A OBSESSÃO
Já publiquei neste blogue
um texto sobre a “Possessão Demoníaca” e a acção de Jesus sobre os demónios
quando tal fenómeno acontecia. Ele expulsou todos os demónios que, como tais,
se manifestaram diante Dele mas falou pouco a respeito da possessão demoníaca
explícita. Tratou as possessões subtis, que são as piores que na generalidade podem
ser mais “culturas espirituais” do
que demónios que se “manifestem” como
tais. Neste caso, pela ciência actual,
são as "doenças" do foro psiquiátrico que não são necessariamente
manifestações de um demónio mas sim influências demoníacas.
Nos primórdios, as doenças mentais eram consideradas fruto de possessão demoníaca. Essa ideia foi abandonada já no século 5 a.C. Hipócrates foi o primeiro a descartar a influência dos espíritos nos problemas mentais. Ainda assim, os hospícios surgiram apenas na Idade Média. A sua função não era tratar. O facto é que as "terapias" da época não serviam para nada. Eram apenas para tirar os loucos das ruas.
Quanto
à Obsessão, é a chamada acção de “Personalidades Intrusas”. A civilização
contemporânea é, sem dúvida nenhuma, baseada no choque de identidades
individuais e colectivas. A luta, em de acalmar os espíritos tende a
excitá-los, gerando vários conflitos. Até o “desporto”, arenas de grande competição e via de escape da raiva,
frustrações e agressividade, canaliza estes instintos, permitindo descargas “benéficas”.
Só
que os campeonatos e competições acabam por reforçar os instintos de agressividade,
principalmente quando associados a interesses financeiros, e passam a
verdadeiros conflitos onde vale tudo, pela ganância dos prémios cada vez mais
chorudos. O Homem torna-se facilmente num “exterminador
implacável”.
Movimentando-se
neste terreno de competição, como é o terreno da vida diária, cada um manifesta
violência de modo diferente devido a diversos factores, como o grau evolutivo
de cada um, o momento que atravessa, etc. Os menos prevenidos, os menos
conhecedores das forças que governam a vida, poderão funcionar como receptores
passivos e manifestarem-se até de maneira explosiva.
A
cólera provoca uma verdadeira anestesia do espírito. A sabedoria popular fala,
e com razão, em “estar fora de si” ou
“estava cego pela cólera”, etc.
Nestas situações a pessoa passa a agir como se fosse outra, pelo que é normal
perguntar se alguém pode agir independentemente da sua própria vontade.
Conhecem-se casos de pessoas que apresentam, em alturas diversas,
personalidades distintas que lhes controlavam, alternadamente, o corpo. É uma
perturbação de espírito a que se chama OBSESSÃO.
Antigamente,
estas perturbações mentais eram consideradas como forma de inspiração divina ou
de possessão diabólica. Hoje, a tendência é para relacionar com factores
físicos, químicos e emocionais. No mundo oriental, a convivência com a ideia
das possessões é ponto assente. Não se discute. No mundo ocidental, devido ao
avanço e imposições da Ciência, que só reconhece como verdadeiros os fenómenos
devidamente estudados e considerados como verdadeiros à face das determinativas
que regulamentam a própria Ciência, este fenómeno, só pelo facto de não ser
estudado, sendo apenas teóricos, torna mais fácil os “cientistas” dizerem que
ele não existe, ou que se trata de manifestações do inconsciente.
Mas,
na realidade, se a experimentação vale alguma coisa, nada mais fácil do que o
fenómeno da obsessão. Mediante o estudo de alguns tipos de energia e das suas
leis, nos mundos ocultos, seria mais simples entender alguns mistérios do
misticismo. Chegaríamos mais perto da natureza íntima das coisas e
desvendaríamos mais alguns sectores do chamado mundo invisível, intangível ou
“oculto”.
De
acordo com o apurado nos casos observados, e segundo os conhecimentos actuais,
há quatro formas distintas e frequentes da manifestação de “personalidades
intrusas”.
As
religiões identificam-nas como entidades demoníacas capazes de provocar a
obsessão. No mundo científico, esta forma de intromissão na privacidade da
pessoa tem recebido vários nomes consoante o grau da intrusão. São as “crises
depressivas”, “episódios neuróticos” etc. Em casos extremos, há a perda total
do autodomínio. Essa personalidade intrusa, que nem sempre é um espírito dos
planos suprafísicos, entra em conflito com a personalidade “actual”, impondo-se
gerando perturbações e fenómenos diversos.
Alguns
“cientistas” ou “investigadores” insistem em atribuir todos estes fenómenos aos
poderes da Mente e do Subconsciente, cuja natureza é demonstrável por causa dos
seus preconceitos científicos ou religiosos. Nada mais conseguem senão bloquear
as pesquisas sobre o assunto.
Valorizam
em excesso o poder da Mente, tornada produto secundário de um órgão físico, o
Cérebro, em vez de procurarem entender o “homem real” que, sendo tão invisível
como o “Sol real” actua noutros planos vibratórios.
A primeira forma de obsessão
resulta da intromissão de um espírito que mantém a sua consciência e vive nos
planos suprafísicos na consciência de uma pessoa “viva”. Esta última assume
então uma personalidade diversa da habitual. Chega a um verdadeiro processo de
ruptura com a personalidade normal, devido ao fenómeno de substituição operado
pela personalidade exterior, que passa a actuar como agente interno. O comportamento
é determinado por esta segunda personalidade, totalmente assumida como novo
centro de consciência. É capaz de controlar a linguagem e todas as reacções do
corpo (excepto as reacções da Iris aos
estímulos luminosos) que utiliza facilmente para descarga de ódios antigos
e satisfação pessoal, às vezes de modo desconcertante e escandaloso.
A
pessoa obcecada pode exibir sinais mais ou menos nítidos de transe. É a “incorporação”.
A expressão facial é modificada, os gestos parecem estranhos e a voz é dramaticamente
alterada. Pode falar uma língua estrangeira, escrever textos ininteligíveis,
fazer desenhos obscuros, tornar-se alcoólico, etc. Como a morte não altera os
hábitos, arreigados na própria estrutura espiritual, os hábitos transcendem a
vida física e o espírito mantém, no mundo invisível, a necessidade instintiva
de usar, por exemplo, o álcool ou o tabaco, o que faz procurar pessoas
sensíveis que interpenetra para aproveitar, por indução, as vibrações do vício,
e estimula por outro lado a repetição do hábito no ser “incorporado”.
A
pessoa “viva” passa a agir como se fosse uma marioneta, servindo passivamente
às ordens do obsessor, degradando-se física e moralmente.
A segunda forma de obsessão é
estudada em pormenor pelo Rosacruciano Max Heindel na sua obra “O Véu do Destino”. Deu-lhe o nome de autopossessão
e relaciona-se com a acção do Guardião do Umbral e do corpo-de-pecado.
Resumindo muito sinteticamente, teremos de abordar o Mundo do Desejo: simbolicamente falando, a água significa as emoções e o mar é, normalmente,
usado para indicar o Mundo do Desejo. Esse Mundo é que contém material para
construção do nosso Corpo de Desejos, bem como para o Corpo de Desejos do
animal. É também o Mundo que fornece material para termos as nossas emoções,
aspirações, desejos e sentimentos.
Desde a última parte da Época
Lemúrica, para alguns, e início da Época Atlante para todos, os Espíritos Luciferinos
começaram a chamar a nossa atenção para a existência do Mundo Físico, ajudando-nos a perceber a forma exterior do nosso Corpo Denso. E, também, começaram a instigar-nos
a usar a nossa Mente para distinguir as formas externas, dar-lhe nomes,
dominá-las e colocá-las ao nosso dispor. A partir desses dois movimentos temos
gerados muitos desejos inferiores, muita paixão, muita ambição, muito egoísmo,
muito mal, sendo o mal uma acção contrária as Leis de Deus. Inicialmente o
fizemos por inocência, depois o fazemos por ignorância.
A todo esse conjunto de desejos
inferiores somado aos pensamentos inferiores que resultam em todo o mal que já
cometemos em todas as nossas vidas passadas constitui a “besta que saiu do mar”, ou como é conhecido na ciência oculta: o Guardião do Umbral.
Esse ser é, portanto, a
encarnação de todo o nosso mal gerado em vidas passadas, mal esse ainda não
expiado e que espera a expiação em vidas futuras, até completarmos toda a roda
de nascimentos e mortes necessários para tal.
E o Guardião do Umbral, a Besta,
está muito ligado ao dragão, ao diabo, também conhecido como a Serpente ou os Espíritos Luciferinos,
que nos incita ao egoísmo, a gratificação dos prazeres e a maldade, pois como
lemos nesse trecho do Apocalipse: “O dragão lhe deu poder e trono e uma
grande autoridade“.
Essa entidade monstruosa encontra-se
nas Regiões Inferiores do Mundo do Desejo. Entretanto é invisível entre a morte
e um novo Nascimento, se bem que está ali presente. Ela só se torna visível
quando os iniciados, como Aspirantes à vida superior, entram conscientemente no
Mundo do Desejo, deixando o nosso Corpo Denso a dormir no leito. Portanto, esse é o momento que nós temos
que passar por essa entidade criada por nós mesmos. Devemos reconhecer e
admitir essa entidade como parte de nós, prometendo liquidar todas as dívidas,
todo o mal, representado por essa forma, o mais cedo possível.
A terceira forma de obsessão poderíamos chamar também “autopossessão”,
para a enquadrar na terminologia utilizada por Max Heindel, embora não assuma a
gravidade dos casos relatados sob esta designação. Está associada à Mente
supraconsciente, que é onde se guardam todas as aquisições do passado, isto é,
o depósito onde se arquivam os registos de todas as recordações e experiências
adquiridas durante a vida na matéria (a
memória consciente e subconsciente apenas dizem respeito ao que se passa
durante a vida actual). Aí permanecem diversas personalidades, vivas e
dinâmicas que o espírito desenvolveu durante a sua evolução.
O Corpo do Pecado – A autopossessão. Imagem: AUM MAGIC
Finalmente, a quarta forma de actuação de
“personalidades intrusas”. É uma das mais comuns, embora se lhe dê pouca
atenção. Está muito ligada, por exemplo, ao tabagismo e alcoolismo. Este tipo
de intromissão manifesta-se mesmo entre os vivos. De facto as pessoas
sensitivas podem incorporar, mesmo sem o saberem, através do mecanismo
telepático, o condicionamento de hábitos alheios e apresentar um quadro clínico
complicado, com doenças estranhas que resistem aos tratamentos habituais.
Nestes casos, a única forma de resolver o caso definitivamente é necessário
recorrer a um “serviço de cura e auxílio espiritual” e o paciente ser
esclarecido da causa da sua “enfermidade”.
Cientistas investigam como a espiritualidade pode ajudar a saúde do corpo – BBC News Brasil
Quem for mais resistente, ou
menos sensível, poderá somatizar este tipo de influências sob a forma de dores
de cabeça, tonturas, astenias, etc. A doença é associada à debilidade do corpo
energético, o Corpo Vital. Em certos casos, os sintomas físicos podem ser
resultantes de vibrações projectadas por outras pessoas “vivas”. Estes eventos,
devidamente observados, mostram-nos até que ponto somos vulneráveis à
influência de personalidades que, embora invisíveis, se encontram presentes no
mundo oculto, o que nos leva a pensar na existência de um “Síndroma da imunodeficiência espiritual” e nas suas causas.
O melhor remédio contra este tipo
de influência é, por um lado, aumentar o autodomínio e, por outro, “educar
as pessoas acerca da verdade do facto de que a morte, da mesma forma que a
vida, é uma coisa natural, comum e corrente, na eterna vida do espírito
imortal, fazendo tudo quanto esteja ao nosso alcance para divulgar o mais
possível este evangelho da vida”. (Max Heindel, em o Véu do Destino).
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