OS EXORCISMOS MAIS IMPRESSIONANTES
AUTORIZADOS PELO VATICANO
Publiquei este
texto em 22.7.2014
Muitos dizem que não acreditam em bruxas…
mas que as há… há.
Tenho abordado temas polémicos e é
perfeitamente compreensível que pessoas que não pensam com mais cuidado nos
mistérios da vida fiquem céticas e "não acreditam".
Vão vivendo a vida na sua
"bolha" que representa o mundo para elas, não aceitando, nem querendo
explorar, o que está mais para além. Foram condicionadas áquele universo e
ensinadas a viver dentro do sistema criado para iludir a maioria dos humanos e
os arrastarem para o mundo das trevas, da baixa densidade, e servirem os seres
demoníacos que não podem ascender ao mundo da luz.
Esses humanos adormecidos não conseguirão
ascender ao céu, ao mundo espiritual num plano mais elevado, e serão condenados
à "morte". A morte, neste caso, é a não sobrevivência da Alma. É o
fim duma personalidade. Não é um dado adquirido que a Alma seja imortal. Tem de
trabalhar por isso.
Os que "abrirem os olhos"
poderão reagir e salvar a sua Alma para a vida eterna. Para isso basta lerem a
Bíblia Sagrada, único recurso mais confiável do que as imensas igrejas falsas
que surgiram como cogumelos, cuja missão é precisamente
"arrebanharem" os menos atentos para as profundezas do mundo material.
Por uma questão de curiosidade, leiam o
anexo que junto, sobre as preocupações dos responsáveis religiosos da igreja
mais forte do mundo sobre a influência do mundo invisível, o que não quer dizer
que seja a melhor ou a que seja detentora da verdade. Todas as igrejas
institucionalizadas interpretam a Bíblia conforme os seus interesses, e chegam,
até, ao ponto, de "criarem" dogmas e "emendas
constitucionais" para desculparem desvios dos ensinamentos dos evangelhos.
Transformaram as "igrejas" (grupo de crentes que se juntavam para orar
em comunidade) em Instituições hierarquizadas em que os valores terrenos
mandam mais do que os espirituais, ao contrário do que o Mestre Jesus nos
ensinou.
Deste modo os homens foram orientados para templos de oração, procurando o espírito de Deus, sem atenderem ao ensinamento
importante do apóstolo Paulo na sua primeira carta aos Coríntios, em 3:16, que diz muito claramente: "Não sabeis vós que sois o templo
de Deus, e que o Espírito de Deus habita em vós?".
É um erro sonhar com Deus distante nos céus
porque o espírito do Pai Universal vive dentro da nossa própria mente.
Além disso, no
Sermão da montanha Jesus ensinou (Mateus
6: 5,6,7,8):
"E, quando orares, não sejas como os
hipócritas; pois se comprazem em orar de pé, nas Sinagogas e nas ruas, para
serem glorificados pelos homens… Mas tu, quando
orares, entra no teu aposento, e, fechando a tua porta, ora a teu Pai que está
em oculto; e o teu Pai, que vê secretamente, te recompensará… E,
orando, não usareis de vãs repetições (portanto não às rezas
repetitivas e automáticas), como os gentios, que pensam que, por muito falarem serão
ouvidos… porque o vosso Pai sabe o que vos é necessário, antes de vós lho
pedirdes.".
Jesus
ensinou o homem a ter a sua fé individual, sem mediadores, em que o ser humano é que toma as
suas decisões livres (por isso é que Deus
lhe deu o livre arbítrio) sem estar "preso" a determinada igreja
com a sua Teologia determinada por leis humanas, muitas delas impostas para
benefício da instituição e de todos os que dela vivem.
Na Bíblia vem que NINGUÉM, mas ninguém,
deve alterar uma virgula que seja dos textos sagrados, nem acrescentar o que
quer que seja.
No entanto, no ano de 788, depois da morte de Cristo, a
Igreja católica estipulou a adoração a Maria e aos santos. No ano 1000 criou a água benta. Em 1090 começam a usar o rosário nas
orações e em 1545 o Papa declara que
a tradição é igual em autoridade com a Bíblia (completamente em desacordo com a palavra de Deus).
Reparemos:
Só 788 anos depois da morte de Jesus
é que os "senhores" da Instituição Católica Romana decidem que Maria,
mãe de Jesus, deve ser adorada e considerada a Rainha do Céu (como a Isís
do culto egípcio, Semiramis babilónica
ou a Virgem Negra pagã da
antiguidade) e 1545 anos depois, numa subtil manobra para
legitimar cultos pagãos, declaram que a "tradição" (desses cultos pagãos) é igual em
autoridade com a Bíblia Sagrada, a palavra de Deus. Criaram o mito de que “sem Maria não há
salvação”, que só “pedindo à mãe o filho atende”, assim como era a veneração de
"a Madona e o Seu Filho" na Babilónia (o par "mãe influente + filho poderoso e obediente à mãe").
Se isto fosse verdade, devia constar dos
ensinamentos dos Apóstolos mandatados por Cristo, da doutrina original da
Igreja de Cristo e não depois de 788 anos, por obra e graça das
"Leis" acrescentadas por humanos.
Ou seja:
já preparavam o terreno para a implantação da Nova Era com a fusão de todos os
cultos sob a supervisão da Igreja Católica, em clara desobediência aos textos
sagrados, os alicerces do culto Cristão.
Apesar do desacordo de muitos crentes que se afastaram e criaram
as igrejas protestantes, o que
verificamos, na prática, é que não há uma única igreja que siga, à risca, os
ensinamentos de Jesus Cristo.
Os homens misturaram tudo. Em vez da igreja seguidora dos ensinamentos de
Jesus, de espalharem o Reino de Deus com Jesus, institucionalizaram uma igreja sobre Jesus. As Igrejas institucionalizadas dão mais enfase ao culto a Jesus e à
Virgem Maria do que propriamente ao que Jesus pretendia, que era que
acreditassem naquilo que ele acreditava e como ele acreditava, na realidade do
amor de Deus e aceitassem a filiação ao Pai celeste.
Mas, sublinho: O facto de uma Instituição ser corrupta ou degradada não
quer dizer que todos os que fazem parte dos seus quadros também o sejam. Como
em todo o lado, há os coniventes, os acomodados e os contestatários que exercem
resistência passiva e procuram mudar o sistema.
Com certeza que há sacerdotes imaculados, bem-intencionados, que percebem o
que está a acontecer e acreditam no poder da oração para influenciar e combater
com êxito as hostes malignas. Porque no campo material, do governo da
instituição, não conseguirão nada.
Pelo
que penso que o verdadeiro "religioso" é aquele que acredita em Deus
e no seu Filho feito homem, Jesus, e tem como verdadeiro guia a palavra de Deus na Bíblia Sagrada.
R.
Anexo: Os exorcismos mais impressionantes autorizados pelo Vaticano
Os exorcismos mais impressionantes autorizados pelo Vaticano
SÁBADO, 15 DE JUNHO DE 2013
De: arquivosdoinsolito.blogspot.pt
É necessário um relatório médico a confirmar que a
ciência não explica os sintomas. Há pessoas que têm de ser amarradas e os casos
graves são levados ao Papa. O Patriarcado fez um documento a
reconhecer que os pedidos de exorcismo estão a aumentar.
Por Patrícia Silva Alves
A cerimónia começou pouco depois das 10h30. O padre
estendeu a mão direita sobre a cara de Marta sem lhe tocar. Fechou os olhos e
sussurrou preces ininteligíveis. Então surgiu um som intenso, que veio do
centro da sala, onde a espanhola de 20 anos estava deitada num colchão. Marta
estava possuída. Ao lado tinha o padre católico José Antonio Fortea. Tudo
aconteceu em 2002 numa igreja em
Alcalá de Henares, a 30 quilómetros de Madrid. Na capela
havia ainda um altar enorme com uma toalha branca onde estavam pousadas seis
velas. Atrás, uma grande cruz iluminada por luzes de halogéneo. O local não
tinha janelas, nem saídas. Antes de tudo começar, o padre fechou a porta à
chave, por dentro.
– Hic est dies (hoje é o dia) – disse o padre em
latim com o crucifixo na mão.
– Não – respondeu uma voz rouca de homem que saiu da
garganta de Marta.
– Exi nunc (sai agora), Zabulón.
– Não.
– Porque não queres sair?
– Para servir de testemunho.
– De quê?
– De que Satanás existe.
Esta descrição é de José Manuel Vidal, editor da seção de
religião do 'El Mundo' e um dos vaticanistas espanhóis mais respeitados,
que foi convidado a assistir ao exorcismo. O artigo que relata a experiência
foi publicado com o título 'O exorcismo
que presenciei em Madrid'. O nome Marta e o da mãe, que a acompanhou na
sessão, são fictícios. O do padre não é.
José Antonio Fortea, agora com 45 anos, é um dos
principais exorcistas católicos espanhóis. A sua formação começou com uma tese de
licenciatura sobre exorcismos que foi orientada pelo porta-voz da Conferência
Episcopal espanhola, o bispo Juan Antonio Camino.
Foi por causa dela que aprendeu a fazer exorcismos –
assistiu a 13. Há três anos que não exerce. Agora está em Roma a preparar a
tese de doutoramento sobre o mesmo tema.
Gabriele Amorth terminou um exorcismo feito por João Paulo II no ano 2000
De acordo com o jornalista, no dia em que Marta foi
exorcizada por Fortea, a espanhola parecia uma rapariga normal. Vestia uma
blusa azul-celeste de manga curta com gola alta e calças de ganga. Fora levada
até ao exorcista pela mãe depois de consultarem dois psiquiatras que não
encontraram explicação para as suas persistentes dores de cabeça.
Estava saudável, diziam. No entanto, as fortes dores
continuavam e Maria, a mãe, recorreu a Fortea. O diagnóstico foi peremptório: Marta
estava possuída por sete demónios há cinco anos. Ao longo de 16
exorcismos, Fortea conseguiu expulsar seis. A descrição feita pelo jornal
corresponde à 17.ª sessão, para expulsar o demónio que resistia. O que o
jornalista ouviu não correspondia ao tom de voz de Marta. Era um som rouco e
masculino que ia aumentando à medida que o padre continuava a rezar.
Os movimentos também. A dada altura, o corpo de Marta
começou a agitar-se fortemente e a contorcer-se, enquanto a cabeça rodava de um
lado para outro. Primeiro lentamente, depois com uma súbita rapidez. A sessão
prolongou-se por quase três horas. Num determinado momento, “a jovem gritou,
bufou, colocou os olhos totalmente em branco, arqueou o corpo e levantou-se
toda a um palmo do chão”. Tudo acabou sem que a possessão terminasse. De
repente, Marta voltou-se para os presentes, levantou-se e colocou os brincos
que tinha retirado para a sessão. Não se lembrava de nada.
O debate sobre os exorcismos na Igreja Católica
reacendeu-se desde que a 19 de Maio, domingo de Pentecostes, em que se celebra
a descida do Espírito Santo sobre os apóstolos, o Papa Francisco colocou as
mãos sobre a cabeça de Ángel V., um mexicano de 43 anos, na Praça de São Pedro,
em Roma. Manteve-as assim durante 13 segundos (mais sete do que a pessoa anterior a quem abençoou) em que Ángel se
encolheu.
O homem, que estava sentado numa cadeira de rodas, diz-se
possuído desde 1999. Rapidamente surgiram notícias de que o gesto do Papa tinha
sido um exorcismo, o que foi negado pelo porta-voz do Vaticano, Federico
Lombardi. Mas há quem conteste a versão oficial.
“O que o Papa fez foi um exorcismo e se o padre Lombardi
diz o contrário é porque não percebeu nada do que se passou”, disse, por
exemplo, ao vivo na rádio Rai 2, Gabriele Amorth, um dos mais
reconhecidos padres exorcistas do mundo.
O italiano, hoje com 85 anos, pertence à Sociedade de São
Vicente de Paulo e foi nomeado exorcista de Roma em 1986 pelo cardeal Ugo
Poletti, que durante 18 anos foi vigário-geral da diocese.
O Papa Francisco não nega a existência do
Diabo. Por exemplo, na sua primeira homilia, a 14 de Março de
2013, disse aos cardeais reunidos na Capela Sistina: “Aquele que não reza a Deus
reza ao Demónio.” Aliás, o Vaticano reconhece que João Paulo II fez três
exorcismos durante o seu pontificado. O primeiro aconteceu a 27 de Março de
1982. Uma italiana chamada Francesca Fabrizi, então com 22 anos, chegou até ao
Papa através de Ottorino Alberto, na altura bispo de Espoleto. A reacção dela
foi imediata. “Ao vê-lo, começou a gritar e a rebolar-se pelo chão, não se
preocupando que o Papa ordenasse ao Diabo que saísse dela”, descreveu Gabriele
Amorth, no livro 'O Último Exorcista', lançado em Portugal em 2012 pela
Paulinas Editora.
No entanto, de repente, tudo mudou quando João Paulo II
disse a Francesca: “Amanhã, direi a missa por ti.” Nesse momento, a italiana
acalmou-se. Um ano depois, visitou o Papa. Nunca mais tinha tido ataques,
estava casada e grávida. Na altura, João Paulo II comentou com o cardeal
Jacques-Paul Martin, antigo prefeito da Casa Pontifícia: “Nunca tinha visto uma
coisa assim. Uma verdadeira cena bíblica.”
O mais famoso exorcismo de João Paulo II aconteceu,
porém, a 6 de Setembro de 2000. Foram precisas 10 pessoas para segurar Sabrina,
que, mal viu o Papa a entrar na Praça de São Pedro, começou a gritar palavrões
e a contorcer-se. Apesar de a praça estar cheia, João Paulo II notou a presença
da rapariga de 19 anos e pediu ao seu secretário, o então bispo Stanislaw
Dziwisz, que lha levasse.
No domingo de Pentecostes, o Papa abençoou Ángel V., mexicano de 43 anos
que se diz possuído desde 1999
O Papa e Sabrina encontraram-se numa sala privada ao lado
da Basílica de São Pedro. A mulher, que fora arrastada até lá pelos pais,
estava em transe. “Os seus olhos eram duas órbitas brancas. Babava-se e tinha a
cabeça pendente para trás. Logo que foi levada até junto do Papa começou a
gritar e a tremer”, conta Gabriele Amorth. “O Papa fez-lhe um exorcismo nesse
lugar. Abençoou-a várias vezes. E, depois, deixou-a ir-se embora.” O processo
demorou 30 minutos, durante os quais João Paulo II realizou o chamado exorcismo
menor, que não implica a leitura de textos bíblicos. Deu-lhe uma bênção,
abraçou-a e Sabrina acalmou-se.
A possessão da italiana era intensa e resistente. Nessa
tarde, Gabriele Amorth, que estava a acompanhá-la no processo semanal de
exorcismos, teve de continuar. “O Diabo estava enfurecido por causa do encontro
com o Papa e, ao mesmo tempo, sentia-se forte, porque o exorcismo não tinha
conseguido expulsá-lo”, explica o padre.
O que viu a seguir deixou-o sem palavras. “Sabrina
levantou-se da cadeira em que estava sentada. Dirigiu-se a mim. Passou ao meu
lado sem me olhar. Foi direita à parede atrás de mim e começou a caminhar
horizontalmente pela parede em direcção ao tecto, como se fosse a coisa mais
natural do mundo. Depois, desceu como se não fosse nada”, descreve Amorth em 'O
Último Exorcista'.
Sabrina, que não se lembrava de nada após o exorcismo,
continuou a ser acompanhada pelo padre durante anos até se libertar por
completo. O texto-base que orienta o ritual do exorcismo foi escrito em 1614 e
permaneceu inalterado por 385 anos: em 1999, o Vaticano actualizou o documento 'De
Exorcismis et Supplicationibus Quibusdam' (Sobre exorcismos e certas súplicas) – uma prova da importância do
tema durante o pontificado de João Paulo II. Não que Bento XVI fosse alheio às
questões ligadas a Satanás.
De acordo com Gabriele Amorth, o Papa Emérito também
ajudou a exorcizar dois homens, numa quarta-feira de Maio de 2009. De novo, o
caso aconteceu na Praça de São Pedro. Entre a multidão de fiéis que o saudava
estavam dois homens possuídos, Giovanni e Marco, guiados por duas mulheres,
assistentes de Amorth. A passagem de Bento XVI no seu jipe branco teve um
efeito visível em Giovanni, que começou a tremer e a bater os dentes. “O jipe
percorreu toda a praça. Os dois dobraram-se e bateram com a cabeça no chão”,
relata o padre em 'O Último Exorcista'. A reacção intensificou-se à medida que
o Papa se aproximou. Quando Bento XVI desceu do carro, os dois homens começaram
a gritar estendidos no chão. Alertado pela voz de uma das assistentes do padre
exorcista, o Papa olhou para o grupo e abençoou os quatro. O movimento suscitou
a reacção imediata dos dois homens. “Caíram três metros para trás. Estavam
exaustos e já não gritavam, mas choravam. Gemeram durante toda a audiência.
Depois, quando o Papa se foi embora, voltaram a si. Tornaram-se eles próprios.”
Segundo a versão oficial do Vaticano, Bento XVI não fez qualquer exorcismo
nesta ocasião. O tema é polémico dentro da Igreja Católica.
Há poucas semanas, o cardeal Rouco Varela, arcebispo de
Madrid e presidente da Conferência Episcopal espanhola, nomeou de emergência
oito novos exorcistas. De acordo com a publicação online especializada
em temas religiosos 'Religión en
Libertad', isso deveu-se à “enorme avalanche de pedidos de ajuda relacionados com influências maléficas”.
Os exorcistas vão trabalhar em colaboração com um grupo
de psiquiatras que ajudarão os padres a perceber se há ou não possessão.
João Paulo II fez três exorcismos, reconhece o Vaticano
Em Espanha, 26% das dioceses têm padres exorcistas
autorizados. Em Portugal não há números oficiais dos padres nomeados por bispos
diocesanos – uma exigência para que possam celebrar um exorcismo.
Em resposta à SÁBADO, fonte oficial da Conferência
Episcopal apontou o nome de Duarte Sousa Lara, padre da diocese de Lamego e
filho do antigo subsecretário de Estado de Cavaco Silva,
António Sousa Lara. O pároco é o único exorcista
reconhecido pelo Vaticano que dá a cara em Portugal. Nomeado a 20 de Março de
2008 pelo bispo de Lamego, Sousa Lara assistiu a vários exorcismos de Gabriele
Amorth, que, a 23 de Fevereiro de 2007, escreveu uma carta em que o considerou
“idóneo para o ministério de exorcista”.
A julgar por um documento emitido por D. José Policarpo e
pelo Patriarcado de Lisboa em Fevereiro de 2012, o seu trabalho será cada vez mais requisitado. “Tem vindo a
aumentar o número de pessoas que, por se considerarem atormentadas pelos
poderes do Mal, recorrem à Igreja procurando auxílio espiritual”, lê-se no
texto que acompanhou a publicação das 'Normas Pastorais', um conjunto de regras
que os padres devem seguir na celebração de bênçãos, funerais e exorcismos.
No entanto, quando contactada pela SÁBADO para actualizar
a informação sobre a procura de exorcistas na diocese de Lisboa, fonte oficial
não avançou com dados concretos. Nas Normas Pastorais está uma espécie de guia
prático para os párocos portugueses lidarem com casos em que há suspeitas de
possessão.
Primeiro, é preciso discrição. “Todos os meios de
comunicação social estão excluídos” antes, durante e depois dos exorcismos,
aconselha o Patriarcado de Lisboa. Depois, é preciso precaução. Os padres têm
de “distinguir correctamente entre os casos de ataque do Diabo e aquela
credulidade com que algumas pessoas, mesmo fiéis, pensam ser objectos do
malefício”.
É ainda preciso descartar dúvidas. O documento aconselha
os religiosos a certificarem-se de que “as pessoas atormentadas não tenham
passado, sobretudo na infância, por situações traumáticas, como abusos físicos,
psicológicos ou sexuais”, pois é muito provável que nessas situações “se trate
de sugestão ou auto-sugestão de doenças do foro psicossomático”.
Aldina Cardeal foi exorcizada – não conseguia sair de casa
Finalmente, é preciso uma certeza científica. Um padre exorcista não
deve avançar “sem antes consultar peritos em ciência médica e psiquiátrica, que
tenham a sensibilidade das realidades espirituais”. Aliás, o Patriarcado
aconselha que se consultem dois especialistas. E há casos de médicos que
assumem tê-lo feito. Victor Amorim Rodrigues, psiquiatra e professor de
Psicopatologia do ISPA – Instituto
Superior de Psicologia Aplicada, é um deles.
Há alguns anos, quando uma paciente com cerca de 40 anos
lhe pediu um relatório para entregar a um exorcista, o especialista aceitou
fazê-lo mesmo sendo céptico. “Se não tinha resposta, se ela já tinha passado
por vários técnicos que também não tinham a resposta e se, objectivamente, não
estava a conseguir melhorá-la, não me pareceu correto impedi-la, quanto mais
não fosse pelo efeito da sugestão. A ciência está muito longe de saber tudo”,
diz à SÁBADO Victor Rodrigues.
A paciente, uma enfermeira, estava numa situação de
“grande apatia”. “Tinha algumas características da depressão, mas não a
tristeza e o desânimo”, diz o especialista. Isso tinha efeitos no seu dia-a-dia.
Como estava a ficar cada vez mais lenta, quer a nível motor quer intelectual,
começou a ter problemas no emprego. “Estava tão apática que a própria chefe lhe
dizia que não estava em condições de trabalhar”, explica o médico. Victor
Rodrigues nunca mais soube da enfermeira, que não voltou ao consultório.
Este foi o único caso em que o especialista escreveu um
relatório para um exorcista – um documento no qual incluiu, por iniciativa
própria, a sua vinheta de médico. Acompanhou outros casos de pessoas que se
diziam possuídas pelo demónio, mas eram casos de doenças psiquiátricas. De
acordo com o documento emitido pelo Patriarcado de Lisboa, o exorcismo tem por objectivo
“expulsar os demónios ou libertar da influência diabólica”. (Portanto
os demónios
existem e só agora, neste século, é que a Igreja católica o vem
admitindo abertamente, porque a acção desses demónios tem aumentado exponencialmente, como previsto no
livro do Apocalipse. As igrejas protestantes e grupos evangélicos sempre abordaram este assunto
sem tabus, e sempre praticaram abertamente, sem tabus, os exorcismos. R)
E para isso há um conjunto de sintomas que podem, e
devem, manifestar-se para que alguém seja exorcizado. Um deles é a aversão às
imagens e símbolos considerados sagrados pelos católicos. Por vezes, essa
confirmação é feita de forma propositadamente dissimulada.
Sabendo que a reacção à água benta é um dos sinais de
quem está possuído, o padre Gabriele Amorth costumava misturá-la com a comida
que dava ao possível possuído para saber se estava realmente influenciado. Em
caso positivo, a pessoa cuspia-a. Durante os exorcismos costumam acontecer reacções
violentas, porque uma das formas de saber se alguém está possuído é ver também
se a pessoa manifesta “forças acima da sua idade e condição natural”, diz o
Patriarcado de Lisboa. Por causa disto, o padre Gabriele Amorth tratava os
casos mais graves numa igreja em Roma, na via Emanuele Filiberto, pois era um
local recatado. Lá tinha tudo o que precisava, como uma cama pequena e cordas para amarrar as pessoas
mais agitadas.
Aos 33 anos, Aldina Cardeal era um desses casos. A
professora do Porto foi exorcizada durante um ano em várias sessões por um
padre português nomeado para esse efeito por um bispo. “Houve alturas em que me
tentavam segurar e só o conseguiam com alguma dificuldade. Por exemplo,
lembro-me de um tio que me acompanhou ter comentado que era impossível eu ter
tanta força”, diz Aldina Cardeal à SÁBADO.
Noutras situações, a professora, hoje com 35 anos,
percebia que falava com uma voz diferente. “Num instante falava eu e no outro
era o Demónio que falava. Isso só me acontecia quando tinha ataques mais
fortes”, afirma. Aldina diz ter agora uma vida muito diferente da que tinha
antes de ser exorcizada. Por exemplo, deixou de ter dores físicas fortes. “O
meu corpo ficava dolorido num espaço de poucos minutos. Era como se de repente
tivesse corrido várias horas”, descreve.
Resultado: nos primeiros meses em que começou a sentir
ataques mais fortes, ainda antes do exorcismo, quase não conseguia sair de
casa. Preocupados, os familiares levaram-na ao psiquiatra. “O médico
diagnosticou-me esquizofrenia (nestas situações, em que a ciência não consegue
determinar o que tem pela frente, limitam-se a adormecer os sintomas sem
atacarem a causa do mal e o diagnóstico é sempre esquizofrenia. R.). Até
hoje não toquei nos medicamentos. Embora pudesse estar enganada, tinha a
certeza de que o meu problema era espiritual”, diz. “Cada caso é único, o meu
obrigou a vários exorcismos, mas entre uma sessão e outra ia melhorando. Aos
poucos fui tendo uma vida normal. Comecei a trabalhar, a conviver com os
amigos. Nunca mais necessitei de exorcismos. Os medos também terminaram. Tenho
uma vida normal”.
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