claramente mais aberto do que os seus colegas ocidentais. Os poucos elementos que se conseguiram tirar das decifrações soviéticas e, por outro lado, a leitura de um número de estelas que traziam apenas notações numéricas, muito interessantes, permitiram representar uma civilização que procurava subjugar mais o Tempo do que o Espaço.

      Numeração Maia

Na origem dos tempos, observa-se uma data "zero", data em que o Homem aparece na Terra. Segundo uma inscrição de 3.113 a.C., essa data estabeleceu-se no ano 5.041.7387, número que corresponde de muito perto ao dado pelas mais avançadas pesquisas de antropologia. Durante muito tempo acreditou-se que os Maias dispunham as datas ao acaso, mas mesmo os cientistas oficiais começaram a admitir que os Maias detinham o domínio do Tempo. Assim, utilizando trabalhos soviéticos, o Professor Charles H. Smiley, da Universidade de Brown, publicou no Journal of the Royal Astronomical Society of Canada a decifração de uma parte do manuscrito de Dresden. Essa parte encerra primeiramente a relação dos oitenta eclipses solares observáveis no mundo inteiro durante o primeiro milénio antes da nossa Era. Em seguida, previsões de eclipses que deveriam suceder nos anos 42 a 886 da nossa Era. Tais previsões eram exactas e foram confirmadas pelos factos. Isso implica que os Maias empregavam telescópios (como os confecciovam?) e lidavam com ciências matemáticas avançadas (o que parece não ser o caso) ou que detinham o domínio do Tempo para exploração e observações directas, o que parecia próprio da sua civilização.

É o mesmo domínio do tempo que podemos encontrar no livro sagrado de Chilam Balam, que previu com dez séculos de antecipação, e minuciosamente, a chegada dos espanhóis ao continente americano. Os livros Maias  de Chilam Balam, designados pelos nomes de localidades iucatecas  como Chumayel, Mani e Tizimin, são geralmente colecções de textos díspares nos quais as tradições espanholas e Maias se juntaram, tendo sido encomendados nestas localidades originárias por padres. Os Maias iucateques atribuíram parte dos relatos e poemas constantes nestes livros a um autor lendário chamado Chilam Balam, sendo um chilam um sacerdote que fornecia oráculos.  Alguns dos textos consistem mesmo de oráculos sobre a chegada dos espanhóis ao Iucatão e mencionam um chilam Balam como seu primeiro autor. A tradição colonial espanhola estendeu o título Chilam Balam de forma a abranger todos os textos díspares encontrados num determinado manuscrito.




O Frade Católico Diego de Landa tinha 38 anos quando cometeu os seus crimes, e a sua crueldade atemorizou até mesmo os espanhóis. Foi intimado a comparecer num tribunal da Ordem dos Franciscanos em Espanha. Dizem que a sua defesa foi muito hábil, o que é difícil de acreditar face à crueldade e aos factos relatados na altura, sendo absolvido. Na minha opinião tratou-se de um caso de defesa corporativa, dos mesmos da mesma Ordem, sendo este genocida enviado para o México como Bispo. A influência da Igreja de Roma era fortíssima e cometiam toda a espécie de crimes para enriquecer e dominar ainda mais. A partir de certa altura, para legitimar os seus crimes, o Papa criou a "Santa" Inquisição. O mundo entrou numa fase de trevas, horror e chacinas em nome de Deus.




Diego de Landa deixou as suas memórias escritas em 1616 (redescobertas em 1863). O seu manuscrito contém um alfabeto Maia. Ele afirmou que a escrita Maia era alfabética e forneceu transcrições de letras. Foi este erro, e esta falsa transcrição, que retardou as pesquisas durante muitos séculos. Mais tarde o linguista Benjamin Lee Wort tentou mostrar que a escrita Maia compunha-se de hieróglifos, mas Eric Thompson manteve-o em silêncio. Foi necessário Knorozov demonstrar que a escrita Maia era hieroglífica. Felizmente o poder de Eric Thompson não se estendia até à União Soviética. Embora Eric Thompson seja amplamente reconhecido como um dos pesquisadores mais importantes da cultura Maia, o seu trabalho apresenta erros. O mais notório deles - sem dúvida - foi a concepção errada de que ele tinha sobre a escrita Maia, já que considerava os glifos Maias na sua maioria como notações astronómicas sem nenhum componente fonético, usando uma abordagem ideográfica  para a sua análise . Como Thompson foi a autoridade Maia mais influente do seu tempo, essa abordagem prevaleceu na comunidade científica ocidental por anos, até o advento de uma nova geração de epigrafistas, que começaram a questionar seriamente as ideias de Thompson. Um dos mais famosos foi Michael D. Coe que até menciona porque novas ideias foram rejeitadas por estudiosos fonéticos Maias da época: Acusando Thompson de ser muito inflexível e, portanto, de travar o avanço na decifração, já que qualquer voz contrária à sua, era rapidamente ridicularizada. Com a descoberta da chave para decifrar a escrita Maia pelo estudioso russo Yuri Knorozov , o domínio de Thompson começou a declinar e as suas ideias a esse respeito são agora consideradas obsoletas. É digno de nota que Thompson baseou as suas críticas a Knorozov mais do que qualquer coisa em razões políticas, já que ele era abertamente anticomunista.

Quanto aos Maias, sabe-se que vieram do Norte, não se sabendo quando. Na língua deles, a mesma palavra designa o "Norte" e o "Passado". De acordo com as últimas pesquisas, eram anteriores aos Olmeques e estão situados cronologicamente, mais ou menos, a dez mil anos da nossa Era. Talvez mais.

Por volta do ano 1.000 da nossa Era, abandonaram as suas cidades, não se sabe porquê. Algumas das suas cidades foram descobertas na selva, outras ainda estão por descobrir. A fotografia aérea, e fotos por satélite revelaram no Yucatan e na Guatemala dezenas de milhares de pirâmides, ainda inexploradas. As cidades descobertas, e parcialmente exploradas, colocam estranhos problemas. Palenque, por exemplo: encontraram lá um calendário lunar que atribui ao mês lunar uma duração de 29,53059 dias. Uma precisão fantástica, já que os números mais modernos obtidos, graças a um relógio atómico, apresentam com este número um erro de 0,00027 por dia. E o resultado foi obtido por um povo que se presume que não possuía nem um telescópio nem computador. Depois disso, hesita-se em afirmar que as datas obtidas com tal sistema numérico sejam imaginárias, ou hipotéticas.

No alto de uma grande pirâmide, em Palenque, encontra-se o Templo das inscrições, Uma destas inscrições evoca um painel muito revelador para hoje: com mostradores e botões de accionamento, e até o operador, numa cópia evidente da cabine de pilotagem de uma astronave.


Erich Von Daniken tornou famosa a sua obra com esta hipótese, só possível de ser compreendida na nossa Era científica. Até aqui ninguém tinha conhecimento para entender aquele painel. Num certo número de inscrições, daquele tempo, trata-se de nove mundos subterrâneos. Num deles reina o deus Hun Ahav que, segundo uma inscrição, reina também no planeta Vénus. Como é que os Mais tinham esse conhecimento?

Os Maias empregavam o "zero" (um grande avanço matemático) representado nos seus cálculos por um signo em forma de astronave com vigias. Os seus calendários derivam de um sistema de numeração de base vinte. Nesse calendário, a mesma data não podia repetir-se a não ser de cinquenta e dois em cinquenta e dois anos. O ano começava a 23 de Dezembro, no solstício de Inverno e continha os meses Sol, Novo, Poço, Semeaduras, Branco, Cervo, Extensão de Fogo, Sol Amarelo, Tambor, Grande Chuva, Barulho da Tempestade, Rãs, Deus da Caça, Morcego, Deus Desconhecido, Mês Final. Baseando-se numa extensão média do dia, Os Maias podiam perscrutar longuíssimos períodos de tempo, até sessenta e quatro mil anos atrás. Entretanto o texto diz que não se pode remontar a mais de 5.041.738. É, sem dúvida, porque não se pode explorar o Tempo antes do aparecimento dos homens. O Tempo é marcado pela sua cor, que não é a mesma em cada mês. Uma data retornando cinquenta e dois anos depois não tem forçosamente a mesma cor. Certas cores do Tempo são boas, outras são más.

E quando nos colocamos no fluxo do Tempo para considera-lo, percebemos o passado e o futuro, e mais outras quatro direcções. Os heróis lendários dos Maias, especialmente Quetzalcoatl, que é branco e possuía um nariz semita, não se sabe de onde veio. Os Maias esperavam o regresso de  Quetzalcoatl, motivo porque confundiram outro branco (o espanhol Cortez como o deus esperado).Alguns estudiosos sustentam que a queda do Império Asteca pode ser atribuída em parte à crença em Cortez como o retorno de Quetzalcoatl.




O símbolo de Quetzalcoatl é a serpente emplumada que invadiu o império Maia no ano de 1208 da nossa Era. A sua chegada foi prevista assim como as suas vitórias. Ainda se fala nisso nas tradições Maias, pois a língua Maia ainda é falada nos nossos dias. Transcrições em espanhol dessa tradição são descobertas constantemente, Em 1942, encontrou-se em Marida um fragmento perfeitamente desconhecido do Livro de Chilam Balam. Mas, mesmo nos nossos dias, a gramática Maia permanece extremamente difícil. Os verbos indicam simultaneamente o objecto e o sujeito de uma acção, e a tradução exacta é totalmente impossível. Yuri Knorosov traduziu para russo um dos livros do Chilam Balam, directamente do Maia. Ele afirma que é mais fácil traduzir para o russo do que para a língua ocidental, mas que entretanto essa tradução é apenas aproximativa. Os Maias ainda são vivos e a sua população aumenta. Tiveram a sorte de sobreviver porque entre 1519 e 1605 os espanhóis massacraram mais de 23 milhões de Maias. Os sobreviventes conhecem muitos segredos escondidos ainda pelo receio de repressão dos implicados, mas lentamente vão aparecendo documentos que saem dos seus esconderijos. Locais de cidades vão sendo revelados gradualmente. A cidade mais rica, das que foram descobertas, é Bonampak, que possui um Templo sumptuoso, com três peças imensas cobertas de frescos que já nos ensinaram muito e ainda têm por revelar. Bonampak significa em Maia "paredes cobertas de quadros".




Datou-se a cidade em 800 da nossa Era, portanto relativamente recente. As mesmas razões (desconhecidas) que levaram os Maias a abandonar as outras cidades interromperam a sua construção. Os frescos de Bonampak mostram multidões Maias, a guerra que travavam naquela época, e símbolos do Tempo.

A cidade foi descoberta por acaso em 1946. Dos seus frescos imensos acha-se geralmente que constituem uma obra colectiva, realizada sob a direcção de um homem de génio, semelhantes às obras da Renascença em que esse génio desconhecido parece ter traçado, a preto, os desenhos dos frescos deixando os seus colaboradores em seguida o cuidado de colori-los. É de salientar que tanto nesta cidade, como nas outras, quando os Maias as abandonaram destruíram a maior parte dos frescos, estátuas, estelas, como se não desejassem que os invasores aprendessem demasiado. Quando Quetzalcoatl, vindo do Norte, invadiu o Império Maia, destruiu em nome da "Serpente Emplumada" a primeira civilização Maia para edificar a seguinte. Esse fenómeno foi previsto e depois de se retirar Quetzalcoatl prometeu que voltaria mais tarde. Como Quetzalcoatl tinha todas as características do homem branco, fez com que os Maias hesitassem a fazer uma forte resistência à invasão dos espanhóis, porque supunham ser o regresso prometido e esperado. Se não fosse este erro de avaliação, ou de identificação dos invasores, o Império Maia tinha meios humanos mais do que suficientes para eliminar os expedicionários espanhóis.

Os livros de Chilam Balam falam das previsões dos sacerdotes sobre as invasões e catástrofes naturais como ciclones e correntes violentas das marés. Essas previsões eram marcadas pelo selo da fatalidade e não podiam, em caso algum, mudar o destino. Por isso, os Maias entregaram-se, pura e simplesmente, e foram massacrados sem reagirem, praticamente.

E agora: Em que consistia exactamente a técnica usada pelos sacerdotes Maias para explorar o Tempo?

Jacques Bergier arriscou uma hipótese que resumimos aqui. Por volta de 1965 descobriu-se em Nova Iorque dois gémeos de vinte anos, mentalmente muito equilibrados (os seus coeficientes de inteligência eram inferiores a 50) mas possuíam um dom extraordinário: o domínio total do Tempo aritmético. Quando se perguntava a um deles, por exemplo, que dia foi 4 de Fevereiro de 1648, o outro respondia imediatamente "Quarta-feira". Verificações demonstraram que nunca se enganavam. Várias pesquisas científicas foram efectuadas, e tudo em vão. Um médico eminente acabou por admitir num artigo do jornal Le Monde que a "ciência não dispõe de resposta para esse problema. Mas isso não é razão para apelar para o Despertar dos Mágicos".

Bergier, arriscando contrariar os cientistas oficiais, apelou para o método de "O Despertar dos Mágicos", ou seja para hipóteses intuitivas baseadas em factos verdadeiros, o que chama de "realismo fantástico". Não atribuiu grande importância ao facto de que quando se interrogava um dos gémeos era o outro que respondia. Havia explicações para essa telepatia de curto alcance entre eles. Os gémeos dominavam o Tempo aritmético, mas alguns observadores notaram neles um domínio bastante curto. Também parecia que nunca ouviram falar da exploração do Espaço. No entanto, quando lhes fizeram uma pergunta sobre o "Sputnik" não só responderam com a data de 4 de Outubro de 1957, como recitaram de cor os vários artigos do jornal sobre o satélite, como se pudessem ter voltado ao passado para se informarem.

Os sacerdotes Maias operavam os cérebros de outros sacerdotes. Foram descobertos instrumentos de trepanação e crânios trepanados. Daí podermos supor que os sacerdotes conhecessem uma operação de cirurgia cervical capaz de conceder o domínio do Tempo.




Os cientistas pensaram que essa faculdade particular dos gémeos, fosse devida a uma anomalia nos seus cérebros. Talvez uma mutação no nascimento. Talvez certos sacerdotes em que a operação tivesse obtido êxito total, pudessem mesmo deslocar-se no Tempo. O material escrito é demasiado vago e raro para que se possa ter uma certeza. Esse domínio do tempo podia proporcionar, então, não só o conhecimento do passado e do futuro como também o conhecimento individual da estrutura do Tempo. Parece que esse fenómeno é único na História da humanidade. Do mesmo modo que um homem no deserto, ou no mar, pode olhar o horizonte e explorar os quatro pontos cardeais para tentar vislumbrar uma caravana, uma vela, um sacerdote Maia podia explorar seis direcções do Tempo, para ver a sua cor nesse momento, concluir se era boa ou má e vislumbrar eventos situados à perpendicular do eixo do Tempo.

Aí estava o grande segredo que destruiu o monge Diego de Landa.

Aqueles que conhecem o segredo, guardam-no ciosamente. No início do século XX descobriu-se no Yucatan, dentro de um jarro, um outro manuscrito Maia (o quarto) até então desconhecido. Contudo, antes que pudesse ser copiado ou fotografado, foi incinerado por desconhecidos. Parece que no momento das invasões os sacerdotes davam instruções precisas, e tais instruções são ainda respeitadas. Os espanhóis, destruíram muita coisa e a epidemia de varíola que se seguiu à sua chegada matou mais Maias do que os próprios espanhóis. Mas nem tudo foi destruído. Já para a chegada dos espanhóis, há muito prevista, tinham sido tomadas precauções. Assim, o Templo localizado no alto da pirâmide de Uxmal não dava acesso senão por uma escada com degraus de altura de um homem. Para subir essa escada era necessário um treino especial que só os sacerdotes dispensavam.




O cientista russo Vladimir Alexandrovitch Kuzmitzeff conseguiu subir ao alto da pirâmide de Uxmal. Disse ele: "Sob o efeito da claridade implacável do Sol tropical, a minha visão foi subitamente turvada. O meu coração batia descompassadamente, uma fadiga como jamais experimentei na vida tomava conta de mim. Parecia-me que a escada não tinha fim. Compreendi porque se acreditava que ela conduzia ao céu".

Bem no alto da escada encontrava-se uma figura não humana de pedra que observava com olhar feroz os visitantes. Ao lado, vasos enormes deviam em princípio receber o fogo-de-artifício. Todos os documentos dos templos no alto das pirâmides descobertos por Diego de Landa foram queimados por ele. Entretanto ainda restam as pirâmides e mesmo cidades inteiras desconhecidas. E existem documentos ocultos em galerias subterrâneas. O Governo Mexicano preocupa-se com esta questão e tenta deter ao máximo o contrabando de antiguidades Maias. Nada nos impede de pensar que um dia seja possível encontrar um documento que permitirá conhecer a operação que faculta o domínio do Tempo.

Como é que os sacerdotes Maias eram capazes de executar uma operação ao cérebro que hoje, com o avanço da medicina, é difícil de executar? Com os novos métodos de Anatomia para o estudo do cérebro através de radioisótopos, com os electroencefalogramas e demais avanços científicos ainda não é possível tal operação. Como é que os Maias, que acabavam de emergir do Neolítico, a descobriram? A única hipótese viável é a que sustenta que eles não a descobriram, mas sim aprenderam-na. De quem? Dos Mestres Secretos do Tempo que por ali viajavam e ali faziam as suas experiências. Trata-se de uma hipóteses tão plausível quanto a dos extraterrestres, que aliás não é excluída por ela.

Jacques Bergier, sobre a trepanação dos Maias, acrescentou uma nota sobre um estudo efectuado pelo Professor Marcel Homet, publicado no nº 4 da Revista Kadat consagrada às civilizações desaparecidas. Os Chimus constituíram um Império na costa do Peru, muito estreitamente ligado ao dos Maias. Alguns acham que os Chimus constituíram a base do Império Maia, outros que seria uma colónia dele. Seja como for, as técnicas médicas deviam ser as mesmas. Só que se sabem mais algumas coisas muito arrepiantes, como o massacre de crianças.  Há mais de quinhentos anos, o povo Chimu, que viveu no actual Peru, sacrificou 260 rapazes e raparigas em rituais arrepiantes. As causas deste massacre ainda são um mistério.

O professor Homet relatou o seguinte: "Numa cerâmica, um homem debruça-se sobre um indivíduo de crânio rapado e com uma grande quantidade de folhas na boca que parece adormecido. O homem de pé tem à mão uma faca em forma de T ligeiramente curvo. Pode-se pensar que ele está na iminência de operar aquele que, deitado, foi insensibilizado pelo maço de folhas de coca que mascou. Então o cirurgião abre um orifício na caixa craniana. Delicadamente retita o tumor que sabe que existe ali. Fecha o orifício e cauteriza. Tal coisa pode ser extraordinária, pois para isso é preciso conhecer perfeitamente a anatomia do cérebro. E deste modo os médicos actuais estudaram os crânios trepanados de Cuze, e estão de acordo acerca do seguinte ponte: muitos pacientes dos cirurgiões Chimus foram trepanados diversas vezes e todos eles sobreviveram".

Quanto aos Chimus, muitas crianças e animais tinham marcas visíveis de cortes no esterno e nas costelas. Encontram, nas escavações, outros sacrifícios rituais.




Gabriel Prieto pediu ajuda a John Verano, especialista em antropologia forense da Universidade de Tulane, muito experiente na análise de provas físicas de violência ritual nos Andes, incluindo um massacre perpetrado pelos Chimu no século XIII, de cerca de 200 homens e rapazes no sítio de Punta Lobos. Após exame dos restos mortais de Huanchaquito, confirmou que as crianças e os animais tinham sido propositadamente assassinados da mesma maneira: com um golpe transversal ao esterno, provavelmente seguido da remoção do coração. Sentiu-se impressionado com a localização do corte, bem como com a inexistência de quaisquer “marcas de hesitação” (avanços-recuos da lâmina da faca) sobre os ossos. “Trata-se de uma matança ritual e é muito sistemática”, disse.  Só não se sabe a razão para que esse povo chegou a tais extremos de sacrifícios. Talvez para aplacar algum deus ou "alguma coisa" muito má que tinham pela frente e estavam horrorizados e em pânico.

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