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segunda-feira, 26 de dezembro de 2022

 

LICENÇA PARA MATAR


Os Estados Unidos tentam policiar o mundo e moldá-lo conforme os seus interesses e mete-se em aventuras muitas das vezes catastróficas porque os seus militares não são tão bons como o propagandeado e sofre do grande problema que sempre o assombrou. O campo fértil para todo o tipo de "máfias" e narcotráfico, e consumo desenfreado nas suas fileiras, porque o norteamericano normal, que é mobilizado sofre horrores e traumatismos que, infelizmente, não é devidamente acompanhado pelos responsáveis que os deixam completamente desamparado e dependente da caridade. Grande percentagem de "sem abrigo" nos Estados Unidos, são veteranos que foram abandonados pelo sistema corrupto do capitalismo selvagem onde conta apenas o lucro.

Como a opinião pública começou a questionar as mortes e doenças dos seus militares, o sistema tratou de criar "tropas de substituição", a começar com o recrutamento de imigrantes prometendo-lhes a nacionalização e chegando ao “aluguer” de autênticos exércitos privados (mercenários), neste caso não devidamente controlados, cujas baixas não entram nas estatísticas, enganando assim a população ignorante. Só que têm rebentado alguns escândalos sobre abusos de poder, violações, torturas e massacres de cidadãos inocentes. E o exército regular é que fica mal-visto.

A História dá-nos muitas lições e, neste caso, os Estados Unidos da América estão a atravessar precisamente aquela fase de decadência que outros Impérios atravessaram antes de ruírem. A Rússia, herdeira da falida União Soviética, também em forte decadência, engendrou uma Federação de Estados, numa cópia muito pobre da antiga União Soviética, que procura recuperar o antigo “esplendor” (baseado no mesmo controlo férreo que Estaline exercia com a sua Polícia Política – KGB - sobre os outros Estados da União, agora Federação) a todo o custo, sem o mínimo de respeito pelos seus cidadãos que, não passam de simples peões, cuja missão é dar a vida pelo grupo de assassinos que os governam (agentes da extinta KGB que assumiram a governação). O último conflito onde se meteram e estão completamente atolados, a guerra na Ucrânia, é sintomático. Sangue derramado ingloriamente. Homens mandados para a carnificina sem o mínimo de preparação, mal municiados, mal alimentados e equipamento ultrapassado da segunda guerra mundial.

O inverno chega a todos: cidadãos russos estão a financiar equipamentos para o exército - incluindo botas, roupa interior e até meias (msn.com)

As guerras sangrentas que se travam no mundo, têm como actores principais os EUA num lado, e a Federação Russa no outro. Os povos ignorantes que estão no meio são carne para canhão.

Vejamos então este artigo de Bruno Carvalho, de 2011.


Licença para matar

Blackwater patrulha Nova Orleães após o Katrina

São eles que sujam as mãos. Fazem o que as forças armadas nem sempre podem fazer. Têm carta-branca para assassinar e torturar indiscriminadamente. A maioria é composta por ex-militares e polícias. Mas também há traficantes e fanáticos de extrema-direita. Ou as duas coisas ao mesmo tempo.

Quando rebentou a guerra na Líbia, os jornais inventaram todo o tipo de mentiras. Entre elas, havia uma que está no bolso de qualquer editor para qualquer eventualidade. Dizia-se que guerrilheiras das FARC estavam em Tripoli para defender Kadhafi. Apesar de se terem ‘enganado’ na organização, acertaram no país.

Efectivamente, há colombianos na Líbia. Ao lado da Al-Qaeda, integrados nas empresas privadas de segurança, combatem muitas nacionalidades contra o regime de Kadhafi. Assim como no Iraque e no Afeganistão, milhares recebem dinheiro para combater a soldo do imperialismo. Os Emiratos Árabes Unidos, por exemplo, pagaram 419 milhões de euros ao fundador da Blackwater Worldwide para construir um exército mercenário.

Erik Prince, que havia vendido aquela empresa, em 2010, e fundado a Reflex Responses, ficou, desta forma, responsável, por “operações especiais dentro e fora do país, defender oleodutos petrolíferos e arranha-céus de ataques terroristas e travar revoltas internas – eventuais protestos da vasta população de trabalhadores imigrantes ou manifestações pró-democracia semelhantes às que estão a varrer vários países árabes”.

Por sua vez, no Panamá, o presidente Martinelli anunciou no início de 2010 a contratação de uma empresa israelita para garantir a sua segurança e para treinar o Serviço de Protecção Institucional. Naquela zona, são mais do que muitas as suspeitas de ligações do governo panamiano a organismos tenebrosos como a CIA e a Mossad.

E, no Iraque, entre as principais funções, estão a segurança pessoal de políticos nacionais e norte-americanos, homens de negócio, empresários e asseguram instalações petrolíferas e militares. Estas são as razões oficiais pelas quais estão ali. Contudo, também lhes estão reservados papéis como o da construção de bases, intendência, interrogatórios e o combate.

Ao longo dos últimos anos têm sido acusados de participar em operações secretas dos serviços de inteligência norte-americanos e noutro tipo de trabalhos sujos que envolvem a promoção do terror, do medo, o conflito religioso e a organização de esquadrões da morte para espalhar o caos.

Donde vêm os mercenários?

Entre os principais filões de companhias como a Blackwater, encontram-se países como a Colômbia, África do Sul e Inglaterra. Muitos são ex-paramilitares colombianos de organizações extintas de extrema-direita. Da África do Sul, chegam os derrotados do apartheid. E de Inglaterra todos os que ganharam experiência na luta contra o IRA. Em geral, são experimentados no terror contra a resistência dos povos. É o que se pede no curriculum de um mercenário. Por exemplo, dos mercenários chilenos que combatem a soldo no Iraque, muitos serviram às ordens de Pinochet. Foram recrutados através de um anúncio no jornal El Mercurio no qual se convidava ex-militares, de preferência com experiência na instrução de "comandos" e domínio do inglês, a prestar serviços de segurança no estrangeiro ao preço de 18 mil dólares por seis meses de trabalho.

À medida que se vão sabendo os nomes dos que morrem e são feridos também se descobre que tipo de gente predomina neste negócio. Em Janeiro de 2004, morria François Strydon, um antigo membro do grupo contra-guerrilha Koevoet que fez numerosos assassinatos na Namíbia nos anos 80. Um dos mercenários feridos foi Deon Gouws, antigo membro da polícia secreta sul-africana, que havia confessado atentados contra opositores ao apartheid. Outro que foi desmascarado pelo The Guardian havia estado preso quatro anos pelo trabalho sujo realizado na Irlanda do Norte. Um mês depois de sair da prisão, Derek William Adgey foi contratado pela Armor Group e partiu para o Iraque. Em 2005, o Jornal de Notícias divulgava que a Blackwater estava a estabelecer contactos em Portugal para contratar uma centena de pessoas. O alvo preferencial seriam antigos militares e polícias, da PSP ou da GNR, que tivessem passado por unidades de elite e participado em acções internacionais ou que detivessem especialização em áreas mais técnicas. Seriam necessários operadores de rádio, condutores e tratadores de cães para patrulha ou detecção de explosivos.

No Iraque, os mercenários são mais de 100 mil. Muitos vêm de países pobres da América Latina. A perspectiva de puderem ganhar num dia aquilo que ganhariam num mês fá-los não pensar duas vezes. Peruanos, chilenos, hondurenhos, equatorianos. Mas também norte-americanos, russos, filipinos, turcos, nepaleses, indianos e ucranianos. Todos especializados na arte de espalhar o medo e de esmagar a revolta.

Quando a guerra e a violência são um negócio

Sempre houve gente disposta a matar por dinheiro. Os mercenários existem desde sempre e também não é de agora a externalização de certas funções inerentes à guerra, como a logística. O que há de novo é a atribuição dos Estados de funções inerentes à garantia da soberania nacional a empresas privadas. Na última década, verificou-se a proliferação de multinacionais da morte. São fortalezas militares e de segurança privada que lucram com a guerra e a violência. A contratação da empresa Reflex Responses por parte dos Emiratos Árabes Unidos é um negócio vantajoso. A companhia norte-americana enche os cofres de dinheiro e o Estado árabe garante a manutenção do poder político e económico face à ameaça de uma revolta. Mas também é um bom negócio para os Estados Unidos e União Europeia que não só não têm condições políticas e militares para combater em mais frentes como lhes é vantajoso que não sejam os seus a sujar as mãos.

Desde que começou a ocupação do Iraque, as companhias de produção de armamento tiveram lucros extraordinários. Mas as empresas de segurança privada nunca receberam tanto dinheiro. Em 2005, o Washington Post revelava que 50 por cento do orçamento da CIA tinha sido para o pagamento a estas empresas. Este negócio gerava, na altura, cerca de 100.000 milhões de dólares de lucro. Um valor que se previa duplicar em 2010


Hoje, a combater na Ucrânia, o Grupo Wagner, espalha os seus tentáculos, pelo mundo hostil à Federação Russa que os tem ao seu serviço.

Não podemos tomar partido, ou fazer julgamentos precipitados sem saber a VERDADE. Estas nações, mais ricas, com interesses económicos pelo mundo, utilizam estes exércitos de mercenários, cometem inúmeros crimes de guerra e os responsáveis lavam daí as mãos. A ética não existe nesses países que os utilizam e a propaganda estabelece os parâmetros para enganar as populações. As nações atacadas são manipuladas, como num tabuleiro de xadrez, e só quando os verdadeiros responsáveis, que estão por de trás dos beligerantes, atingirem os seus objectivos e então quiserem terminar as hostilidades é que o conflito esfria ou acaba.

É esta a realidade. Não podemos “meter as mãos no fogo” por ninguém. Todos os protagonistas que fomentam estas guerras, de esquerda, direita, nazis, fascistas, comunistas, etc., pretendem sempre o mesmo: Lucro e Poder. É tudo “farinha do mesmo saco”, sabem muito bem o que querem e sabem como atingir os seus objectivos à custa da crença e ignorância do povo que só serve para bater palmas e ser “carne para canhão”.

E com a existência de dois blocos antagónicos talvez o “saque” não seja tão grande. Cada bloco terá de “deixar” alguma coisa para conseguir apoios e manterem o equilíbrio.


Em suma: o “rafeiro”, mais pequeno e falido, é que mostra os dentes e tenta abocanhar. A Federação Russa está falida, regrediu mais de trinta anos com esta guerra, e não tem qualidade nem meios para liderar um bloco geoestratégico que consiga contrabalançar o bloco capitalista neoliberal liderado pelos Estados Unidos. E para subsistir com o mínimo de dignidade terá de se refugiar sob as asas da grande China que reúne todas as condições para encabeçar o bloco antagónico ao Ocidente. A China é a potência do futuro, o Império que irá suceder ao Império Americano. A Federação Russa terá de se conformar em não conseguir, de modo nenhum, o prestígio, a força real e a qualidade do extinto Império Soviético. A sua aventura desastrosa ao invadir a Ucrânia só mostrou a sua fraqueza e desmascarou o grande bleff que era a qualidade das suas Forças Armadas. No terreno, contra uma Nação mais fraca, o seu exército de “papel” nada conseguiu e mostrou que militarmente não tem qualidade nenhuma. Se se tivesse mantido no seu lugar, sem este avanço armado, poderia continuar a manter-se a par com as Nações melhor equipadas e preparadas militarmente e continuar a ser respeitada como um grande exército a temer. Agora está completamente descredibilizado e nem as ameaças constantes de Putin sobre o recurso ao poder nuclear não impressionam porque assim como as suas Forças Armadas estavam completamente desactualizadas e sem recursos, o mesmo deve acontecer com a componente nuclear. A corrupção instalou-se de tal modo que, para qualquer líder com o mínimo de inteligência, o mais seguro é não confiar nesse arsenal antigo e na qualidade dos homens que têm de o manusear. Além disso, a Rússia encontra-se completamente sujeita à “protecção” da grande China que já mostrou o seu desagrado sobre as suas ameaças de recorrer ao nuclear. Não lhe vai ser permitido recorrer a esse armamento. Seria um suicídio.

A Rússia (Putin) ainda não percebeu que não passa de um pequeno satélite do Império Chinês. O tempo da Federação Russa acabou com o desmembramento da União Soviética. Já não haverá espaço para outro império Russo. A China está à frente. Apesar das fanfarronices do senhor Putin e do número de soldados que pode recrutar (mas não consegue preparar convenientemente) fica sempre aquém do poderio dos EUA e , agora já sabemos, fica também aquém do poderio da China. A China tem o maior Exército do mundo em números absolutos. Atrás do Exército chinês em número de pessoal estão a Índia e os EUA, ambos com cerca de 1,4 milhão de integrantes no ativo. E para a população que a China tem (cerca de 1.425 milhões), podem recrutar, sem esforço nenhum, 20 milhões para o activo, e sem os problemas e dificuldade que os russos tiveram para recrutar apenas 300 mil.

Em 2022, os Estados Unidos, a Rússia e a China são considerados os países com os exércitos mais poderosos do mundo de hoje. Este ranking é definido pelo Global Firepower, um portal analítico de 140 forças militares ao redor do mundo baseado em dados como quantidade de soldados, reservistas, força aérea, equipamentos, orçamento anual militar, entre outros. Só que, como podemos constatar, o exército Russo era uma mistificação apoiada na desinformação e propaganda que se desmoronou imediatamente perante a Ucrânia com um exército dez vezes menor e mal armado que aguentou a sua investida inicial e após receber novo armamento do Ocidente domina por completo qualquer confronto no solo. Os Russos debandam e recuam. Os Oficiais são os primeiros a debandar deixando os soldados à sua sorte. A sua guerra está a ser travada de longe com misseis e artilharia, a partir de território Russo e bielorrusso. Se a Ucrânia pudesse ripostar e bombardear essas baterias fora do território Ucraniano os Russos estariam ainda em piores “lençóis”. O avanço que a Rússia conseguiu nos primeiros dias foi graças aos grupos de mercenários que estão ao seu serviço. Julgavam ocupar a Ucrânia em três dias e já lá vai quase um ano e não conseguiram atingir objectivo nenhum, como propagandeavam. Só contribuíram para uma maior união na Europa, dois países neutros a entrar para a NATO e maior aproximação dos Estados Unidos à Europa. Neste momento limitam-se a bombardear estruturas civis que nada têm a ver com bases militares, tentando MATAR a população pelo frio. Um autêntico genocídio, única coisa que os Soviéticos (Russos) sabiam fazer no tempo da URSS e agora fazem os mesmos Russos que dominam a Federação Russa (governada pelos antigos agentes do KGB, a famigerada polícia política do comunismo). Os métodos são os mesmos – milhares de nacionais presos porque protestam contra esta guerra insana que o povo não quer, envenenamentos, suicídios estranhos, quedas estranhas e mortes suspeitas de todos aqueles que são do contra.

Na minha opinião, fora da linha dos comentadores políticos, o máximo que poderá acontecer, para manter a “dignidade” de Putin, ou da Rússia, é, à semelhança de Israel perante os EUA, passarem a ser o “cão de Fila” da China. A China, além de se aproveitar economicamente com os preços baixos das matérias primas da Rússia, aproveita-se deste aliado para o utilizar nas estratégias mais perigosas onde poderão haver muitas baixas e dar a sensação de poder e liberdade aos russos, porque, não tenhamos dúvidas nenhumas, a Federação Russa está completamente nas mãos da China.

Vejamos agora o poder de cada um:

Os Estados Unidos é o país com o exército mais poderoso e mais forte de todo o mundo. Isso acontece, pois além de possuir o terceiro maior exército em número de soldados ativos, é também o que mais investe nas forças armadas. O país investe 770 mil milhões de dólares no exército, enquanto que a China, o segundo país que mais investe, possui um orçamento de 250 mil milhões. Os Estados Unidos também possuem a tecnologia mais avançada para combates e defesa atualmente.


Soldados ativos: 1,3 milhões.
Orçamento anual: 770 mil milhões de dólares.
Força aérea: 13.247 aeronaves
Veículos blindados de combate: 45.193
Forças da frota da marinha: 484

Atualmente, a Rússia era considerada possuir a segunda força militar mais poderosa do mundo. Formado em 1992, após a dissolução da União Soviética, o exército russo foi um dos que mais investiram em força militar nas últimas décadas. A Rússia é também um dos poucos países que produzem os seus próprios equipamentos militares, tendo o maior número de tanques e projetores de foguete entre todos os exércitos do mundo.

Soldados ativos: 850 mil (Só!).
Orçamento anual: 154 mil milhões de dólares.
Força aérea: 4.173 aeronaves
Veículos blindados de combate: 30.122
Forças da frota da marinha: 605

A China possui o maior exército do mundo em número de soldados ativos. Não era de espantar, sendo que o país é o mais populoso do mundo. O país é também o segundo com mais financiamento nas forças armadas, ficando atrás apenas dos Estados Unidos. O grande desenvolvimento da China nos últimos anos, faz com que peritos projetem que o exército chinês venha a tornar-se ainda mais forte nas próximas décadas.

Soldados ativos: 2 milhões.
Orçamento anual: 250 mil milhões de dólares.
Força aérea: 3.285 aeronaves
Veículos blindados de combate: 35.000
Forças da frota da marinha: 777

Por estas estatísticas como puderam considerar a Rússia com o segundo melhor exército do mundo? Um fiasco autêntico. E quando falam nas frotas da marinha, não detalham, o tipo de navios. Como sabemos, só os porta-aviões (que a Rússia não tem) são a arma mais temível para qualquer teatro de guerra. E a China e EUA têm muitos.



(Sem adopção às regras do acordo ortográfico de 1990).



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