MISTÉRIOS
DA CRIAÇÃO
Uma amiga questionou-me sobre umas dúvidas
apresentadas por uma das intervenientes que esteve enredada numa “seita”
pseudocristã que interpretava a Bíblia a seu modo, e nas suas curtas leituras
da Bíblia não conseguia contextualizar o que lia. No Génesis 1, por exemplo, ficou com grandes dúvidas sobre a veracidade da Criação do nosso mundo em
sete dias.
Lembrem-se
desta citação de Jesus Cristo, pois é preciso ter a mente aberta para aceitar o
que está ao alcance dos nossos olhos: "Reconheça o que está ao alcance dos seus olhos,
e o que está oculto tornar-se-á claro para você"
"No princípio criou Deus os céus e a terra.
Era sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo.
O espírito de Deus movia-se sobre a face das águas.
E disse Deus: Haja luz e houve luz.
E viu Deus que era boa a luz e fez separação entre luz e trevas.
E Deus chamou à luz Dia e às trevas chamou noite.
E foi a tarde e a manhã do dia primeiro"
Eu também tive muitas dúvidas a princípio, quando comecei a ler a Bíblia sem uma orientação.
Há várias formas de a ler e aprendi imediatamente que se a lermos como um romance ou procurarmos uma interpretação literal do que ali vem escrito, ficamos completamente baralhados e nada compreendemos, bem como se procurarmos outro tipo de interpretação como a esotérica ou cabalista. O que “senti” é que a Teologia, criada à medida do Homem, consegue dar uma explicação a tudo, se bem que um bocado “rebuscada”. A interpretação teológica da Bíblia, vai sempre ao encontro do que a Igreja (que se impôs pela força) pensa, dentro dos parâmetros que estabeleceu quando escolheu os Evangelhos que deveriam constar no Livro Sagrado dos Cristãos.
No entanto a Bíblia, mesmo assim, é um livro vivo e por cada vez que a lemos encontramos novo significado e avançamos um pouco mais na sua compreensão, mas é preciso lê-la toda, porque o complemento de alguns factos encontra-se noutros livros, como por exemplo, alguns factos do Génesis têm continuidade no livro de Jeremias ou Ezequiel, ou até no Novo Testamento em Coríntios. A Bíblia só é compreendida por quem se humilha perante Deus e pede a sua interpretação e ai dos "intelectuais" que pretendem interpretar por conta própria. Está escrito que Ele revela aos pequeninos aquilo que Ele veda aos sábios. (1- Coríntios, 19-20).
O primeiro capítulo do Génesis não pode ser lido como um manual de ciências naturais. O Génesis foi escrito como um veículo de verdades morais e espirituais. Não podemos chegar a conclusões científicas sobre a criação do mundo a partir desta literatura mítica ou forma de género literário. Cada género literário tem regras diferentes de interpretação do respectivo sentido.
Procurei muito, li muito sobre outras filosofias e religiões, e descobri que as descobertas da ciência quanto à origem do homem até têm cabimento na narração bíblica.
Resumindo: A Bíblia narra o surgimento desta humanidade e seu percurso, o que quer dizer que ficou espaço para outras humanidades mais antigas. A evolução caminha em espiral, pelo que os ciclos de vida repetem-se mas não é semelhante. Cada novo ciclo está num patamar mais elevado, como numa mola helicoidal. Cada espiral da mola, repete o mesmo percurso em círculo, mas mais acima.
Cada nova espiral representa um ciclo de vida, uma nova humanidade e todos os seres vivos que a acompanham.
Pelo que nos diz a ciência, os estudos arqueológicos e a antropologia, há vestígios de civilizações anteriores ao aparecimento de Adão, bem como de uma fauna e flora diferentes, como os dinossauros e outros, mas o ciclo de vida da nova humanidade, depois de destruída e extinta a velha, começa com Adão (o novo Homem). E a Bíblia narra o início, o meio e o fim desse ciclo.
A velha humanidade, no patamar inferior da espiral de vida, autodestruiu-se como o está a fazer a humanidade actual. Deus está novamente desiludido com o homem, que criou e a quem deu o livre-arbítrio na evolução, e não será a primeira vez que o eliminará e criará outra humanidade para iniciar outra caminhada pela vida e a quem dará o poder sobre a Terra.
Creio que a humanidade que errou e foi extinta na carne, permanece pelo espírito na Terra, só que sem poder sobre ela, poder esse que foi dado à nova humanidade. E isso cria conflitos. Os espíritos da velha humanidade, o joio que foi separado e condenado a vaguear pela Terra e acompanhar a evolução dos novos "donos", todos aqueles que se aliaram aos anjos caídos e são seguidores de Lucifer, o anjo que se revoltou contra Deus, conhecidos como demónios e de quem tanto fala Jesus no Novo Testamento, tudo fazem para que o Homem fracasse na realização do plano que Deus tem para ele.
Quanto mais se elevar a nova humanidade mais para trás ficarão esses espíritos imundos e mais próximo estará o seu julgamento final e condenação. Porque Deus pô-los na prisão, de quarentena, e quando chegar a altura serão condenados.
Muitos
estudiosos da Bíblia e teólogos acreditam que esses demónios presos serão libertados,
conforme a pena a cumprir, durante a Grande Tribulação mencionada em Apocalipse 9, pelo que sabemos que
muitos deles estão agora a vagar pela Terra sob o domínio de Satanás (Apocalipse 12: 7-9 ).
Se procurarem bem, verão que está implícito no Livro Sagrado dos
Cristãos que essa quarentena seria de um determinado número de anos (não tenho a certeza absoluta de quantos.
Mas qualquer teólogo deve saber) e que, conforme as profecias do Apocalipse, estará muito próximo ou
mesmo já na altura de alguns anjos caídos poderem ter acesso ao mundo visível
do ser humano de hoje, o que poderá explicar os fenómenos cada vez mais
numerosos de crueldades e ritos satanistas e completa dissolução de costumes
num prenúncio do juízo final.
No
entanto, para sossego de muitos, o Inferno não foi criado para os Homens. Jesus
afirma claramente que o inferno não foi originalmente destinado a ser a morada
dos seres humanos. Em Mateus 25:41b
Jesus diz que ”o fogo eterno está preparado para o
diabo e seus anjos“.
Ninguém precisa de ir para o inferno. Todos têm uma escolha. Deus nunca põe
alguém no inferno … eles colocam-se lá pela rejeição do Filho Único de Deus (João 3:18). Jesus morreu por todos
aqueles que colocariam a sua confiança Nele e promete libertá-los do lago de
fogo (João 3:16).
Portanto, tentarei interpretar este pequeno texto:
No princípio criou Deus os céus e a terra. Não há dúvidas sobre isto.
Era sem forma e vazia e havia trevas sobre a face do abismo. Lógico. Depois da destruição do planeta a Terra ficou informe, sem nada, e as trevas sobre a face do abismo será o espaço sideral. Um pedaço de rocha informe a vaguear no abismo sem fundo do espaço.
O espírito de Deus movia-se sobre a
face das águas. Na rocha informe,
devido ao frio glacial do espaço sideral, existia uma forte névoa de gelo
condensado, como os meteoros errantes pelo espaço. Uma nuvem, que os antigos
davam o nome de espírito de Deus nas suas crónicas.
E disse Deus: Haja luz e houve luz. Esta luz não
é a luz do Sol, mas o "haja luz", em vários contextos, significa "saber",
o princípio básico que permite criar algo.
E viu Deus que era boa a luz e fez separação entre luz e trevas. O narrador, da época, para dizer que o conceito "haja luz" é o certo e melhor decisão para encetar uma tarefa, pois sem conhecimento não é possível fazer nada, fala que Deus viu "que era boa" e que fez a "separação" entre a luz e as "trevas" que não é mais do que a separação entre o conhecimento, o saber, e a ignorância ou falta de luz. Um plano de execução baseado no saber e no conhecimento.
E Deus chamou à luz Dia e às trevas chamou noite. Seria preciso identificar os dois conceitos. Ficou estabelecido que luz seria também conhecida como dia, e trevas como noite. Mais para a frente compreender-se-á a importância destas designações.
E viu Deus que era boa a luz e fez separação entre luz e trevas. O narrador, da época, para dizer que o conceito "haja luz" é o certo e melhor decisão para encetar uma tarefa, pois sem conhecimento não é possível fazer nada, fala que Deus viu "que era boa" e que fez a "separação" entre a luz e as "trevas" que não é mais do que a separação entre o conhecimento, o saber, e a ignorância ou falta de luz. Um plano de execução baseado no saber e no conhecimento.
E Deus chamou à luz Dia e às trevas chamou noite. Seria preciso identificar os dois conceitos. Ficou estabelecido que luz seria também conhecida como dia, e trevas como noite. Mais para a frente compreender-se-á a importância destas designações.
E foi a tarde e a manhã do dia
primeiro". Esta
afirmação não pode ser interpretada como um dia de 24 horas. Este "dia
primeiro" é a primeira fase da criação e corresponde a milhares de anos de
evolução na modelação do pedaço de rocha seguindo um plano bem estipulado. Agora
falta o resto para compreendermos melhor : Haja uma expansão no meio das águas, e haja separação entre
águas e águas. Toda a rocha, a ser modelada,
cheia de humidade, era uma mistura de vapor de água com tal concentração que
inundava as baixas com água líquida, mas essa concentração não era o suficiente
(ou não estavam reunidas as condições) para cair em forma de chuva. Não
havia chuva.
E fez Deus a expansão, e fez a
separação entre as águas que estavam de baixo da expansão e as águas que
estavam sobre a expansão. A expansão
que Deus fez foi a criação da atmosfera e separação da água líquida (charcos,
mares, rios) da água vaporizada (nuvens). Foi a limpeza do Globo informe (movimento
de rotação da rocha, para culminar na maravilha que se tornou a (re)construção
do planeta destruído). A essa expansão deu o nome de Céus. Esta separação
das águas e aparecimento das nuvens e atmosfera límpida (o céu) são
consequência da gravidade proporcionada pelo movimento de rotação da Terra.
Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi. Foi a criação dos continentes (ou um continente, a que os estudiosos de hoje chamam Pangeia, que acabou de se separar pela deriva das placas teutónicas dando origem aos continentes actuais) e dos oceanos.
Ajuntem-se as águas debaixo dos céus num lugar; e apareça a porção seca. E assim foi. Foi a criação dos continentes (ou um continente, a que os estudiosos de hoje chamam Pangeia, que acabou de se separar pela deriva das placas teutónicas dando origem aos continentes actuais) e dos oceanos.
Depois seguiu-se a criação dos luminares ou luzeiros e do homem (o ponto fulcral de toda a criação, já depois de haver chuva e o barro poder ser moldado) e dos demais seres vivos e flora, com os respectivos ciclos reprodutivos. O luminar a que chamamos Sol para o Dia e as estrelas para a noite.
E façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança. Com certeza que não se trata de uma semelhança física mas sim no espírito, nos atributos, e possibilidade de evolução até à perfeição.
Quanto aos sete dias da criação, é poesia, e não pode ser entendido literalmente. Cada dia, representa uma fase de execução do plano da criação, e deveria corresponder a milhares de anos, para que tudo se processasse naturalmente e sabiamente.
Toda esta narrativa da Bíblia vem de recolhas das tradições orais dos povos da altura, desde 2000 a 1500 antes de Cristo, o que, como sabemos, torna muito difícil descodificar as lendas e factos concretos.
É a minha opinião.
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