A UNIDADE 731 E AS EXPERIÊNCIAS APÓS A
GUERRA
Unidade 731 (731部隊 Nana-san-ichi
Butai?) foi uma unidade
secreta de pesquisa e desenvolvimento de Guerra biológica e química do Exército
Imperial Japonês que realizou experiências letais no ser humano
durante a Guerra Sino-Japonesa (1937-1945) e parte da Segunda
Guerra Mundial. Foi responsável por alguns dos crimes de guerra mais
notórios realizados pelo Império do Japão. A Unidade 731 ficava no
distrito de Pingfang de Harbin, a maior cidade do Estado fantoche japonês da Manchúria
(agora no nordeste da China).
Foi oficialmente conhecido como o Departamento
de Prevenção de Epidemia e Purificação de Água do Exército de
Guandong. Originalmente criada sob a
polícia militar Kempeitai do Império
Japonês, a Unidade 731 foi comandada até ao fim da guerra pelo general
Shiro Ishii, um oficial do Exército de Guangdong. A própria instalação foi
construída entre 1934 e 1939 e adoptou oficialmente o nome "Unidade
731" em 1941.
Alguns historiadores estimam que até
250.000 homens, mulheres e crianças - dos quais pelo menos 600 eram
fornecidos pelos Kempeitai todos os
anos - foram submetidos a experiências realizadas pela Unidade apenas no
prédio de Pingfang, que não inclui vítimas de outros locais de experiências
médicas, como a Unidade 100.
Os participantes da Unidade 731 atestam que a maioria
das vítimas que foram usadas como cobaias eram chinesas, enquanto uma
pequena percentagem era de prisioneiros de guerra soviéticos, mongóis,
coreanos e aliados. Quase 70% das pessoas que morreram no campo de Pingfang eram chinesas,
incluindo civis e militares. Cerca de 30% das vítimas eram soviéticas. Alguns outros
eram nativos do Sudeste Asiático e de ilhas do Pacífico, na época colónias
do Império do Japão e um pequeno número de prisioneiros de guerra
aliados. A Unidade recebeu apoio generoso do governo japonês até ao final
da guerra em 1945.
Em vez de serem julgados por crimes de guerra, os
pesquisadores envolvidos na Unidade 731 receberam imunidade secreta
dos Estados Unidos em
troca dos dados que eles reuniram através das experiências em humanos. Outros
que foram presos pelas forças soviéticas foram julgados nos julgamentos de
crimes de guerra de Khabarovsk, em 1949. Os americanos não julgaram os
pesquisadores para que a informação e a experiência adquiridas por eles em
armas biológicas pudessem ser cooptadas no programa de guerra biológica dos
Estados Unidos, como aconteceu com pesquisadores nazis na Operação paperclip. Em
6 de Maio de 1947, Douglas MacArthur, como Comandante Supremo das
Forças Aliadas escreveu a Washington, DC afirmando que "dados
adicionais, possivelmente algumas declarações de Ishii, provavelmente podem ser
obtidos informando os japoneses envolvidos de que a informação será mantida nos
canais de inteligência e não será empregada como "provas de crimes de
guerra". Os relatos de vítimas foram, em grande parte, ignorados ou
desacreditados no Ocidente como propaganda comunista.
Entretanto encontrei nos meus Arquivos um texto do site www.umanovaera.bighost.com.br que tentei aceder mas
não responde. Deve estar desactivado. Como não tinha indicação de direitos
reservados (sem Copyright), e
facilita muito a pesquisa sobre o assunto que se encontra disperso por centenas
de sites, limitei-me a traduzir para
português de Portugal as partes mais relevantes, sem alterar o sentido, e
incluir algumas imagens para o texto não ficar muito denso e ser melhor
compreendido para os portugueses que seguem o meu blogue. Os mais curiosos
poderão depois procurar textos originais e pesquisar melhor a matéria.
A descoberta de corpos sob as ruas de Tóquio obrigou o
Japão a admitir que seres humanos foram usados em experiências de armas
biológicas. Sob o asfalto das ruas de Tóquio existem depósitos de restos
humanos. Os operários que trabalhavam em Shinjuku, um bairro muito movimentado
e em plena urbanização, depois da guerra, ficaram horrorizados. A notícia dessa
descoberta ocorrida em 1989, varreu toda a cidade como uma grande onda. Incapaz
de ocultar a verdade por mais tempo, o governo Japonês viu-se obrigado a
reconhecer o mais terrível segredo da Segunda Guerra Mundial. A poucos metros
das obras, esteve localizado o laboratório do Tenente-Coronel Shirô Ishii, pai
do programa de guerra biológica do Japão: a Unidade 731.
As cobaias humanas empregadas nas experiências foram
transferidas da base da Manchúria para o laboratório. No fim da guerra, os
restos mortais destas pessoas foram enterradas numa fossa comum e lá
permaneceram até à sua descoberta em 1989. Durante 40 anos as actividades da
Unidade 731 foram o segredo mais bem guardado do Japão. Os trabalhos da Unidade
permaneceram ocultos até à descoberta, numa loja de livros usados, de anotações
feitas por um oficial dessa Unidade. Os documentos descreviam detalhadamente as
experiências biológicas sobre seres humanos.
Quando o Japão invadiu a Manchúria, em 1931, Shiro
Ishii, o microbiólogo do exército que deu execução ao desenvolvimento de armas
biológicas no Japão, vislumbrou a sua oportunidade. Passou a receber uma grande
verba anual e passou a dispor de 300 homens. A sua primeira missão recebeu o
nome secreto de "Unidade Togo".
Os escolhidos para os testes humanos eram chamados de
"marutas", que significa "troncos". Numerados por ordem
crescente até ao número 500, os prisioneiros eram classificados desde
"bandidos" e "criminosos" até "pessoas
suspeitas". Eram bem alimentados e faziam exercícios regularmente, somente
porque a sua saúde era vital para a obtenção de bons resultados científicos.
Quando Ishii necessitava de um cérebro humano para uma
experiência, ordenava a obtenção do órgão. O prisioneiro era imobilizado no
chão por um guarda e outro guarda quebrava-lhe o crânio com um machado. O órgão
era tirado grosseiramente e levado rapidamente ao laboratório de Ishii. Os
restos mortais do prisioneiro eram cremados.
As primeiras experiências centravam-se nas doenças
contagiosas, como o antraz e a peste. Num dos testes, guerrilheiros
chineses foram infectados com bactérias da peste. Doze dias depois, os
infectados contorciam-se com febres de 40 graus Celcius. Um desses
guerrilheiros conseguiu sobreviver por 19 dias antes que lhe fizessem uma
autópsia enquanto ainda estava vivo.
Outros prisioneiros foram submetidos a descargas eléctricas de 20 000 W, outros envenenados com gás fosfina e cianeto de potássio. Os que sobreviveram ficavam à disposição para receberem injecções letais ou para serem dissecados vivos. Um campo localizado em Murden detinha os prisoneiros de guerra americanos, britânicos e australianos que também foram usados nas experiências.
As baixas temperaturas diminuíam o rendimento militar
durante os Invernos rigorosos da Manchúria. Por isso, as experiências sobre o
congelamento foram especialmente desenvolvidas. Alguns prisoneiros eram
deixados nus nas temperaturas abaixo de zero e os seus membros eram golpeados
com varas até que se produzissem sons secos e metálicos indicando que o
processo de congelamento estava terminado. Em seguida, os corpos eram
"descongelados" através de técnicas experimentais. No livro de
Sheldon Harris, "Fábricas da Morte", vêm descritas outras
experiências, como a suspensão de indivíduos de cabeça para baixo, para
determinar quando morreriam asfixiados. Também injectavam ar nas veias dos
prisioneiros para acompanhar a evolução das embolias. Noutros, injectavam urina
de cavalo nos seus rins.
Sem nenhum sentimento de culpa, Ishii redigia
regularmente os resultados das suas pesquisas. Nestes relatórios, dizia que os
teStes eram realizados em macacos. O uso de seres humanos como cobaias era
mantido em segredo. Até ao fim da Segunda Guerra Mundial, o tenente-coronel
Ishii fez um pacto de juramento com os seus subordinados para manter as
experiências em segredo. Mas apesar disso, os serviços de Informação dos
Aliados possuíam muitas pastas sobre os principais microbiólogos japoneses.
Os Aliados estavam ansiosos para obter detalhes das
experiências com seres humanos, aos quais atribuíam um grande valor. No final
da guerra, os cientistas que também estudavam a guerra biológica nos Estados
Unidos, iniciaram uma série de entrevistas com os técnicos japoneses, sem
considerarem as implicações éticas que o assunto envolvia. Uma vez constatados
os factos, o Departamento de guerra de Washington, apesar de saber que o grupo
dirigido por Ishii violou as "normas de guerra" não pensou em
acusá-los. Para impedir que os soviéticos obtivessem as informações de Ishii,
os EUA fizeram um pacto com o próprio. As experiências deviam ser ocultadas. Os
prisioneiros de guerra que regressavam, davam terríveis depoimentos sobre as experiências
que foram realizadas neles. Se estes depoimentos se tornassem conhecidos, a
opinião pública ficaria indignada e exigiria medidas drásticas. Portanto, havia
apenas uma saída: o encobrimento dos
factos.
Os Procuradores do tribunal de crimes de guerra de
Tóquio foram orientados para que investigassem superficialmente os factos. Os
prisioneiros de guerra foram coagidos a guardar segredo. Foi oferecida imunidade a todos os membros da Unidade de
Ishii, em troca de informações e cooperação. Iniciava-se o maior encobrimento de factos de guerra. Com a
descoberta, em 1989, dos corpos enterrados nos subterrâneos de Tóquio, a
história veio à tona e os ex-combatentes começaram a relatar as suas experiências.
Que me mantém se não a verdade", pois jamais
esquecerei", declarou
Joseph Gozzo, antigo engenheiro de aviação, a viver em São José, Califórnia.
Enquanto esteve preso, foi usado em experiências onde teve bastões de vidro
introduzidos no ânus. "Não posso acreditar que o nosso governo os tenha
deixado livres", disse (sem saber que continuaram livres, com privilégios e bem pagos). Em
1986, o ex-prisioneiro de guerra Frank James relatou as suas lembranças a um
comité do Congresso dos Estados Unidos: "Eramos apenas pequenas peças de um
jogo, sempre soubemos que existia um encobrimento". Outro
ex-prisioneiro, Max McClain que juntamente com o seu companheiro de cela,
George Hayes, eram colocados em fila para receberem injecções. Dois dias
depois, Hayes lamentava-se: "Mac, não sei o que esses desgraçados me deram,
mas sinto-me muito mal". Naquela noite,
dissecaram Hayes.
A audiência demorou apenas metade
de um dia e somente um dos duzentos sobreviventes foi convocado. O responsável
pelos arquivos do exército declarou que os documentos obtidos de Ishii haviam
sido devolvidos ao Japão, ainda na década de cinquenta. Surpreendentemente não
se preocupou em fazer fotocópias dos documentos.
Por aqui se vê a hipocrisia e o
desprezo dos governantes por aqueles que os elegem e pagam impostos para os
seus chorudos salários.
Na intensão de ocultar a verdade,
os governos dos EUA e Japão, negaram que tais atrocidades tivessem ocorrido.
Mas, apesar disso, uma série de relatórios oficiais tornaram-se públicos. Num
arquivo do Quartel-General de MacArthur, consta que a investigação da Unidade
731, foi realizada sob as ordens da Junta de Chefes do Estado Maior e "é essencial
guardar segredo absoluto na intensão de proteger os interesses dos Estados
Unidos e salvá-lo do escândalo".
Salvaguardar
os interesses dos EUA ou esconder o seu cinismo e falta de consciência moral e
não cumprimento dos tratados e convenções a proibir actos sujos e
"desumanos" na arte da Guerra, para se manterem nas suas posições de
chefia?
Finalmente em 1993, o segredo
oficial tornou-se público com a abertura dos relatórios das experiências biológicas
da Segunda Guerra Mundial. Muitos responsáveis pelas experiências japonesas
escaparam ilesos e ninguém lhes pediu responsabilidades. Vários deles
graduaram-se em medicina e um deles chegou a dirigir uma companhia farmacêutica
japonesa. Outros ocuparam cargos que foram desde a Associação Médica Japonesa
até à vice-presidência da Green Red Cross
Corporation. Um membro da equipa de congelamento chegou a tornar-se
empresário importante da indústria frigorífica japonesa. Shirô Ishii morreu em
1959 sem mostrar nenhum sinal de arrependimento.
No
meio político o crime compensa, pelos vistos.
Antes de cessar as suas
actividades, Ishii influenciou profundamente os Aliados, levando-os a ignorarem
o termo que impedia a utilização de seres humanos como cobaias de experiências
científicas, estabelecido no acordo de 1925 na Convenção de Genebra. Os
cidadãos dos EUA e Reino Unido serviram de cobaias. Durante mais de 40 anos os Governos do Reino Unido e EUA testaram armas
biológicas nos seus cidadãos desavisados.
As armas químicas e biológicas
são os mais terríveis instrumentos de destruição em massa. Com baixo custo e de
fácil produção, são capazes de dizimar populações, envenenar colheitas, e
deixar gerações doentes e deformadas entre os que conseguem sobreviver. Tudo
isto a baixo custo e sem necessidade de grandes efectivos de tropas.
Com o acordo secreto com Ishii os
EUA tomaram conhecimento em primeira mão dos efeitos que numerosos agentes
causaram nos seres humanos. Os Governos ocidentais concederam imunidade a todos
os membros da Unidade 731, para terem acesso às suas descobertas. Os Governos
dos EUA e Britânico obtiveram detalhes exaustivos dos efeitos da guerra
biológica. Receberam também relatórios de autópsias ao vivo, dissecações em
fetos e bebés, além de um estudo meticuloso sobre os sintomas da peste, do
tifo, doenças venéreas, varíola, gangrena, salmonelíase, escarlatina, tétano,
coqueluche e inúmeras doenças atrozes. O facto do Ocidente ter permitido que
Ishii ficasse impune, constituiu um dos segredos mais obscuros da Segunda
Guerra Mundial.
Sabendo que as doenças poderiam
ser os agentes biológicos ideais, os Governos começaram um programa na base de
ataques "suaves" em algumas das suas cidades mais importantes para
determinar os métodos eficazes de comunicação em massa.
Quando se iniciou a "guerra
fria" entre o ocidente e o bloco soviético, o Pentágono começou a temer
que um submarino soviético pudesse entrar nas suas águas e libertar uma nuvem
de bactérias e se retirasse antes que a população desse por alguma coisa. Deste
modo, em Setembro de 1950, dois barcos-patrulha da marinha americana, na baía
de São Francisco, lançaram uma nuvem de serratia
marcescens, uma bactéria relativamente benigna desenvolvida nos
laboratórios de Port Down no Reino Unido.
Depois de seis destes ataques
"suaves" percebeu-se que 300 quilómetros quadrados da área de São
Francisco tinham sido contaminados. Esta experiência provou que uma cidade
importante era totalmente incapaz de defender-se de uma contaminação em massa,
provocada por uma bactéria através do ar.
No final dos anos 50, o exército
dos EUA tinha realizado experiências em Savannah, na Geórgia, e em Avon Park,
na Flórida. Grandes quantidades de mosquitos foram lançadas por aviões em zonas
residenciais, uma técnica da Unidade 731. Muitos residentes ficaram doentes,
outros morreram. Em seguida,
militares disfarçados de funcionários de saúde pública, realizaram testes
médicos aos infectados. Ainda que os detalhes dessas experiências permaneçam
secretos, acredita-se que os mosquitos eram portadores da febre-amarela, um
vírus que provoca febres altas e vómitos e provoca a morte de um em cada três
infectados (Isto, num país que se diz
campeão da Democracia e dos direitos humanos, sobre a sua própria população).
Outros testes (sempre sem o conhecimento
das populações atingidas, simples cobaias sem direitos, num absoluto desprezo
dos direitos fundamentais dos cidadãos que deviam proteger) foram
realizados no Reino Unido, Canadá e EUA, culminando com um "ataque" à
cidade de Nova Iorque em 1966. Agentes da Chemical
Corps Special Operation Division borrifaram, através das grades de
ventilação das estações do metro, a bactéria Bacillus nas horas de maior movimento. A turbulência criada pelas
composições demonstrou que esse era um meio adequado para propagar bactérias
por toda a cidade.
O "ataque" infectou
quase um milhão de pessoas e a convicção de que não há formas de defesa
eficazes fez os EUA dedicarem-se à pesquisa de aplicações militares, as
possibilidades de sobreviver a um ataque inimigo ou, pelo menos, a capacidade
de actuar através de infecções em massa teriam que estar garantidas. Os
conhecimentos adquiridos não foram utilizados para fins militares até à guerra
da Coreia. Uma noite os habitantes do povoado de Min-Chung ouviram um avião sobrevoar
os telhados das suas casas e quando foram à rua descobriram um grande número de
ratos do mato (a maioria mortos) e
muitos feridos por terem sido lançados do avião. Os habitantes do povoado
queimaram todos os que conseguiram encontrar, excepto quatro para análise.
Constataram que estavam infectados pela peste bubónica.
De
recordar que o campeão da Democracia e dos direitos dos seres humanos, são o
único país ocidental que experimentou, no terreno, todas as armas de destruição
massiva, desde as biológicas à bomba nuclear.
Uma comissão internacional
investigou este e outros incidentes semelhantes. Quanto ao que aconteceu em
Mim-Chung confirmaram que os roedores estavam infectados com a peste bubónica
e, inclusivamente, conseguiram identificar o avião que os lançou. Foi um F-82,
um caça nocturno de dupla fuselagem norte-americano. O Governo dos EUA (como seria de esperar) negou as
acusações. Na Guerra do Vietname o exército americano utilizou, em profusão,
desfolhantes nas selvas (o famoso químico
laranja que até envenenou soldados americanos) onde os Vietcong se
refugiavam. Em resposta às denúncias feitas pelos médicos de Saigão, o
Pentágono insistiu que a utilização de produtos químicos para destruir a
vegetação não violava nenhum tratado internacional, esquecendo-se que essa
"chuva" química além de cair na vegetação também caía sobre todos os
seres vivos, incluindo humanos, na área. A verdade é que o "agente
laranja" era letal. Nos recém-nascidos apareceram terríveis deformações,
triplicaram os casos de bebés com o lábio leporino e espinha bífida. O número
de bebés nados-mortos duplicou. Em 1977 o Governo dos EUA publicou a convenção
das armas biológicas considerando que era "incompatível com a consciência
da humanidade".
No entanto, as experiências
continuaram secretamente. Encaradas
como a "bomba atómica do pobre" as armas
biológicas são uma opção atractiva e barata. Durante a Guerra do Golfo as
forças aliadas foram muito cautelosas com os possíveis ataques já que a combinação
da alta temperatura com a pele suada torna os soldados muito vulneráveis aos
agentes biológicos.
Se o uso das armas biológicas em
um contexto militar é alarmante, pensar que grupos terroristas têm acesso a
elas inspira pavor. Em 1995 o ataque com gás Sarin no Metro de Tóquio, cometido por membros de uma seita Aum
Shinriyko, provou 12 mortes apenas. Se a mistura química e o sistema de difusão
tivessem sido um pouco diferente, o número de mortes tinha sido muito maior.
Sabe-se agora que a seita Aum pregava a destruição do Ocidente, e
as armas biológicas teriam facilitadas pela Rússia desejando conseguir ajuda
financeira do Japão. Acredita-se que a seita, auxiliada pelos serviços secretos
Russos, pode ter tido acesso às indústrias químicas russas. Por causa da
expansão do crime organizado na Rússia, as potenciais ocidentais temem que as
armas possam ser adquiridas no mercado negro. É muito fácil transportar e
esconder os mesmos elementos necessários para realizar o atentado de Tóquio.
Dois produtos químicos inofensivos podem ser misturados para se tornarem
agentes mortais, o que significa que, em teoria, estão ao alcance de qualquer
organização decidida a obtê-los. Parece absurdo pensar que a Inglaterra e os
EUA, quando decidiram manter em segredo as actividades da Unidade 731, podiam
prever estas ameaças da guerra biológica moderna. Contudo, fazer experiências
com armas potencialmente tão destrutivas, poucos anos depois das devastadoras
explosões de Hiroshima e Nagasaki, é um facto que desafia a lógica. Enquanto
construía os fundamentos da Terceira Guerra Mundial, o Ocidente lançava sobre o
mundo uma nova e terrível forma de morte.
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