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terça-feira, 22 de setembro de 2020

 

SOBRE AS VIAGENS ASTRAIS

Todo o ser humano tem capacidade de projectar a sua consciência para fora do corpo físico.

Como é óbvio, cada corrente de pensamento, para marcar posição e talvez para se sobrepor ou considerar a sua doutrina como única, dá um nome diferente ao fenómeno, ficando o assunto restrito a uma minoria com o pseudo-controle e domínio de técnicas e suas consequências.

Assim, Viagem Astral, Projecção Astral, Experiência fora do Corpo, Desdobramento, Desprendimento Espiritual ou Emancipação da Alma, Viagem da Alma, Projecção do Corpo Psíquico ou Emocional, Projecção da Consciência, etc., é tudo a mesma coisa.

Desde a mais remota antiguidade, a "Viagem Astral" é um facto, envolvendo técnicas, até, de cunho científico. No entanto, devido ao desconhecimento sobre o assunto, grupos desinformados geraram fantasias sobre "perigos" que envolveriam o processo, aliás inexistentes se se proceder com conhecimento e convenientemente.

Hoje, este fenómeno insere-se na Parapsicologia, suponho que com o nome de "Projeciologia", como ciência adstrita, digna de crédito, contando com pesquisadores de vulto.

 


 

A contraparte extrafísica do corpo físico é o corpo astral que se assemelha e coincide minuciosamente, parte por parte. É uma réplica exacta do corpo físico em toda a sua estrutura. É constituído por matéria astral, que vibra numa frequência mais subtil e é infinitamente mais refinada do que a matéria física, muito mais densa, do corpo físico. Normalmente, é invisível e intangível ao olhar e toque físicos.

O corpo astral coincide com o corpo físico durante as horas em que a consciência está totalmente desperta. Mas, no período do sono, os laços, que mantêm estes dois veículos, afrouxam e o corpo astral destaca-se do corpo físico. Este fenómeno é a "viagem astral", porque o corpo astral pode deslocar-se por onde quiser e encontrar-se até com outros corpos astrais que também pairam no mundo astral e como o corpo astral é uma cópia exacta do corpo físico, podem reconhecer-se se se conhecerem fisicamente. Em todo este processo o corpo astral está ligado ao corpo físico por um cordão umbilical que é conhecido como "Cordão de Prata".



A Bíblia refere isso em Eclesiastes 12:6 "Antes que o fio de prata se rompa e a taça de ouro se parta…".

A pessoa "morre", fisicamente, quando o Cordão de Prata se rompe e se desliga da cabeça, baixo-ventre e coração, um terminal que se assemelha a uma taça. Ou seja, o corpo astral está ligado ao corpo físico por um apêndice energético, através do qual é transmitida a energia vital para o corpo físico abandonado durante a viagem astral. Em contrapartida o Cordão de Prata também conduz energia no sentido contrário, criando um circuito energético de ida-e-volta. Este interfluxo mantém os dois corpos sempre ligados independentemente da distância a que o Corpo Astral se afaste.

Um dos medos básicos do iniciante é de que o Cordão se parta durante a "viagem", mas isso não acontece. Por muito longe que o corpo astral se afaste o Cordão de Prata o trará sempre de volta. Também é impossível a consciência ou corpo astral se perder fora do corpo físico. O retorno dá-se automaticamente mal o corpo físico seja despertado. Muitas das vezes esse despertar é tão súbito que o "viajante" tem a sensação de que está a cair, tal a velocidade do retorno. Outras vezes a pessoa acaba de adormecer e acorda com um salto do corpo. Como os dois corpos vibram em frequências diferentes, quando o corpo astral regressa tem de haver um lapso em que as duas vibrações se sintonizam e harmonizam. Quando a pessoa é acordada bruscamente, no momento em que o corpo astral está a sair, este regressa sem harmonizar as vibrações e o corpo físico ressalta.

A viagem astral pode ser voluntária ou involuntária. A maioria esmagadora das pessoas, sem preparação, sai do corpo involuntariamente e nem entende o que acontece quando adormece. O corpo físico precisa de regenerar-se no período de sono e então a consciência retira-se no corpo astral, motivo porque os sonhos não são censurados pela consciência e acontecem as cenas mais absurdas e estapafúrdias onde (quase) tudo é permitido. A diferença entre um sonho e uma viagem astral (basicamente) é que o sonho é a preto e branco e desconexo, ao passo que a viagem astral é a cores e há coerência no desenrolar do "sonho".

Em alguns casos, por exemplo, pessoas a ler um livro que lhes interesse muito, ficam de tal maneira concentradas que começam a "viajar", involuntariamente, para o mundo criado pelo enredo do livro e têm a sensação de que estão a flutuar e até se sentem bem quando estão mergulhados no mundo criado pela narrativa. Vivem o momento e identificam-se perfeitamente com a personagem do seu agrado.

Nas viagens voluntárias em que a pessoa, pelo estudo e pela prática, consegue sair do corpo, comanda o desenvolvimento do processo e está totalmente consciente fora do corpo. Pode observar o seu corpo físico com tranquilidade, viajar à vontade para lugares diferentes no plano físico ou extrafísico, encontrar-se com outros viajantes ou até com entidades "desencarnadas" (mortas fisicamente). Pode voar e atravessar objectos físicos, regressando ao corpo físico no momento que desejar. Na saída voluntária a pessoa lembra-se de tudo e pode desenvolver o processo à sua vontade. Na saída involuntária, a pessoa não tem conhecimento do que ocorre e, por isso, tem medo da ocorrência. Quanto menos informados mais medo têm.

Para os curiosos que se questionam por que razão às vezes se lembram dos sonhos e outras vezes não se lembram, sugiro uma experiência. Foi assim que comecei a estudar e tentar interpretar os meus sonhos. Nós, normalmente, não nos lembramos do que sonhamos e quanto acordamos e nos recordamos de "um bocado" que ficou na nossa consciência e mais esforço fizermos para recordar mais dificuldade encontramos em lembrar. Aquele bocado desvanece-se. Portanto, comecei a ter sempre um bloco de apontamentos e uma caneta sobre a mesinha de cabeceira. Quando acordava a meio de um sonho, e me lembrava dele, apontava imediatamente no bloco o que me lembrava, e ficava surpreso ao ler esses apontamentos de manhã porque não me lembrava de absolutamente nada do que ali escrevi. É uma experiência interessante e fácil de executar. E esses sonhos são muito importantes porque poderão revelar muito sobre eventos passados e outros que virão a acontecer. Também poderão reconhecer, neste processo o que foi sonho e o que foi uma viagem astral. Com a prática começarão a destrinçar essa diferença entre sonhos normais (oníricos) resultantes do processo de regeneração das células do corpo físico e "arrumação" da memória (o Reset da máquina que é o cérebro físico), das viagens astrais em que verão uma narrativa mais coerente e consciente.

Detalhando um pouco este fenómeno, a pessoa que faz a viagem astral pode sentir, às vezes, uma "paralisia" nos seus veículos (corpos físico e astral). Os entendidos chamam-lhe catalepsia astral, que não tem nada a ver com a catalepsia patológica que é uma doença rara.



Este fenómeno cataléptico tanto pode ocorrer antes como depois da viagem astral. A pessoa desperta durante a noite (ou de dia, quando está a fazer uma sesta) e descobre que não se pode mover. Parece que uma força invisível lhe tolhe os movimentos. Muitos tentam gritar mas não conseguem emitir nenhum som, e outros dentro deste estado cataléptico julgam que estão a chamar por alguém, e ninguém os ouve, e têm a noção nítida de que estão acordados mas ninguém ouve os seus chamamentos desesperados. Por vezes tentam abrir os olhos e não conseguem. Só lhes resta esperar pacientemente até que "acordam". Portanto, quem passar por esta situação, deve manter-se calmo, tentar não se mover e pensar firmemente na solução. Basta tentar, com calma, mover um dedo ou uma pálpebra até readquirir o movimento. Para os que têm fé, para se sentir calmo e seguro, pode fazer uma oração da sua preferência, para desviar o espírito do problema, e tudo voltará à normalidade. O nosso corpo físico tem poder para restabelecer a normalidade.

Fisiologicamente, esta situação é directamente relacionada à paralisia que ocorre como uma parte natural do sono REM, a qual é conhecida como atonia REM. A paralisia do sono ocorre quando o cérebro acorda de um estado REM, mas a paralisia corporal persiste. Isto deixa a pessoa perfeitamente consciente, mas incapaz de se mover. Além disso, o estado pode ser acompanhado por alucinações hipnagógicas. Esta paralisia é a mesma que acontece quando uma pessoa sonha. O cérebro paralisa os músculos para prevenir possíveis lesões, já que algumas partes do corpo podem mover-se durante o sonho. Se uma pessoa acorda repentinamente, o cérebro pode pensar que ela ainda está a dormir, e mantém a paralisia. A pessoa pode sentir presenças atrás dela ou pode ouvir sons estranhos. As percepções parecem-se muito com sonhos, possivelmente fazendo a pessoa pensar que ainda está a sonhar. Algumas pessoas relatam sentirem um peso no peito, como se alguém ou algum objecto pesado estivesse a pressioná-la. Estes sintomas podem durar de alguns poucos segundos até vários minutos e podem ser considerados assustadores para algumas pessoas. Diante disso muitos desesperam e tentam voltar para dentro do corpo, mas por causa da agitação mental o corpo demora alguns segundos para responder, permanecendo imóvel. Após alguns breves segundo, a pessoa acorda assustada com esta experiência fora do corpo involuntária.

Além desta catalepsia na viagem astral, podem ocorrer pequenas repercussões físicas no início da viagem astral, principalmente nos membros. Muitas pessoas, quando começam a adormecer, têm a sensação de estar a escorregar ou a cair por um buraco e despertam sobressaltadas. Algumas vibrações intensas percorrem o corpo astral e o corpo físico antes da saída do corpo. Algumas vezes essas vibrações intensificam-se e formam anéis energéticos que envolvem os dois corpos. Uma espécie de zumbido ou ruído estridente que incomodam. Essas energias são inofensivas e têm como finalidade a separação dos dois corpos.~

Resumindo: Podemos considerar três tipos de viagens astrais. A CONSCIENTE em que a pessoa sai do corpo e mantém a sua consciência lúcida durante toda a viagem extracorpórea, a SEMI-CONSCIENTE em que a lucidez da consciência é irregular e a pessoa fica a sonhar fora do corpo, totalmente iludido pelas ideias oníricas, e a INCONSCIENTE em que a pessoa sai do corpo físico totalmente inconsciente. É um sonâmbulo extrafísico. Infelizmente a maioria das pessoas está nesta situação.

Como disse atrás, a maioria das pessoas confunde sonhos com viagens astrais e viagens astrais com sonhos. As diferenças são bem óbvias: No sonho, a consciência não tem domínio sobre o que se está a vivenciar. Na viagem astral, a consciência tem pleno domínio sobre si mesma. No sonho não há coerência enquanto que na viagem astral a consciência mantem o seu padrão normal de coerência, ou até mais ampliado. No sonho, a capacidade mental é reduzida. Na viagem astral a capacidade mental é ampliada.

Há benefícios nas viagens astrais. A pessoa, fora do corpo, observa eventos físicos e extrafísicos, independentemente do concurso dos seus sentidos. Nas horas em que o seu corpo físico está adormecido, a pessoa observa, trabalha, participa e aprende fora do corpo, constatando, através da experiência pessoal, a realidade do mundo espiritual, podendo encontrar-se com espíritos de pessoas desencarnadas (que morreram no mundo físico) comprovando assim, para si mesmo (porque contando os cépticos não acreditam) "in loco", a sobrevivência da consciência além da morte. Pode substituir a "crença" pelo conhecimento directo, através da experiência pessoal.

E para finalizar, este resumo, só falta abordar o tema sobre as bioenergias – energia cósmica imanente, que é o princípio vital que interpenetra e nutre todas as coisas no Universo Interdimensional. É aparentemente omnipresente e impessoal, permeando praticamente todos os planos de manifestação. Podemos dizer que existe uma energia (etérica) astral e mental. Parece que Einstein, na verdade, partiu deste princípio quando demonstrou a identidade entre energia e a matéria e a possibilidade de transformar uma em outra, ou seja: a matéria é energia em estado de condensação e a energia é matéria em estado radiante (mais simples, a matéria é espírito cristalizado e o Espírito é a matéria a irradiar e a tornar-se mais subtil até à pureza total, da luz).



Como as doutrinas filosóficas procuram sempre utilizar adjectivos com que se pretendem identificar e separar de outras doutrinas que se movimentam na mesma área, a nomenclatura sobre a energia é bastante diversificada, como: Luz astral na Cabala, Prana na Yoga, Mana nas Kaunas, Força Ódica pelo Barão Von Reichenbach, energia Orgónica por Wilhelm Reich, Telesma por Hermes Trimegistus, etc. A palavra "energia" é derivada do grego "energes" (activo) que, por sua vez, deriva da "Ergon" (obra). Logo, etimologicamente, significa actividade.

A palavra "Prana", como a energia, é mais conhecida na Índia, pátria original da Yoga, é derivada do sânscrito "Pra" e "Na" (respirar, viver). Logo, etimologicamente significa Sopro Vital. No Japão, a energia é conhecida como "Ki", na China, como "Chi".

As energias que os seres vivos absorvam e metabolizam são provenientes de fontes variadas como do Sol, do espaço sideral, do próprio planeta, etc. A pessoa absorve a energia cósmica, uma energia consciencial, que é empregue nas suas manifestações gerais. Essa energia é conhecida como "energia anímica" ou "magnetismo pessoal". Ao ser metabolizada pela consciência (na Alma) a energia cósmica deixa de ser impessoal e assume as características pessoais da criatura.

As fontes básicas da energia vital são a alimentação de sólidos e líquidos, através do aparelho digestivo, o ar atmosférico através do aparelho respiratório e da pele, sono, através da descoincidência (quando o corpo astral se destaca e fica o corpo físico a fazer a sua manutenção automaticamente) dos veículos de manifestação da consciência e na projecção da consciência (na viagem astral) através da absorção energética no plano astral.

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