DESERTIFICAÇÃO
DE PORTUGAL
Transcrevo em
baixo um artigo sobre a desertificação de MAIS DE METADE de Portugal se não
forem tomadas medidas urgentes.
- Está tudo na
mesma.
- Como sempre, os
nossos políticos falam, falam e falam… nada produzem.
- A construção
desenfreada continua nos terrenos agrícolas (apesar de haver mais de um milhão de habitações devolutas!).
- O solo está
cada vez mais degradado. Não há respeito pelas reservas naturais. Só conta o
lucro.
- Com o
desemprego galopante nas zonas do interior, as populações deslocam-se para o
litoral ou para o exterior.
- O governo nada
faz para incentivar a fixação das populações no interior. Antes pelo contrário,
com o encerrar das urgências, hospitais e escolas.
- Para agravar a
situação dessas populações as pressões dos "grupos de interesse", que
só querem lucro, acabamos de ter de pagar portagens nas auto-estradas do
interior.
- E mais… pelo
andar dos acontecimentos, com a nova entidade gestora das estradas nacionais,
sem verbas do Estado, só poderão subsistir à custa da exploração do povo.
- Ou seja, além
de pagarmos impostos e portagens nas pontes e auto-estradas, acabaremos por ter
de pagar portagens nas estradas nacionais.
- Para que é que
estamos a pagar impostos?
- E para
finalizar, a acção política indevida não dá seguimento aos programas aprovados
para a luta contra a desertificação, nem tão pouco disponibiliza as verbas
necessárias para isso.
- Portugal é um
país de faz de conta.
https://www.publico.pt/2020/06/19/local/noticia/agroquimicos-incendios-desordenamento-territorio-aceleram-fenomenos-seca-desertificacao-portugal-1921208
NOS PRÓXIMOS 20 ANOS –
DESERTIFICAÇÃO AMEAÇA MAIS DE METADE DE PORTUGAL
Publicado na Quinta-Feira, dia 16 de
Novembro de 2006, em Nacional (Jornal online A UNIÃO)
O
especialista, Eugénio Sequeira, disse à agência Lusa que as zonas já atingidas
pela desertificação, quer ao nível dos solos, quer da população, são o
Alentejo, o interior algarvio e toda a fronteira com Espanha, do Algarve a
Trás-os-Montes.
O presidente da Liga para a Protecção da Natureza (LPN) falava à Lusa a
propósito das terceiras Jornadas Ambientais da organização, que decorrem entre
quinta-feira e domingo no Cine-Teatro Municipal de Castro Verde (Beja), e que
vão abordar o fenómeno da desertificação.
"Portugal é um dos países onde a desertificação tem especial relevância e,
se nada for feito nos próximos 20 anos, cerca de 66 por cento do território
pode ficar deserto e seco", acentuou.
Como causas deste cenário, que ameaça "ensombrar" mais de metade do
território nacional, o especialista aludiu ao agravamento dos efeitos da seca,
aos incêndios florestais, ao crescimento urbano indevido em terras com
potencial agrícola e à degradação dos solos, em resultado dos "maus usos e
da poluição".
Mas, independentemente desse cenário futuro, cerca de um terço do território já
sofre "uma grave desertificação", da qual a seca, os incêndios
florestais e o despovoamento do interior, devido à "concentração excessiva
da economia e da população no litoral", são "expressões
evidentes".
"A aridez dos solos já atinge quase todo o Alentejo e o interior algarvio",
sublinhou, alertando mesmo para proporções "quase dramáticas" na
margem esquerda do Guadiana, nos concelhos de Mértola, Castro Marim e Alcoutim.
O fenómeno não está, contudo, confinado ao Sul do país, pois, disse, "todo
o interior junto à fronteira com Espanha, do Algarve a Trás-os-Montes, está a
ficar deserto", com a perda de potencial biológico dos solos (desertificação física) e de população (desertificação humana).
Para inverter esta tendência de desertificação e "evitar os piores
cenários", o especialista defende a adopção de medidas "concretas e
eficazes" de fixação da população activa nos meios rurais, de conservação
do solo e da água e de recuperação das áreas já afectadas.
"Se nada for feito, Portugal deixará de ser competitivo a nível europeu,
terá grandes dificuldades de abastecimento público de água e a qualidade de
vida terá tendência para se degradar", vaticinou.
A investigação das causas e das formas para combater o fenómeno, a
sensibilização da população e a inclusão da luta contra a desertificação e a
seca nas políticas gerais e sectoriais são outras das medidas preconizadas por
Eugénio Sequeira.
Objectivos estratégicos que, aliás, lembrou, já estão definidos desde 1999,
quando foi lançado o Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação
(PANCD).
Só que, até agora, "muito pouco tem sido feito", lamentou o
especialista, que participou na elaboração do PANCD, criticando o facto do
programa "praticamente não ter verbas atribuídas", o que leva à
"falta de apoios para projectos de investigação em Portugal" sobre a
temática.
No Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, as terceiras Jornadas
Ambientais de Castro Verde da LPN reúnem mais de 30 especialistas, nacionais e
estrangeiros, para "aprofundar o conhecimento público e científico sobre o
processo de desertificação".
Rita Alcazar, da LPN, adiantou que o encontro pretende "discutir as
implicações ambientais, económicas e sociais do fenómeno, através do
intercâmbio de experiências, nacionais e internacionais, que fomente o
desenvolvimento de medidas de mitigação e combate à desertificação".
Para sensibilizar a comunidade local, o encontro começa hoje,, às 14:30, com um
debate sobre desertificação com os alunos da Escola Secundária de Castro Verde.
Nos dois dias seguintes, de entre os temas em debate, destaca-se, no âmbito da
desertificação física, a relação entre as alterações climáticas, os incêndios e
a desertificação, bem como as causas, os impactos e as perspectivas da seca no
Mediterrâneo.
A desertificação nos Estados Unidos da América, as iniciativas espanholas na
luta contra o fenómeno e o Sistema de Avaliação e Controlo da Desertificação no
Mediterrâneo Ocidental são outros dos assuntos em cima da mesa.
Quanto à desertificação humana, o encontro vai abordar o fenómeno da
litoralização, concentração urbana e despovoamento de áreas rurais, a partir
das tendências recentes da organização espacial da população no Noroeste
Português (1981-2006).
Os projectos Desert Watch e AquaStress, a gestão agrícola e florestal
na Rede Natura 2000, o Plano Nacional de Desenvolvimento Rural e a Directiva
Comunitária sobre Protecção dos Solos são algumas das iniciativas de combate à
desertificação em análise.
O encontro termina, domingo, com uma visita ao projecto-piloto de combate à
desertificação que a LPN está a desenvolver na Herdade de Vale Gonçalinho, em
Castro Verde, desde o ano agrícola de 2000/2001 Inserido no PANCD, o projecto
decorre numa herdade da estepe cerealífera do Campo Branco, em que a planície é
caracterizada por mosaicos de cereais, leguminosas e pousios, dos quais
dependem aves ameaçadas de extinção como o sisão e a abetarda.
"O projecto está a testar práticas agrícolas de protecção e conservação da
terra (solo, vegetação e água) que serão, gradualmente, difundidas junto dos
agricultores da região", precisou Eugénio Sequeira.
Infelizmente,
neste país do "faz de conta", está tudo na mesma e nada parece andar
"para a frente". Há outros interesses, e outras prioridades, a curto
prazo, para os nossos líderes que já estão num patamar abaixo da mediocridade.
É essa a percepção do povo e quando a opinião pública se instala é muito
difícil contrariá-la com os golpes de publicidade e promessas ocas que nunca
são cumpridas por parte dos responsáveis pela governança.
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