O MISTÉRIO DA MORTE
(Texto sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990)
A morte não é mais do que uma simples mudança. As
actividades deste mundo são transferidas para outro. No mundo astral, depois da
ressurreição, o novo “corpo” é “feito” de acordo com a experiência individual
adquirida previamente e com uma duração definida. Cada indivíduo tem as suas
características que se vão mantendo de “corpo” para “corpo” com a sua
identidade própria.
Algumas vezes a vida é prolongada, em cada dimensão,
para além do período determinado, quando os seres celestes que nos auxiliam na
jornada evolutiva vêem que ela pode ser útil para servir um objectivo especial.
Mas, em regra, o arquétipo é desintegrado quando as vibrações, que lhe foram
dadas ao nascer, terminam.
Depois da desintegração do “corpo” , físico ou
etéreo, a Alma é purgada para que o Ego tenha consciência clara dos seus
êxitos, e fracassos. É assim que se pode corrigir no futuro. Cada indivíduo, à
medida que progride nos mundos etéreos, entoa um “cântico” especial que é o
resultado da sua experiência terrena. Este cântico tem o seu tom vibratório
definido, que é a característica pessoal. O seu efeito é enorme.
Temos, como exemplo, as linhas geométricas que
surgem numa placa de vidro coberta de um pó finíssimo quando sobre ele se faz
actuar uma onda sonora. Dão-nos uma ideia do poderoso efeito que o conjunto de
arquétipos individuais produz na flora, fauna e clima terrenos.
Se nos preocuparmos em manter o nosso equilíbrio com
o ambiente em que vivemos, sem o degradar, preparamos para mais tarde uma
abundância agradável, não só no mundo do espírito como no espaço físico ou
etérico em que renascermos. Todas as coisas, nos céus e na Terra, estão
sujeitas à lei eterna da consequência que mantem o equilíbrio nos mundos.
Já sabemos que o mundo físico não é a única
realidade do universo. Os numerosos dados recolhidos permitem demonstrar,
inequivocamente, que os fenómenos do espírito (ou psíquicos) não se encontram
dependentes das leis físicas nem são condicionados por obstáculos ou condições
materiais, designadamente pela distância ou pelos campos electromagnéticos, que
a percepção destes fenómenos está ligada à consciência que, por sua vez, é
independente do corpo, não sendo afectada pelas suas limitações. Verifica-se
também que no “além” não existem simples pensamentos ligados a uma cadeia de
reacções nervosas, observadas no tempo, mas uma verdadeira consciência da
experiência realizada. O cérebro, nestas condições, comporta-se apenas como um
elo de ligação ou instrumento, um ponto de intercepção entre o “além” e o mundo
material. E, finalmente, a independência relativamente ao tempo, comprovada por
fenómenos de profecia ou precognição sobejamente conhecidos e registados.
Em breve outros pormenores poderão ser analisados
como, por exemplo, a particularidade do espírito estar ligado ao corpo por um
finíssimo cordão prateado (até a Bíblia faz referência dele em Eclesiastes, 12: 6).
Este cordão é triplo, mas basta-nos considerar apenas duas das suas
extremidades. Uma que liga à cabeça (cérebro) e outra que liga ao
coração (onde está o nosso espírito, ou átomo semente). Essa ligação vem
do chamado corpo astral ou duplo etérico, uma cópia espiritual do corpo físico
onde tudo é registado na Alma, que se desvanecerá progressivamente depois de a
Alma, devidamente organizada e com todos os arquivos da vida passada vai
aguardar o renascer noutra dimensão.
No fenómeno da morte, quando se atinge a etapa
derradeira, as duas pontas do cordão de prata retiram-se gradualmente do corpo
físico (3 dias). A vitalidade deixa de o percorrer através do sangue, o coração
deixa de bater e a respiração cessa. Tem início a decomposição. No sono, por
exemplo, só a ponta que está ligada ao cérebro é retirada (surgindo, por isso a
inconsciência) enquanto a outra permanece fixa ao coração. É neste período que
o corpo é “reparado”, energizado e organizado para continuar a sua labuta
quando acordar.
A morte
total só ocorre quando o cordão de prata se desliga por completo. Na Bíblia
vem explicitamente: "Antes que o fio de
prata se rompa e a taça de ouro se parta, antes que a bilha se quebre na fonte
e a roldana rebente no poço. Então o pó volta para a terra de onde veio, e o
sopro vital retorna a Deus que o concedeu." Quando o cordão de prata se rompe, o corpo físico
morre e regressa ao pó e o nosso espírito regressa a Deus onde esperará pela
ressurreição para se juntar novamente à parceria com a nossa Alma, noutro Céu,
ou dimensão.
O rompimento dá-se apenas
ao fim de cerca de 3 dias depois de terem cessado todas as funções vitais.
Durante esse período existe ainda uma certa sensibilidade do espírito às
condições do seu corpo abandonado. Por esta razão, nenhum rito fúnebre devia
ter lugar antes que fossem decorridos pelo menos 3 dias. O mesmo acontece com
ferimentos causados por autópsias ou pela cremação. É preciso dar tempo para
que toda a informação necessária para a Alma beneficiar da experiência na Terra
seja arquivada e devidamente catalogada e evitar que o espírito “sinta” a
manipulação do corpo físico antes da ruptura total do cordão de prata. Se a
informação acumulada na experiência da vida não for aproveitada a Alma fica
empobrecida e sem a ajuda dos ensinamentos que acumulou terá muita dificuldade
em avançar na sua evolução, podendo até não vingar.
Como este processo não é
mensurável, para reprodução em laboratório pelos cientistas, estabeleceram-se
critérios para definir o que é a Morte, com base em aspectos meramente físicos.
Durante muito tempo a morte esteve relacionada apenas com a paragem do coração
e o cessar da respiração. Hoje, a própria ciência, já reconhece que isso é
insuficiente, porque com as novas técnicas de reanimação surgiram novos
conceitos, designadamente o da “morte cerebral”.
Mesmo assim, a
experiência diz-nos que não devemos aceitar cegamente estes conceitos. Surgem
com frequência casos contraditórios como, por exemplo, em 1980 o Dr. D.M., médico-cirurgião,
teve um acidente ficando em coma profunda durante 6 dias no Hospital de Santa
Marta, em Lisboa (Viver e Morre em Portugal, de Rui Cartaxana) e o
electroencefalograma indicava a ausência de qualquer actividade cerebral. Ao
fim dos 6 dias podia ouvir vozes e compreendê-las, embora nada visse. As
lamentações dos colegas perturbavam-no. “Coitado, não há nada a fazer…” Gritava para que não o abandonassem… mas ninguém o
ouvia! Ao fim de 18 dias verificou-se a retoma da actividade cerebral e o
doente “acordou”, desentubou-se e pediu água!
Noutro caso, um doente
esteve 23 dias na mesma situação. Ouvia aflitivamente os pareceres médicos que
apontavam para desligar a máquina. Um conhecido providencial evitou a decisão
fatal. Depois de acordar do coma repetiu, com natural alívio, as conversas que
ouvia.
Outro caso com um
familiar da minha mulher na região da Guarda: Um primo direito dela sofria de
arritmias mas nunca foi a um especialista. A esposa dele trabalhava todo o dia.
Saía de casa de manhã e só regressava à noite. Ele, reformado, entretinha-se na
agricultura de uns terrenos deles.
Um dia, em 2010 (não me
lembro da data certa) depois de a esposa ir trabalhar, teve um ataque de um
coágulo sanguíneo no cérebro e ficou prostrado no chão, sem sentidos, todo o
dia. Só quando a esposa chegou do trabalho é que se apercebeu do que se passava
e chamou imediatamente a ambulância. Ele estava praticamente morto.
Foi para o Hospital da
Guarda, em estado gravíssimo e até um padre lhe deu a extrema-unção mas,
milagrosamente, recuperou, ao fim de uma semana, e continuou a sua vida normal.
Conversando comigo,
contou-me o que não se atreveu a contar a ninguém para não passar por louco, o
que sentiu em todo o processo. Diz ele que quando ia na ambulância sentiu uma
forte pressão sobre o seu corpo e ouviu, nitidamente, uma voz forte a dizer: “larguem o homem e
deixem-no em paz. Ele não fez mal a ninguém”. A pressão passou. Na sala de operações escutou
as conversas entre os médicos que diziam que não havia nada a fazer e o melhor
era declarar o óbito. Mas um médico, da sua aldeia e de quem é amigo, opôs-se e
disse: “enquanto
houver um sopro de vida há esperança. Vamos operar”.
Ele disse-me que estava a flutuar junto ao tecto e
via e ouvia tudo. Descreveu os aparelhos e a posição dos médicos que o
rodeavam. Depois da operação, já no seu corpo sentiu tudo a tremer e todas as
coisas se viraram ao contrário, num grande reboliço, e viu dois homens a lutar
violentamente ao pé de uma cruz. Uma luta feroz que durou bastante tempo.
Depois de dois dias acordou e começou a recuperar. Quando se levantou, os
médicos disseram-lhe que não dava para acreditar ele ter sobrevivido e que foi
um milagre.
Como se passou tudo isto, perguntamos nós? Muito
simplesmente não houve o rompimento do cordão de prata nem o deslocamento do
chamado “átomo semente”. “Antes que o fio de
prata se rompa e a taça de ouro se parta…”. A extremidade do cordão de prata que liga ao
coração e plexos solar parece uma taça. Interessante…
Estes
dados confirmam a necessidade de algumas regras de comportamento.
A
recolha de órgãos para transplantes é feita num corpo agonizante, do
ponto de vista espiritual. Será que o “morto” sente? O prolongamento da agonia
(distanásia) para o efeito da recolha de órgãos é tão reprovável como
qualquer manipulação inútil da vida. O agonizante deve assumir a morte com
dignidade e conscientemente, embora auxiliado na dor, e com pleno conhecimento
dos avanços alcançados pela medicina neste campo. Por idênticas razões, também
é inaceitável o acto contrário ou eutanásia como tentativa de abreviar
todo o processo.
É
preciso que o fenómeno da morte seja encarado tão naturalmente como a
experiência diária do sono, sem os medos terríveis que ela suscita, de
destruição, condenação, etc. Só uma luta constante contra os hábitos e
preconceitos que alimentam intransigências poderá abrir caminho. Torna-se
necessária uma revisão do conceito da natureza humana, que deverá deixar de ser
impenetrável aos factos absolutamente fidedignos já verificados, tanto de um
modo espontâneo como em laboratório.
Talvez
este último se torne um caminho mais fácil para os cépticos, se se dispuserem a
explorar as suas próprias potencialidades.
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