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sexta-feira, 16 de novembro de 2018


A HUMANIZAÇÃO

(O que a História oficial ensina e a minha interpretação especulativa)

 (Texto sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990)

Vimos qual a origem do homem, vulgarmente aceite, e certas dúvidas que se põem, no seu desenvolvimento mecânico e respectivas causas. Falta-nos agora saber como se processou também o seu desenvolvimento mental, a par da evolução física exterior.

Sabe-se que a «mente» e o seu nível constituem o resultado de uma longa evolução, biológica primeiro e cultural depois.

A julgar pelo que se conclui dos restos fósseis encontrados pelos paleontologistas, o cérebro dos hominídeos não experimentou grandes progressos até ao começo do Pleistoceno. No entanto, desde há aproximadamente meio milhão de anos, o crescimento do córtex dos hominídeos experimentou uma aceleração brusca, enquanto outras estruturas inferiores permaneciam relativamente estabilizadas. Em consequência desta falta de sincronia evolutiva entre as estruturas neocorticais, lançadas desde meados do Pleistoceno num crescimento sem paralelo na história da evolução, e as estruturas mais primitivas do cérebro interno, estabilizadas no mesmo nível que fundamentalmente haviam atingido milhões de anos antes, produziu-se no homem uma falta de coordenação entre ambos os estratos da actividade mental.

Para empregar as palavras do professor Paul Maclean, neurobiologista que entre outros defende esta teoria, é a esta falta de sincronia evolutiva que se deve o facto de as nossas funções intelectuais serem exercidas pelos estratos mais recentes e mais desenvolvidos do cérebro, enquanto a nossa vida afectiva e os apetites continuam a ser dominados por um sistema primitivo basicamente reptiliano.

Semelhante situação - que Maclean classifica de esquizofisiológica - explicaria a diferença que muitas vezes existe entre os juízos da razão e exigências do sentimento e, finalmente, contribuiria para explicar essas contradições entre a «besta» e o «anjo» que acompanham, como a sombra acompanha o corpo, a vida de todo o ser humano.

As implicações desta falta de sincronia da evolução são óbvias, pois uma espécie, cuja capacidade intelectual produziu o comando da energia física nos termos termonucleares de hoje, num dado momento pode, sob os poderosos impulsos agressivos de um cérebro emocional não coordenado com o intelectual, chegar à destruição da vida sobre o planeta, o que representa, por outras palavras, o suicídio da espécie.

Aliás, não seria a primeira vez que um «erro» da natureza provoca uma extinção deste género, podendo recordarmo-nos, por exemplo, que o homem de Neandertal desapareceu subitamente no Paleolítico, há uns 40 000 anos, sem que saibamos como, para serem substituídos pelo de Cró-Magnon - que se sabe não ser um produto evoluído dos anteriores, mas sim vindo de outra espécie desconhecida.

Assim, a possibilidade da nossa espécie se extinguir e ser substituída por outra não é absurda nem impossível, ou improvável. Grandes diferenças físicas e estruturais distinguem as espécies mais evoluídas, sendo de forma flagrante a distância que existe entre o homem e todos os outros animais, como se poderá verificar na sua formação e volume cerebral.

A capacidade craniana dos símios ficou estabilizada desde há quarenta milhões de anos em cifras que, sendo muito superiores às do resto dos mamíferos - em números relativos ao volume total destes - são muito inferiores às atingidas pelos hominídeos no decurso duma grande «explosão cefálica» ocorrida no último milhão de anos. Os orangotangos têm uma capacidade craniana média de 400 cc. A dos chimpanzés é de 450 cc. Os gorilas chegam habitualmente a 500 cc., atingindo nalguns casos até 600 cc. A capacidade média do Homo Sapiens é, no entanto, de 1 000 cc., mais do que a do símio bem dotado.

Os restos dos Australopitecus e outros de África, de há um milhão de anos, acusam uma capacidade craniana de 600 cc. Duzentos mil anos mais tarde, os restos encontrados do Pitecantropus Erectus (antropóide muito semelhante a nós) acusam uma capacidade craniana de mais de 1 000 cc., já muito superior à dos seus antecessores. O homem de Java - 700 000 anos a.C. - e o Sinantropus Pekinensis atingem capacidades à volta dos 1 300 cc., mais próximos do Homo Sapiens. O homem de Neandertal, duzentos mil anos depois, apresenta capacidades da ordem dos 1 500 cc., análogas às da nossa espécie.

Até 50 000 anos a.C., o homem de Cro-Magnon substituiu rapidamente o de Neandertal com uma capacidade craniana que chega a atingir cifras até 2 000 cc., as quais talvez sejam superadas pelo homem do futuro.

Em suma, durante o Pleistoceno, em pouco mais de um milhão de anos, a família dos hominídeos experimentou uma expansão craniana totalmente revolucionária na História.

A julgar pelo que afirmam alguns biólogos especializados em anatomia do cérebro, a evolução cerebral humana ainda não se deteve, havendo indícios de que a zona do córtex que mais directamente parece intervir no exercício das funções intelectuais continua a fazer pressão sobre o crânio numa espécie de esforço por obter maior espaço para a sua expansão.
Por este desenho de Ruddy Zalllinger no “Courier” de Agosto-Setembro de 1972, podemos ver que a evolução do “ser humano” vem contraria a teoria de Darwin, pois não se verifica uma evolução constante no tempo mas sim um “salto” como se tivesse sido introduzido um elemento estranho para melhorar o hominídeo.

Segundo a “ciência” o primeiro Homo Sapiens  é mais evoluído do que o Homo Erectus (o primeiro  homem verdadeiro) e representa, provavelmente o primeiro tipo da espécie humana moderna. Já talha os seus utensílios com genialidade. O Homem de Neandertal, que viveu entre 150 000 e 30 000 anos na Europa, é excluído por alguns investigadores da ascendência do homem moderno. O Cro-Magnom, considerado antepassado do homem moderno, pela quantidade de vestígios descobertos que revelam a grande diversidade desta etnia e o seu parentesco com os grupos contemporâneos dispersos pelo mundo. E finalmente o Homo Sapiens Sapiens considerado o “Pai” do homem moderno. Só apareceu em cena depois - há 40 000 anos - mas, como é evidente não pode ser uma evolução dos homens da Rodésia e Solo, e muito menos do Neandertal.

Podemos “especular” então, pela teoria da Criação, que O Criador desenvolveu geneticamente o Homo Sapiens, com a imposição de DNA do “Ser Celeste”, criando um povo “escolhido” que teria como missão espalhar a semente por todos os hominídeos da Terra melhorando a raça humana.

 Alguém manipulou e "aperfeiçoou" a vida e a raça humana, fazendo de um hominídeo primitivo, como o homo erectus ou homo sapiens que originou, já pela evolução, o actual homo sapiens sapiens. Um dos argumentos em que se apoia essa ideia é a improbabilidade do surgimento do homo sapiens de maneira súbita, um processo que fere os princípios do Darwinismo ortodoxo. O homem contemporâneo lembra, em tudo, um ser híbrido, uma combinação genética de material extraterrestre com a herança do homo erectus. (Scientists find Extraterrestrial genes in Human DNA por John Stokes).

 Para corroborar tudo isto notícias recentes vieram a lume, ou seja, sabe-se agora que a teoria de Darwin sobre a evolução do Homem não está correta. Na revista NATURE International Weekly Journal of Science de 4.12.2013. vem o seguinte: " DNA DE HOMINÍDEO DESCONCERTA ESPECIALISTAS - análise da mais antiga sequência de um ancestral humano sugere um elo com uma misteriosa população".

Pois, a verdade nua e crua é que nada nos liga aos antigos homens primitivos que habitaram este planeta em tempos imemoriais e esquecidos"... EXCETO POR UM DOS RAMOS DESSES PRIMITIVOS HOMINÍDEOS QUE FOI GENETICAMENTE MODIFICADO POR INTELIGÊNCIAS SUPERIORES... À SUA IMAGEM E SEMELHANÇA!

 Será que na 1ª Epístola aos Coríntios, no capítulo 15, versículos 46 a 49, Paulo nos revela isto só que de uma forma mais compreensível para o tempo em que desconheciam a manipulação genética e levaram os factos para o campo eminentemente espiritual? Vejamos: " o primeiro a ser feito não foi o corpo espiritual, mas o animal, e depois o espiritual. O primeiro homem foi tirado da terra (homem produto da evolução material, o Homo Erectus) e é terrestre; o segundo homem vem do Céu (fusão do ADN da raça evoluída vinda do céu com o ADN do Homo Erectus gerando o Homo Sapiens).

O homem feito da terra foi o modelo dos homens terrestres; o homem do Céu é o modelo dos homens celestes. E assim como trouxemos a imagem do homem terrestre, assim também traremos a imagem do homem celeste".

 Paulo não refere o espírito vital, o "sopro de Deus", mas refere-se concretamente ao "modelo" dos homens celestes. Fala na existência de "outros" homens vindos do Céu (espaço sideral, sendo o Homo Sapiens uma cópia deles). E na Bíblia não vem em parte nenhuma que o Homem modelado fora baptizado com o nome de Adão. O nome de Adão apareceu subitamente, na tradução católica (Por suposição dos “redactores” da época, influenciados pela lista dos ascendentes hebreus, elaborada por Moisés, que vai só até Adão, pressupondo ser este o primeiro homem). Quando da “falta” de Adão e Eva, havia no Éden mais Homens, que tratavam da manutenção do complexo e não eram “descendentes” de Adão. Além disso havia mais homens, ou hominídeos, fora do complexo, organizados em grupos tribais que até tinham acesso ao jardim para aprender e serem doutrinados, pois a missão da raça escolhida era precisamente elevar o resto da humanidade. A expulsão do Éden, simbolizada em Adão e Eva, abrangia toda a raça escolhida que fora modelada para elevar a humanidade, que “apanhou” as culpas dos seus líderes no jardim.

A raça modelada, expulsa do Éden, misturou-se com os anjos caídos e com as outras raças elevando-as pela mistura de sangues, mas dando lugar à corrupção geral do género humano

Como esse plano foi gorado pela desobediência desse novo povo (pecado original) que foi corrido do Éden e se misturou desordenadamente com os povos que estavam por fora (Caim casou-se com uma mulher desse povo que estava fora do Éden) corria o risco de ser completamente assimilado pela maioria. Daí a introdução de um “reforço genético” com o aparecimento súbito do Homem de Cro-magnon que permitiu o aparecimento do Homo Sapiens Sapiens. E o mais revelador é que o Cro-magnon tem todas as características, na sua constituição óssea, da chamada “raça negra”. As primeiras civilizações avançadas no Médio Oriente eram da raça Negra (Egípcios e Judeus). Basta ler com atenção a Bíblia para constatar isso.

Uma vez concluído o processo de hominização, ou seja, constituído o género Homo como entidade biológica madura, iniciou-se imediatamente uma actividade sem precedentes na história da vida - a actividade cultural e invenção de uma nova maneira de existir - separando definitivamente o homem de todas as espécies convertendo-o, com efeito, em «rei da criação».

Os fins biológicos, de pura sobrevivência, foram inteligentemente ampliados, surgindo também valores religiosos e artísticos totalmente desconhecidos no mundo animal. O ser humano começou a enterrar os seus mortos de acordo com normas inventadas por ele mesmo, começou a construir adornos para o seu corpo e a decorar as suas cavernas com pinturas e símbolos.


Homem de Neandertal
 
Homo Sapiens

 
Cro-Magnon
  
Homo Sapiens Sapiens


 Portanto, o HOMEM realmente foi criado (ou modelado) por Deus como vem nos Evangelhos. Antes do Homem só haviam hominídeos que se extinguiram, ou regrediram, porque o “grupo” escolhido para se miscigenar com eles, melhorando os genes e elevar as raças, desobedeceu a Deus. E se, de facto, esse grupo escolhido deu origem aos Hebreus, ainda hoje não querem misturar-se com outros povos.

A humanização tinha começado.

A par do desenvolvimento físico do Homem outras transformações se operaram no campo psicológico, ou «nervoso», extremamente complexo, que condiciona o seu comportamento tão diferente e tão distante do comportamento dos outros animais. Esta sua organização, única, criou um ser tão diferente e tão evoluído que justifica um quarto reino da natureza - o Humano - onde só ele tem lugar, pois não existe ser algum, na Terra, com características semelhantes para também ser integrado nesse reino.

Deste modo, faremos um breve esboço sobre a sua constituição e funcionamento «nervoso» ou mental.

Diz-se muitas vezes que a evolução da vida parece ter tido como eixo de progressão o desenvolvimento de cerebração crescente, ou seja: a vida evolui como se a sua finalidade principal fosse a produção de espécies dotadas de capacidade cerebral cada vez maior.

Convém, porém, assinalar que as primeiras integrações vitais da matéria atingiram a sua rudimentar unidade funcional através de sistemas físico-químicos de correlação orgânica, muito anteriores ao aparecimento de qualquer sistema nervoso. Mas para o exercício de formas de certo nível, a existência do sistema nervoso é indispensável, pois nos tipos de organização biológica que se desenvolveu no nosso planeta (pode ser que noutros seja possível adoptar formas diferentes) para subir a níveis de alguma complexidade de comportamento, ou seja para atingir certos graus de autonomia funcional perante o meio, exige-se o concurso do sistema nervoso, cuja acção é muito mais rápida, mais precisa e mais complexa do que a dos sistemas bioquímicos previamente ensaiados pela natureza em estádios filogenéticos mais primitivos.

Quer isto dizer que o sistema nervoso deve ser uma especialização do protoplasma necessária para cumprir melhor as funções vitais exigidas pelas formas de vida superior. Portanto, o sistema nervoso deve ter emergido como uma unidade indiferenciada que reunia em si confusamente as funções de irritabilidade, contractibilidade e condutibilidade que, posteriormente, iriam diferenciar-se numa sensibilidade exercida através de diversos receptores ou sentidos, num sistema de integração central e em efectivadores musculares e glandulares, isto é, em órgãos de acção cuja mais perfeita expressão talvez seja a mão do homem.

O primeiro sistema nervoso surgiu provavelmente como um retículo indiferenciado, que num animal talvez parecido com uma medusa se foi aglomerando numa espécie de nódulo, ou pólo central - prelúdio do cérebro - que a pouco e pouco assumiu a função de mediar entre as irritações provocadas pela acção estimulante do meio e as contracções correspondentes dos órgãos da acção. Gradualmente este pólo mediador foi complicando as suas funções de mera comunicação entre os estímulos e as reacções motoras. Também a coordenação dos processos de adaptação interna do organismo foi sendo assumida a pouco e pouco pelo cérebro, que assim acabou por se converter no órgão regulador por excelência de toda a actividade de comportamento e na infra-estrutura biológica necessária para alcançar uma vida mais perfeita, dotada de maior grau de liberdade perante o meio, e cuja expressão mais elevada é por agora a vida humana.

O Cérebro dividido em duas partes iguais - os hemisférios - encontra-se alojado na caixa craniana e, sendo constituído por uma grande massa de células nervosas, é a sede física do pensamento e da inteligência.

A unidade fundamental do sistema nervoso - o neurónio - tem por função principal a condução dos impulsos nervosos, dos quais o cérebro humano conta uns dez milhões de unidades, articulando-se anatómica e funcionalmente de uma forma complexíssima e quase impossível de esboçar. É constituído em parte por células e em parte por fibras, que são prolongamentos das células nervosas.

 
A Espinhal Medula, colocada dentro da coluna vertebral, e o Encéfalo (conjunto do Cerebelo, responsável pela coordenação e regulação dos movimentos, Mesencéfalo, Diencéfalo e o Cérebro propriamente dito) constituem o Sistema Nervoso Central. Intimamente ligado a este sistema, embora autónomo e independente na sua função, encontra-se outro conhecido como Sistema Nervoso Vegetativo, constituído pelos sistemas Simpático e Parassimpático.

As células nervosas ou neurónios estabelecem relações entre si por meio das sinapses, que funcionam por «contiguidade» e não por «continuidade», ou seja por proximidade, sem existir uma «ponte» ou qualquer ligação entre elas, cujo funcionamento é o resultado dum certo número de processos químicos que se manifestam por reacções eléctricas, provocando toda e qualquer estimulação da célula o aumento do metabolismo, que se revela por um aumento de calor e consumo de oxigénio, como nas outras células.

No ponto de vista eléctrico existe entre o interior e o exterior da célula, ou fibra nervosa, uma diferença de potencial da ordem dos 60 a 80 milivoltes, considerando-se existirem, teoricamente, cargas eléctricas negativas no interior da célula ou fibra, sendo o potencial interior chamado potencial de repouso, que, quando excitada mecânica ou electricamente, varia e se passa a chamar potencial de acção. Esta variação de potencial traduz um fenómeno de movimento de Iões Na e K, cuja excitação provoca uma permeabilização da membrana que permite um movimento dos Iões K para o exterior e Iões Na para o interior da célula ou fibra.

Este movimento foi estudado com Iões radioactivos, permitindo também estudar a condução nervosa, cuja velocidade nas fibras depende da temperatura e diâmetro, chegando-se à conclusão de que se fazem por idênticos processos. Para passar de um neurónio para outro, o influxo nervoso tem de franquear as sinapses - não se sabendo como - admitindo-se duas hipóteses possíveis para esclarecer essa passagem. A hipótese eléctrica considera que a terminação pré-sináptica joga em face do neurónio pós-sináptico o mesmo papel dos fios metálicos, como um fenómeno de despolarização. A outra hipótese, a química, considera a possibilidade de existir um intermediário químico, que seria o agente excitador do neurónio pós-sináptico, como a acetilcolina e, também em algumas sinapses, a adrenalina.

Para terminar, cada neurónio está ligado a vários outros podendo receber influências nervosas de cada um deles, simultânea ou sucessivamente, que o vão encontrar ou não em condições de resposta a essas influências. Passam-se assim fenómenos de adição de estímulos, ou de inibição quando a célula nervosa, imediatamente a uma resposta, tem necessidade dum certo tempo para, após repouso, estar «apta a nova resposta».

Depois de vermos, muito por alto, que a unidade fundamental do sistema nervoso é o neurónio e suas possíveis formas de funcionamento químico e eléctrico, interessa-nos traçar também um leve esboço, aproximado, de como se processa a comunicação entre o homem e o mundo exterior.

A maneira de uma pessoa se comportar depende em grande parte, é claro, da maneira como percebe o mundo que o rodeia, motivo porque a percepção - o que o homem vê e como vê, cheira, prova, ouve e sente - é um ponto de partida para a sua compreensão.

 Essa percepção, como todos nós sabemos, faz-se por intermédio de vários órgãos especializados, chamados órgãos dos sentidos, que numa classificação simplista e clássica se conhecem por audição, tacto, vista e olfacto, pensando-se ainda num «sexto sentido» para tudo aquilo que não compreendemos e não é percepcionado pelos cinco órgãos principais - olhos, ouvidos, pupilas gustativas e tácteis. Noutras palavras: para nós os órgãos dos sentidos são aqueles que permitem percepcionar tudo aquilo que nos rodeia e a que estamos habituados, e que formam a nossa realidade ou realidade do nosso mundo tridimensional.

A primeira coisa notável que observamos no nosso mundo é o seu carácter espacial, pois vivemos num espaço de três dimensões e achamos difícil imaginar um mundo sem essas características. Os olhos e ouvidos estão adaptados à tarefa de nos trazerem informações a respeito de partes distantes do nosso ambiente físico e o nosso cérebro até parece ter a tendência «natural» de conceber o espaço, mesmo fundamentando-se numa estimulação que não seja, por si mesma, totalmente espacial. Muitos padrões de estímulos visuais, ao incidirem nas retinas planas e de duas dimensões dos nossos olhos, produzem, de algum modo, a nossa experiência do espaço tridimensional, isto é, a profundidade ou distância.

O nosso mundo é espacial, mas espaço sem conteúdo é, percepcionalmente, sem sentido. Quando olhamos em redor, vemos que o nosso espaço é habitado por objectos localizados nele, independentes do que o rodeiam e possuidores de propriedades que os distinguem uns dos outros. Algumas propriedades como a textura, tamanho e cor, são simples de perceber, mas há outras difíceis, muitas das quais entram no domínio do tão conhecido «sexto sentido» ou sobrenatural.

O homem está mergulhado num mar revolto de energias físicas, que formam o seu ambiente, as quais tomam muitas formas - radiantes, vibratórias, químicas, térmicas, mecânicas - variando sempre e incessantemente quanto à concentração e intensidade.

Quando estas energias atingem o homem, ele regista-as como instrumento selectivo, sensível a algumas e não a outras, procurando informações além de registá-las. Os mundos percebidos são formados por «vistas», aromas e impressões, ligadas às energias físicas diferentes que as provocam.

Os estímulos auditivos, por exemplo, são vibrações que vão fazer oscilar a membrana do tímpano, no ouvido, sendo aquilo que ouvimos o resultado desse mecanismo. Dizemos que existe um som quando as vibrações têm determinadas características que lhes permitem serem eficazes em face do mecanismo receptor, sendo os sons, audíveis pelo homem, vibrações compreendidas entre 16 e 10 000 Hertz.

Quanto aos estímulos que provocam a visão, são vibrações electromagnéticas da mesma natureza que os raios infravermelhos e as ondas de rádio, cujo comprimento de onda está compreendido entre 400 e 700 milimicrons.

As ondas de pequeno comprimento penetram nas células e podem destruí-las - são as radiações atómicas. Imediatamente a seguir temos os raios-x que, segundo o seu comprimento de onda, podem ser duros, médios e fracos. Em seguida, os ultravioletas que na zona de transição deixam dúvidas: não se sabe se são raios-x fracos ou ultravioletas muito fortes. Se o comprimento de onda continua a aumentar temos, a partir dos 400 milimicrons, as ondas visíveis que para além dos 750 milimicrons deixam de ser visíveis para terem um efeito térmico: são os infravermelhos de curto comprimento de onda - 850 - e depois os infravermelhos de grande comprimento de onda. Ainda mais adiante chegamos às ondas de rádio onde, como sabemos, existem diferentes modalidades - ondas curtas, médias e longas.

Verificamos que o homem só vê numa faixa restrita de comprimento de onda, sendo o seu mundo consequentemente delimitado, assim como a realidade do que o rodeia. Outros animais, com sentidos mais perfeitos, e que conseguem percepcionar para além dos limites que os perceptores do homem delimitam, têm uma visão diferente do mundo e outra realidade certamente.

 

                                           OS SENTIDOS DO HOMEM

 

                    ESTÍMULOS                           RECEPTORES                                  SENSAÇÕES

Ondas electromagnéticas
de comprimento inferior
ou igual a 10-5 cm.
 
Carecemos de receptores para as detectar
Nenhuma
Ondas electromagnéticas
de 10-5  a  10-4 cm.
 
A retina
Claridade, obscuridade e cores
Ondas electromagnéticas
de 10-4  a  10-2 cm.
 
Células cutâneas
Calor e frio
 
Vibrações  mecânicas do
ar ou outros corpos entre
20 a 20 000 Hz.
 
Órgãos de Golgi
Som (tom, intensidade, timbre) e ruídos
Pressão.
 
Células cutâneas
Tacto
Posição da cabeça.
 
Ouvido interno: labirinto
Equilíbrio, vertigens
Substâncias químicas
dissolvidas em forma
líquida.
 
Células gustativas da língua
Sabor
Alterações químicas
em solução gasosa.
 
Células olfactivas
Cheiro
Movimentos musculares.
Terminações nervosas em tendões, músculos e articulações
 
Cinestesias, sensações de movimento
Alterações químicas e
mecânicas do meio orgâ-
nico interior.
 
Células das vísceras
Pressão, tensão, mal-estar, náuseas
Acções enérgicas de
toda a espécie.
 
Terminações nervosas
livres
Dor
Acções mecânicas
suaves.
Terminações nervosas
de zonas erógenas
Prazer

 

Assim, o homem atingido continuamente por uma série inacreditável de energias físicas isoladas, organiza-as espontaneamente, conseguindo do caos - de estímulos físicos - uma ordem.

A organização perceptual ocorre espontaneamente, como dissemos, aparecendo sem uma orientação consciente e com uma velocidade e uma segurança maiores que as permitidas pelo pensamento «racional», diferenciando e agrupando os estímulos.

Enfim, o ser humano além de percepcionar o mundo que o rodeia, tem capacidade para classificar, diferenciar e agrupar todos os estímulos que lhe interessam, compreendendo perfeitamente o seu mundo e criando maiores comodidades e formas de vida, manipulando esse mundo em seu proveito, o que já não sucede com todos os outros animais que se limitam à vida instintiva e pouco mais, não tendo capacidade para, com base em elementos percepcionados, fazerem previsões e melhorarem o seu modo de vida.

Devido a estas capacidades extraordinárias o homem destacou-se cada vez mais do ramo animal, apresentando hoje qualidades verdadeiramente fantásticas, no seu desenvolvimento cerebral e intelectual.

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