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sábado, 17 de julho de 2021

 

DESERTIFICAÇÃO DE PORTUGAL

 

Transcrevo em baixo um artigo sobre a desertificação de MAIS DE METADE de Portugal se não forem tomadas medidas urgentes.

- Está tudo na mesma.

- Como sempre, os nossos políticos falam, falam e falam… nada produzem.

- A construção desenfreada continua nos terrenos agrícolas (apesar de haver mais de um milhão de habitações devolutas!).

- O solo está cada vez mais degradado. Não há respeito pelas reservas naturais. Só conta o lucro.

- Com o desemprego galopante nas zonas do interior, as populações deslocam-se para o litoral ou para o exterior.

- O governo nada faz para incentivar a fixação das populações no interior. Antes pelo contrário, com o encerrar das urgências, hospitais e escolas.

- Para agravar a situação dessas populações as pressões dos "grupos de interesse", que só querem lucro, acabamos de ter de pagar portagens nas auto-estradas do interior.

- E mais… pelo andar dos acontecimentos, com a nova entidade gestora das estradas nacionais, sem verbas do Estado, só poderão subsistir à custa da exploração do povo.

- Ou seja, além de pagarmos impostos e portagens nas pontes e auto-estradas, acabaremos por ter de pagar portagens nas estradas nacionais.

- Para que é que estamos a pagar impostos?

- E para finalizar, a acção política indevida não dá seguimento aos programas aprovados para a luta contra a desertificação, nem tão pouco disponibiliza as verbas necessárias para isso.

- Portugal é um país de faz de conta.

https://www.publico.pt/2020/06/19/local/noticia/agroquimicos-incendios-desordenamento-territorio-aceleram-fenomenos-seca-desertificacao-portugal-1921208

 

NOS PRÓXIMOS 20 ANOS – DESERTIFICAÇÃO AMEAÇA MAIS DE METADE DE PORTUGAL

Publicado na Quinta-Feira, dia 16 de Novembro de 2006, em Nacional (Jornal online A UNIÃO)

O especialista, Eugénio Sequeira, disse à agência Lusa que as zonas já atingidas pela desertificação, quer ao nível dos solos, quer da população, são o Alentejo, o interior algarvio e toda a fronteira com Espanha, do Algarve a Trás-os-Montes.



O presidente da Liga para a Protecção da Natureza (LPN) falava à Lusa a propósito das terceiras Jornadas Ambientais da organização, que decorrem entre quinta-feira e domingo no Cine-Teatro Municipal de Castro Verde (Beja), e que vão abordar o fenómeno da desertificação.


"Portugal é um dos países onde a desertificação tem especial relevância e, se nada for feito nos próximos 20 anos, cerca de 66 por cento do território pode ficar deserto e seco", acentuou.


Como causas deste cenário, que ameaça "ensombrar" mais de metade do território nacional, o especialista aludiu ao agravamento dos efeitos da seca, aos incêndios florestais, ao crescimento urbano indevido em terras com potencial agrícola e à degradação dos solos, em resultado dos "maus usos e da poluição".


Mas, independentemente desse cenário futuro, cerca de um terço do território já sofre "uma grave desertificação", da qual a seca, os incêndios florestais e o despovoamento do interior, devido à "concentração excessiva da economia e da população no litoral", são "expressões evidentes".


"A aridez dos solos já atinge quase todo o Alentejo e o interior algarvio", sublinhou, alertando mesmo para proporções "quase dramáticas" na margem esquerda do Guadiana, nos concelhos de Mértola, Castro Marim e Alcoutim.


O fenómeno não está, contudo, confinado ao Sul do país, pois, disse, "todo o interior junto à fronteira com Espanha, do Algarve a Trás-os-Montes, está a ficar deserto", com a perda de potencial biológico dos solos (desertificação física) e de população (desertificação humana).


Para inverter esta tendência de desertificação e "evitar os piores cenários", o especialista defende a adopção de medidas "concretas e eficazes" de fixação da população activa nos meios rurais, de conservação do solo e da água e de recuperação das áreas já afectadas.


"Se nada for feito, Portugal deixará de ser competitivo a nível europeu, terá grandes dificuldades de abastecimento público de água e a qualidade de vida terá tendência para se degradar", vaticinou.

 


A investigação das causas e das formas para combater o fenómeno, a sensibilização da população e a inclusão da luta contra a desertificação e a seca nas políticas gerais e sectoriais são outras das medidas preconizadas por Eugénio Sequeira.


Objectivos estratégicos que, aliás, lembrou, já estão definidos desde 1999, quando foi lançado o Programa de Acção Nacional de Combate à Desertificação (PANCD).


Só que, até agora, "muito pouco tem sido feito", lamentou o especialista, que participou na elaboração do PANCD, criticando o facto do programa "praticamente não ter verbas atribuídas", o que leva à "falta de apoios para projectos de investigação em Portugal" sobre a temática.


No Ano Internacional dos Desertos e da Desertificação, as terceiras Jornadas Ambientais de Castro Verde da LPN reúnem mais de 30 especialistas, nacionais e estrangeiros, para "aprofundar o conhecimento público e científico sobre o processo de desertificação".


Rita Alcazar, da LPN, adiantou que o encontro pretende "discutir as implicações ambientais, económicas e sociais do fenómeno, através do intercâmbio de experiências, nacionais e internacionais, que fomente o desenvolvimento de medidas de mitigação e combate à desertificação".


Para sensibilizar a comunidade local, o encontro começa hoje,, às 14:30, com um debate sobre desertificação com os alunos da Escola Secundária de Castro Verde.

 


Nos dois dias seguintes, de entre os temas em debate, destaca-se, no âmbito da desertificação física, a relação entre as alterações climáticas, os incêndios e a desertificação, bem como as causas, os impactos e as perspectivas da seca no Mediterrâneo.


A desertificação nos Estados Unidos da América, as iniciativas espanholas na luta contra o fenómeno e o Sistema de Avaliação e Controlo da Desertificação no Mediterrâneo Ocidental são outros dos assuntos em cima da mesa.


Quanto à desertificação humana, o encontro vai abordar o fenómeno da litoralização, concentração urbana e despovoamento de áreas rurais, a partir das tendências recentes da organização espacial da população no Noroeste Português (1981-2006).


Os projectos Desert Watch e AquaStress, a gestão agrícola e florestal na Rede Natura 2000, o Plano Nacional de Desenvolvimento Rural e a Directiva Comunitária sobre Protecção dos Solos são algumas das iniciativas de combate à desertificação em análise.


O encontro termina, domingo, com uma visita ao projecto-piloto de combate à desertificação que a LPN está a desenvolver na Herdade de Vale Gonçalinho, em Castro Verde, desde o ano agrícola de 2000/2001 Inserido no PANCD, o projecto decorre numa herdade da estepe cerealífera do Campo Branco, em que a planície é caracterizada por mosaicos de cereais, leguminosas e pousios, dos quais dependem aves ameaçadas de extinção como o sisão e a abetarda.


"O projecto está a testar práticas agrícolas de protecção e conservação da terra (solo, vegetação e água) que serão, gradualmente, difundidas junto dos agricultores da região", precisou Eugénio Sequeira.

Infelizmente, neste país do "faz de conta", está tudo na mesma e nada parece andar "para a frente". Há outros interesses, e outras prioridades, a curto prazo, para os nossos líderes que já estão num patamar abaixo da mediocridade. É essa a percepção do povo e quando a opinião pública se instala é muito difícil contrariá-la com os golpes de publicidade e promessas ocas que nunca são cumpridas por parte dos responsáveis pela governança.

 

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