A AGENDA SECRETA
Para que possamos ter conhecimento, também, da história mundial paralela àquela que nos é impingida nas escolas, junto este artigo revelador. Já antigo mas sempre atual, porque até é uma pista reveladora dos motivos por que hoje já haja a reação, no terreno, daqueles que se opõem a essa Nova Ordem Mundial ocidental que se vem imposto gradualmente com uma política de maior pressão sobre os mais fracos e ameaça de retaliações a quem se oponha. Com o desmantelamento da antiga União Soviética, o bloco neoliberal, capitalista, liderado pelos EUA, EU e NATO, passou a dominar todos os indecisos por ser o único bloco poderoso sem quem lhes possa fazer frente militarmente. E como sempre, não havendo uma oposição do mesmo nível, a tendência é encurtar caminho e “impor” em vez de “negociar”.
Não interessa saber qual a sua proveniência, se é de esquerda ou direita, porque qualquer escritor polémico tem sempre detratores, mas sim o conteúdo. Há quem não leia as obras de Saramago, prémio Nobel da literatura, só porque ele era um comunista convicto…
A agenda secreta - documentos do Grupo Bilderberg são revelados pela primeira vez
Por
Gibby Zobel (in Pública,
págs. 18 a 23, 26 de Dezembro de 1999)
Este Verão, numa reunião altamente secreta em Sintra, pouco mais de uma centena de personalidades poderosíssimas tomaram decisões sobre o presente e o futuro do mundo. São conhecidos como Grupo de Bilderberg, incluem chefes de Estado, membros de governos e parlamentos, chefes de alianças militares, presidentes de empresas multinacionais, líderes de bancos e organizações financeiras internacionais, tubarões dos mídea e das organizações ambientalistas. São os «altos sacerdotes da globalização». Conversam amigável e informalmente sobre tudo e tomam decisões. Amigável e informalmente. O bombardeamento da Chechénia, por exemplo, foi combinado em Sintra.
No sossego de Sintra…
(Nota: Só Europeus e anglo-saxónicos (Caucasianos) Grandes magnatas, com poder económico para fazer a diferença, por não serem "brancos", não podem entrar para este clube. R)
O documento
de sessenta e quatro páginas a que tivemos acesso — os documentos
de Bilderberg — está datado de Agosto de 1999. A poderosa clique
transatlântica reunida na estância privada de Sintra incluiu o novo
secretário para a Irlanda do Norte, Peter Mandelson, o ambientalista
Jonathon Porritt, o membro do parlamento britânico Kenneth Clarke, o
antigo secretário de Estado norte-americano Henry Kissinger, o
multimilionário tubarão da banca e do petróleo David Rockefeller,
o dirigente da companhia Monsanto,
Robert B. Shapiro, e o presidente do Banco Mundial, James D.
Wolfensohn. (São
os Illuminati
que pretendem implantar A Nova
Ordem Mundial.
R)
Se
bem que tivessem sido discutidas as políticas asiática e africana,
nenhum
país destes continentes teve assento na cimeira.
A delegação oficial britânica, de oito elementos, incluía os
banqueiros Martin Taylor, o antigo chefe executivo do Barclay’s
Bank,
e Eric Roll, banqueiro dos Warburg. A eles juntou-se Martin Wolf, do
Financial
Times, e
dois jornalistas da Economist,
John Micklethwait e Adrian Wooldrige, que segundo indicações dos
memorandos, prepararam este documento.
Os documentos que têm
o carimbo «Proibida
a divulgação»,
declaram: «Há
111 participantes, de 24 países. Todos os participantes falam em seu
nome pessoal, não como representantes dos seus governos ou
empregadores. Como é costume nos encontros de Bilderberg, com o
objectivo de permitir uma discussão franca e aberta, não foram
feitos quaisquer relatórios públicos da conferência».
Nenhuma
das citações, de cada uma das dez sessões, é diretamente
atribuível ao nome de algum indivíduo, embora o moderador e os
membros do painel em cada discussão estejam identificados. É
tornado perfeitamente claro, no entanto, quem está a dizer o quê.
Não se fica a saber quem mais está presente na audiência, mas os
seus comentários são identificados com o país e a profissão de
quem os fez.
Durante
quase 50 anos, uma elite dos homens mais poderosos do mundo, uma
espécie de governo mundial sombra, tem-se reunido em segredo. Bill
Clinton e Tony Blair pertencem ao clube. Todos os presidentes desde
Ike Eisenhower também pertenceram, aliás bem como membros
proeminentes do Governo britânico e de outros governos mundiais. Bem
como as pessoas que controlam o que vemos e lemos: os tubarões dos
mídea. É talvez por isso que talvez nunca tenha ouvido falar de
Bilderberg!
«Filas
de limusinas negras, sem qualquer espécie de matrícula à excepção
de um B no para-brisas, entraram para lá, às vezes escoltadas pela
polícia, outras vezes não», descreveu
uma testemunha durante a reunião deste ano, no complexo da Penha
Longa, em Sintra, Portugal. «Um
helicóptero sobrevoava permanentemente o local, e outros agentes de
segurança patrulhavam prudentemente os arredores. Os polícias de
serviço nos portões do recinto tornaram bem claro que não passavam
da ponta visível de um gigantesco icebergue de segurança».
Durante
dois dias e meio, relaxados num ambiente de luxo e exclusivismo, no
meio de um draconiano dispositivo de segurança armada, os líderes
mais poderosos discutiram as guerras do passado e do futuro, a
criação de um super-estado europeu, de uma moeda global, a
genética e o desmantelamento do Estado-Providência.
Em total sossego, em total secretismo, em total imputabilidade, os
encontros de Bilderberg têm formado a base de toda a política
internacional durante as últimas décadas.
No ano passado, o
jornalista free-lancer
Campbell
Thomas foi preso apenas por andar a bater a algumas portas nas
imediações da reunião clandestina do grupo, em Turnberry, na
Escócia. Permaneceu sob custódia durante oito horas. A respeito da
mesma reunião, outros jornalistas foram informados de que até o
menu do jantar era confidencial. Segundo um agente da polícia,
«unidades
das Operações Especiais e a C.I.A. estavam por todo o lado — eram
eles que controlavam tudo».
Todos
os anos, desde 1954, a cimeira clandestina tem juntado as pessoas
mais poderosas do mundo. Os resultados destas reuniões — onde não
se decidem políticas mas onde se influenciam as decisões dos
líderes mundiais — têm sido mantidos em rigoroso segredo. De tal
maneira que, quando perguntaram, na Câmara dos Comuns, ao
primeiro-ministro britânico, Tony Blair, se tinha estado presente na
reunião do Grupo de Bilderberg de Atenas, em 1993, ele
negou.
Nunca, nos seus quarenta e sete anos de história, o
conteúdo das discussões da organização foi tornado público. Até
agora.
Pela primeira vez, os Documentos de Bilderberg — os
memorandos secretos da reunião deste ano, em Portugal — foram
revelados. Do que se disse no encontro, algumas coisas são banais,
outras são sensacionais. De qualquer forma, os documentos levantam o
véu sobre os pensamentos de presidentes, diretores de
multinacionais, banqueiros mundiais, chefes da NATO e ministros da
Defesa.
Apesar
de catorze patrões dos mídea e jornalistas (Pinto
Balsemão é um dos poucos portugueses que pertence ao clube)
de oito países terem participado este ano na reunião, nenhum deles
optou por contar aos seus leitores o que se passou na Penha Longa.
Não seria nada favorável aos seus interesses ser cortado da lista
da elite.
Com uma lista de convidados altamente exclusiva,
operações secretas e um silêncio tão rigoroso, não é de
surpreender que se tenham multiplicado as teorias conspiratórias em
torno do Clube de Bilderberg. Desde os anti-semitas que acreditam
numa elite global judaica, até às ilusões paranoicas da esquerda
radical. O efeito foi a subestimação da importância das reuniões,
devido à associação com estas teorias — o que vai perfeitamente
de encontro aos objetivos dos membros da organização.
Os
encontros de Bilderberg começaram em 29 de Maio de 1954 num hotel
holandês, do qual receberam o nome. A revista The
Economist,
numa rara referência à organização, em 1987, afirmou que a
importância das reuniões era frequentemente sobrestimada, mas
admitiu: «Quando
alguém faz escala em Bilderberg, é porque já chegou».
Na
reunião do ano passado, o antigo ministro da Defesa britânico
George Robertson, mais tarde secretário-geral da NATO, planeou
estratégias com o presidente de Bilderberg e antigo chefe da NATO
Lord Carrington.
O editor-chefe da Observer Will Hutton participou no encontro de Bilderberg em 1997. Ele acredita que se trata da casa dos «altos sacerdotes da globalização». «Aqui, não é feita política», diz ele. «É só conversa. Mas os consensos a que se chega estabelecem o quadro de referência no qual se inscrevem todas as políticas, por todo o mundo».
De que falaram, então, a mais de uma centena de homens poderosos na estância da Penha Longa? Antes de mais, sobre a guerra. A do Kosovo e a da Chechénia, com surpreendente displicência.
O documento revela que o grupo foi avisado de que, depois do Kosovo, seria dada carta branca à Rússia para intervir na Chechénia. A NATO não bombardeará Moscovo se a Rússia invadir a Chechénia. Mais de duas centenas de milhares de tchetchenos foram forçados a sair das suas casas desde que a Rússia começou os bombardeamentos, no mês passado. Nas últimas semanas, a Administração Clinton acusou a Rússia de violar a Lei internacional. Mas os memorandos de Bilderberg tornam claro que os líderes mundiais operam num ambiente onde a Lei internacional se tornou obsoleta (como acontece hoje com a invasão da Ucrânia. R) e a NATO está em risco de se transformar efetivamente numa potência colonial.
Apesar das posições oficiais de Tony Blair sobre o Kosovo, a histórica guerra da NATO foi menosprezada em Bilderberg. «O estado de espírito na reunião foi surpreendentemente brando, com as atenções voltadas mais para o dia seguinte do conflito», é assim que começa a discussão sobre o Kosovo. Henry Kissinger, antigo secretário de Estado norte-americano, entra na conversa, afirmando que o Kosovo «pode muito bem ser o Vietname desta geração». A NATO está em risco de substituir o império otomano e os impérios dos Habsburgos, com a sua série de protetorados permanentes, acrescentou, Kissinger.
Outro participante avisou que, no caso do Kosovo, as tropas poderiam ter de ficar no território por mais 25 anos. Kissinger, por seu lado, disse sentir que essa possibilidade abria as portas à acusação de colonialismo. «Como é que se convence países como a China, a Rússia ou a Índia de que o novo mandato da NATO não é apenas uma nova versão da ameaça do homem branco — o colonialismo?», interrogou Kissinger. Charles D. Boyd, executivo do US National Study Group, disse que o Kosovo não passa agora de uma terra devastada, um desastre humanitário comparável ao Cambodja. «A NATO usou a força como um substituto para a diplomacia, e não apenas para a apoiar. Usou a força de forma a minimizar o perigo para si própria, mas de forma a maximizar o perigo para as pessoas que era suposto proteger».
Um político britânico não identificado pôs em questão «a capacidade da NATO continuar a trabalhar em conjunto depois do fim da guerra». Avisou que «haveria pouco entusiasmo popular quando se tratasse de reunir recursos imensos para resolver os gigantescos problemas da região».
Peter Mandelson disse ao grupo que «dois caminhos se abrem em frente da NATO. Um leva a uma nova divisão da Europa, com o continente a regressar aos seus velhos métodos etnocêntricos. Neste cenário, a ONU não teria praticamente poderes, a Rússia e China ficariam excluídas e a NATO seria pouco mais do que uma força de polícia. O segundo caminho é algo próximo da Europa do século XIX, com todas as grandes potências — não apenas os EUA e a UE mas também a Rússia, China e Japão cooperando».
Gigantes do mundo banqueiro global, num debate intitulado «Redesenhando a Arquitectura Financeira Internacional», discutiram o conceito de dolarização, que irá certamente pôr os eurocéticos numa roda-viva. À volta da mesa estavam o deputado britânico Kenneth Clarke, Martin S. Feldstein, presidente do National Bureau of National Research, Stanley Fisher, vice-director do Fundo Monetário Internacional (FMI), Ottmar Issing, membro da direção do Banco Central Europeu, e Jean Claude Trichet, governador do Banco de França.
Bilderberg é tido por ser o berço da moeda única europeia. O vice-diretor do FMI abriu a discussão: «Vale a pena assinalar que esta é a primeira reunião de Bilderberg em que o Euro é já um facto, e não um mero tópico de discussão».
Durante a conversa, um dos membros do painel tinha a certeza de que, se o Euro funcionasse, outras moedas regionais surgiriam. Outros levantaram a questão da dolarização (transformar o dólar na única moeda mundial) como uma cura possível.
Houve uma voz dissonante: «A única razão possível para que alguém submeta o controlo das suas políticas monetárias a Washington (onde ninguém tomará decerto decisões com base no que interessa a Buenos Aires) seria as miseráveis performances financeiras dos governos em questão».
Recentemente tornado no maior mercado de consumo do mundo, a China foi discutida na reunião, onde se estabeleceram as bases para um acordo promovido pelos EUA nas vésperas da cimeira da Organização Mundial do Comércio (OMC) em Seattle. Segundo este acordo, Pequim vê ser-lhe reconhecido o estatuto da Nação Mais Favorecida no comércio com a América, o que significa que as críticas aos abusos dos direitos humanos ficam de fora da agenda das reuniões do OMC para sempre.
Em Bilderberg, o acesso da China ao clube do grande comércio mundial dominou várias discussões. Mas o tema das relações entre os países ficou um pouco esquecido, perante o caso da aquisição, pela China, de tecnologia nuclear americana roubada e a morte de três chineses no bombardeamento da embaixada em Belgrado.
Um participante americano estava «particularmente aborrecido com a forma como o governo chinês permitiu que manifestantes apedrejassem a embaixada americana», em resposta. «Isso foi ainda pior do que espionagem».
Outro americano apontou o problema das altamente ineficientes indústrias detidas pelo Estado. Disse: «As lideranças parecem estar decididas a resolver este problema, mas não poderão tolerar mais de 20 milhões de desempregados».
Mas ser membro da OMC levará ao surgimento em massa do desemprego na China. O membro do Clube de Bilderberg, James D. Wolfenshon, que preside ao Banco Mundial, estimou que cerca de 50 milhões de trabalhadores em empresas do Estado precisam de ser dispensados nos próximos cinco anos, para tornar a China eficiente.
Um «participante internacional» levantou a questão dos direitos humanos e «avisou sobre um certo burburinho vago a respeito do Tibete». Mas, com o estatuto de Nação Mais Favorecida, o mais provável é que esse burburinho continue sem ser ouvido, uma vez que qualquer embargo comercial seria ilegal, segundo as regras do livre comércio. (O Tibete foi anexado pela China sem oposição das nações ocidentais. R)
Os gigantes da biotecnologia global encontraram-se à porta fechada, na reunião de Bilderberg, com um dos mais proeminentes ambientalistas britânicos. Isto durante o auge dos protestos contra a comida geneticamente modificada, que rebentaram este Verão.
O facto de a genética ter sido trazida para a agenda da «peso pesada» cimeira de Bilderberg relaciona-se com uma campanha que está em curso, em grande medida na Grã-Bretanha, de destruição dos cereais geneticamente modificados, e a batalha das organizações de defesa do consumidor.
O debate, intitulado «Controvérsias actuais: a genética e as ciências da vida», foi presidido por Jan Leschly, da Smithkline Beecham Co., empresa baseada na Grã-Bretanha e que vale 75 mil milhões de dólares. Leschly disse que, no futuro, haverá apenas seis multinacionais farmacêuticas, em oposição às centenas que hoje operam. (A pandemia do Covid veio favorecer estas multinacionais farmacêuticas “escolhidas pelos Bilderberg. Coincidência? Não há coincidências. É a Agenda em curso. R)
Os relatores do grupo de trabalho foram o ambientalista Jonathon Porritt e Robert B. Shapiro, presidente da empresa-pária da genética industrial mundial Monsanto. Entre os participantes encontrava-se Daniel L. Vasella, presidente da firma de biotecnologia Novartis (valor de mercado de 103 milhões de dólares).
Neste momento, disse Leschly, «o debate político tem-se centrado não nas biotecnologias humanas vermelhas, mas nas verdes, ou seja, na produção agrícola e particularmente na comida geneticamente modificada».
Houve algumas admissões surpreendentes. Shapiro reconheceu que «há genuínas e legítimas preocupações ambientais no que respeita à forma como as novas sementes afetarão os ecossistemas». Enquanto o ambientalista Porritt, antigo chefe dos Amigos da Terra, concordava que Shapiro «pode ter razão ao dizer que muitos benefícios virão da comida geneticamente modificada, como já aconteceu com a manipulação genética aplicada à indústria farmacêutica».
«Desde a descoberta do DNA que os cientistas têm vindo a criar toda uma nova série de instrumentos para fazer avançar o nosso domínio sobre a Natureza», argumentou Shapiro. Porrit contrapôs que as empresas gastam fortunas a tentar persuadir os governos a impor as menos rigorosas regulamentações. E no entanto os efeitos dos procedimentos errados serão incomensuráveis. A modificação genética será a luz de aviso de toda a espécie de ansiedades sobre o mundo industrial e a arrogância do Homem.
Foram referidos os protestos crescentes em todo o mundo sobre a comida geneticamente modificada, e um sueco argumentou que a situação assemelha-se à da energia nuclear há vinte e cinco anos — «uma batalha que os interesses empresariais perderam».
Um americano fez notar que «toda a atividade científica produz-se no mundo rico, mas 95% dos genes com os quais se trabalha vêm do mundo em desenvolvimento».
Num outro debate, «Que duração terá a atual compleição cor-de-rosa da política europeia», os cortes da Grã-Bretanha na segurança social foram postos num contexto mais amplo. A Nova Esquerda, argumentou um britânico, estava a consolidar as vitórias da Direita. Os fracassos eleitorais da Direita tinham sido em larga medida auto-infligidos e a Esquerda ainda poderia provar ser mais competente para reformar o Estado-Providência. Com 17 milhões de desempregados, seria mais fácil para alguém que se proclama socialista impor a mudança. A reformulação da segurança social, disse um elemento do painel, seria o «encargo dos esquerdistas». Os governos teriam de pensar como homens de negócios. Mas nem todos os governos socialistas da Europa tinham compreendido isso. O grupo considerou que à Alemanha, à França e à Itália faltava coragem para os «necessários cortes na segurança social».
O medo que os governos têm dos tumultos sociais foi a principal razão apontada para a falta de ação neste campo. Como notou um participante britânico, «as coisas só mudarão quando o preço de não fazer nada surja como verdadeiramente mais elevado do que o de fazer alguma coisa.»
A maioria do grupo considerou que a Nova Esquerda europeia não passava de «uma versão geneticamente modificada» da velha esquerda. «Hoje, o que existe é apenas uma rotação de poder» observou um alemão. «Geralmente, o verdadeiro poder reside nos bancos centrais». A esta ideia foi dada grande ênfase nas discussões sobre a introdução da dolarização.
Consequências: A Guerra na Ucrânia e grito de revolta contra a Nova Ordem Mundial Ocidental (Illuminati). A luta começou, liderada pela Rússia, e fundação do BRICS, que pretende outra Ordem Mundial. Qual será o resultado? A guerra já começou. R.
...
Entretanto, mesmo a tempo para completar este artigo, o Clube Bidelberg resolveu, desta vez, reunir no Hotel Pestana no Alto de Santo Amaro, em Alcântara.
Um reboliço com o estacionamento. Os moradores tiveram que retirar os seus automóveis em toda a volta do Hotel e "descobrir" um canto para estacionar não muito longe de casa.
É a terceira vez que o encontro do Clube de Bilderberg tem lugar em Portugal. Desta vez o quartel-general da reunião à porta fechada foi montado durante quatro dias no hotel Pestana Palace, no Alto de Santo Amaro, em Lisboa, entre os dias 16 e 21 de Maio de 2023.
Um hotel inteiro, ruas fechadas e alta segurança. Os utentes do hotel tiveram que deixar o Pestana Palace até quarta-feira à noite, e só no dia 22, é que os hóspedes "normais" poderam regressar. Até lá, os 180 quartos da unidade de luxo do Alto de Santo Amaro, freguesia de Alcântara, ficaram todos por conta de um dos eventos mais exclusivos do mundo, a reunião anual do Clube de Bilderberg.
Depois de uma interrupção de dois anos, em 2020 e 2021 por causa da pandemia e de um reinício no ano passado, em Washington, o encontro anual - que começou em 1954 no Hotel de Bilderberg, nos Países Baixos -, tem lugar em Portugal. Da última vez que isso aconteceu, em 1999, o local escolhido foi o resort da Penha Longa, em Sintra.
Há 24 anos, o português responsável pela organização foi Francisco Pinto Balsemão (Chairman e principal acionista da Impresa, que detém a SIC e o Expresso), que integrou o comité de direção do Clube de Bildeberg durante mais de duas décadas. Quando abandonou as funções na direção, indicou José Manuel Durão Barroso, ex-Presidente da Comissão Europeia e atualmente com funções não executivas na Goldman Sachs, para lhe suceder.
Francisco Pinto Balsemão e Durão Barroso são os únicos portugueses que integraram a estrutura de direção do Clube de Bilderberg. No encontro de Washington participaram José Luís Arnaut, habitual braço-direito de Durão Barroso e sócio de um grande escritório de advogados (CMS Rui Pena & Arnaut), Ana Pinho, administradora da Fundação de Serralves, Isabel Furtado, administradora executiva da TMG Automotives (uma empresa portuguesa líder no fabrico de componentes para a indústria automóvel) e Nuno Sebastião, líder e fundador da Feedzai, uma empresa tecnológica especializada em prevenção de fraudes financeiras e que trabalha com alguns dos grandes bancos mundiais.
Os nomes dos portugueses presentes na reunião que começou na Quinta-feira à noite não foi divulgada. O Clube de Bilderberg obriga os organizadores a assinarem compromissos de confidencialidade e os participantes estão obrigados a não divulgarem a presença na reunião. Só depois do encontro - numa prática bastante recente e que pretende combater teorias da conspiração - é que o Clube coloca no seu site a lista de participantes.
A confidencialidade decorre de razões de segurança e do próprio modelo do encontro - que dura de sexta a domingo, com um programa muito intenso que arranca todos os dias às 8 da manhã e se prolonga até ao fim da tarde -, que assenta nas chamadas regras de Chatam House, que impedem que seja atribuída qualquer citação do que lá é dito, sendo apenas divulgados os temas em discussão.
O ano passado, o encontro abordou 14 temas, com especial incidência na Guerra da Ucrânia, a energia e os realinhamentos geopolíticos que decorrem do afastamento entre a China e os EUA. Alguns desses temas estarão presentes nos debates deste ano, onde além do secretário-geral da NATO, do MNE da Ucrânia e de alguns primeiros-ministros europeus, estará presente - não se sabe se por via digital, Henry Kissinger, que faz 100 anos na próxima semana.
O primeiro-ministro, António Costa vai falar no encontro na sexta ao fim da manhã, sendo em princípio entrevistado por um jornalista internacional, um modelo tradicional nestas reuniões. Marcelo Rebelo de Sousa não será orador, devendo apenas dar uma nota de boas-vindas no jantar de sábado à noite.
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