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sábado, 15 de maio de 2021

 

D. AFONSO HENRIQUES E OS TEMPLÁRIOS

Mais um apontamento que encontrei nos meus arquivos poeirentos indexado como "Considerações de um Ocultista".

O nosso Portugal é um País de génese iniciática e esotérica, como está patente pelo seu mentor, S. Bernardo de Claraval, figura maior do seu tempo no seio da cristandade. Bernardo de Claraval ou de Fontaine (1090 – Dijon, França / 1153 – Abadia de Claraval, França), abade cisterciense, Santo e Doutor da Igreja. É o maior impulsionador da Ordem de Cister e uma das personalidades eclesiásticas mais influentes do século XII. Morre em 1153, aos 63 anos. É canonizado em 18 de Julho de 1174 por Alexandre III e declarado Doutor da Igreja por Pio VIII em 1830. O seu dia é 20 de Agosto, feriado municipal de Alcobaça. Em Alcobaça, a sua representação subsiste em esculturas e pinturas, designadamente na fachada do Mosteiro, no Santuário ou Capela Relicário, no Refeitório e na Sala dos Reis. Mas é sem dúvida o Retábulo do Trânsito de São Bernardo, no braço sul do transepto da Igreja, o expoente máximo de homenagem a esta figura ímpar da Ordem. Neste retábulo Bernardo jaz moribundo embalado por anjos músicos e querubins. Maria, no centro da composição, aguarda a sua alma em gesto de acolhimento maternal. Era primo do Conde D. Henrique, pai do nosso primeiro Rei.



Bernardo de Claraval enviou um seu tio para a Palestina e  em 1128, data da Batalha de São Mamede, tinha defendido a criação da Ordem dos Templários, de cavalaria iniciática, cujos estatutos redigiu ele mesmo. D. Afonso Henriques fez parte dos Templários como frater (irmão).

 

Os Templários criados para a demanda do Santo Graal, enclausuraram-se durante sete anos no antigo Templo de Salomão, e surgem como o braço armado da cristandade, temido em todo o Oriente.

 

Não se sabe o que eles lá encontraram. Supõe-se apenas que (como se supõe terem-no trazido para um local seguro na Europa) encontram o Porto de Graal, ou como assinava o nosso primeiro Rei, o PORTUGRAL, hoje Portugal. Mais tarde, cerca de 400 anos, haveria de ser levado para a terra da Verdadeira Cruz, ou Vera Cruz como lhe chamou Pedro Alvares Cabral.

 

Sabe-se que a Arte Gótica surgiu de repente na Europa, trazida da Palestina pelos Templários. A Maçonaria Operativa, que construía os Templos, trabalhava com os Templários. Tinham pontos de contacto muito fortes, o que quer dizer que D. Afonso Henriques, não sendo um Maçon, teve contactos muito próximos, visto ser frater de uma Ordem Iniciática como a dos Templários.




O Papa Clemente V decretou, em 1312, a abolição da Ordem do Templo, ordenando posteriormente que os bens desta, em toda a cristandade, sejam entregues aos Hospitalários. Mas D. Dinis não acata esta ordem e anexa provisoriamente os bens dos Templários à coroa portuguesa e inicia diligências junto da Santa Sé para a criação de
uma nova milícia religiosa, alegando a necessidade de defender Portugal do Islão que avizinhava as fronteiras do reino, no Norte de África e no Andaluz. Ao fim de quatro anos de negociações D. Dinis obtém a autorização para fundar a nova ordem religiosa militar.

A 19 de Março de 1319, por bula de João XXII é instituída a Ordo Militae Jesu Christi, ou Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, na qual D. Dinis vai incorporar os cavaleiros, os bens e os privilégios da extinta Ordem do Templo. A nova milícia tem inicialmente a sua sede junto à foz do Guadiana, em Castro Marim. O seu primeiro Mestre foi D. Gil Martins da Ordem de Avis. A Ordem de Cristo segue, como no tempo dos Templários, a regra de Cister e o abade de Alcobaça continua a ser o seu juiz espiritual e visitador. Semelhante ao dos Templários, o hábito dos cavaleiros é branco com a cruz vermelha, mas a sua forma é ligeiramente diferente: enquanto a templária tinha os braços curvos, na milícia de Cristo a cruz passa a ter os braços direitos com serifas nas pontas e vazada a branco no meio.

A nova Cavalaria mantém a subordinação ao rei, sendo necessária a sua aprovação para todos os actos de administração, alienação de bens, alteração de costumes, destituição de freires ou comendadores. Em 1357 a sede da Ordem de Cristo é instalada na antiga sede templária, o castelo de Tomar, onde se mantém definitivamente.


Quando o Infante D. Henrique foi governador da Ordem de Cristo, logo seria um iniciado nos mistérios Templários, porque deu guarida e "herdou" praticamente todo o património e segredos da Ordem dos Templários quando esta foi extinta pelo Papa.

A Ordem de Cristo (portanto, fiel depositária da extinta Ordem do Templo) deve a sua existência à teimosia do Rei D. Dinis, que era um iniciado numa Ordem iniciática Trovadoresca conhecida como " Os Fieis do Amor". Daí ser o Rei "trovador", poeta, pelas suas "canções de amor". Supõe-se também que Luiz de Camões e Fernando Pessoa tenham pertencido a esta Ordem tão pouco conhecida entre nós.

O Rei D. João II, também um iniciado, foi um dos mais destacados Grão-Mestre da Ordem de Santiago e Espada, e vários dos grandes navegadores foram Cavaleiros desta Ordem. De referir que D. Dinis não se limitou a criar a Ordem de Cristo. A ele se deve a desanexação da Comenda Portuguesa da Ordem de Santiago, através da Bula papal de 1288. Tal como as outras Ordens Militares, a Ordem de Santiago desempenhou papel importante na Reconquista. Foram-lhe concedidos vários bens. O Mestre da Ordem, por residir em Castela, favoreceu o quase abandono das casas portuguesas e consequente decadência por má administração, originando movimentações de desagrado dos freires. Estes com o apoio do rei D. Dinis alcançaram a bula «Pastoralis officii», do papa Nicolau IV, a 17 de Setembro de 1288, pela qual foi ordenado que os comendadores e cavaleiros portugueses da ordem elegessem por seu mestre provincial um dos freires, preferencialmente, natural dos reinos de Portugal e Algarve, ficando a Comenda fora da alçada de Castela.



Vasco da Gama, tendo sido um ilustre Almirante, seria obrigatoriamente um iniciado. Só assim poderia capitanear uma embarcação Portuguesa.

Portanto, admitindo como boa a argumentação para o facto de todos estes não terem sido Maçons, foram, pelo menos, iniciados e tiveram contactos importantes com a Ordem Maçónica e a Maçonaria, que no entender de Fernando Pessoa não seriam a mesma coisa… para ele a Ordem Maçónica era ancestral (anterior mesmo à lenda de que os portadores do avental de 3 rosas conhecem) e a Maçonaria a que ele se refere é a especulativa surgida no século XVIII. Quando Fernando Pessoa dá a entender nos seus escritos ser Maçon a qual das duas se referia? Crê-se que à primeira…

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