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quinta-feira, 18 de agosto de 2022

 

A OBSESSÃO

 

Já publiquei neste blogue um texto sobre a “Possessão Demoníaca” e a acção de Jesus sobre os demónios quando tal fenómeno acontecia. Ele expulsou todos os demónios que, como tais, se manifestaram diante Dele mas falou pouco a respeito da possessão demoníaca explícita. Tratou as possessões subtis, que são as piores que na generalidade podem ser mais “culturas espirituais” do que demónios que se “manifestem” como tais. Neste caso, pela ciência actual, são as "doenças" do foro psiquiátrico que não são necessariamente manifestações de um demónio mas sim influências demoníacas.

 


Nos primórdios, as doenças mentais eram consideradas fruto de possessão demoníaca. Essa ideia foi abandonada já no século 5 a.C. Hipócrates foi o primeiro a descartar a influência dos espíritos nos problemas mentais. Ainda assim, os hospícios surgiram apenas na Idade Média. A sua função não era tratar. O facto é que as "terapias" da época não serviam para nada. Eram apenas para tirar os loucos das ruas.

Quanto à Obsessão, é a chamada acção de “Personalidades Intrusas”. A civilização contemporânea é, sem dúvida nenhuma, baseada no choque de identidades individuais e colectivas. A luta, em de acalmar os espíritos tende a excitá-los, gerando vários conflitos. Até o “desporto”, arenas de grande competição e via de escape da raiva, frustrações e agressividade, canaliza estes instintos, permitindo descargas “benéficas”.


Só que os campeonatos e competições acabam por reforçar os instintos de agressividade, principalmente quando associados a interesses financeiros, e passam a verdadeiros conflitos onde vale tudo, pela ganância dos prémios cada vez mais chorudos. O Homem torna-se facilmente num “exterminador implacável”.

Movimentando-se neste terreno de competição, como é o terreno da vida diária, cada um manifesta violência de modo diferente devido a diversos factores, como o grau evolutivo de cada um, o momento que atravessa, etc. Os menos prevenidos, os menos conhecedores das forças que governam a vida, poderão funcionar como receptores passivos e manifestarem-se até de maneira explosiva.

A cólera provoca uma verdadeira anestesia do espírito. A sabedoria popular fala, e com razão, em “estar fora de si” ou “estava cego pela cólera”, etc. Nestas situações a pessoa passa a agir como se fosse outra, pelo que é normal perguntar se alguém pode agir independentemente da sua própria vontade. Conhecem-se casos de pessoas que apresentam, em alturas diversas, personalidades distintas que lhes controlavam, alternadamente, o corpo. É uma perturbação de espírito a que se chama OBSESSÃO.


Antigamente, estas perturbações mentais eram consideradas como forma de inspiração divina ou de possessão diabólica. Hoje, a tendência é para relacionar com factores físicos, químicos e emocionais. No mundo oriental, a convivência com a ideia das possessões é ponto assente. Não se discute. No mundo ocidental, devido ao avanço e imposições da Ciência, que só reconhece como verdadeiros os fenómenos devidamente estudados e considerados como verdadeiros à face das determinativas que regulamentam a própria Ciência, este fenómeno, só pelo facto de não ser estudado, sendo apenas teóricos, torna mais fácil os “cientistas” dizerem que ele não existe, ou que se trata de manifestações do inconsciente.

Mas, na realidade, se a experimentação vale alguma coisa, nada mais fácil do que o fenómeno da obsessão. Mediante o estudo de alguns tipos de energia e das suas leis, nos mundos ocultos, seria mais simples entender alguns mistérios do misticismo. Chegaríamos mais perto da natureza íntima das coisas e desvendaríamos mais alguns sectores do chamado mundo invisível, intangível ou “oculto”.

De acordo com o apurado nos casos observados, e segundo os conhecimentos actuais, há quatro formas distintas e frequentes da manifestação de “personalidades intrusas”.

As religiões identificam-nas como entidades demoníacas capazes de provocar a obsessão. No mundo científico, esta forma de intromissão na privacidade da pessoa tem recebido vários nomes consoante o grau da intrusão. São as “crises depressivas”, “episódios neuróticos” etc. Em casos extremos, há a perda total do autodomínio. Essa personalidade intrusa, que nem sempre é um espírito dos planos suprafísicos, entra em conflito com a personalidade “actual”, impondo-se gerando perturbações e fenómenos diversos.

Alguns “cientistas” ou “investigadores” insistem em atribuir todos estes fenómenos aos poderes da Mente e do Subconsciente, cuja natureza é demonstrável por causa dos seus preconceitos científicos ou religiosos. Nada mais conseguem senão bloquear as pesquisas sobre o assunto.

Valorizam em excesso o poder da Mente, tornada produto secundário de um órgão físico, o Cérebro, em vez de procurarem entender o “homem real” que, sendo tão invisível como o “Sol real” actua noutros planos vibratórios.


A primeira forma de obsessão resulta da intromissão de um espírito que mantém a sua consciência e vive nos planos suprafísicos na consciência de uma pessoa “viva”. Esta última assume então uma personalidade diversa da habitual. Chega a um verdadeiro processo de ruptura com a personalidade normal, devido ao fenómeno de substituição operado pela personalidade exterior, que passa a actuar como agente interno. O comportamento é determinado por esta segunda personalidade, totalmente assumida como novo centro de consciência. É capaz de controlar a linguagem e todas as reacções do corpo (excepto as reacções da Iris aos estímulos luminosos) que utiliza facilmente para descarga de ódios antigos e satisfação pessoal, às vezes de modo desconcertante e escandaloso.

A pessoa obcecada pode exibir sinais mais ou menos nítidos de transe. É a “incorporação”. A expressão facial é modificada, os gestos parecem estranhos e a voz é dramaticamente alterada. Pode falar uma língua estrangeira, escrever textos ininteligíveis, fazer desenhos obscuros, tornar-se alcoólico, etc. Como a morte não altera os hábitos, arreigados na própria estrutura espiritual, os hábitos transcendem a vida física e o espírito mantém, no mundo invisível, a necessidade instintiva de usar, por exemplo, o álcool ou o tabaco, o que faz procurar pessoas sensíveis que interpenetra para aproveitar, por indução, as vibrações do vício, e estimula por outro lado a repetição do hábito no ser “incorporado”.

A pessoa “viva” passa a agir como se fosse uma marioneta, servindo passivamente às ordens do obsessor, degradando-se física e moralmente.

A segunda forma de obsessão é estudada em pormenor pelo Rosacruciano Max Heindel na sua obra “O Véu do Destino”. Deu-lhe o nome de autopossessão e relaciona-se com a acção do Guardião do Umbral e do corpo-de-pecado. Resumindo muito sinteticamente, teremos de abordar o Mundo do Desejo: simbolicamente falando, a água significa as emoções e o mar é, normalmente, usado para indicar o Mundo do Desejo. Esse Mundo é que contém material para construção do nosso Corpo de Desejos, bem como para o Corpo de Desejos do animal. É também o Mundo que fornece material para termos as nossas emoções, aspirações, desejos e sentimentos.

Desde a última parte da Época Lemúrica, para alguns, e início da Época Atlante para todos, os Espíritos Luciferinos começaram a chamar a nossa atenção para a existência do Mundo Físico, ajudando-nos a perceber a forma exterior do nosso Corpo Denso. E, também, começaram a instigar-nos a usar a nossa Mente para distinguir as formas externas, dar-lhe nomes, dominá-las e colocá-las ao nosso dispor. A partir desses dois movimentos temos gerados muitos desejos inferiores, muita paixão, muita ambição, muito egoísmo, muito mal, sendo o mal uma acção contrária as Leis de Deus. Inicialmente o fizemos por inocência, depois o fazemos por ignorância.

A todo esse conjunto de desejos inferiores somado aos pensamentos inferiores que resultam em todo o mal que já cometemos em todas as nossas vidas passadas constitui a “besta que saiu do mar”, ou como é conhecido na ciência oculta: o Guardião do Umbral.

     Imagem: Rosacruz revelada

Esse ser é, portanto, a encarnação de todo o nosso mal gerado em vidas passadas, mal esse ainda não expiado e que espera a expiação em vidas futuras, até completarmos toda a roda de nascimentos e mortes necessários para tal.

E o Guardião do Umbral, a Besta, está muito ligado ao dragão, ao diabo, também conhecido como a Serpente ou os Espíritos Luciferinos, que nos incita ao egoísmo, a gratificação dos prazeres e a maldade, pois como lemos nesse trecho do Apocalipse: “O dragão lhe deu poder e trono e uma grande autoridade“.

Essa entidade monstruosa encontra-se nas Regiões Inferiores do Mundo do Desejo. Entretanto é invisível entre a morte e um novo Nascimento, se bem que está ali presente. Ela só se torna visível quando os iniciados, como Aspirantes à vida superior, entram conscientemente no Mundo do Desejo, deixando o nosso Corpo Denso a dormir no leito. Portanto, esse é o momento que nós temos que passar por essa entidade criada por nós mesmos. Devemos reconhecer e admitir essa entidade como parte de nós, prometendo liquidar todas as dívidas, todo o mal, representado por essa forma, o mais cedo possível.

A terceira forma de obsessão poderíamos chamar também “autopossessão”, para a enquadrar na terminologia utilizada por Max Heindel, embora não assuma a gravidade dos casos relatados sob esta designação. Está associada à Mente supraconsciente, que é onde se guardam todas as aquisições do passado, isto é, o depósito onde se arquivam os registos de todas as recordações e experiências adquiridas durante a vida na matéria (a memória consciente e subconsciente apenas dizem respeito ao que se passa durante a vida actual). Aí permanecem diversas personalidades, vivas e dinâmicas que o espírito desenvolveu durante a sua evolução.

    O Corpo do Pecado – A autopossessão. Imagem: AUM MAGIC

Finalmente, a quarta forma de actuação de “personalidades intrusas”. É uma das mais comuns, embora se lhe dê pouca atenção. Está muito ligada, por exemplo, ao tabagismo e alcoolismo. Este tipo de intromissão manifesta-se mesmo entre os vivos. De facto as pessoas sensitivas podem incorporar, mesmo sem o saberem, através do mecanismo telepático, o condicionamento de hábitos alheios e apresentar um quadro clínico complicado, com doenças estranhas que resistem aos tratamentos habituais. Nestes casos, a única forma de resolver o caso definitivamente é necessário recorrer a um “serviço de cura e auxílio espiritual” e o paciente ser esclarecido da causa da sua “enfermidade”.

    Cientistas investigam como a espiritualidade pode ajudar a saúde do corpo – BBC News Brasil

Quem for mais resistente, ou menos sensível, poderá somatizar este tipo de influências sob a forma de dores de cabeça, tonturas, astenias, etc. A doença é associada à debilidade do corpo energético, o Corpo Vital. Em certos casos, os sintomas físicos podem ser resultantes de vibrações projectadas por outras pessoas “vivas”. Estes eventos, devidamente observados, mostram-nos até que ponto somos vulneráveis à influência de personalidades que, embora invisíveis, se encontram presentes no mundo oculto, o que nos leva a pensar na existência de um “Síndroma da imunodeficiência espiritual” e nas suas causas.

O melhor remédio contra este tipo de influência é, por um lado, aumentar o autodomínio e, por outro, “educar as pessoas acerca da verdade do facto de que a morte, da mesma forma que a vida, é uma coisa natural, comum e corrente, na eterna vida do espírito imortal, fazendo tudo quanto esteja ao nosso alcance para divulgar o mais possível este evangelho da vida”. (Max Heindel, em o Véu do Destino).

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